Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 30 de julho de 2013

Jorge Ailton apresenta canções de 'groove' jovem no seu segundo álbum

Resenha de CD
Título: Jorge Ailton apresenta canções em ritmo jovem
Artista: Jorge Ailton
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * * 1/2

Jorge Ailton apresenta canções em ritmo jovem é disco de groove. É no suingue funky, na pegada roqueira e no espírito soul do repertório que reside a jovialidade alardeada no título do segundo álbum do artista carioca. Revelado como baixista da banda de Lulu Santos, avalista da discografia solo do músico, Ailton tem crescido e aparecido como cantor e compositor com as bençãos do patrão. Uma das doze inéditas autorais da safra do segundo disco do astro emergente, Chega de longe (Jorge Ailton, Alexandre Vaz e Lulu Santos) traz o Rei do Pop nativo como parceiro e convidado de Ailton na faixa de balanço funk e de bom acabamento pop. Ailton descende da linhagem do funk e do soul nacional. Amanhecer (Jorge Ailton, Alexandre Vaz e Mila Bartilotti) expõe essa origem por ser balada de alma soul. Contudo, talvez por (boa) influência de Lulu, Ailton também acena para o pop e flerta com o rock neste álbum que sucede O ano 1 (2010). De repentemente (Jorge Ailton, Alexandre Vaz e Mila Bartilotti) deixa claro esse aceno pop logo na abertura do disco. É o hit nato de repertório em que Ailton firma parceria com Kassin - com quem assina Uma noite fria, tema aquecido pela sensualidade dos versos aconchegantes da letra - e entra para o clube dos compositores que têm músicas letradas pelo poeta fluminense Ronaldo Bastos. Destaque absoluto na seara das baladas, Vida pequena de um grande amor - a parceria de Ailton com Bastos - é joia que reluz no disco tanto pelo brilho dos versos do poeta quanto pela beleza da melodia, artigo mais escasso em repertório que se escora no groove esperto que embasa temas como a festiva No alto (Jorge Ailton) e o efervescente funk  (Jorge Ailton). As programações pilotadas por Alexandre Vaz, produtor do álbum, inserem a dose necessária de eletrônica sem plastificar e/ou endurecer músicas como Charme nenhum (Jorge Ailton, Alexandre Vaz e Lourenço Monteiro), faixa que mostra que o artista bebe tanto do funk quanto do rock. Com faixa exclusiva na edição digital (Au revoir arrivederci, parceria de Ailton com o multimídia Rodrigo Bittencourt), Jorge Ailton apresenta canções em ritmo jovem é disco afinado com seu tempo. Única regravação do repertório essencialmente inédito e autoral, Criança (Marina Lima, 1991) ganha releitura tão antenada que se alinha com a modernidade perene do som de Marina sem jamais soar como cover. Parceria de Jorge Ailton com Daniel Lopes, Blues de um gigolô traça com certa bossa o roteiro carioca do rei das periguetes do Leblon. Orquestrada com cordas arranjadas por Maycon Ananias, a balada O pequeno rei (Jorge Ailton) reitera o fato de que o cantor ainda pode se aprimorar para ficar no mesmo nível do compositor e do groove. Ao fim, Sustentável (Jorge Ailton) ratifica a excelência da produção de Alexandre Vaz no toque da guitarra fuzz de Dado Villa-Lobos, creditado (com justiça) como participação especial da faixa. As canções de Jorge Ailton recusam os clichês juvenis neste CD que apresenta um artista pronto para brilhar.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Jorge Ailton apresenta canções em ritmo jovem é disco de groove. É no suingue funky, na pegada roqueira e no espírito soul do repertório que reside a jovialidade alardeada no título do segundo álbum do artista carioca. Revelado como baixista da banda de Lulu Santos, avalista da discografia solo do músico, Ailton tem crescido e aparecido como cantor e compositor com as bençãos do patrão. Uma das doze inéditas autorais da safra do segundo disco do astro emergente, Chega de longe (Jorge Ailton, Alexandre Vaz e Lulu Santos) traz o Rei do Pop nativo como parceiro e convidado de Ailton na faixa de balanço funk e de bom acabamento pop. Ailton descende da linhagem do funk e do soul nacional. Amanhecer (Jorge Ailton, Alexandre Vaz e Mila Bartilotti) expõe essa origem por ser balada de alma soul. Contudo, talvez por (boa) influência de Lulu, Ailton também acena para o pop e flerta com o rock neste álbum que sucede O ano 1 (2010). De repentemente (Jorge Ailton, Alexandre Vaz e Mila Bartilotti) deixa claro esse aceno pop logo na abertura do disco. É o hit nato de repertório em que Ailton firma parceria com Kassin - com quem assina Uma noite fria, tema aquecido pela sensualidade dos versos aconchegantes da letra - e entra para o clube dos compositores que têm músicas letradas pelo poeta fluminense Ronaldo Bastos. Destaque absoluto na seara das baladas, Vida pequena de um grande amor - a parceria de Ailton com Bastos - é joia que reluz no disco tanto pelo brilho dos versos do poeta quanto pela beleza da melodia, artigo mais escasso em repertório que se escora no groove esperto que embasa temas como a festiva No alto (Jorge Ailton) e o efervescente funk Dó (Jorge Ailton). As programações pilotadas por Alexandre Vaz, produtor do álbum, inserem a dose necessária de eletrônica sem plastificar e/ou endurecer músicas como Charme nenhum (Jorge Ailton, Alexandre Vaz e Lourenço Monteiro), faixa que mostra que o artista bebe tanto do funk quanto do rock. Com faixa exclusiva na edição digital (Au revoir arrivederci, parceria de Ailton com o multimídia Rodrigo Bittencourt), Jorge Ailton apresenta canções em ritmo jovem é disco afinado com seu tempo. Única regravação do repertório essencialmente inédito e autoral, Criança (Marina Lima, 1991) ganha releitura tão antenada que se alinha com a modernidade perene do som de Marina sem jamais soar como cover. Parceria de Jorge Ailton com Daniel Lopes, Blues de um gigolô traça com certa bossa o roteiro carioca do rei das periguetes do Leblon. Orquestrada com cordas arranjadas por Maycon Ananias, a balada O pequeno rei (Jorge Ailton) reitera o fato de que o cantor ainda pode se aprimorar para ficar no mesmo nível do compositor e do groove. Ao fim, Sustentável (Jorge Ailton) ratifica a excelência da produção de Alexandre Vaz no toque da guitarra fuzz de Dado Villa-Lobos, creditado (com justiça) como participação especial da faixa. As canções de Jorge Ailton recusam os clichês juvenis neste CD que apresenta um artista pronto para brilhar.