Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Bonde do Rolê põe até funk no globalizado baile punk de TropicalBacanal

Resenha de CD
Título: TropicalBacanal
Artista: Bonde do Rolê
Gravadora: Mad Decent / Deck
Cotação: * * * *

Por essa o egocêntrico rapper norte-americano Kanye West não esperava: um dos integrantes do Bonde do Rolê lhe faz explícito convite sexual no forró sacana Kanye, uma das 12 músicas de TropicalBacanal, o segundo álbum do trio curitibano que ganhou o mundo a partir do lançamento de seu primeiro CD, With Lasers (2007), calcado no batidão do funk carioca. Já disponível para audição na internet, TropicalBacanal tem som tão globalizado como o time de produtores convocados para formatar o disco, que ganha edição brasileira da Deck ainda neste mês de agosto de 2012. Sem renegar o funk que lhe deu fama, mote de faixas de alto teor sexual como as despudoradas Tilelê e Picolé, o Bonde do Rolê pega outros ritmos e os joga no seu carnavalizante baile tropicalista. Se Brazilian Boys tem a pegada do dancehall de Ce'Cile, convidada da faixa, Dança Molengo mixa o balanço caribenho com o rap do duo inglês de hip hop Rizzle Kicks. E o fato é que a mistura desce bem. Do inicial Arrastão ao hilário Baile Punk, que encerra o disco com a inserção do hardcore no universo do funk, TropicalBacanal sinaliza a evolução do Bonde desde o caseiro With Lasers. O trio - formado atualmente pelo DJ Rodrigo Gorky, por Pedro D'Eyrot e pela vocalista Laura Taylor (substituta de Marina Vello) - se leva mais a sério musicalmente, mas sem perda da espontaneidade e do espírito moleque. Banana WomanBang - faixa aditivada com o rap de Kool A.D. - e Pucko são temas que gravitam em torno do funk e da estética carnavalizante do disco. Que tem a participação do tropicalista Caetano Veloso em Baby Don't Deny It, que vem a ser a suingante versão repaginada de Babydoll de Nylon, parceria bissexta de Caetano com Robertinho de Recife, lançada pelo guitarrista em álbum de 1983. Faixa já propagada em clipe filmado com a participação do norte-americano Diplo, um dos produtores de TropicalBacanal, Kilo mostra que, sem se desviar de sua rota erotizada, o Bonde do Rolê acerta ao transitar por trilhos mais miscigenados neste seu ótimo segundo disco. Falta somente Kanye West pegar o Bonde do Rolê.

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Por essa o egocêntrico rapper norte-americano Kanye West não esperava: um dos integrantes do Bonde do Rolê lhe faz explícito convite sexual no forró sacana Kanye, uma das 12 músicas de TropicalBacanal, o segundo álbum do trio curitibano que ganhou o mundo a partir do lançamento de seu primeiro CD, With Lasers (2007), calcado no batidão do funk carioca. Já disponível para audição na internet, TropicalBacanal tem som tão globalizado como o time de produtores convocados para formatar o disco, que ganha edição brasileira da Deck ainda neste mês de agosto de 2012. Sem renegar o funk que lhe deu fama, mote de faixas de alto teor sexual como as despudoradas Tilelê e Picolé, o Bonde do Rolê pega outros ritmos e os joga no seu carnavalizante baile tropicalista. Se Brazilian Boys tem a pegada do dancehall de Ce'Cile, convidada da faixa, Dança Molengo mixa o balanço caribenho com o rap do duo inglês de hip hop Rizzle Kicks. E o fato é que a mistura desce bem. Do inicial Arrastão ao hilário Baile Punk, que encerra o disco com a inserção do hardcore no universo do funk, TropicalBacanal sinaliza a evolução do Bonde desde o caseiro With Lasers. O trio - formado atualmente pelo DJ Rodrigo Gorky, por Pedro D'Eyrot e pela vocalista Laura Taylor (substituta de Marina Vello) - se leva mais a sério musicalmente, mas sem perda da espontaneidade e do espírito moleque. Banana Woman, Bang - faixa aditivada com o rap de Kool A.D. - e Pucko são temas que gravitam em torno do funk e da estética carnavalizante do disco. Que tem a participação do tropicalista Caetano Veloso em Baby Don't Deny It, que vem a ser a suingante versão repaginada de Babydoll de Nylon, parceria bissexta de Caetano com Robertinho de Recife, lançada pelo guitarrista em álbum de 1983. Faixa já propagada em clipe filmado com a participação do norte-americano Diplo, um dos produtores de TropicalBacanal, Kilo mostra que, sem se desviar de sua rota erotizada, o Bonde do Rolê acerta ao transitar por trilhos mais miscigenados neste seu ótimo segundo disco. Falta somente Kanye West pegar o Bonde do Rolê.

Luca disse...

quanta incoerência, sr. Mauro. se fosse falar de um artista funk de verdade, vc ia acabar com o disco. agora como é o disco do Bonde dos críticos vc fala bem só pra parecer que é moderno

Raffa disse...

Luca, sem querer defender o Mauro: cita um disco ou um artista oriundo deste tipo de funk que tenha feito um disco além do lugar comum característico; que foi além e, sem vergonha, fez um mix de punk, funk e axé, se apropriando de referências nossas e estabelecendo conexões com artistas de outros países; que ultrapassou nossas fronteiras sendo reconhecido na América do Norte e na Europa; que tenha potencial pra ocupar o espaço deixado por bandas com propósito parecido, como as extintas Cansei de Ser Sexy e Biônica; que tenha feito um disco mais tropicalista que este de forma tão natural.

Abraço.

Pedro Progresso disse...

o disco é realmente muito bom. o título condiz com todas as faixas.

Rafael disse...

Não achei esse disco grande coisa não... A melhorzinha deste álbum é a versão em inglês de "Babydoll de Nylon".