Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Mayer encontra ótimo refúgio na pegada country/folk de 'Paradise valley'

Resenha de CD
Título: Paradise valley
Artista: John Mayer
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * *

Sexto álbum de estúdio de John Mayer, Paradise valley transita basicamente pelo universo country sem se desviar da trilha folk de seu antecessor Born and raised (2011). A julgar pela beleza de músicas autorais como I will be found (Lost at sea), On the way home e Wildfire, tal incursão pelo country se revela inspiradora, reafirmando o talento plural deste cantor e compositor norte-americano que já enveredou com a mesma inspiração pelo rock e pelo blues. Paradise valley é disco de letras densas e expressivas, sendo que a de Paper doll seria recado indireto à cantora e compositora norte-americana de pop country Taylor Swift, ex-namorada de Mayer. A atual - a também cantora e compositora norte-americana Katy Perry - faz dueto romântico com o cantor em Who you love, terna música assinada por Perry com Mayer e vocacionada para as paradas. Essencialmente inédito e autoral, o repertório concilia temas de tonalidade folk, como Waitin' on the day, com músicas bem enraizadas na tradição country, caso de You're no one 'til someone let you down, sem perder a unidade. Contudo, a nova conexão de Mayer com o cantor e compositor norte-americano Frank Ocean - convidado de Wildfire, música de Christopher Breaux que nada tem a ver com a composição homônima de Mayer que abre o disco - surte efeito menor do que a participação de Mayer em Pyramids, faixa que se destacou no primeiro álbum de Ocean, Channel orange (2012). Em contrapartida, a única regravação de Paradise valley resulta interessante. Mayer desconstruiu o blues Call me the breeze - lançado por seu compositor J. J. Cale em álbum de 1972 e regravado com sucesso pelo grupo norte-americano de rock Lynyrd Skynyrd em seu álbum Second helping (1974) - e o inseriu com naturalidade no universo country/folk de Paradise valley. Universo no qual Mayer expia a saudade de paixão juvenil em Dear Marie, outro trunfo de ótimo disco que mostra que o artista - já recuperado de granuloma na garganta que ameaçou sua carreira de cantor e certamente influenciou as reflexões do CD - se harmonizou em paraíso particular.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Sexto álbum de estúdio de John Mayer, Paradise valley transita basicamente pelo universo country sem se desviar da trilha folk de seu antecessor Born and raised (2011). A julgar pela beleza de músicas autorais como I will be found (Lost at sea), On the way home e Wildfire, tal incursão pelo country se revela inspiradora, reafirmando o talento plural deste cantor e compositor norte-americano que já enveredou com a mesma inspiração pelo rock e pelo blues. Paradise valley é disco de letras densas e expressivas, sendo que a de Paper doll seria recado indireto à cantora e compositora norte-americana de pop country Taylor Swift, ex-namorada de Mayer. A atual - a também cantora e compositora norte-americana Katy Perry - faz dueto romântico com o cantor em Who you love, terna música assinada por Perry com Mayer e vocacionada para as paradas. Essencialmente inédito e autoral, o repertório concilia temas de tonalidade folk, como Waitin' on the day, com músicas bem enraizadas na tradição country, caso de You're no one 'til someone let you down, sem perder a unidade. Contudo, a nova conexão de Mayer com o cantor e compositor norte-americano Frank Ocean - convidado de Wildfire, música de Christopher Breaux que nada tem a ver com a composição homônima de Mayer que abre o disco - surte efeito menor do que a participação de Mayer em Pyramids, faixa que se destacou no primeiro álbum de Ocean, Channel orange (2012). Em contrapartida, a única regravação de Paradise valley resulta interessante. Mayer desconstruiu o blues Call me the breeze - lançado por seu compositor J. J. Cale em álbum de 1972 e regravado com sucesso pelo grupo norte-americano de rock Lynyrd Skynyrd em seu álbum Second helping (1974) - e o inseriu com naturalidade no universo country/folk de Paradise valley. Universo no qual Mayer expia a saudade de paixão juvenil em Dear Marie, outro trunfo de ótimo disco que mostra que o artista - já recuperado de granuloma na garganta que ameaçou sua carreira de cantor e certamente influenciou as reflexões do CD - se harmonizou em paraíso particular.