Mauro Ferreira no G1

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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Diálogo de Bárbara Eugenia com canção popular fica mais 'indie' no palco

Resenha de show
Título: É o que temos
Artista: Bárbara Eugenia (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro do Oi Futuro Ipanema (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 8 de fevereiro de 2014
Cotação: * * * 1/2

Cantora e compositora de origem fluminense, radicada em São Paulo (SP), Bárbara Eugenia deu salto em 2013 ao lançar sedutor segundo álbum, É o que temos (Oi Música), pontuado pelo refinado diálogo do repertório inédito e autoral da artista com a canção popular romântica de tonalidade sentimental. No show, tal diálogo perde certas sutilezas - como atesta o registro ao vivo de You wish, you get it (Bárbara Eugenia), joia pop que conserva o brilho das canções dos anos 1960 e que é lapidada com mais leveza no disco - sem deixar de evidenciar as muitas qualidades do trabalho. O que salta primeiro aos ouvidos é a inspiração do atual cancioneiro de Barbara. Canções como Coração (Bárbara Eugenia, 2013) caberiam perfeitamente no disco de cantoras populares como a carioca Diana - de cujo repertório, aliás, Bárbara revive com naturalidade no CD e no show Porque brigamos (1972), versão do compositor capixaba Rossini Pinto (1937 - 1985) para I am... I said (Neil Diamond, 1971). Só que no palco, tratado pela excelente banda formada por Astronauta Pinguim (no órgão e no theremim), Clayton Martin (bateria), Davi Bernardo (guitarra) e Jesus Sanchez (baixo), o repertório autoral de Barbara ganha outras texturas e tom mais indie do que pop. Com letra que reprocessa códigos da música popular sentimental, O peso dos erros (Bárbara Eugenia, 2013) é música envolta ao fim em camada psicodélica pelo theremim tocado por Astronauta Pinguim. Já Jusqu'a la mort (Barbara Eugenia, 2013) ganha o peso da guitarra de Davi Bernardo, em solo lancinante. Sem dispensar a afiada banda, mas com seu violão e com sua voz que se ajusta ao peso de suas canções, Barbara leva Sozinha, versão literal que fez de Me siento solo (2010), composição do cantor e compositor francês Adanowsky que se afina perfeitamente com o tom de É o que temos. Parceira de Pélico em Roupa suja (2013) e Não tenho medo da chuva e não fico só (2013), destaques do roteiro, Bárbara deixa impressão positiva em cena. Temos um bom show.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Cantora e compositora de origem fluminense, radicada em São Paulo (SP), Bárbara Eugenia deu salto em 2013 ao lançar sedutor segundo álbum, É o que temos (Oi Música), pontuado pelo refinado diálogo do repertório inédito e autoral da artista com a canção popular romântica de tonalidade sentimental. No show, tal diálogo perde certas sutilezas - como atesta o registro ao vivo de You wish, you get it (Bárbara Eugenia), joia pop que conserva o brilho das canções dos anos 1960 e que é lapidada com mais leveza no disco - sem deixar de evidenciar as muitas qualidades do trabalho. O que salta primeiro aos ouvidos é a inspiração do atual cancioneiro de Barbara. Canções como Coração (Bárbara Eugenia, 2013) caberiam perfeitamente no disco de cantoras populares como a carioca Diana - de cujo repertório, aliás, Bárbara revive com naturalidade no CD e no show Porque brigamos (1972), versão do compositor capixaba Rossini Pinto (1937 - 1985) para I am... I said (Neil Diamond, 1971). Só que no palco, tratado pela excelente banda formada por Astronauta Pinguim (no órgão e no theremim), Clayton Martin (bateria), Davi Bernardo (guitarra) e Jesus Sanchez (baixo), o repertório autoral de Barbara ganha outras texturas e tom mais indie do que pop. Com letra que reprocessa códigos da música popular sentimental, O peso dos erros (Bárbara Eugenia, 2013) é música envolta ao fim em camada psicodélica pelo theremim tocado por Astronauta Pinguim. Já Jusqu'a la mort (Barbara Eugenia, 2013) ganha o peso da guitarra de Davi Bernardo, em solo lancinante. Sem dispensar a afiada banda, mas com seu violão e com sua voz que se ajusta ao peso de suas canções, Barbara leva Sozinha, versão literal que fez de Me siento solo (2010), composição do cantor e compositor francês Adanowsky que se afina perfeitamente com o tom de É o que temos. Parceira de Pélico em Roupa suja (2013) e Não tenho medo da chuva e não fico só (2013), destaques do roteiro, Bárbara deixa impressão positiva em cena. Temos um bom show.