Mauro Ferreira no G1

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sábado, 24 de agosto de 2013

Nem produção de Sitek faz 'Planta' do CSS germinar com pop eletrônico

Resenha de CD
Título: Planta
Artista: CSS
Gravadora:  SQE Music
Cotação: * 1/2

Em seu terceiro álbum, La liberación (2011), o Cansei de Ser Sexy já tinha caminhado para um electro-pop-punk, distante das guitarras e da pegada roqueira do anterior Donkey (2008). Quarto álbum de estúdio da banda paulistana, o primeiro gravado após a ruidosa saída de Adriano Cintra (partida que reduziu o CSS a um quarteto feminino formado por Ana Rezende, Carolina Parra, Luiza Lovefoxxx e Luiza Sá), Planta sinaliza substancial perda de identidade no som do grupo, criado em 2003. Sob a produção hype de Dave Sitek, o CSS - desde sempre superestimado pela crítica do Brasil por conta de sua inusitada projeção internacional - investe num pop eletrônico sem alma, banal. São poucos os momentos em Planta que o atual CSS se conecta (de forma bem fugaz) com a banda que, para uma certa tribo, tinha valor por propor diversão e arte (mais diversão do que arte, a rigor). Hangover e Teenage tiger cat são alguns desses razoáveis momentos. Só que eles se revelam insuficientes para tornar Planta um disco minimamente bom. Músicas repetitivas como Honey, Into the sun (quase uma balada, mas moldada para as pistas), Girlfriend, The hangout (faixa que remete ao tecnopop à moda dos anos 80) e Sweet indicam que, mesmo que tivesse transcorrido na paz, a debandada de Adriano Cintra dissolveu a personalidade do CSS. Tudo soa limpo e burocrático no disco, que ao fim esboça clima sombrio em Faith in love. Nem a produção de Dave Sitek - especialmente perceptível em Dynamite, outro momento razoável do disco - consegue fazer Planta germinar.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Em seu terceiro álbum, La liberación (2011), o Cansei de Ser Sexy já tinha caminhado para um electro-pop-punk, distante das guitarras e da pegada roqueira do anterior Donkey (2008). Quarto álbum de estúdio da banda paulistana, o primeiro gravado após a ruidosa saída de Adriano Cintra (partida que reduziu o CSS a um quarteto feminino formado por Ana Rezende, Carolina Parra, Luiza Lovefoxxx e Luiza Sá), Planta sinaliza substancial perda de identidade no som do grupo, criado em 2003. Sob a produção hype de Dave Sitek, o CSS - desde sempre superestimado pela crítica do Brasil por conta de sua inusitada projeção internacional - investe num pop eletrônico sem alma, banal. São poucos os momentos em Planta que o atual CSS se conecta (de forma bem fugaz) com a banda que, para uma certa tribo, tinha valor por propor diversão e arte (mais diversão do que arte, a rigor). Hangover e Teenage tiger cat são alguns desses razoáveis momentos. Só que eles se revelam insuficientes para tornar Planta um disco minimamente bom. Músicas repetitivas como Honey, Into the sun (quase uma balada, mas moldada para as pistas), Girlfriend, The hangout (faixa que remete ao tecnopop à moda dos anos 80) e Sweet indicam que, mesmo que tivesse transcorrido na paz, a debandada de Adriano Cintra dissolveu a personalidade do CSS. Tudo soa limpo e burocrático no disco, que ao fim esboça clima sombrio em Faith in love. Nem a produção de Dave Sitek - especialmente perceptível em Dynamite, outro momento razoável do disco - consegue fazer Planta germinar.