Mauro Ferreira no G1

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domingo, 23 de junho de 2013

Show no Rio prova que Marina está plena em sua maneira de ser e de cantar

Resenha de show - Segunda visão
Título: Maneira de ser
Artista: Marina Lima (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 22 de junho de 2013
Cotação: * * * *

♪ Em cena, Marina Lima continua cantando à meia-voz  - como ficou claro logo que a cantora emitiu as primeiras notas de Virgem (Marina Lima e Antonio Cícero, 1987) no palco do Teatro Rival na noite de 22 de junho de 2013. Contudo, a artista piauiense (de alma carioca) está plena, feliz, em paz com sua maneira de ser e cantar - como também ficou claro na volta do show Maneira de ser ao Rio de Janeiro (RJ) para três apresentações que foram reduzidas a duas por conta das manifestações populares que paralisaram a cidade em 20 de junho. Sob a direção de Marcio Debellian e sob iluminação inventiva, a cantora e compositora reacendeu sua própria luz ao fazer um show ainda mais azeitado do que a apresentação da estreia carioca de Maneira de ser, em 16 de janeiro. Falante, Marina fez questão de tecer loas aos três músicos que dividem o palco com a cantora. De fato, Alex Fonseca (bateria e programações) Edu Martins (baixo e guitarra) e William Magalhães (teclados) são três músicos fundamentais na reconstrução da identidade musical de Marina ao longo dos anos 2000 em guinada iniciada, a rigor, com o álbum Pierrot do Brasil (1998), apropriadamente caracterizado em cena pela cantora como "o disco da virada". É um som que fica entre o rock, o pop e a música eletrônica. Para quem tem ouvidos limpos de qualquer preconceito com a (já resolvida) questão da voz da cantora, o show Maneira de ser mostra que, a caminho dos 58 anos (a serem completados em setembro), Marina continua moderna, antenada, cosmopolita. Composto somente pela artista e produzido por Marina em parceria com Adriano Cintra (o ex-integrante do grupo Cansei de Ser Sexy) para EP a ser lançado na internet, o bom rock Partiu - única música inédita do roteiro - atesta que a obra de Marina caminha (em sintonia) com o tempo. Por isso mesmo, é pena que o roteiro de Maneira de ser esteja calcado em sucessos e em um ou outro lado B da discografia da artista, caso do rock À meia-voz (Marina Lima e Antonio Cícero, 1996). Marina vem de um grande álbum de inéditas, Clímax (2011), e esse pouco ouvido disco que reflete sua vivência em São Paulo (SP) - do qual Marina canta somente Não me venha mais com o amor (Marina Lima e Adriana Calcanhotto, 2011) em Maneira de ser - precisaria estar representado com mais músicas no repertório do show. Parafraseando a letra de À francesa (Cláudio Zoli e Antonio Cícero, 1989), hit que fechou a apresentação (antes do bis aberto com música de Caetano Veloso, Como 2 e 2, que fez sucesso na voz de Roberto Carlos em 1971), os momentos felizes de Marina Lima não estão escondidos nem no passado e nem no futuro, mas neste tempo presente  em que a artista já se mostra plena com sua música e com sua (meia) voz.

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luca disse...

concordo, vi esse show no Tom jazz e também percebi que Marina tá bem feliz, e voz, vamo combinar, nunca foi importante no som dela

Unknown disse...

Maneira de Ser TOCA FUNDO. Comovente demais.

Alexandre Siqueira disse...

Bom dia, Mauro.

Uma pergunta: pelo que eu entendi do outro post do show de Marina, o vídeo "Sexo É Bom - Todas Ao Vivo", lançado em 1986 pela finada Manchete Vídeo, será relançado? É isso? Se for, a notícia é excelente!

Um abraço,
Alexandre Siqueira

Mauro Ferreira disse...

oi, Alexandre, bom dia! Não, o vídeo - até onde sei - foi editado somente para uso no show. Abs, MauroF

RURIK VARDA disse...

Marina sempre foi a mais moderna intéprete da sua geração.

Rubabi disse...

Meia voz ou um décimo de voz? É uma pena. Tantos hits muito bem produzidos ao longo da carreira, cercados de competentes músicos e com uma falta de sorte danada por causa da sua voz.