Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sábado, 30 de março de 2013

Picada de 'Mosquito', quarto disco do Yeah Yeah Yeahs, é suave e inócua

Resenha de CD
Título: Mosquito
Artista: Yeah Yeah Yeahs
Gravadora: Interscope Records
Cotação: * * 

Em 2009, o trio norte-americano Yeah Yeah Yeahs saiu da garagem e foi para pista ao lançar It's blitz, seu excelente terceiro álbum, hábil no cruzamento da pegada do indie-rock do grupo com a batida da dance music. Quatro anos depois, Karen O (voz e piano), Nick Zinner (guitarra e teclados) e Brian Chase (bateria) se preparam para lançar em 16 de abril de 2013 um quarto álbum, Mosquito, que soa bem menos sedutor do que seu antecessor. Um disco irregular com faixas de tom lo-fi como Always e Despair. Curiosamente, a dupla de produtores de Mosquito - o norte-americano Dave Sitek (do grupo TV On The Radio) e o inglês Nick Launay - é a mesma de It's blitz. Somente uma faixa, Buried live, teve a mão de James Murphy - mentor do desativado LCD Soundsystem - e esta música se diferencia no disco mais pela inserção do rap do norte-americano Kool Keith (que figura no CD sob seu codimone artístico Dr. Octagon) do que pela produção de Murphy. Faixa já apresentada em fevereiro, Sacrilege abre o disco com o vocal angelical de Karen O e adiciona ao indie rock do Yeah Yeah Yeahs um coro gospel que injeta vigor no tema. Na sequência, Subway introduz o tom lo-fi de parte do álbum em clima etéreo no qual se ambienta bem o vocal angelical de Karen O. Mosquito, a música-título, pousa com mais energia na batida do indie-rock, presente tambem em Slave, faixa na qual se ouve com mais nitidez o toque da guitarra de Nick Zinner. Já Under the earth  expõe batida de trip hop entre sons sintetizados de aura ora sexy, ora funky. These paths também tem um ar de trip hop enquanto Area 52 é rock sobre invasão de ETs. No fim, a climática Wedding song confirma a intenção do Yeah Yeah Yeahs de desacelerar os beats em Mosquito. Mas o mercado fonográfico está cheio de discos de boas intenções e resultado ruim. Além de suave, a picada de Mosquito é inócua. O efeito maior está na controversa capa do CD.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Em 2009, o trio norte-americano Yeah Yeah Yeahs saiu da garagem e foi para pista ao lançar It's blitz, seu excelente terceiro álbum, hábil no cruzamento da pegada do indie-rock do grupo com a batida da dance music. Quatro anos depois, Karen O (voz e piano), Nick Zinner (guitarra e teclados) e Brian Chase (bateria) se preparam para lançar em 16 de abril de 2013 um quarto álbum, Mosquito, que soa bem menos sedutor do que seu antecessor. Um disco irregular com faixas de tom lo-fi como Always e Despair. Curiosamente, a dupla de produtores de Mosquito - o norte-americano Dave Sitek (do grupo TV On The Radio) e o inglês Nick Launay - é a mesma de It's blitz. Somente uma faixa, Buried live, teve a mão de James Murphy - mentor do desativado LCD Soundsystem - e esta música se diferencia no disco mais pela inserção do rap do norte-americano Kool Keith (que figura no CD sob seu codimone artístico Dr. Octagon) do que pela produção de Murphy. Faixa já apresentada em fevereiro, Sacrilege abre o disco com o vocal angelical de Karen O e adiciona ao indie rock do Yeah Yeah Yeahs um coro gospel que injeta vigor no tema. Na sequência, Subway introduz o tom lo-fi de parte do álbum em clima etéreo no qual se ambienta bem o vocal angelical de Karen O. Mosquito, a música-título, pousa com mais energia na batida do indie-rock, presente tambem em Slave, faixa na qual se ouve com mais nitidez o toque da guitarra de Nick Zinner. Já Under the earth expõe batida de trip hop entre sons sintetizados de aura ora sexy, ora funky. These paths também tem um ar de trip hop enquanto Area 52 é rock sobre invasão de ETs. No fim, a climática Wedding song confirma a intenção do Yeah Yeah Yeahs de desacelerar os beats em Mosquito. Mas o mercado fonográfico está cheio de discos de boas intenções e resultado ruim. Além de suave, a picada de Mosquito é inócua. O efeito maior está na controversa capa do CD.