Mauro Ferreira no G1

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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Com Unidade, Saulo Duarte junta suingue do Norte com brega dos anos 1970

Resenha de álbum
Título: Saulo Duarte e a Unidade
Artista: Saulo Duarte e a Unidade
Gravadora: YB Music / Baritone Records
Cotação: * * * 1/2

 É fácil identificar ecos das canções de Odair José em Essa semana (Saulo Duarte), quarta das dez faixas do primeiro álbum de Saulo Duarte e a Unidade. A harmoniosa combinação do universo do brega dos anos 70 com o suingue do Norte é o mote do disco. Saulo é cantor, compositor e guitarrista nascido no Pará. Sua origem é perceptível no toque de carimbó embutido em Mistério no olhar (Saulo Duarte) - outra boa faixa do CD lançado pela YB Music neste mês de fevereiro de 2013 - e também no balanço da guitarra tocada pelo artista em temas autorais como Amor de piração (Saulo Duarte). Contudo, Saulo Duarte e a Unidade é disco de arquitetura pop cosmopolita, formatado com a ajuda de Carlos Eduardo Miranda. Onze horas (Saulo Duarte) - canção pop dividida por Saulo com Tulipa Ruiz - é exemplo de faixa que dribla os clichês regionais. De todo modo, o álbum tem espírito gregário. Radicado em São Paulo (SP) há mais de três anos, o artista lidera a banda A Unidade, na qual canta e toca guitarra ao lado de Beto Gibbs (bateria), João Leão (teclados) e Klaus Sena (baixo). A opção por desenvolver um projeto de banda dá unidade ao CD, ainda que a combinação de brega e balanço do Norte soe meio repetitiva lá pela segunda metade do álbum, sobretudo em músicas como Não vale a pena (Saulo Duarte e Beto Gibbs), Meu sonho é você (Saulo Duarte) - exemplo do romantismo despudorado que pauta as letras do CD - e Querida (Victor Hudson), faixa que explicita a reciclagem do brega dos 70. Mas há temas pautados por maior diversidade rítmica. Amor e outras cositas más (Saulo Duarte) adiciona rock à mistura pop de Saulo Duarte e a Unidade. Já Manda ela comprar im iglu (Beto Gibbs, Klaus Sena e Saulo Duarte) se acomoda na praia do reggae. E tudo acaba em samba aos quatro minutos de Que massa, tema gravado por Saulo com seus parceiros Daniel Groove e Diogo Soares. Enfim, mesmo que transitem por trilha não exatamente original (já seguida por outros artistas do Pará),  Saulo Duarte e a Unidade conseguem imprimir sua identidade sonora neste primeiro álbum.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

É fácil identificar ecos das canções de Odair José em Essa semana (Saulo Duarte), quarta das dez faixas do primeiro álbum de Saulo Duarte e a Unidade. A harmoniosa combinação do universo do brega dos anos 70 com o suingue do Norte é o mote do disco. Saulo é cantor, compositor e guitarrista nascido no Pará. Sua origem é perceptível no toque de carimbó embutido em Mistério no olhar (Saulo Duarte) - outra boa faixa do CD lançado pela YB Music neste mês de fevereiro de 2013 - e também no balanço da guitarra tocada pelo artista em temas autorais como Amor de piração (Saulo Duarte). Contudo, Saulo Duarte e a Unidade é disco de arquitetura pop cosmopolita, formatado com a ajuda de Carlos Eduardo Miranda. Onze horas (Saulo Duarte) - canção pop dividida por Saulo com Tulipa Ruiz - é exemplo de faixa que dribla os clichês regionais. De todo modo, o álbum tem espírito gregário. Radicado em São Paulo (SP) há mais de três anos, o artista lidera a banda A Unidade, na qual canta e toca guitarra ao lado de Beto Gibbs (bateria), João Leão (teclados) e Klaus Sena (baixo). A opção por desenvolver um projeto de banda dá unidade ao CD, ainda que a combinação de brega e balanço do Norte soe meio repetitiva lá pela segunda metade do álbum, sobretudo em músicas como Não vale a pena (Saulo Duarte e Beto Gibbs), Meu sonho é você (Saulo Duarte) - exemplo do romantismo despudorado que pauta as letras do CD - e Querida (Victor Hudson), faixa que explicita a reciclagem do brega dos 70. Mas há temas pautados por maior diversidade rítmica. Amor e outras cositas más (Saulo Duarte) adiciona rock à mistura pop de Saulo Duarte e a Unidade. Já Manda ela comprar im iglu (Beto Gibbs, Klaus Sena e Saulo Duarte) se acomoda na praia do reggae. E tudo acaba em samba aos quatro minutos de Que massa, tema gravado por Saulo com seus parceiros Daniel Groove e Diogo Soares. Enfim, mesmo que transitem por trilha não exatamente original (já seguida por outros artistas do Pará), Saulo Duarte e a Unidade conseguem imprimir sua identidade sonora neste primeiro CD.