Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sábado, 28 de dezembro de 2013

'Swings both ways' cresce quando Robbie Williams cai de fato no 'swing'

Resenha de CD
Título: Swings both ways
Artista: Robbie Williams
Gravadora: Island Records / Universal Music
Cotação: * * *

Há doze anos, Robbie Williams caiu bem no suingue da era do swing em seu quarto álbum solo, Swing when you're winning (2001). Ação repetida pelo cantor e compositor britânico em seu décimo álbum de estúdio, Swing both ways, talvez pelo fato de seu disco anterior, Take the crown (2012), ter sinalizado a exaustão da fórmula pop de Williams. Projeto de menor risco, Swing both ways resulta bom, ainda que não reedite todo o brilho do álbum de 2001. No atual disco, o astro inglês se cerca de convidados estelares (Kelly Clarkson, Lily Allen, Michael Bublé, Olly Murs e Rufus Wainwright) e se reencontra com o produtor Guy Chambers, com quem não fazia um álbum inteiro desde Escapology (2002). Além de pilotar o disco, Chambers é parceiro de Williams e do cantor e compositor norte-americano Rufus Wainwright na música-título Swing both ways, faixa na qual figura Rufus, artista de alma vintage. Com Chris Heath, Chambers e Williams também assinam músicas como Shine my shoes e Go gentle. Alocadas como as duas primeiras faixas do disco, ambas as músicas já explicitam o tom quente de parte do álbum, cuja temperatura é elevada por conta dos metais em brasa que turbinam as músicas que evocam a era do swing. Há também baladas que diminuem o pique do disco, mesmo com toda a ternura que há na abordagem de Little green apples (Bobby Russell), canção country de 1968, revivida pelo cantor em gracioso dueto com uma contida Kelly Clarkson em regravação que resulta mais satisfatória do que a de If I only had a brain (Harold Arlen e Edgar Yipsel Harburg), tema do filme musical O mágico do Oz (1939) que já ganhou registros mais sedutores. Mesmo ao lado de Lily Allen, Williams tampouco faz algo por Dream a little dream of me (Fabian Andre, Wilbur Schwandt e Gus Khan, 1931). Em contrapartida, a temperatura sobe no pique veloz de Soda pop (Robbie Williams, Kelvin Andrews, Scott Ralph, Rich Scott e Danny Spencer), música que marca o encontro do cantor inglês com seu colega canadense Michael Bublé, crooner que cai no suinge do swing com a habitual habilidade. No fim, No one likes a fat pop star (Chris Heath, Guy Chambers e Robbie Williams) fecha Swing both ways com acidez e em tom operístico, fora do conceito de um álbum que tem seus melhores momentos quando Robbie Williams se deixa realmente levar pelo ritmo contagiante do swing.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Há doze anos, Robbie Williams caiu no suingue da era do swing em seu terceiro álbum solo, Swing when you're winning (2001). Ação repetida pelo cantor e compositor britânico em seu décimo álbum de estúdio, Swing both ways, talvez pelo fato de seu disco anterior, Take the crown (2012), ter sinalizado a exaustão da fórmula pop de Williams. Projeto de menor risco, Swing both ways resulta bom, ainda que não reedite todo o brilho do álbum de 2001. No atual disco, o astro inglês se cerca de convidados estelares (Kelly Clarkson, Lily Allen, Michael Bublé, Olly Murs e Rufus Wainwright) e se reencontra com o produtor Guy Chambers, com quem não fazia um álbum inteiro desde Escapology (2002). Além de pilotar o disco, Chambers é parceiro de Williams e do cantor e compositor norte-americano Rufus Wainwright na música-título Swing both ways, faixa na qual figura Rufus, artista de alma vintage. Com Chris Heath, Chambers e Williams também assinam músicas como Shine my shoes e Go gentle. Alocadas como as duas primeiras faixas do disco, ambas as músicas já explicitam o tom quente de parte do álbum, cuja temperatura é elevada por conta dos metais em brasa que turbinam as músicas que evocam a era do swing. Há também baladas que diminuem o pique do disco, mesmo com toda a ternura que há na abordagem de Little green apples (Bobby Russell), canção country de 1968, revivida pelo cantor em gracioso dueto com uma contida Kelly Clarkson em regravação que resulta mais satisfatória do que a de If I only had a brain (Harold Arlen e Edgar Yipsel Harburg), tema do filme musical O mágico do Oz (1939) que já ganhou registros mais sedutores. Mesmo ao lado de Lily Allen, Williams tampouco faz algo por Dream a little dream of me (Fabian Andre, Wilbur Schwandt e Gus Khan, 1931). Em contrapartida, a temperatura sobe no pique veloz de Soda pop (Robbie Williams, Kelvin Andrews, Scott Ralph, Rich Scott e Danny Spencer), música que marca o encontro do cantor inglês com seu colega canadense Michael Bublé, crooner que cai no suinge do swing com a habitual habilidade. No fim, No one likes a fat pop star (Chris Heath, Guy Chambers e Robbie Williams) fecha Swing both ways com acidez e em tom operístico, fora do conceito de um álbum que tem seus melhores momentos quando Robbie Williams se deixa realmente levar pelo ritmo contagiante do swing.

Leandro.F disse...

Pequena correção: Swing when You're Winning (2001) é o quarto álbum de Robbie. O terceiro possui nome similar: Sing When You're Winning e saiu em 2000.
Abraços.

Mauro Ferreira disse...

Tem razão, Leandro. Grato pelo toque. Abs, MauroF

Leo-MT disse...

O projeto de cantor...Robbie Williams tem a síndrome Frank Sinatra. Ele adoraria ser o Sinatra mas não consegue, queria cantar perto do que Sinatra cantou, mas também não consegue. Acho a voz do Williams tão comum, um canto igualmente comum que eu não baixo música dele nem de graça na internet.