Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Com primeiro CD solo, Toni Ferreira pode se dissociar da 'turma da Gadú'

Resenha de CD
Título: Toni Ferreira
Artista: Toni Ferreira
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * 

Sim, o canto de Toni Ferreira evoca eventualmente o de Cazuza (1958 - 1990). Mas a semelhança de timbres não é o principal obstáculo a ser ultrapassado por este cantor e compositor paulista com o lançamento de seu (bom) primeiro disco solo, Toni Ferreira, já nas lojas em edição da Universal Music.  Revelado no Multishow ao vivo Maria Gadú (Slap / Som Livre, 2010) e no Sarau - Novos talentos da MPB (Universal Music, 2012), projeto coletivo no qual nem chegou a se destacar de fato, Ferreira faz parte do grupo de jovens cantores e compositores conhecido como A turma da Gadú. Pois o disco produzido por Pélico com Jesus Sanchez esboça personalidade própria para Ferreira, impedindo que o cantor soe como clone masculino de Maria Gadú, compositora da inédita balada Te falo amanhã. O repertório de Toni Ferreira surpreende positivamente, diga-se. Além de ter produzido o disco, Pélico forneceu Olha só - canção que abre o CD e que parece estar suspensa no ar diante de tanta leveza - e a menos inspirada Repousar (Pélico). Envolvente, Olha só tem vocação para as paradas, assim como Saber de uma alma - balada de João Guarizo, parceiro de Luis Kiari em outra faixa, Se eu vou - e como Manjubá (Toni Ferreira, Camilo Kenmoteu, Eduardo Pitto e Eduardo Luca), tema autoral que fica entre as canções ripongas de Beto Guedes e o pop reggae. Outra canção da lavra de Ferreira, Leve tem título adequado ao tom de um disco que jamais pesa a mão. Nem quando Ferreira canta um pseudo-blues autoral, Reflexo de nós, ou quando traz para o universo camerístico um tema do primeiro álbum solo do sambista Martinho da Vila, Amor pra que nasceu (1969), faixa formatada somente com a voz do cantor e o piano de Eron Guarnieri. Música lançada pelo também sambista Agepê (1942 - 1995) em disco de 1979, Marca de espinho (Palhaço que eu fui de você) (Mita e Carlos Barbosa) soa mais natural em Toni Ferreira na releitura em ritmo de xote, em sintonia com o espírito jovial do disco. Canção presente na memória afetiva de Toni Ferreira, Menino Deus (Caetano Veloso, 1982) ganha regravação que, em que pese o arranjo moderninho conduzido pelo sampler de Bruno Bonaventura, nada acrescenta ao CD. Toni Ferreira soa mais sedutor quando apresenta as novidades de sua turma, embora paradoxalmente seu primeiro disco sinalize que o cantor tem cacife para se dissociar da amiga Maria Gadú e para pavimentar sua própria trilha. Mérito que deve ser repartido com Pélico e com Jesus Sanchez, pilotos de um bom disco que apaga a má impressão - deixada pelo coletivo Sarau - de que Toni Ferreira é mais um na multidão. Não é!

9 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Sim, o canto de Toni Ferreira evoca eventualmente o de Cazuza (1958 - 1990). Mas a semelhança de timbres não é o principal obstáculo a ser ultrapassado por este cantor e compositor paulista com o lançamento de seu (bom) primeiro disco solo, Toni Ferreira, já nas lojas em edição da Universal Music. Revelado no Multishow ao vivo Maria Gadú (Slap / Som Livre, 2010) e no Sarau - Novos talentos da MPB (Universal Music, 2012), projeto coletivo no qual nem chegou a se destacar de fato, Ferreira faz parte do grupo de jovens cantores e compositores conhecido como A turma da Gadú. Pois o disco produzido por Pélico com Jesus Sanchez esboça personalidade própria para Ferreira, impedindo que o cantor soe como clone masculino de Maria Gadú, compositora da inédita balada Te falo amanhã. O repertório de Toni Ferreira surpreende positivamente, diga-se. Além de ter produzido o disco, Pélico forneceu Olha só - canção que abre o CD e que parece estar suspensa no ar diante de tanta leveza - e a menos inspirada Repousar (Pélico). Envolvente, Olha só tem vocação para as paradas, assim como Saber de uma alma - balada de João Guarizo, parceiro de Luis Kiari em outra faixa, Se eu vou - e como Manjubá (Toni Ferreira, Camilo Kenmoteu, Eduardo Pitto e Eduardo Luca), tema autoral que fica entre as canções ripongas de Beto Guedes e o pop reggae. Outra canção da lavra de Ferreira, Leve tem título adequado ao tom de um disco que jamais pesa a mão. Nem quando Ferreira canta um pseudo-blues autoral, Reflexo de nós, ou quando traz para o universo camerístico um tema do primeiro álbum solo do sambista Martinho da Vila, Amor pra que nasceu (1969), faixa formatada somente com a voz do cantor e o piano de Eron Guarnieri. Música lançada pelo também sambista Agepê (1942 - 1995) em disco de 1979, Marca de espinho (Palhaço que eu fui de você) (Mita e Carlos Barbosa) soa mais natural em Toni Ferreira na releitura em ritmo de xote, em sintonia com o espírito jovial do disco. Canção presente na memória afetiva de Toni Ferreira, Menino Deus (Caetano Veloso, 1982) ganha regravação que, em que pese o arranjo moderninho conduzido pelo sampler de Bruno Bonaventura, nada acrescenta ao CD. Toni Ferreira soa mais sedutor quando apresenta as novidades de sua turma, embora paradoxalmente seu primeiro disco sinalize que o cantor tem cacife para se dissociar da amiga Maria Gadú e para pavimentar sua própria trilha. Mérito que deve ser repartido com Pélico e com Jesus Sanchez, pilotos de um bom disco que apaga a má impressão - deixada pelo coletivo Sarau - de que Toni Ferreira é mais um na multidão. Não é!

ADEMAR AMANCIO disse...

Nunca tinha visto esse rapaz,que lindo.

Rubens Lisboa disse...

Toni Ferreira é a melhor coisa surgida na MPB na última meia década. Anotem aí o nome desse rapaz!

Galex disse...

Como nunca o ouvi cantar só posso admirar, por ora, sua impressionante beleza de rosto. Tomara que vingue na carreira.

Unknown disse...

Comprei o disco e gostei. Tem talento sim...

Carla_ disse...

Mas é lindo esse cara hein. E canta bem pra caramba. Gosto muito da música "Saber de uma alma" tem uma nostalgia boa a melodia.

Victor Moraes, disse...

Ouvi e adorei.
O primeiro single que recebi por e-mail da Universal, como divulgação, me soou over "radiofônico". Mas ouvindo as demais, você pega um certo "amor" pela voz dele.
Outra: linkar a carreira do Toni com a de Gadu não é boa coisa. Eu nunca iria ouvi-lo se soubesse que ele era da 'turma da Gadu' antes. Confesso.
Essa voz, numa produção mais crua, vai soar ainda mais gostosa.

Unknown disse...

a voz dele é muito parecida com a do Cazuza!
quando eu escutei a música Saber de Uma Alma pela primeira vez, achei que era o Cazuza!

Unknown disse...

A voz dele é muito parecida com a do Cazuza!
Quando eu ouvi a música Saber de Uma alma pela primeira vez achei que era o Cazuza!