Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Álbum 'Adesivo' cola mais quando Buchecha pega bonde da década de 1990

Resenha de CD
Título: Adesivo
Artista: Buchecha
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

♪ Adesivo é o quinto título da discografia solo de Buchecha, nome artístico do cantor e compositor fluminense nascido com o nome de Claucirlei Jovêncio de Souza e tornado Buchecha nos anos 1990, década em que formou dupla de funk melody com o amigo Cláudio Rodrigues de Mattos (1975 - 2002), o Claudinho. Acima do nível da produção do gênero, as músicas da dupla foram nas vozes de cantores como Adriana Calcanhotto, Lulu Santos e Paula Toller. Contudo, a morte repentina de Claudinho em acidente de carro, em julho de 2002, fez Buchecha perder o bonde. Desde 2003, ano em que lançou seu primeiro disco solo, o cantor (sobre)viveu mais do revival do cancioneiro pop de Claudinho & Buchecha - mote do CD e DVD 15 anos de sucesso (Warner Music, 2012) - sem conseguir se firmar na carreira fonográfica. Aposta da Warner Music, gravadora que vem enchendo seus cofres com as vendas do disco de Anitta, Adesivo tenta fazer com que Buchecha pegue novamente o bonde. No caso, o bonde conduzido por Umberto Tavares e Mãozinha, produtores deste segundo álbum de inéditas da carreira solo de Buchecha. Pilotos do disco de estúdio de Anitta e do CD/DVD recém-gravado ao vivo pela cantora, Umberto e Mãozinha aproximam o som de Buchecha do funk pop eletrônico de Anitta e Naldo Benny. Clonagem evidente em Gamou (Clauci Julio e Giulie Oliveira), música bisada ao fim do disco em azeitado remix produzido por Allan Chileno com a participação do funkeiro Mr. Catra. Gamou exemplifica a dose alta de erotismo na qual foi embebido o cancioneiro atual de Buchecha. Só que o nível de inspiração desse repertório é mais alto do que o de Anitta e o de Naldo. Pegador (Clauci Julio e Giulie Oliveira), por exemplo, tem pegada sedutora. A maioria das 12 músicas de Adesivo é creditada aos filhos de Buchecha, Clauci Julio (de 14 anos) e Giulie Oliveira (de 10 anos), mas tiveram a mão do pai funkeiro - já a caminho dos 39 anos, a serem completados em abril de 2014 - na criação de sua arquitetura. A propósito: Clauci Julio, o Buchechinha, entra em cena em Pensamentos voam, faixa acústica levada no violão. Para quem gostava dos sucessos mais ingênuos da dupla Claudinho & Buchecha, Adesivo vai grudar mais em Frutilly (Clauci Julio e Giulie Oliveira), inspirado funk melody que cita hits do admirador Lulu Santos entre versos autorreferentes. Justiça seja feita: Baile em Miami, funk aditivado com o rap do norte-americano Flo Rida, também é bem animado. Guiado por seus produtores, Buchecha pega o bonde em Princesa funkeira (Clauci Julio e Giulie Oliveira), tema pontuado pelo mesmo erotismo artificial que pauta o dueto do artista com a cantora Nandah - revelação dos bailes funk de Duque de Caxias (RJ) - em Faz pirar (Rosana Só Love, Dalto Max e Paulo Mac). Já Cor sim, cor não (Clauci Julio, Giulie Oliveira, Jefferson Junior e Umberto Tavares) simula o pancadão eletrônico dos bailes com peso bissexto no disco.  Entre inéditas como Tempo de interpretar (Clauci Julio e Giulie Oliveira) e Mo mo mo (Clauci Julio e Giulie Oliveira), Adesivo tenta iluminar Lua (Fábio Jr. e Lula Barbosa, 1991), música menos inspirada e conhecida do repertório autoral de Fábio Jr. Enfim, Adesivo cola mais quando Buchecha soa simplesmente como Buchecha.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Adesivo é o quinto título da discografia solo de Buchecha, nome artístico do cantor e compositor fluminense nascido com o nome de Claucirlei Jovêncio de Souza e tornado Buchecha nos anos 1990, década em que formou dupla de funk melody com o amigo Cláudio Rodrigues de Mattos (1975 - 2002), o Claudinho. Acima do nível da produção do gênero, as músicas da dupla foram nas vozes de cantores como Adriana Calcanhotto, Lulu Santos e Paula Toller. Contudo, a morte repentina de Claudinho em acidente de carro, em julho de 2002, fez Buchecha perder o bonde. Desde 2003, ano em que lançou seu primeiro disco solo, o cantor (sobre)viveu mais do revival do cancioneiro pop de Claudinho & Buchecha - mote do CD e DVD 15 anos de sucesso (Warner Music, 2012) - sem conseguir se firmar na carreira fonográfica. Aposta da Warner Music, gravadora que vem enchendo seus cofres com as vendas do disco de Anitta, Adesivo tenta fazer com que Buchecha pegue novamente o bonde. No caso, o bonde conduzido por Umberto Tavares e Mãozinha, produtores deste segundo álbum de inéditas da carreira solo de Buchecha. Pilotos do disco de estúdio de Anitta e do CD/DVD recém-gravado ao vivo pela cantora, Umberto e Mãozinha aproximam o som de Buchecha do funk pop eletrônico de Anitta e Naldo Benny. Clonagem evidente em Gamou (Clauci Julio e Giulie Oliveira), música bisada ao fim do disco em azeitado remix produzido por Allan Chileno com a participação do funkeiro Mr. Catra. Gamou exemplifica a dose alta de erotismo na qual foi embebido o cancioneiro atual de Buchecha. Só que o nível de inspiração desse repertório é mais alto do que o de Anitta e o de Naldo. Pegador (Clauci Julio e Giulie Oliveira), por exemplo, tem pegada sedutora. A maioria das 12 músicas de Adesivo é creditada aos filhos de Buchecha, Clauci Julio (de 14 anos) e Giulie Oliveira (de 10 anos), mas tiveram a mão do pai funkeiro - já a caminho dos 39 anos, a serem completados em abril de 2014 - na criação de sua arquitetura. A propósito: Clauci Julio, o Buchechinha, entra em cena em Pensamentos voam, faixa acústica levada no violão. Para quem gostava dos sucessos mais ingênuos da dupla Claudinho & Buchecha, Adesivo vai grudar mais em Frutilly (Clauci Julio e Giulie Oliveira), inspirado funk melody que cita hits do admirador Lulu Santos entre versos autorreferentes. Justiça seja feita: Baile em Miami, funk aditivado com o rap do norte-americano Flo Rida, também é animado. Guiado por seus produtores, Buchecha pega o bonde em Princesa funkeira (Clauci Julio e Giulie Oliveira), tema pontuado pelo mesmo erotismo artificial que pauta o dueto do artista com a cantora Nandah - revelação dos bailes funk de Duque de Caxias (RJ) - em Faz pirar (Rosana Só Love, Dalto Max e Paulo Mac). Já Cor sim, cor não (Clauci Julio, Giulie Oliveira, Jefferson Junior e Umberto Tavares) simula o pancadão eletrônico dos bailes com peso bissexto no disco. Entre inéditas como Tempo de interpretar (Clauci Julio e Giulie Oliveira) e Mo mo mo (Clauci Julio e Giulie Oliveira), Adesivo tenta iluminar Lua (Fábio Jr. e Lula Barbosa, 1991), música menos conhecida e menos inspirada do repertório autoral de Fábio Jr. No todo, Adesivo cola mais forte quando Buchecha soa simplesmente como Buchecha.

Denilson Santos disse...

Que bacana. Gosto muito dele. Vou comprar.
Abração
Denilson

Daniel disse...

Gostei da resenha sem proconceitos com o gênero, acho que vale uma audição.