Mauro Ferreira no G1

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sábado, 31 de maio de 2014

Réu deixa 'Rei' nu em livro que expõe regras do jogo entre artista e mídia

Resenha de livro
Artista: O réu e o rei - Minha história com Roberto Carlos, em detalhes
Autor: Paulo Cesar de Araújo
Editora: Companhia das Letras
Cotação: * * * * *

Mais do que na desautorizada biografia Roberto Carlos em detalhes (Editora Planeta, 2006), livro que circula no território livre da web em que pese sua retirada do mercado literário oficial por acordo judicial firmado em 2007, é em O réu e o rei que o escritor e historiador baiano Paulo Cesar de Araújo deixa nu o Rei, alcunha com que mídia e público se referem ao cantor e compositor capixaba Roberto Carlos. Araújo cutuca a fera ferida em seu orgulho com livro revelador que descortina os então secretos bastidores da batalha judicial que culminou com a retirada de sua biografia das livrarias do Brasil (como o próprio escritor revela ao fim de O réu e o rei, o livro Roberto Carlos em detalhes continua sendo comercializado em Portugal de forma oficial). Desta vez, a vara não é tão curta: Araújo conta com o apoio da Companhia das Letras, uma das mais poderosas editoras do Brasil, hábil no jogo com a mídia - a ponto de pôr O réu e o rei de surpresa nas prateleiras das livrarias e nas mãos dos jornalistas em 20 de maio de 2014. Tanto que a fera ferida já comunicou oficialmente ontem, 30 de maio de 2104, que não vai partir para o contra-ataque judicial por avaliar que inexiste "invasão de sua privacidade e/ou injúrias ou difamações a sua pessoa" nas 530 páginas de O réu e o rei. Páginas envolventes que revelam mais da natureza de Roberto Carlos como cidadão e artista do que a própria controvertida biografia, fruto de consistente trabalho de pesquisa de Araújo que somente detalhou fatos já de conhecimento público para, ao fim das contas, enaltecer o próprio Roberto Carlos. Sob o prisma do ineditismo dos fatos, O réu e o rei é mais revelador porque despe o Rei de sua personagem pública ao expor as agruras de sua saga para entrevistar Roberto Carlos para a biografia e os meandros da posterior batalha judicial para manter o livro Roberto Carlos em detalhes em circulação de forma oficial no mercado editorial brasileiro. Ao relatar em minúcias para o seu leitor tudo que ocorreu a portas fechadas na audiência de conciliação que culminou no acordo para a retirada da biografia do mercado (acordo firmado pelos representantes da Editora Planeta à revelia do autor do livro), Araújo mostra Roberto Carlos como ele é: um artista fera que, se ferido em seu orgulho, usa de seu poder e de sua popularidade para reverter o jogo a seu favor e fazer valer suas convicções e noções de público e privado. A julgar pelo relato feito por Araújo em O réu e o rei, esse jogo já estava ganho para o Rei naquele round judicial, uma vez que - ainda de acordo com Araújo - o juiz intimidou de antemão os representantes da Planeta com a ameaça de fechar a editora, pressionando dessa forma a empresa a aceitar o acordo. Somente esse relato já valeria a leitura de O réu e o rei. Mas o livro vai além ao dimensionar a força nacional de Roberto Carlos a partir de 1965 - ano em que o sucesso instântaneo e avassalador do rock Quero que vá tudo pro inferno (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1965) consolida a carreira do cantor e chama a atenção do então pequeno Araújo para o som do Rei da juventude - e ao expor as regras do jogo de poder travado cotidianamente entre artistas e mídia. Nesse jogo, críticos musicais são peças importantes pelo poder - hoje diluído pela multiplicidade de opiniões da web, mas ainda existente - de conferir (ou não) status a um artista. Enquanto conta sua história de vida, rememorando o impacto que cada lançamento de um álbum de Roberto Carlos provocava na sua interiorina cidade de Vitória da Conquista (BA) nos anos 1960 e 1970, Araújo reproduz trechos de críticas desses grandes álbuns, atualmente avaliados como geniais pela maioria dos críticos, mas atacados impiedosamente na época de seus lançamentos pelos jornalistas em atividade naquele tempo - caso do talentoso Tárik de Souza, pioneiro da moderna crítica musical. Como outros colegas da época, Tárik destruía cada álbum lançado por Roberto Carlos em sintonia com a patrulha ideológica da mídia tendenciosa da época, sempre disposta a cobrar engajamento político dos artistas que faziam parte do bloco dos alienados ou omissos. Naquele contexto, pouco importava se Roberto lançava grandes canções a cada álbum se tais canções não se engajavam na luta contra a repressão da ditadura instaurada no Brasil em 1964. Por fazer análise amorosa (mas lúcida) da obra fonográfica construída por Roberto Carlos ao longo de seus 55 anos de carreira, Araújo deixa entrever por diversas vezes a admiração que tem por essa obra entronizada na preferência popular de sucessivas gerações, em reinado que ganhou fôlego renovado em 2012 com o lançamento da balada Esse cara sou eu (Roberto Carlos), sucesso imediato ao ser apresentada em novembro daquele ano. Contudo, O réu e o rei é nada condescendente com a postura do artista na luta para preservar o que ele considera sua intimidade. A ponto de Araujo concluir seu relato analítico com a comparação das atitudes de Roberto Carlos com as de um senhor de escravos dos tempos do Brasil colonial. Sem maquiar atos e fatos, Araújo revela como o cantor soube se armar - a partir dos anos 1970 - para enfrentar o cotidiano jogo de poder que envolve artistas e mídia. O livro mostra como a assinatura de um contrato exclusivo com a TV Globo em 1974 - contrato ainda em vigor neste ano de 2014 - blindou Roberto Carlos no mais poderoso veículo de comunicação do país. Araújo mostra também como o Rei constituiu relações de confiança com editores de revistas como Fatos & Fotos e Manchete, publicações importantes no Brasil pré-Caras que, em troca de acesso exclusivo a fatos e fotos do artista, ajudaram a moldar retrato romantizado do artista para o seu público. Ao reconstituir cada passo de sua odisseia para tentar (em vão, como Araújo demorou a perceber) a entrevista com Roberto Carlos para a biografia, Araújo desarma o circo armado em torno do cantor em  entrevistas coletivas, eventos públicos e shows por staff orquestrado por assessores de imprensa, produtores e empresários como Dody Sirena, o gaúcho tenaz que fez Roberto rever seus conceitos de não associar publicamente seu nome a produtos como marcas de cervejas, carnes e cartões de créditos - ação que gerou aumento substancial no faturamento do artista à medida em que caíam as vendas de seus discos por conta da queda na qualidade do repertório e por conta da pirataria de CDs que dinamitou o mercado fonográfico a partir dos anos 2000. Despido com detalhes alinhavados por réu agraciado com o dom da escrita, e cuja heroica trajetória de vida já se entrelaça de forma indissociável com a vida e obra de Roberto Carlos, o Rei está nu. Cada um que o vista com seus olhos e convicções.

23 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Mais do que na desautorizada biografia Roberto Carlos em detalhes (Editora Planeta, 2006), livro que circula no território livre da web em que pese sua retirada do mercado literário oficial por acordo judicial firmado em 2007, é em O réu e o rei que o escritor e historiador baiano Paulo Cesar de Araújo deixa nu o Rei, alcunha com que mídia e público se referem ao cantor e compositor capixaba Roberto Carlos. Araújo cutuca a fera ferida em seu orgulho com livro revelador que descortina os então secretos bastidores da batalha judicial que culminou com a retirada de sua biografia das livrarias do Brasil (como o próprio escritor revela ao fim de O réu e o rei, o livro Roberto Carlos em detalhes continua sendo comercializado em Portugal de forma oficial). Desta vez, a vara não é tão curta: Araújo conta com o apoio da Companhia das Letras, uma das mais poderosas editoras do Brasil, hábil no jogo com a mídia - a ponto de pôr O réu e o rei de surpresa nas prateleiras das livrarias e nas mãos dos jornalistas em 20 de maio de 2014. Tanto que a fera ferida já comunicou oficialmente ontem, 30 de maio de 2104, que não vai partir para o contra-ataque judicial por avaliar que inexiste "invasão de sua privacidade e/ou injúrias ou difamações a sua pessoa" nas 530 páginas de O réu e o rei. Páginas envolventes que revelam mais da natureza de Roberto Carlos como cidadão e artista do que a própria controvertida biografia, fruto de consistente trabalho de pesquisa de Araújo que somente detalhou fatos já de conhecimento público para, ao fim das contas, enaltecer o próprio Roberto Carlos. Sob o prisma do ineditismo dos fatos, O réu e o rei é mais revelador porque despe o Rei de sua personagem pública ao expor as agruras de sua saga para entrevistar Roberto Carlos para a biografia e os meandros da posterior batalha judicial para manter o livro Roberto Carlos em detalhes em circulação de forma oficial no mercado editorial brasileiro. Ao relatar em minúcias para o seu leitor tudo que ocorreu a portas fechadas na audiência de conciliação que culminou no acordo para a retirada da biografia do mercado (acordo firmado pelos representantes da Editora Planeta à revelia do autor do livro), Araújo mostra Roberto Carlos como ele é: um artista fera que, se ferido em seu orgulho, usa de seu poder e de sua popularidade para reverter o jogo a seu favor e fazer valer suas convicções e noções de público e privado. A julgar pelo relato feito por Araújo em O réu e o rei, esse jogo já estava ganho para o Rei naquele round judicial, uma vez que - ainda de acordo com Araújo - o juiz intimidou de antemão os representantes da Planeta com a ameaça de fechar a editora, pressionando dessa forma a empresa a aceitar o acordo. Somente esse relato já valeria a leitura de O réu e o rei. Mas o livro vai além ao dimensionar a força nacional de Roberto Carlos a partir de 1965 - ano em que o sucesso instântaneo e avassalador do rock Quero que vá tudo pro inferno (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1965) consolida a carreira do cantor e chama a atenção do então pequeno Araújo para o som do Rei da juventude - e ao expor as regras do jogo de poder travado cotidianamente entre artistas e mídia. Nesse jogo, críticos musicais são peças importantes pelo poder - hoje diluído pela multiplicidade de opiniões da web, mas ainda existente - de conferir (ou não) status a um artista.

Mauro Ferreira disse...

Enquanto conta sua história de vida, rememorando o impacto que cada lançamento de um álbum de Roberto Carlos provocava na sua interiorina cidade de Vitória da Conquista (BA) nos anos 1960 e 1970, Araújo reproduz trechos de críticas desses grandes álbuns, atualmente avaliados como geniais pela maioria dos críticos, mas atacados impiedosamente na época de seus lançamentos pelos jornalistas em atividade naquele tempo - caso do talentoso Tárik de Souza, pioneiro da moderna crítica musical. Como outros colegas da época, Tárik destruía cada álbum lançado por Roberto Carlos em sintonia com a patrulha ideológica da mídia tendenciosa da época, sempre disposta a cobrar engajamento político dos artistas que faziam parte do bloco dos alienados ou omissos. Naquele contexto, pouco importava se Roberto lançava grandes canções a cada álbum se tais canções não se engajavam na luta contra a repressão da ditadura instaurada no Brasil em 1964. Por fazer análise amorosa (mas lúcida) da obra fonográfica construída por Roberto Carlos ao longo de seus 55 anos de carreira, Araújo deixa entrever por diversas vezes a admiração que tem por essa obra entronizada na preferência popular de sucessivas gerações, em reinado que ganhou fôlego renovado em 2012 com o lançamento da balada Esse cara sou eu (Roberto Carlos), sucesso imediato ao ser apresentada em novembro daquele ano. Contudo, O réu e o rei é nada condescendente com a postura do artista na luta para preservar o que ele considera sua intimidade. A ponto de Araujo concluir seu relato analítico com a comparação das atitudes de Roberto Carlos com as de um senhor de escravos dos tempos do Brasil colonial. Sem maquiar atos e fatos, Araújo revela como o cantor soube se armar - a partir dos anos 1970 - para enfrentar o cotidiano jogo de poder que envolve artistas e mídia. O livro mostra como a assinatura de um contrato exclusivo com a TV Globo em 1974 - contrato ainda em vigor neste ano de 2014 - blindou Roberto Carlos no mais poderoso veículo de comunicação do país. Araújo mostra também como o Rei constituiu relações de confiança com editores de revistas como Fatos & Fotos e Manchete, publicações importantes no Brasil pré-Caras que, em troca de acesso exclusivo a fatos e fotos do artista, ajudaram a moldar retrato romantizado do artista para o seu público. Ao reconstituir cada passo de sua odisseia para tentar (em vão, como Araújo demorou a perceber) a entrevista com Roberto Carlos para a biografia, Araújo desarma o circo armado em torno do cantor em entrevistas coletivas, eventos públicos e shows por staff orquestrado por assessores de imprensa, produtores e empresários como Dody Sirena, o gaúcho tenaz que fez Roberto rever seus conceitos de não associar publicamente seu nome a produtos como marcas de cervejas, carnes e cartões de créditos - ação que gerou aumento substancial no faturamento do artista à medida em que caíam as vendas de seus discos por conta da queda na qualidade do repertório e por conta da pirataria de CDs que dinamitou o mercado fonográfico a partir dos anos 2000. Despido com detalhes alinhavados por réu agraciado com o dom da escrita, e cuja heroica trajetória de vida já se entrelaça de forma indissociável com a vida e obra de Roberto Carlos, o Rei está nu. Cada um que o vista com seus olhos e convicções.

Felipe dos Santos disse...

Lerei, certamente.

Mas, numa boa?, todo artista, brasileiro ou estrangeiro, que consegue algum tipo de poder tenta usá-lo para edulcorar a sua imagem. Se não em biografias, certamente na imprensa.

O livro fala de Roberto. Poderia falar de todos os cidadãos do Procure Saber. Ou de todas as bandas dos anos '80 que conseguiram se "estabelecer" e ficar no "mainstream". Ou de qualquer uma das cantoras que tenha destaque maciço na música brasileira - talvez não das mais temperamentais (Elza, Leny, Nana - de Elis nem se pode falar, já que ela morreu antes desta conversa de público e privado começar).

É aquilo: todo mundo tem seus esqueletos escondidos dentro do armário.

Felipe dos Santos Souza

ZHenrique Miranda disse...

Concordo com Felipe.
Todos os santos são de barro.
Por isso sempre separo a obra do homem.
Se o artista tiver um maior número de atitudes/posicionamentos bacanas, melhor.
Caso contrário, paciência.
Fica-se com a obra e manda-se o fulano(a) para aquele lugar.
No caso do Robertão, de quem sou grande fã, vejo mais como uma questão de valores e princípios.
Os dele são esses, ponto.
É conservador até o talo e tem o direito de ser.
Muito melhor que pagar de progressista e por baixo do panos ser mais autoritário que o Rei.


JN disse...

Confirmo. O livro sempre este disponível em Portugal. Foi lá que comprei quando foi publicado. Na Fnac. Adorei ler a biografia do Rei. Um belo livro. Para um europeu, é difícil compreender as razões da censura do livro. E agora quero ler este novo. Promete.

Unknown disse...

O texto de Paulo Cesar de Araújo tem um visgo... Dá gosto de ler!

Unknown disse...

Não te conheço Zé Henrique,(muito prazer!) mas faço das suas as minhas palavras. As pessoas pegam muito do pé do Roberto, sou muito fã dele também e percebo que ultimamente a imprensa fica "caçando" resquícios para queimar o Roberto.Ele é um ser humano com qualidades e defeitos, como todo mundo,mas com uma Obra arrebatadora! Foi e é inspiração para grande parte dos nossos grandes artistas que sempre regravam suas Músicas. De Marisa Monte á Chico Science, até o Jards Macalé disse numa entrevista que escreveu "Sem essa", pensando na interpratação do Roberto. Roberto é Foda!

Luca disse...

Roberto não é melhor nem pior que os outros mitos da mpb,talvez seja o único com coragem pra falar o que pensa

Denilson Santos disse...

Sou muito fã do Paulo César Araújo, desde o seu livro "Eu Não Sou Cachorro Não".

Fantástica a forma como ele "virou o jogo" contra o Rei RC.

abração,
Denilson

ZHenrique Miranda disse...

O Denílson pinçou bem.
Belíssima tacada do Paulo César.

PS: Prazer é meu, Mauro Silva.
Em tempos de Copa - homônimo de campeão do mundo.

Sergio disse...

"O juiz ameaçou fechar a editora". Essa história está mal contada. Nenhum juiz tem esse poder! Muito menos um juiz de primeira instância! Se por acaso ele perpetrasse esse absurdo, sua decisão seria facilmente reformada pela instância superior. Nenhum advogado se deixaria intimidar por esse tipo de bravata, caso tenha realmente ocorrido.
Sergio

ADEMAR AMANCIO disse...

Luca,o Roberto Carlos nunca representou a MPB,nem se Deus disser que sim.Eu só li a biografia porque foi proibida,e de graça na internet.O Rei e o Réu,pelo menos o título é ótimo.

ADEMAR AMANCIO disse...

A MPB nasceu dentro de um contexto intelectualizado.O QI do Roberto Carlos sempre esteve direcionado apenas ao Business.

Damião Costa disse...

Todos tem o direito a preservar a propria intimidade, depois que algo sai publicado mesmo sendo mentira na cabeça do povo é uma verdade eterna.Toberto está certíssimo em suas convicções.

Unknown disse...

Ademar ? O que é intelectualizado pra você ? O Top 10 dos críticos ? O Roberto é a base da MPB, ele foi gravado por Elis, Simonal,Marisa Monte, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Angela Maria, Cauby, Simone, Gal Costa,Titãns entre tantos outros e você escreve dizendo que ele nunca foi da MPB ?? Acho que você deveria se informar sobre a obra deste grande artista, se você não curte tudo bem, mas que ele tem o seu valor, certamente ele tem. Ah!!! Bethânia, Nara Leão, Lulu santos e Tereza Cristina,Leny Andrade fizeram cada um deles, um disco INTEIRO, só com músicas de Roberto e Erasmo. Os discos de 60 e 70, tem uma grande base de Rock, Funk,Soul e muita MPB, o Gilberto Gil disse em entrevista no Faustão que conheceu a Soul Music e o Funk através do Roberto e o RC7 na década de 60, quando ele ainda só olhava para Bossa Nova, e era muito conservador, o Roberto foi uma grande influência para o Gil abrir a mente para outros ritmos. Roberto é foda!

ADEMAR AMANCIO disse...

O Roberto Carlos sempre foi um cantor de música popular brasileira.A sigla MPB tem um conceito tão elevado que o pobre do Roberto nunca vai alcançar.A própria palavra rei tem uma conotação popularesca,na qual o ídolo capixaba se encaixa melhor que ninguém.O próprio biógrafo do Roberto disse que ele não canta MPB.A Bethânia gravou até Zezé di Camargo,e a Gal vai de Sullivan e Massadas,enquanto o Caetano ataca de Peninha.No mais,os fãs do Roberto Carlos não entendem e nem gostam da música mais sofisticada,na qual a MPB se enquadra.Nada contra o Roberto,eu cresci ouvindo o seu repertório,ele e a MPB legítima são tão distintos quanto a água e o fogo.

Unknown disse...

Ademar Amancio, Água e Fogo é a sua cabeça com tamanho preconceito,se você não curte o Roberto tudo bem, mas a realidade é outra. Não importa o que o biógrafo escreveu, a verdade é a trajetória do artista.Pois quem vendeu muitos discos foi o artista e não o biógrafo. Até o Chico Buarque regravou "Olha" do disco do Roberto de 1975, como é que ele não é da MPB? Roberto é a Base da MPB. Eu curto Hermeto Pascoal,João Gilberto, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos,Os Mutantes, Marcos Valle, Carlos Lyra,Caymmi e tantos outros e Amo o Roberto! O importante é a música bater no coração e alimentar a nossa alma e isso o Roberto faz á mais de 30 anos, claro que o néctar do seu trabalho esta em 60,70 e começo de 80, mas todo mundo é assim com os seus altos e baixos. Os artistas que você citou também fizeram músicas lindas: Michael Sullivan e Paulo Massadas(Gal-Um dia de Domingo)e Peninha (Caetano-Sozinho).Se você acha esses dois artistas inferiores a MPB, lembre-se do ditado sábio: " A beleza está nos olhos de quem vê ". Eu completaria: ...está nos olhos de quem sabe ver.

ADEMAR AMANCIO disse...

O Roberto Carlos é referência maior na formação da cultura sentimental,e sensibilidade estética do brasileiro médio.Ele só não é MPB. Peninha e Sullivan e Massadas tem músicas que eu gosto muito,mas não misturemos alhos com bugalhos.Eu vou ilustrar melhor o meu pensamento:O Villa Lobos também não representa a MPB.Abs.

Unknown disse...

Amigo, eu também adoro o saudoso e grande maestro Heitor Villa-Lobos,que muito me emociona com uma das Bachianas Brasileiras, No.2 "Trenzinho do Caipira". Ele é uma vertente pro modernismo do Brasil da época e contribuiu muito para a nossa música. A época dele é antes dos festivais,ele morreu em 1959. A sigla MPB surgiu com os festivais nos anos 60, onde Chico, Roberto, Caetano, Nara Leão, Edu Lobo, Gilberto Gil, Mutantes e muitos outros se consagraram naquele momento. É um outro periodo, você esta misturando tudo com muito pré-conceito e preconceito. Assista esses 2 videos bem curtos, onde os mestres (Chico, Marisa,Arnaldo Antunes,etc falam do Rei Roberto Carlos: ( http://www.youtube.com/watch?
v=zwVQZz4Tzyg ) outro video do Nelson Motta que produziu muitos discos de MPB, falando do Roberto ( http://www.youtube.com/watch?v=5xvWDkKrXYI ). Assista e entenda o valor histórico de um artista e não o que o biógrafo escreve, por isso que teve toda essa polêmica do "Procure saber". Roberto é foda!

Unknown disse...

Confirmando o endereço dos dois videos do Roberto:

Primeiro Video

https://www.youtube.com/watch?v=zwVQZz4Tzyg

Segundo Video

https://www.youtube.com/watch?v=5xvWDkKrXYI



ADEMAR AMANCIO disse...

O biógrafo do Roberto Carlos é seu fã declarado,ele só deixou claro aquilo que todos sabem.Quando um medalhão da MPB,ou qualquer intelectual elogia o rei da jovem guarda, é sempre por pena, é como um ato de caridade.Não seja bobo.Prefiro encerrar este debate,o editor do blog não merece tanto bla bla bla.

Unknown disse...

Por pena ? Eu é que tenho pena de você, O Chico Buarque na música "Paratodos" faz uma homenagem ao seu maestro Tom Jobim e a todos os outros mestres que ele tanto admira. Quase no fim da canção ele diz" Viva Erasmo,Ben,Roberto, Gil e Hermeto...Você acha que o Chico iria citar o Roberto Carlos em sua canção por pena ? A Marisa Monte iria regravar Roberto por pena ? A Nara Leão iria gravar um disco inteiro com músicas do Roberto por pena ? rsrsr.Não preciso dizer mais nada. O pior cego é aquele que NÃO quer ver. Graças á Deus eu posso ver,ouvir e discernir, não sigo nenhum crítico ou biógrafo :)

Adília Linhares disse...

Como faço pra ler o réu e o rei gratuitamente....adoro o Paulo César....