Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Daft Punk atinge ápice da forma no seu álbum mais pop, orgânico e retrô

Resenha de CD
Título: Random access memories
Artista: Daft Punk
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * * *

Quarto álbum do Daft Punk, Random access memories justifica toda a aura hype alimentada em torno do ingresso de Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter na Columbia Records após 17 anos na gravadora Virgin. Já reposto nas lojas do Brasil, após ter sido recolhido do mercado nacional por defeito de fabricação, Random access memories é o melhor disco do duo francês de música eletrônica. E não deixa de ser curioso que o Daft Punk atinja o ápice da forma com seu álbum mais orgânico - os sintetizadores estão lá, mas não imperam soberanos como em outros trabalhos da dupla - e mais pop. Basta ouvir a melodiosa Instant crush - parceria de Homem-Christo e Bangalter com Julian Casablancas, vocalista convidado da ótima faixa - para atestar a irresistível guinada pop do duo. Random access memories é, em essência, animado convite à dança feito com levadas que evocam a época da disco music sem fazer com que o disco soe como simulacro dos álbuns da era dos globos espelhados. A guitarra Chic de Nile Rodgers contribui decisivamente para que o CD remeta ao tempo da disco em faixas arrebatadoras como Get lucky, Give life back to music e Lose yourself to dance. Era evocada também por Giorgio by Moroder, faixa épica que combina discursos biográficos do produtor italiano com batida robótica que evoca I feel love, hit de Donna Summer (1948-2012), cantora norte-americana projetada por Moroder. A propósito, Random access memories está pontuado por sons épicos. Orquestras e coro encorpam Touch. Fechando o álbum em grande estilo, Contact exemplifica o bom uso que Homem-Christo e Bangalter fazem dos sintetizadores. Já o uso dos vocoders salta aos ouvidos em Within e em Doin' it right, duas faixas que corroboram a inspiração do Daft Punk nessa viagem que, mesmo pegando rotas retrôs, jamais soa nostálgica, se apegando em excesso a tempos idos. Até mesmo temas mais calmos, como Beyond (introduzido com sons cinematográficos que remetem à trilha de Guerra nas estrelas) e Motherboard, se ajustam a essa atmosfera sem deixar Random access memories  perder o pique e a coesão. A animada Fragments of time sintetiza em seus versos a natureza da luminosa viagem ao passado que conduz Random access memories ao paraíso no tempo presente do Daft Punk. Caia na gandaia! A festa é boa.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Quarto álbum do Daft Punk, Random access memories justifica toda a aura hype alimentada em torno do ingresso de Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter na Columbia Records após 17 anos na gravadora Virgin. Já reposto nas lojas do Brasil, após ter sido recolhido do mercado nacional por defeito de fabricação, Random access memories é o melhor disco do duo francês de música eletrônica. E não deixa de ser curioso que o Daft Punk atinja o ápice da forma com seu álbum mais orgânico - os sintetizadores estão lá, mas não imperam soberanos como em outros trabalhos da dupla - e mais pop. Basta ouvir a melodiosa Instant crush - parceria de Homem-Christo e Bangalter com Julian Casablancas, vocalista convidado da ótima faixa - para atestar a irresistível guinada pop do duo. Random access memories é, em essência, animado convite à dança feito com levadas que evocam a época da disco music sem fazer com que o disco soe como simulacro dos álbuns da era dos globos espelhados. A guitarra Chic de Nile Rodgers contribui decisivamente para que o CD remeta ao tempo da disco em faixas arrebatadoras como Get lucky, Give life back to music e Lose yourself to dance. Era evocada também por Giorgio by Moroder, faixa épica que combina discursos biográficos do produtor italiano com batida robótica que evoca I feel love, hit de Donna Summer (1948-2012), cantora norte-americana projetada por Moroder. A propósito, Random access memories está pontuado por sons épicos. Orquestras e coro encorpam Touch. Fechando o álbum em grande estilo, Contact exemplifica o bom uso que Homem-Christo e Bangalter fazem dos sintetizadores. Já o uso dos vocoders salta aos ouvidos em Within e em Doin' it right, duas faixas que corroboram a inspiração do Daft Punk nessa viagem que, mesmo pegando rotas retrôs, jamais soa nostálgica, se apegando em excesso a tempos idos. Até mesmo temas mais calmos, como Beyond (introduzido com sons cinematográficos que remetem à trilha de Guerra nas estrelas) e Motherboard, se ajustam a essa atmosfera sem deixar Random access memories perder o pique e a coesão. A animada Fragments of time sintetiza em seus versos a natureza da luminosa viagem ao passado que conduz Random access memories ao paraíso no tempo presente do Daft Punk. Caia na gandaia! A festa é boa.

Daniel disse...

Não entendi a idolatria do publico e da mídia a esse album. Não gostei de nenhuma faixa, Get Lucky até dá para ouvir. Mas tem outras cancoes de grupos de eletro/tecno/disco MUITO mais atraentes como Safe and Sound do Capital Cities e que recebem essa pimpação toda do publico.

lurian disse...

Gostei muito, tenho escutado bastante! Vale cada faixa!