Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

'New' reapresenta o bom e velho McCartney com sutil toque de novidade

Resenha de CD
Título: New
Artista: Paul McCartney
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * 1/2

A capa fosforescente do primeiro álbum de inéditas de Paul McCartney em seis anos, New, pode até sinalizar o traço de novidade na discografia do cantor e compositor inglês que o título do álbum também sugere. Contudo, em essência, New reapresenta o bom e velho Beatle. E, claro, não há demérito algum nisso. As novidades na gravação da safra autoral são sutis, como o toque de trip-hop inserido em Appreciate, faixa de arquitetura electro-pop pilotada por Giles Martin, um dos quatro produtores arregimentados por McCartney para dar forma a um disco digno, cheio de energia, como ostenta o vibrante pop rock Save us - produzido por Paul Epworth (o parceiro da cantora inglesa Adele, para quem não liga o nome ao som) - alocado logo na abertura do CD, lançado no Brasil neste mês de novembro de 2013, com distribuição da Universal Music. Aos 71 anos, McCartney consegue repisar sua long road - evocada em faixas como I can't bet e Queenie eye (ambas perfeitamente cabíveis em qualquer disco lançado pelos Beatles após 1966) e também na música-título New, que tem ares de Penny Lane (John Lennon e Paul McCartney, 1967) - sem perder sua jovialidade. Nejamais soa como um disco velho. Soa - isso, sim - como um álbum de Paul McCartney, compositor hábil na criação de baladas e rocks de caráter atemporal. Early days (canção de aura folk e pulsação country), On my way to work (música de leveza pop), Hosanna (tema de arquitetura mais clássica e menos inspirada) e Get out of here (outra canção de aura folk) representam bem a seara das baladas. Já rocks como Everybody out there e Turned out lembram os tempos em que Paul era ainda um garoto, mas um garoto amado por todos que ouviam os Beatles e os Rolling Stones. A fonte da juventude ainda parece jorrar nos falsetes de Alligator, uma das faixas formatadas por Mark Ronson, produtor associado ao estouro da cantora inglesa Amy Winehouse (1983 - 2011). Verdade seja dita: mesmo com Paul cercado por produtores ligados a artistas da atualidade, New jamais entra em rota de colisão com o passado glorioso do Beatle. Ciente de sua eternidade no universo pop, McCartney resistiu à tentação de soar muderno. E é por isso que, mesmo sem ser exatamente novo, New vai ter (eterno) sabor de novidade para seus fãs.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

A capa fosforescente do primeiro álbum de inéditas de Paul McCartney em seis anos, New, pode até sinalizar o traço de novidade na discografia do cantor e compositor inglês que o título do álbum também sugere. Contudo, em essência, New reapresenta o bom e velho Beatle. E, claro, não há demérito algum nisso. As novidades na gravação da safra autoral são sutis, como o toque de trip-hop inserido em Appreciate, faixa de arquitetura electro-pop pilotada por Giles Martin, um dos quatro produtores arregimentados por McCartney para dar forma a um disco digno, cheio de energia, como ostenta o vibrante pop rock Save us - produzido por Paul Epworth (o parceiro da cantora inglesa Adele, para quem não liga o nome ao som) - alocado logo na abertura do CD, lançado no Brasil neste mês de novembro de 2013, com distribuição da Universal Music. Aos 71 anos, McCartney consegue repisar sua long road - evocada em faixas como I can't bet e Queenie eye (ambas perfeitamente cabíveis em qualquer disco lançado pelos Beatles após 1966) e também na música-título New, que tem ares de Penny Lane (John Lennon e Paul McCartney, 1967) - sem perder sua jovialidade. New jamais soa como um disco velho. Soa - isso, sim - como um álbum de Paul McCartney, compositor hábil na criação de baladas e rocks de caráter atemporal. Early days (canção de aura folk e pulsação country), On my way to work (música de leveza pop), Hosanna (tema de arquitetura mais clássica e menos inspirada) e Get out of here (outra canção de aura folk) representam bem a seara das baladas. Já rocks como Everybody out there e Turned out lembram os tempos em que Paul era ainda um garoto, mas um garoto amado por todos que ouviam os Beatles e os Rolling Stones. A fonte da juventude ainda parece jorrar nos falsetes de Alligator, uma das faixas formatadas por Mark Ronson, produtor associado ao estouro da cantora inglesa Amy Winehouse (1983 - 2011). Verdade seja dita: mesmo com Paul cercado por produtores ligados a artistas da atualidade, New jamais entra em rota de colisão com o passado glorioso do Beatle. Ciente de sua eternidade no universo pop, McCartney resistiu à tentação de soar muderno. E é por isso que, mesmo sem ser exatamente novo, New vai ter (eterno) sabor de novidade para seus fãs.