Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 8 de abril de 2014

Imune aos vícios do mercado, Diogo Poças brilha cool no segundo álbum

Resenha de CD
Título: Imune
Artista: Diogo Poças
Gravadora: Favelinha Records
Cotação: * * * 1/2
Disco disponível para download gratuito e legalizado no site A musicoteca

Diogo Poças era para ter sido a bola da vez em 2009 com o lançamento de seu primeiro álbum, Tempo. Um contrato com a Warner Music (com promessa de alto investimento da gravadora), o fato de ser irmão da cantora e compositora paulista Céu (incensada na época por seu segundo álbum, Vagarosa) e a pinta de galã configuravam um cenário favorável para o universo pop se ajoelhar aos pés do cantor e compositor paulistano. Contudo, talvez pela falta de persistência da gravadora, Diogo Poças não aconteceu, ainda que Tempo tenha revelado um artista chique, de natureza cool. O tempo passou e, cinco anos depois, Poças reaparece no mercado com um segundo álbum igualmente interessante, embebido na mesma atmosfera cool de seu antecessor. Com refinamento harmônico, efeito da produção de Leonardo Mendes, Poças volta ao disco imune aos vícios do mercado. Imune se alinha com Tempo, inclusive por conta da forma elegante como Diogo cai no samba em Senhora rainha e em Feitiço da Vila Madalena, parcerias do artista com seu pai, o compositor e publicitário Edgard Poças (a título de curiosidade, mentor do grupo infantil A Turma do Balão Mágico, um dos recordistas de vendas do mercado fonográfico nos anos 1980). Como o título do samba já sugere, Feitiço da Vila Madalena é diálogo travado de forma inteligente com Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico, 1934), um dos clássicos do compositor carioca Noel Rosa (1910 - 1937). Dentro do tempo de delicadeza que pauta o disco, Imune apresenta belo samba-canção (Folia, parceria de Luisa Maita com Daniel Taubkin, gravada por Diogo com a participação de Maita), singelo acalanto (Nina, de versos de natureza pueril, plenamente justificada pela expressão do amor do compositor Edgard Poças pelo anjinho bebê que batiza o tema) e parceria dos compositores baianos Roberto Mendes e Jota Velloso (O perdão, primeira das nove músicas do coeso álbum). Faixa já disponibilizada na web em fevereiro de 2104, a música-título Imune - gravada por Diogo com a mana Céu - é estilizado samba de gafieira que deu a pista certeira do tom sofisticado do álbum. Com Danilo Moraes, Céu assina Mais um lamento, outra música de disco que alcança pico de sedução no canto sussurrado de Pra ser amor, parceria de Diogo com o violoncelista Yaniel Matos, que toca na faixa. Imune prova que o tempo fez bem a Diogo Poças.

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Diogo Poças era para ter sido a bola da vez em 2009 com o lançamento de seu primeiro álbum, Tempo. Um contrato com a Warner Music (com promessa de alto investimento da gravadora), o fato de ser irmão da cantora e compositora paulista Céu (incensada na época por seu segundo álbum, Vagarosa) e a pinta de galã configuravam um cenário favorável para o universo pop se ajoelhar aos pés do cantor e compositor paulistano. Contudo, talvez pela falta de persistência da gravadora, Diogo Poças não aconteceu, ainda que Tempo tenha revelado um artista chique, de natureza cool. O tempo passou e, cinco anos depois, Poças reaparece no mercado com um segundo álbum igualmente interessante, embebido na mesma atmosfera cool de seu antecessor. Com refinamento harmônico, efeito da produção de Leonardo Mendes, Poças volta ao disco imune aos vícios do mercado. Imune se alinha com Tempo, inclusive por conta da forma elegante como Diogo cai no samba em Senhora rainha e em Feitiço da Vila Madalena, parcerias do artista com seu pai, o compositor e publicitário Edgard Poças (a título de curiosidade, mentor do grupo infantil A Turma do Balão Mágico, um dos recordistas de vendas do mercado fonográfico nos anos 1980). Como o título do samba já sugere, Feitiço da Vila Madalena é diálogo travado de forma inteligente com Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico, 1934), um dos clássicos do compositor carioca Noel Rosa (1910 - 1937). Dentro do tempo de delicadeza que pauta o disco, Imune apresenta belo samba-canção (Folia, parceria de Luisa Maita com Daniel Taubkin, gravada por Diogo com a participação de Maita), singelo acalanto (Nina, de versos de natureza pueril, plenamente justificada pela expressão do amor do compositor Edgard Poças pelo anjinho bebê que batiza o tema) e parceria dos compositores baianos Roberto Mendes e Jota Velloso (O perdão, primeira das nove músicas do coeso álbum). Faixa já disponibilizada na web em fevereiro de 2104, a música-título Imune - gravada por Diogo com a mana Céu - é estilizado samba de gafieira que deu a pista certeira do tom sofisticado do álbum. Com Danilo Moraes, Céu assina Mais um lamento, outra música de disco que alcança pico de sedução no canto sussurrado de Pra ser amor, parceria de Diogo com o violoncelista Yaniel Matos, que toca na faixa. Imune prova que o tempo fez bem a Diogo Poças.

Rafael disse...

O disco está disponível para download gratuito pelo próprio artista no site "A Musicoteca".

Victor Moraes, disse...

Baixei no dia do lançamento. Achei interessantíssimo. Me pareceu um CD bem cuidadoso e redondo. A faixa "Imune" é a parte mais radiofônica que o disco pode alcançar. Um cool quase som ambiente nas demais canções. Mas arranjos tão cuidadosos que faz parecer que o Poças ficou esses cinco anos inteiros trabalhando nessas músicas. "Mais um lamento", uma das melhores, ainda me lembra a versão ímpar de Céu. Pra quem escutou muito o CD de estréia da Céu, fica aguardando a hora que ela vai aparecer e cantar - o que é um pouco estranho.
Ouvi primeiro a faixa Imune, por váárias dias, e quando o disco saiu o tom cool deu um susto. Parece que Imune (faixa) pairou no ar diante das demais. Mas tá tão belo que quando o rápido disco acaba, a gente fica um pouco órfão da beleza das músicas.

Rubens Lisboa disse...

Muito legal mesmo!

Unknown disse...

Um artista muito bom , um cd viciante e o show dele é incrível