Mauro Ferreira no G1

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domingo, 30 de outubro de 2011

Pioneiro disco independente brasileiro, de 1958, é reeditado após 53 anos

Em 1958, o compositor mineiro Pacífico Mascarenhas bancou por sua própria conta e risco a produção e a gravação do álbum Um Passeio Musical, no qual Paulinho e seu Conjunto apresentam 14 temas compostos por Pacífico. Gravado no estúdio da Companhia Brasileira de Discos, no Rio de Janeiro (RJ), o disco teve prensadas na sequência 880 cópias que tiveram saída e repercussão restrita a Belo Horizonte (MG). É este pioneiro disco independente que, decorridos 53 anos, ganha reedição pelo selo carioca Discobertas. Alguns anos após editar à sua maneira o álbum Um Passeio Musical, Pacífico liderou na década de 60 o conjunto Sambacana.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em 1958, o compositor mineiro Pacífico Mascarenhas bancou por sua própria conta e risco a produção e a gravação do álbum Um Passeio Musical, no qual Paulinho e seu Conjunto apresentam 14 temas compostos por Pacífico. Gravado no estúdio da Companhia Brasileira de Discos, no Rio de Janeiro (RJ), o disco teve prensadas na sequência 880 cópias que tiveram saída e repercussão restrita a Belo Horizonte (MG). É este pioneiro disco independente que, decorridos 53 anos, ganha reedição pelo selo carioca Discobertas. Alguns anos após editar à sua maneira o álbum Um Passeio Musical, Pacífico liderou na década de 60 o conjunto Sambacana.

Rafael disse...

Mauro, você nada falou sobre a qualidade do disco, se é bom, ruim, bem produzido, se a qualidade sonora está boa ou não, daí você me complica. Como vou me interessar a comprar esse disco se não sei o básico dele, que é a qualidade artísitica e sonora? Deveria refazer essa sua crítica, acrescentando mais coisas, como as que eu citei logo mais acima.

Rafael disse...

Consegui achar a declaração do próprio Pacífico Mascarenhas sobre o lançamento desse disco... Segue abaixo nas palavras dele:

"Sem querer, acabei fazendo o primeiro disco independente do Brasil, com translado de BH - Rio, aluguel de estúdio, despesas de hotel, confecção de 1000 LP’s, tudo por minha conta. Era 1958, e eu, aos 23 anos, compunha músicas românticas para cantarem serenatas e reuniões musicais, em ritmo de fox- trot e samba-canção. De Belo Horizonte fomos para o Rio de Janeiro de trem de ferro, pela Central do Brasil, com o cantor Gilberto Santana. Já no estúdio para a gravação, nosso baterista Dario ficou bastante nervoso em frente aos microfones e quase foi substituído pór um funcionário do escritório daquela empresa chama o Armando Pittigliani, sobrinho do proprietário da companhia e que mais tarde tornou-se diretor geral da mesma. Fui apresentado a um jornalista da Rádio Mayrink Veiga, Ricardo Galeno, que escreveu a contra-capa. Para prensar a fita em LP, fui indicado ao Sr. Edel Ney, que tinha uma empresa do ramo. Fiz uma encomenda de 1000 LPs, mas foram fabricadas apenas 880 unidades. O disco foi distribuído nas rádios de BH e, em determinado dia, após a "Hora do Brasil", todas as emissoras tocaram, ao mesmo tempo, todo o LP. O disco passou a ser o mais tocado nas rádios locais, e a loja Sérgio Luiz Discos, vendedora exclusiva, vendeu todos os LPs em uma semana. Ao saber desse acontecimento, o proprietário da gravadora RGE (Scatena) interessou-se em continuar produzindo o LP para vendê-lo, mas não levei adiante sua proposta... Alguns anos depois, fiquei sabendo que tinha feito o primeiro disco independente do Brasil."