Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Freire canta 'causos' do grande sertão no toque da viola em 'Alto grande'

Ao ler o livro Grande sertão: Veredas (1956), obra-prima do escritor mineiro Guimarães Rosa (1908 - 1967), o então aspirante a jornalista Paulo Freire resolveu morar em Urucuia, no sertão das Geraes. Lá, começou a tocar viola, instrumento que lhe daria projeção no meio musical. Alto Grande - o CD ora lançado pelo compositor e músico paulista, através do selo Vai Ouvindo, neste segundo semestre de 2013 - é álbum entranhado no grande sertão mineiro. A ponto de a música que dá título ao disco, Alto Grande (Paulo Freire), se referir ao local do sertão mineiro onde as mulheres esperavam os maridos que haviam partido nas comitivas de gado. No CD, Freire canta causos no belo toque de sua viola, sob a influência desse universo ruralista. Contudo, o artista se embrenha por esse sertão brasileiro sem xenofobia ou ranço folclórico. Tanto que o repertório concilia tema em tributo ao trompetista e cantor norte-americano de jazz Chet Baker (1929 - 1988) - celebrado na faixa Pintando o Chet na viola (Paulo Freire) - com regravação de A cobra e a onça, música da lavra de Manoel de Oliveira, o violeiro e compositor mineiro conhecido pelo nome artístico de Seu Manelim e nascido em Ucruia, região-musa inspiradora das veredas de Guimarães Rosa. Fora do grande sertão, Freire dá voz a Bom dia, parceria com Swami Jr lançada por Zizi Possi no CD Valsa brasileira (1994).

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Ao ler o livro Grande sertão: Veredas (1956), obra-prima do escritor mineiro Guimarães Rosa (1908 - 1967), o então aspirante a jornalista Paulo Freire resolveu morar em Urucuia, no sertão das Geraes. Lá, começou a tocar viola, instrumento que lhe daria projeção no meio musical. Alto Grande - o CD ora lançado pelo compositor e músico paulista, através do selo Vai Ouvindo, neste segundo semestre de 2013 - é álbum entranhado no grande sertão mineiro. A ponto de a música que dá título ao disco, Alto Grande (Paulo Freire), se referir ao local do sertão mineiro onde as mulheres esperavam os maridos que haviam partido nas comitivas de gado. No CD, Freire canta causos no belo toque de sua viola, sob a influência desse universo ruralista. Contudo, o artista se embrenha por esse sertão brasileiro sem xenofobia ou ranço folclórico. Tanto que o repertório concilia tema em tributo ao trompetista e cantor norte-americano de jazz Chet Baker (1929 - 1988) - celebrado na faixa Pintando o Chet na viola (Paulo Freire) - com regravação de A cobra e a onça, música da lavra de Manoel de Oliveira, o violeiro e compositor mineiro conhecido pelo nome artístico de Seu Manelim e nascido em Ucruia, região-musa inspiradora das veredas de Guimarães Rosa. Fora do grande sertão, Freire dá voz a Bom dia, parceria com Swami Jr lançada por Zizi Possi no CD Valsa brasileira (1994).