Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Familiar, Juju abre ala com 'Feliz da Vila' para saudar sua escola e seu pai

Resenha de CD
Título: Feliz da Vila
Artista: Juju Ferreirah
Gravadora: ZFM Records
Cotação: * * * 

Na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba. Juju Ferreirah também saiu ao seus e não degenerou neste primeiro disco de caráter familiar, Feliz da Vila, produzido por Wanderson Martins para o selo ZFM Records. Até então habituada ao posto lateral reservado às vocalistas, Juju vem para frente da cena, se posiciona sob os holofotes e abre alas para saudar sua escola Unidos de Vila Isabel e os 75 anos de seu pai, Martinho José Ferreira, também da Vila. O que justifica o dueto do criador com uma de suas criaturas no samba-enredo A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo - Água no feijão (Martinho da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Tunico da Vila) da última folia. Pai e filha repõem na avenida o samba que ajudou a Unidos de Vila Isabel a se sagrar campeã do Carnaval carioca neste ano de 2013. Tributos à escola e ao bairro carioca de Vila Isabel - onde está situada a agremiação azul e branca - são enfileirados na primeira metade desde CD conceitual, aberto com o samba-enredo Você semba de lá... que eu sambo cá - O canto livre de Angola (Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Arthur das Ferragens), enquanto a segunda metade concentra homenagens a Martinho. Juju surpreende ao tirar da cartola um samba obscuro, Cadeira vazia, em que mangueirense Cartola (1908 - 1980) e seu parceiro Nuno Velloso celebram a Vila e Martinho. Também desconhecido, mas menos raro por ter sido gravado por Martinho no álbum Martinho da Vila Isabel (1984), Fala mulato (Ataulfo Alves e Alcebíades Nogueira) também reverencia o bairro de Vila Isabel que gerou samba e que deu ao mundo Noel Rosa (1910 - 1937), o genial compositor carioca de quem Juju alinha Palpite infeliz (Noel Rosa), Três apitos (Noel Rosa) e Estrela da manhã (Noel Rosa e Ary Barroso) em medley. Nessa faixa, sobretudo em Palpite infeliz, a cantora adota registro vocal mais informal, à vontade, menos rigoroso, quase marrento. Mesmo sem ter na voz a graça e o charme pop do canto de sua irmã Mart'nália, Juju Ferreirah está em casa em Feliz da Vila. Canta inédita do pai (um samba feliz, A tal brisa da manhã, parceria de Martinho com o saudoso Luiz Carlos da Vila) e recebe seu filho rapper, MC JoohLipe, que discursa ao fim do medley que junta Agora é moda (Resposta da aba) (Serginho Tonelada e Dunga) e o sucesso Na aba (Paulinho da Aba, Nei Silva e Trambique), hit de Martinho em 1984. Aliás, a mistura de rap com samba gera um dos melhores momentos do disco (que soa um pouco repetitivo por jamais trair a sua intenção de reverenciar a Vila e Martinho). Trata-se de Martinho da Vila Isabel (Rappin' Hood, Paulinho Sampagode e Jotha Ehre), samba turbinado com o rap do paulista Rappin' Hood, que versa bonito sobre a obra do patriarca da casa de bamba. Outro trunfo do repertório conceitual é Zé Ferreira (Neoci e Jorge Aragão), contagiante samba de fundo de quintal que prepara o terreno para a entrada do nobre Monarco, convidado de Amigo Martinho, sua parceria com Ratinho, feita em tributo a Seu Ferreira. Enfim, Feliz da Vida é disco familiar que põe o canto de Jujuh Ferreirah em destaque na avenida, sem pretensões, para saudar seu clã e suas origens.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba. Juju Ferreirah também saiu ao seus e não degenerou neste primeiro disco de caráter familiar, Feliz da Vila, produzido por Wanderson Martins para o selo ZFM Records. Até então habituada ao posto lateral reservado às vocalistas, Juju vem para frente da cena, se posiciona sob os holofotes e abre alas para saudar sua escola Unidos de Vila Isabel e os 75 anos de seu pai, Martinho José Ferreira, também da Vila. O que justifica o dueto do criador com uma de suas criaturas no samba-enredo A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo - Água no feijão (Martinho da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Tunico da Vila) da última folia. Pai e filha repõem na avenida o samba que ajudou a Unidos de Vila Isabel a se sagrar campeã do Carnaval carioca neste ano de 2013. Tributos à escola e ao bairro carioca de Vila Isabel - onde está situada a agremiação azul e branca - são enfileirados na primeira metade desde CD conceitual, aberto com o samba-enredo Você semba de lá... que eu sambo cá - O canto livre de Angola (Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Arthur das Ferragens), enquanto a segunda metade concentra homenagens a Martinho. Juju surpreende ao tirar da cartola um samba obscuro, Cadeira vazia, em que mangueirense Cartola (1908 - 1980) e seu parceiro Nuno Velloso celebram a Vila e Martinho. Também desconhecido, mas menos raro por ter sido gravado por Martinho no álbum Martinho da Vila Isabel (1984), Fala mulato (Ataulfo Alves e Alcebíades Nogueira) também reverencia o bairro de Vila Isabel que gerou samba e que deu ao mundo Noel Rosa (1910 - 1937), o genial compositor carioca de quem Juju alinha Palpite infeliz (Noel Rosa), Três apitos (Noel Rosa) e Estrela da manhã (Noel Rosa e Ary Barroso) em medley. Nessa faixa, sobretudo em Palpite infeliz, a cantora adota registro vocal mais informal, à vontade, menos rigoroso, quase marrento. Mesmo sem ter na voz a graça e o charme pop do canto de sua irmã Mart'nália, Juju Ferreirah está em casa em Feliz da Vila. Canta inédita do pai (um samba feliz, A tal brisa da manhã, parceria de Martinho com o saudoso Luiz Carlos da Vila) e recebe seu filho rapper, MC JoohLipe, que discursa ao fim do medley que junta Agora é moda (Resposta da aba) (Serginho Tonelada e Dunga) e o sucesso Na aba (Paulinho da Aba, Nei Silva e Trambique), hit de Martinho em 1984. Aliás, a mistura de rap com samba gera um dos melhores momentos do disco (que soa um pouco repetitivo por jamais trair a sua intenção de reverenciar a Vila e Martinho). Trata-se de Martinho da Vila Isabel (Rappin' Hood, Paulinho Sampagode e Jotha Ehre), samba turbinado com o rap do paulista Rappin' Hood, que versa bonito sobre a obra do patriarca da casa de bamba. Outro trunfo do repertório conceitual é Zé Ferreira (Neoci e Jorge Aragão), contagiante samba de fundo de quintal que prepara o terreno para a entrada do nobre Monarco, convidado de Amigo Martinho, sua parceria com Ratinho, feita em tributo a Seu Ferreira. Enfim, Feliz da Vida é disco familiar que põe o canto de Jujuh Ferreirah em destaque na avenida, sem pretensões, para saudar seu clã e suas origens.

Douglas Carvalho disse...

Que maquiagem tenebrosa....

Eduardo Cáffaro disse...

kkkkk, não é maquiagem não, isso é photoshop mal feito. Pode ver que pegaram uma cor Salmão - e passaram por cima do rosto dela, até na raiz dos cabelos, alterou a cor. repare em cima das sobrancelhas tem a cor original do rosto que é a mesma do braço. Que trabalho de porco que fizeram com a foto da moça, coitada. Do cd, só ouvi trecho de 2 faixas. Parece que está bem bonito. Mas a capa ta de chorar heim.