Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Com Price, Pet Shop Boys reacendem chama do synth-pop em 'Electric'

Resenha de CD
Título: Electric
Artista: Pet Shop Boys
Gravadora: x2 / Sony Music
Cotação: * * * * 

É difícil ouvir a eletrizante Love is bourgeois construct (Chris Lowe, Neil Tennant e Henry Purcell) - destaque supremo entre as nove músicas do 12º álbum de estúdio dos Pet Shop Boys, Electric - sem se imaginar numa pista dos anos 80, década áurea do duo inglês de synth-pop. A música - que tem elementos de Chasing sheep is best left to shepherds (1984), tema feito pelo compositor britânico Michael Nyman com base em ária criada pelo também compositor britânico Henry Purcell (1659 - 1695) para a ópera Rei Arthur - se impõe como um clássico instantâneo da dupla. Após Elysium (2012), álbum introspectivo com clima de ressaca, os Pet Shop Boys se jogam novamente na pista e fazem a festa com vigor impensável para uma dupla que já está na estrada há 32 anos. Quem reacende a chama do electro-pop de Chris Lowe e Neil Tennant é Stuart Price, produtor de Electric, o primeiro álbum dos Boys por seu selo x2. Price - que pilotou o álbum, Confessions on a dance floor (2005), em que Madona voltou a ser Madonna - conduz a dupla por uma viagem excitante, repleta de referências à discografia do duo na década de 80, mas ainda assim atual, sem cheiro de mofo. Axis (Chris Lowe e Neil Tennant), com sua textura futurista e versos curtos, abre Electric quase como um tema instrumental, sinalizando a inspiração que se mantém ao longo do disco. Longe de soar gratuita, a conexão dos Boys com o rapper britânico Example em Thursday (Chris Lowe, Neil Tennant e Gleave) funciona e expande os horizontes do tecnopop dance do duo. Ousados, os Pet Shop Boys também jogam na sua pista tema politizado do compositor norte-americano Bruce Springsteen - The last to die, lançado por The Boss no álbum Magic (2007) - sobre o horror da Guerra do Vietnam. A letra indignada de Bruce está lá, mas imersa no universo da dupla, no qual cabe também house de tonalidade sombria, Fluorescent (Chris Lowe e Neil Tennant). Ao fim do disco, Vocal (Chris Lowe e Neil Tennant) - outro destaque imediato da safra robusta de Electric - celebra a música, a noite e as criaturas desse noite, público-alvo do som dos Pet Shop Boys, ora revigorados com este eletrizante disco feito sob a batuta de Price.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

É difícil ouvir a eletrizante Love is bourgeois construct (Chris Lowe, Neil Tennant e Henry Purcell) - destaque supremo entre as nove músicas do 12º álbum de estúdio dos Pet Shop Boys, Electric - sem se imaginar numa pista dos anos 80, década áurea do duo inglês de synth-pop. A música - que tem elementos de Chasing sheep is best left to shepherds (1984), tema feito pelo compositor britânico Michael Nyman com base em ária criada pelo também compositor britânico Henry Purcell (1659 - 1695) para a ópera Rei Arthur - se impõe como um clássico instantâneo da dupla. Após Elysium (2012), álbum introspectivo com clima de ressaca, os Pet Shop Boys se jogam novamente na pista e fazem a festa com vigor impensável para uma dupla que já está na estrada há 32 anos. Quem reacende a chama do electro-pop de Chris Lowe e Neil Tennant é Stuart Price, produtor de Electric, o primeiro álbum dos Boys por seu selo x2. Price - que pilotou o álbum, Confessions on a dance floor (2005), em que Madona voltou a ser Madonna - conduz a dupla por uma viagem excitante, repleta de referências à discografia do duo na década de 80, mas ainda assim atual, sem cheiro de mofo. Axis (Chris Lowe e Neil Tennant), com sua textura futurista e versos curtos, abre Electric quase como um tema instrumental, sinalizando a inspiração que se mantém ao longo do disco. Longe de soar gratuita, a conexão dos Boys com o rapper britânico Example em Thursday (Chris Lowe, Neil Tennant e Gleave) funciona e expande os horizontes do tecnopop dance do duo. Ousados, os Pet Shop Boys também jogam na sua pista tema politizado do compositor norte-americano Bruce Springsteen - The last to die, lançado por The Boss no álbum Magic (2007) - sobre o horror da Guerra do Vietnam. A letra indignada de Bruce está lá, mas imersa no universo da dupla, no qual cabe também house de tonalidade sombria, Fluorescent (Chris Lowe e Neil Tennant). Ao fim do disco, Vocal (Chris Lowe e Neil Tennant) - outro destaque imediato da safra robusta de Electric - celebra a música, a noite e as criaturas desse noite, público-alvo do som dos Pet Shop Boys, ora revigorados com este eletrizante disco feito sob a batuta de Price.

Vladimir disse...

Que bom saber disso!!! Pet Shop Boys continua fazendo música boa para os ouvidos até hoje!! Que continuem assim por muito mais tempo!!! Adoro!!

Obrigado, Mauro!! Vou comprar o disco!!

Abraço

Mauricio Marcel disse...

Maravilha! Pet Shop Boys revigorado pela batuta do Price! Ótimo CD!!!!!!!!!