Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sábado, 13 de agosto de 2011

Olivia se rende aos 'standards' e às cantoras no senhoril tributo 'Portraits'

Resenha de CD
Título: Portraits - A Tribute to Great Women of Song
Artista: Olivia Newton-John
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Embora já esteja prestes a completar 63 anos, em setembro de 2011, Olivia Newton-John permanece no imaginário de muitos brasileiros como a estrela adolescente do filme Grease (1979), campeão de bilheteria que sucedeu os embalos noturnos de John Travolta nos tempos das discotecas. Mas o fato é que a cantora e a atriz inglesa já é uma senhora. E é em tom senhoril que ela celebra 12 intérpretes nas 11 faixas de Portraits - A Tribute to Great Women of Song. Guiada pelo produtor Phil Ramone, Olivia se rende à fórmula dos standards que já revitalizou discografias de nomes como Rod Stewart e Barry Manilow, entre outros. A voz leve de Olivia ainda alcança boas notas na escala musical como a cantora mostra ao fim da regravação meramente correta de Cry me a River (Arthur Hamilton), pálido tributo a Julie London. Mas nem por isso ela mostra bossa suficiente para encarar How Insensitive (Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Norman Gimbel), a versão em inglês de Insensatez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), revisitada em louvor ao canto da brasileira Astrud Gilberto. Portraits se revela mais sedutor em Where Have All the Flowers Gone, bela lembrança do repertório de Joan Baez, evocada com dose exata de melancolia por Olivia na melhor faixa do disco. Outro bom momento é Anyone Who Had a Heart, o tema de Burt Bacharach e Hal David com o qual Olivia celebra Cilla Black, a cantora que inglesa que gravou a canção em 1966, anos depois do registro original de Dionne Warwick, reverenciada por Olivia através da regravação de Alfie, outro clássico de Burt Bacharach e Hal David, alocado ao fim de Portraits. Já Lovin' You (Minnie Ripperton e Richard Rudolph) soa como mero cover porque a cantora não alcança as notas agudas da imbatível gravação original da cantora norte-americana Minnie Ripperton (1947 - 1979). Da mesma forma, é impossível ouvir Rainy Days & Mondays (Roger Nichols e Paul Williams) sem comparar com o registro original da dupla Os Carpenters - e é óbvio que Karen Carpenter (1950 - 1983) leva a melhor. A voz suave de Olivia Newton-John parece mais talhada para a pueril How Glad I Am (Larry Harrison e Jimmy Williams), revivida em tributo a Nancy Wilson. Enfim, Portraits é um digno retrato do canto já senhoril de Olivia Newton-John.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Embora já esteja prestes a completar 63 anos, em setembro de 2011, Olivia Newton-John permanece no imaginário de muitos brasileiros como a estrela adolescente do filme Grease (1979), campeão de bilheteria que sucedeu os embalos noturnos de John Travolta nos tempos das discotecas. Mas o fato é que a cantora e a atriz inglesa já é uma senhora. E é em tom senhoril que ela celebra 12 intérpretes nas 11 faixas de Portraits - A Tribute to Great Women of Song. Guiada pelo produtor Phil Ramone, Olivia se rende à fórmula dos standards que já revitalizou discografias de nomes como Rod Stewart e Barry Manilow, entre outros. A voz leve de Olivia ainda alcança boas notas na escala musical como a cantora mostra ao fim da regravação meramente correta de Cry me a River (Arthur Hamilton), tributo a Julie London. Mas nem por isso ela mostra bossa suficiente para encarar How Insensitive (Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Norman Gimbel), a versão em inglês de Insensatez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), revisitada em louvor ao canto da brasileira Astrud Gilberto. Portraits se revela mais sedutor em Where Have All the Flowers Gone, bela lembrança do repertório de Joan Baez, evocada com dose exata de melancolia por Olivia na melhor faixa do disco. Outro bom momento é Anyone Who Had a Heart, o tema de Burt Bacharach e Hal David com o qual Olivia celebra Cilla Black, a cantora que inglesa que gravou a canção em 1966, anos depois do registro original de Dionne Warwick, reverenciada por Olivia através da regravação de Alfie, outro clássico de Burt Bacharach e Hal David, alocado ao fim de Portraits. Já Lovin' You (Minnie Ripperton e Richard Rudolph) soa como mero cover porque a cantora não alcança as notas agudas da imbatível gravação original da cantora norte-americana Minnie Ripperton (1947 - 1979). Da mesma forma, é impossível ouvir Rainy Days & Mondays (Roger Nichols e Paul Williams) sem comparar com o registro original da dupla Os Carpenters - e é óbvio que Karen Carpenter (1950 - 1983) leva a melhor. A voz suave de Olivia Newton-John parece mais talhada para a pueril How Glad I Am (Larry Harrison e Jimmy Williams), revivida em tributo a Nancy Wilson. Enfim, Portraits é um digno retrato do canto já senhoril de Olivia Newton-John.

Wallace Holanda disse...

Embora tenha interpretado no filme uma adolescente, ela já estava na casa dos 30. Hoje ela está já uma senhora, diga-se de passagem, uma senhora muito bonita.

Mário Amâncio de Azevedo disse...

Parabéns pelo bela e profunda matéria, realmente analisou corretamente o teor musical do grande trabalho da cantora que ainda encanta aos seus 63 anos. Esperamos mais a respeito da já imortal Newton John.