Mauro Ferreira no G1

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sábado, 17 de maio de 2014

'Best of brega' irmana Evaldo, Graciela, Magal, Odair, Raul, Rita e Wando

Em 1980, uma cantora argentina de sucesso efêmero no Brasil, Julia Graciela, chegou ao topo das paradas nacionais com Anúncio de jornal (Graciela Correa e Paulo Ricardo), música de compacto simples editado pela Polydor. Grande hit popular daquele ano, Anúncio de jornal figura no repertório do primeiro dos dois volumes da coletânea The best of brega, editada pela gravadora Universal Music neste mês de maio de 2014. E não é o único fonograma de Graciela na compilação conceituada por Alice Soares. Responsável pela seleção de repertório, o pesquisador musical Rodrigo Faour também incluiu no CD The best of brega 1 uma faixa - Manuela Mulher do álbum lançado pela artista em 1982. Centrada na produção kitsch de período que vai de 1972 a 1983, o primeiro volume alinha standards batidos de cantores como Evaldo Braga (1948 - 1973) (Sorria, sorria, hit retumbante em 1972, e Eu não sou lixo), Odair José (Uma vida só - Pare de tomar a pílula, sucesso nacional de 1973) e Sidney Magal (Amante latino e Sandra Rosa Madalena, hits de 1976 e 1978, respectivamente) entre fonogramas menos óbvios como Bicicleta envenenada (música lançada por Ismael Carlos em 1983), Colher de chá (gravação pouco lembrada feita por Ronnie Von em 1973) e O puxa-saco (outra gravação de Ismael Carlos, lançada em 1981. The best of brega rebobina também incursões dos roqueiros Raul Seixas (1945 - 1989) e Rita Lee pelo universo da canção sentimental brasileira. O Maluco Beleza parodia o brega em Tu és o MDC da minha vida, parceria com Paulo Coelho do álbum Novo aeon (Philips, 1975). Já a Ovelha Negra brinca de ser cafona em Prisioneira do amor (Élcio Decário), música de seu primeiro álbum solo, Build up (Polydor, 1970). Com ênfase na produção dos anos 1980, The best of brega 2 traz para o formato digital gravações de nomes que foram nuvem passageira na produção fonográfica brasileira, geralmente emplacando um único hit. São os casos dos grupos Afrodite se quiser (O que que ela tem que eu não tenho?, de 1987), Ciclone (Tipo one way, de 1985), Rabo de Saia (Bacalhau à brasileira - Tira-gosto de pirarucu, música de 1979), Sabor de Mel (A festa das frutas, de 1981) e Superbacana (Tá com medo, tabaréu, sucesso de 1979 mais conhecido como Melô da pipa). Enquanto o primeiro volume da coletânea The best of brega  enfatiza a produção de cantores e compositores de personalidade, o segundo volume se limita a alinhar curiosidades como Sou assim, música gravada em 1988 pelo travesti Roberta Close. O que sinaliza que a gravadora Universal Music deve revitalizar seu vasto catálogo com mais critério.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em 1980, uma cantora argentina de sucesso efêmero no Brasil, Julia Graciela, chegou ao topo das paradas nacionais com Anúncio de jornal (Graciela Correa e Paulo Ricardo), música de compacto simples editado pela Polydor. Grande hit popular daquele ano, Anúncio de jornal figura no repertório do primeiro dos dois volumes da coletânea The best of brega, editada pela gravadora Universal Music neste mês de maio de 2014. E não é o único fonograma de Graciela na compilação conceituada por Alice Soares. Responsável pela seleção de repertório, o pesquisador musical Rodrigo Faour também incluiu no CD The best of brega 1 uma faixa - Manuela Mulher do álbum lançado pela artista em 1982. Centrada na produção kitsch de período que vai de 1972 a 1983, o primeiro volume alinha standards batidos de cantores como Evaldo Braga (1948 - 1973) (Sorria, sorria, hit retumbante em 1972, e Eu não sou lixo), Odair José (Uma vida só - Pare de tomar a pílula, sucesso nacional de 1973) e Sidney Magal (Amante latino e Sandra Rosa Madalena, hits de 1976 e 1978, respectivamente) entre fonogramas menos óbvios como Bicicleta envenenada (música lançada por Ismael Carlos em 1983), Colher de chá (gravação pouco lembrada feita por Ronnie Von em 1973) e O puxa-saco (outra gravação de Ismael Carlos, lançada em 1981. The best of brega 1 rebobina também incursões dos roqueiros Raul Seixas (1945 - 1989) e Rita Lee pelo universo da canção sentimental brasileira. O Maluco Beleza parodia o brega em Tu és o MDC da minha vida, parceria com Paulo Coelho do álbum Novo aeon (Philips, 1975). Já a Ovelha Negra brinca de ser cafona em Prisioneira do amor (Élcio Decário), música de seu primeiro álbum solo, Build up (Polydor, 1970). Com ênfase na produção dos anos 1980, The best of brega 2 traz para o formato digital gravações de nomes que foram nuvem passageira na produção fonográfica brasileira, geralmente emplacando um único hit. São os casos dos grupos Afrodite se quiser (O que que ela tem que eu não tenho?, de 1987), Ciclone (Tipo one way, de 1985), Rabo de Saia (Bacalhau à brasileira - Tira-gosto de pirarucu, música de 1979), Sabor de Mel (A festa das frutas, de 1981) e Superbacana (Tá com medo, tabaréu, sucesso de 1979 mais conhecido como Melô da pipa). Enquanto o primeiro volume da coletânea The best of brega enfatiza a produção de cantores e compositores de personalidade, o segundo volume se limita a alinhar curiosidades como Sou assim, música gravada em 1988 pelo travesti Roberta Close. O que sinaliza que a gravadora Universal Music deve revitalizar seu vasto catálogo com mais critério.

ADEMAR AMANCIO disse...

Sinalizou bem,em 88 a Roberta Close era apenas uma travesti,só em 89 é que passou por uma cirurgia de redesignação sexual passando à condição de transexual.