Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

CD 'É Natal' traduz com graça o espírito e o stress do cotidiano das festas

Resenha de CD
Título: É Natal
Artista: vários
Gravadora: Panela / Tratore
Cotação: * * * 1/2

"Tem alguém chamando lá no interfone / Corre pra botar o disco da Simone / É Natal, é Natal, é Natal, é Natal", canta Lulina na pegada do rock É Natal (Filipe Trielli), música-título de disco que versa com espirituosidade sobre o espírito e o stress do cotidiano das festas. Editado pela Panela Produtora com distribuição da Tratore, o CD É Natal se diferencia dos demais discos do gênero por relatar nas letras perspicazes tanto as atribulações como os sentimentos nobres gerados pelo Natal. É curioso ouvir a cantora paulista Mônica Salmaso dar sua voz precisa a Mais um Natal (Daniel Galli), canção que fala de calor, trem lotado, fila e corre-corre sem perder a ternura provocada pelo espírito de Natal. "Já cansei de Jingle bell / Eu não sou Papai Noel / Mas já tô de saco cheio", avisa o cantor Paulo Padilha no refrão do samba 25, cujo título alude à rua 25 de março, concorrido ponto de compras na cidade de São Paulo (SP). Com onze músicas inéditas e regravação de Jingle bells (James Pierpont, 1857) pela Banda Paralela, o repertório de É Natal é assinado pelos autores paulistanos Daniel Galli e Filipe Trielli. Se Brilhim (Daniel Galli) lista com delicadeza na voz de Saulo Duarte a pirotecnia percebida nos shoppings lotados e nos enfeites dos apartamentos dos vizinhos, a marchinha Os descendentes (Daniel Galli) - registrada na vozinha de Rhaíssa Bittar - sonha com um Natal de paz para gerações futuras, lembrando que a felicidade há muito se quebrou nos violentos tempos atuais e idos. Já o fox Depois de tudo (Daniel Galli) lista os contratempos anuais com o desejo de que o Natal seja "um dia assim especial", com "silêncio mundial". No reggae O quarto rei (Filipe Trielli), Maxado relata com humor o nascimento de Cristo em Belém, mas em desvio de rota no qual Belém vira a capital do Pará, e não o território palestino aonde nasceu Jesus. Tal desvio é seguido também na marchinha A morena de Belém, cantada por Mario Manga com o grupo Los Taturamas. Título inaugural da série Panela apresenta, o CD É Natal fala das festas sem tom pueril e sem aquele grau de romantismo idealizado da quase totalidade das canções natalinas nacionais ou estrangeiras. Tanto que Você me deu um beijo na noite de Natal (Filipe Trielli) narra estória amorosa - na voz de seu compositor Filipe Trielli - com pulsação que remete ao iê iê iê romântico da Jovem Guarda, com letra que fala do trânsito caótico nesta época do ano e com final feliz inexistente no desencontro relatado em Sem meu bem não é Natal (Daniel Galli), faixa defendida por Rosana Galli. Enfim, é Natal - e o cantor Rodrigo Régis lembra em Ele já vem (Daniel Galli) que o espírito de Noel reina no mundo. Só que, no disco É Natala vida é como ela é entre rabanadas, ausências e o stress do cotidiano.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

"Tem alguém chamando lá no interfone / Corre pra botar o disco da Simone / É Natal, é Natal, é Natal, é Natal", canta Lulina na pegada do rock É Natal (Filipe Trielli), música-título de disco que versa com espirituosidade sobre o espírito e o stress do cotidiano das festas. Editado pela Panela Produtora com distribuição da Tratore, o CD É Natal se diferencia dos demais discos do gênero por relatar nas letras perspicazes tanto as atribulações como os sentimentos nobres gerados pelo Natal. É curioso ouvir a cantora paulista Mônica Salmaso dar sua voz precisa a Mais um Natal (Daniel Galli), canção que fala de calor, trem lotado, fila e corre-corre sem perder a ternura provocada pelo espírito de Natal. "Já cansei de Jingle bell / Eu não sou Papai Noel / Mas já tô de saco cheio", avisa o cantor Paulo Padilha no refrão do samba 25, cujo título alude à rua 25 de março, concorrido ponto de compras na cidade de São Paulo (SP). Com onze músicas inéditas e regravação de Jingle bells (James Pierpont, 1857) pela Banda Paralela, o repertório de É Natal é assinado (separadamente) por Daniel Galli e Filipe Trielli. Se Brilhim (Daniel Galli) lista com delicadeza na voz de Saulo Duarte a pirotecnia percebida nos shoppings e nos enfeites dos apartamentos dos vizinhos, a marchinha Os descendentes (Daniel Galli) - registrada na vozinha de Rhaíssa Bittar - sonha com um Natal de paz para gerações futuras, lembrando que a felicidade há muito se quebrou nos violentos tempos atuais e idos. Já Depois de tudo (Daniel Galli) lista os contratempos anuais com o desejo de que o Natal seja "um dia assim especial", com "silêncio mundial". No reggae O quarto rei (Filipe Trielli), Maxado relata com humor o nascimento de Cristo em Belém, mas em desvio de rota no qual Belém vira a capital do Pará, e não o território palestino aonde nasceu Jesus. Tal desvio é seguido também na marchinha A morena de Belém, cantada por Mario Manga com o grupo Los Taturamas. Título inaugural da série Panela apresenta, o CD É Natal fala das festas sem tom pueril e sem aquele grau de romantismo idealizado da quase totalidade das canções natalinas nacionais ou estrangeiras. Tanto que Você me deu um beijo na noite de Natal (Filipe Trielli) narra estória amorosa - na voz de seu compositor Filipe Trielli - com pulsação que remete ao iê iê iê romântico da Jovem Guarda, com letra que fala do trânsito caótico nesta época do ano e com final feliz inexistente no desencontro relatado em Sem meu bem não é Natal (Daniel Galli), faixa defendida por Rosana Galli. Enfim, é Natal - e o cantor Rodrigo Régis lembra em Ele já vem (Daniel Galli) que o espírito de Noel reina no mundo. Só que, no disco É Natal, a vida é como ela é entre rabanadas, ausências e o stress do cotidiano.