Mauro Ferreira no G1

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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Em clima retrô, Blubell combina pop, jazz e cabaré em segundo disco

Resenha de CD
Título: Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava
Artista: Blubell
Gravadora: Y Brasil
Cotação: * * *

Isabel Fontana Garcia, a Blubell, ganhou alguma projeção em 2006 quando lançou seu primeiro álbum, Slow Motion Ballet, com direito a elogios públicos de Marisa Monte. Cinco anos depois, a cantora e compositora paulista volta ao mercado fonográfico com Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava. O título e a arte da capa já denunciam o tom retrô do CD. Na companhia do quarteto de jazz À Deriva, Blubell combina pop, jazz e e clima de cabaré. E essa inusitada mistura dá ao disco um caráter personalíssimo. Música - a primeira deliciosa faixa, ouvida de início como se fosse uma gravação dos primórdios da indústria fonográfica - se insere nesse clima de cabaré ao lado de What If..., outro tema autoral de repertório de cunho autobiográfico. Já a balada My Best está ambientada em clima jazzístico. A excelência instrumental do quarteto À Deriva salta aos ouvidos, por exemplo, no contrabaixo largo e suingante tocado por Rui Barossi em Estrangeira, uma das três faixas em que música e letra não são assinadas por Blubell (os versos, interessantes, são de Luiz Venâncio, autor também da letra de Pessoa Normal). Projetada na trilha sonora da série Aline, exibida pela TV Globo, Chalala é outro exemplo da música personalíssima de Blubell. Contudo, Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava seduz mais pela sonoridade inusitada do que pelo repertório em si. Os detalhes - como a voz de Tulipa Ruiz no coro de Good Hearted Woman, a participação de Baby do Brasil em 4,1,2,3,5 e o telefone que toca na bossa-novista Velvet Wonderland (parceria de Blubell com Pedro Baby) - acabam valorizando um repertório autoral nem sempre tão inspirado quanto a sonoridade esperta do disco. Ainda assim, Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava consolida e diferencia o nome de Blubell na populosa cena indie paulista.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Isabel Fontana Garcia, a Blubell, ganhou alguma projeção em 2006 quando lançou seu primeiro álbum, Slow Motion Ballet, com direito a elogios públicos de Marisa Monte. Cinco anos depois, a cantora e compositora paulista volta ao mercado fonográfico com Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava. O título e a arte da capa já denunciam o tom retrô do CD. Na companhia do quarteto de jazz À Deriva, Blubell combina pop, jazz e e clima de cabaré. E essa inusitada mistura dá ao disco um caráter personalíssimo. Música - a primeira deliciosa faixa, ouvida de início como se fosse uma gravação dos primórdios da indústria fonográfica - se insere nesse clima de cabaré ao lado de What If..., outro tema autoral de repertório de cunho autobiográfico. Já a balada My Best está ambientada em clima jazzístico. A excelência instrumental do quarteto À Deriva salta aos ouvidos, por exemplo, no contrabaixo largo e suingante tocado por Rui Barossi em Estrangeira, uma das três faixas em que música e letra não são assinadas por Blubell (os versos, interessantes, são de Luiz Venâncio, autor também da letra de Pessoa Normal). Projetada na trilha sonora da série Aline, exibida pela TV Globo, Chalala é outro exemplo da música personalíssima de Blubell. Contudo, Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava seduz mais pela sonoridade inusitada do que pelo repertório em si. Os detalhes - como a voz de Tulipa Ruiz no coro de Good Hearted Woman, a participação de Baby do Brasil em 4,1,2,3,5 e o telefone que toca na bossa-novista Velvet Wonderland (parceria de Blubell com Pedro Baby) - acabam valorizando um repertório autoral nem sempre tão inspirado quanto a sonoridade esperta do disco. Ainda assim, Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava consolida e diferencia o nome de Blubell na populosa cena indie paulista.

lurian disse...

Boa resenha Mauro, Achei o disco mediano. Por falar na cena indie paulistana o seu foi dos poucos que não resenhou os discos da Juliana R. e o da Bárbara Eugênia, muito interessantes, por sinal!!!

Diogo Santos disse...

Lembro que - por causa de MM - ouvi essa cantora mas não me empolguei.

Marisa surpreendeu pois normalmente cita/elogia sempre as mesmas - Teresa Cristina,Bebel Gilberto, Martinália ...