Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Repertório impede Letuce de arder no fogo da paixão em 'Manja Perene'

Resenha de CD
Título: Manja Perene
Artista: Letuce
Gravadora: Bolacha Discos
Cotação: *

Duo que transita pela cena indie carioca desde 2008 em busca de aura hype, Letuce chega ao segundo disco sem ter efetivamente dito a que veio com o primeiro, Plano de Fuga pra Cima dos Outros e de Mim (2010), editado pelo mesmo selo Bolacha Discos que põe Manja Perene no mercado neste mês de fevereiro de 2012. Na teoria, a ideia de fazer álbum conceitual sobre o fogo da paixão resulta sedutora. Na prática, a sedução inexiste. O repertório brochante da lavra do casal Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos - parceiros na vida e na criação das músicas do duo - impede que Letuce arda nesse disco que apresenta inéditas compostas com alta carga erótica. A melhor é Pra Passear (Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos) por esboçar certa inspiração melódica. As demais somente reiteram a chatice do disco. Ode ao prazer solitário, o rock Fio Solto expõe - entre acordes sujos da guitarra de Lucas - a opção da dupla por usar nas letras termos despudorados como bacurinha. Opção que seria acertada se o cancioneiro de Manja Perene provocasse um mínimo de tesão no ouvinte. Mas é difícil manter a libido alta diante de músicas ruins como Ninguém Muda Ninguém (André Dahmer), Cataploft (Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos) e Freud Sits Here (Letícia Novaes). Seja no tempo da delicadeza acústica (como em Sempre Tiver Perna, outro tema do casal) ou da elétrica vibe indie roqueira (como em Insoniazinha, faixa assinada pela dupla com Thomas Harres), Manja Perene jamais seduz. Letícia canta bem, mas desperdiça a voz nesse repertório insosso. Lucas se mostra mais à vontade como intérprete de Anatomia Sexual - raro destaque do cancioneiro reunido no CD - do que de Areia Fina. No todos, os grooves e as harmonias sinuosas do álbum - qualidades realçadas pelo texto escrito por Arthur Braganti para apresentar o disco - perdem força diante de melodias pouco ou nada atraentes. Por mais que as letras sejam no todo até interessantes, Manja Perene é, em suma, CD tão chato quanto pretensioso em sua aura hype.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Duo que transita pela cena indie carioca desde 2008 em busca de aura hype, Letuce chega ao segundo disco sem ter efetivamente dito a que veio com o primeiro, Plano de Fuga pra Cima dos Outros e de Mim (2010), editado pelo mesmo selo Bolacha Discos que põe Manja Perene no mercado neste mês de fevereiro de 2012. Na teoria, a ideia de fazer álbum conceitual sobre o fogo da paixão resulta sedutora. Na prática, a sedução inexiste. O repertório brochante da lavra do casal Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos - parceiros na vida e na criação das músicas do duo - impede que Letuce arda nesse disco que apresenta inéditas compostas com alta carga erótica. A melhor é Pra Passear (Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos) por esboçar certa inspiração melódica. As demais somente reiteram a chatice do disco. Ode ao prazer solitário, o rock Fio Solto expõe - entre acordes sujos da guitarra de Lucas - a opção da dupla por usar nas letras termos despudorados como bacurinha. Opção que seria acertada se o cancioneiro de Manja Perene provocasse um mínimo de tesão no ouvinte. Mas é difícil manter a libido alta diante de músicas ruins como Ninguém Muda Ninguém (André Dahmer), Cataploft (Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos) e Freud Sits Here (Letícia Novaes). Seja no tempo da delicadeza acústica (como em Sempre Tiver Perna, outro tema do casal) ou da elétrica vibe indie roqueira (como em Insoniazinha, faixa assinada pela dupla com Thomas Harres), Manja Perene jamais seduz. Letícia canta bem, mas desperdiça a voz nesse repertório insosso. Lucas se mostra mais à vontade como intérprete de Anatomia Sexual - raro destaque do cancioneiro reunido no CD - do que de Areia Fina. No todos, os grooves e as harmonias sinuosas do álbum - qualidades realçadas pelo texto escrito por Arthur Braganti para apresentar o disco - perdem força diante de melodias pouco ou nada atraentes. Por mais que as letras sejam no todo até interessantes, Manja Perene é, em suma, CD tão chato quanto pretensioso em sua aura hype.

artur nabeth disse...

também achei uma porcaria... nada contra os porcos...

TLomelino disse...
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