Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Pop convencional dilui os méritos do Foster The People em 'Supermodel'

Resenha de CD
Título: Supermodel
Artista: Foster The People
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * 1/2

Passado o momento hype em torno do Foster The People, a banda indie norte-americana tenta prolongar seus 15 minutos de fama - iniciados em setembro de 2010, quando o single digital Pumped up kicks virou hit na web - com a edição do segundo álbum. Recém-lançado no Brasil via Sony Music, Supermodel sucede Torches (2011), álbum que manteve alta a cotação do grupo no mercado comum da música. Embora o som dançante de Torches ecoe de cara em Are you want you want to be?, música que abre Supermodel, o Foster The People não clonou seu álbum anterior. A dose de eletrônica foi diminuída em favor de sons mais analógicos - sendo às vezes até suprimida, como em Fire escape (balada cool de temática social que fecha o disco como estranha no ninho pop rock de Supermodel)  e Goast in trees (tema folk de molde acústico). Outra diferença diz respeito às letras - ora bem mais densas, introspectivas e confessionais. E, nessa parte, a evolução do grupo fica mais nítida quando se confronta os versos de Supermodel com os de Torches. Mas é pena que essa evolução seja diluída pelo convencional som de pop rock ouvido ao longo das onze músicas do álbum. Há faixas realmente empolgantes, casos de Nevermind e Coming of age. Contudo, o Foster The People já soa musicalmente com fôlego curto na maior parte desse álbum gravado entre Estados Unidos, Inglaterra e Marrocos com produção dividida entre Paul Epworth e Mark Foster. Se o coro meio sacro que introduz The angelic welcome of Mr. Jones soa déjà vu, o refrão de Best friend parece ecoar de algum lugar do passado do universo pop roqueiro. Passado o hype em torno da banda, Supermodel sinaliza que os 15 minutos do Foster The People podem estar perto do fim.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Passado o momento hype em torno do Foster The People, a banda indie norte-americana tenta prolongar seus 15 minutos de fama - iniciados em setembro de 2010, quando o single digital Pumped up kicks virou hit na web - com a edição do segundo álbum. Recém-lançado no Brasil via Sony Music, Supermodel sucede Torches (2011), álbum que manteve alta a cotação do grupo no mercado comum da música. Embora o som dançante de Torches ecoe de cara em Are you want you want to be?, música que abre Supermodel, o Foster The People não clonou seu álbum anterior. A dose de eletrônica foi diminuída em favor de sons mais analógicos - sendo às vezes até suprimida, como em Fire escape (balada cool de temática social que fecha o disco como estranha no ninho pop rock de Supermodel) e Goast in trees (tema folk de molde acústico). Outra diferença diz respeito às letras - ora bem mais densas, introspectivas e confessionais. E, nessa parte, a evolução do grupo fica mais nítida quando se confronta os versos de Supermodel com os de Torches. Mas é pena que essa evolução seja diluída pelo convencional som de pop rock ouvido ao longo das onze músicas do álbum. Há faixas realmente empolgantes, casos de Nevermind e Coming of age. Contudo, o Foster The People já soa musicalmente com fôlego curto na maior parte desse álbum gravado entre Estados Unidos, Inglaterra e Marrocos com produção dividida entre Paul Epworth e Mark Foster. Se o coro meio sacro que introduz The angelic welcome of Mr. Jones soa déjà vu, o refrão de Best friend parece ecoar de algum lugar do passado do universo pop roqueiro. Passado o hype em torno da banda, Supermodel sinaliza que os 15 minutos do Foster The People podem estar perto do fim.