Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 20 de setembro de 2011

No palco, barco de MoMo se movimenta mais forte em direção a Camelo

Resenha de show
Título: Serenade of a Sailor
Artista: MoMo (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Solar de Botafogo (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 19 de setembro de 2011
Cotação: * * * 1/2

Terceiro álbum de MoMo, Serenade of a Sailor é um dos melhores discos de 2011. A bordo com seu violão, o cantor e compositor carioca Marcelo Frota apresenta uma pungente serenata marítima, imerso nas águas da solidão. O movimento introspectivo de seu barco levou o artista para um porto em que se identifica a influência de Marcelo Camelo na construção e na formatação das melodias. Tal sensação - inexistente nos dois primeiros álbuns de MoMo, A Estética do Rabisco (2006) e Buscador (2008) - emergiu com mais força no palco do teatro Solar de Botafogo, onde o artista estreou o show de lançamento de Serenade of a Sailor na noite de segunda-feira, 19 de setembro de 2011. Até porque a expressão opaca de ambos os artistas em cena é similar. Ainda assim, por mais que os ecos de Camelo soem fortes na cena de MoMo, salta aos ouvidos a grande inspiração melódica deste marujo solitário que navega melancolicamente por temas como Pescador, Blue Bird e Shining Star (em dueto gracioso com Karina Zeviani, não por acaso repetido no bis). São três músicas da lavra solitária de Marcelo Frota, as três lindas de doer e, por isso mesmo, destaques inevitáveis do roteiro de show urdido com capricho e delicadeza já perceptíveis nos barquinhos de papel que circundam o palco. Da primeira (O Morro, parceria de MoMo com Caetano Malta) à última música do show (Tenho que Seguir, tema somente de Forta que abre o disco), Serenade of a Sailor faz a travessia do palco com certa linearidade pelo elo conceitual do repertório. Em cena, a guitarra de Caetano Malta conduz Barco (Marcelo Frota) com mais peso. Há naturalmente mais sutilezas nos arranjos do disco. No show, o barco de MoMo se movimenta em sintonia somente com um trio de baixo (o de Gilberto Fortes), guitarra (a de Malta) e bateria (a de Bruno Braggion). Tanto que a entrada de Karina Zeviani em cena para cantar Shining Star deu brilho especial à música e à apresentação como um todo. O dueto somente não foi perfeito porque, ao ser repetido no bis, Zeviani fez uns comentários bobos, na tentativa vã de soar engraçada. Graciosa, de fato, foi a citação de I Just Called to Say I Love You (Stevie Wonder) ao fim de Madeleine (Marcelo Frota e Caetano Malta), sopro de leveza que afasta momentamente o barco de MoMo do porto da melancolia, no qual ele se atracou com grande inspiração melódica em disco que já tem lugar garantido na lista de melhores do ano. A serenata do marujo é bela.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Terceiro álbum de MoMo, Serenade of a Sailor é um dos melhores discos de 2011. A bordo com seu violão, o cantor e compositor carioca Marcelo Frota apresenta bela serenata marítima, imerso nas águas da solidão. O movimento introspectivo de seu barco levou o artista para um porto em que se identifica a influência de Marcelo Camelo na construção e na formatação das melodias. Tal sensação - inexistente nos dois primeiros álbuns de MoMo, A Estética do Rabisco (2006) e Buscador (2008) - emergiu com mais força no palco do teatro Solar de Botafogo, onde o artista estreou o show de lançamento de Serenade of a Sailor na noite de segunda-feira, 19 de setembro de 2011. Até porque a expressão opaca de ambos os artistas em cena é similar. Ainda assim, por mais que os ecos de Camelo soem fortes na cena de MoMo, salta aos ouvidos a grande inspiração melódica deste marujo solitário que navega melancolicamente por temas como Pescador, Blue Bird e Shining Star (em dueto gracioso com Karina Zeviani, não por acaso repetido no bis). São três músicas da lavra solitária de Marcelo Frota, as três lindas de doer e, por isso mesmo, destaques inevitáveis do roteiro de show urdido com capricho e delicadeza já perceptíveis nos barquinhos de papel que circundam o palco. Da primeira (O Morro, parceria de MoMo com Caetano Malta) à última música do show (Tenho que Seguir, tema somente de Forta que abre o disco), Serenade of a Sailor faz a travessia do palco com certa linearidade pelo elo conceitual do repertório. Em cena, a guitarra de Caetano Malta conduz Barco (Marcelo Frota) com mais peso. Há naturalmente mais sutilezas nos arranjos do disco. No show, o barco de MoMo se movimenta em sintonia somente com um trio de baixo (o de Gilberto Fortes), guitarra (a de Malta) e bateria (a de Bruno Braggion). Tanto que a entrada de Karina Zeviani em cena para cantar Shining Star deu brilho especial à música e à apresentação como um todo. O dueto somente não foi perfeito porque, ao ser repetido no bis, Zeviani fez uns comentários bobos, na tentativa vã de soar engraçada. Graciosa, de fato, foi a citação de I Just Called to Say I Love You (Stevie Wonder) ao fim de Madeleine (Marcelo Frota e Caetano Malta), sopro de leveza que afasta momentamente o barco de MoMo do porto da melancolia, no qual ele se atracou com grande inspiração melódica em disco que já tem lugar garantido na lista de melhores do ano. A serenata do marujo é bela.

Luca disse...

nem todo mundo que tem o dom da música nasceu para estar no palco

Vitor disse...

acho esse nome artistisco que ele usa de péssimo gosto. Acho que mais atrapalha do q ajuda seu trabalho