Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dois álbuns norte-americanos do Quarteto em Cy ganham edições no Brasil

De origem baiana, Quarteto em Cy já contabilizava três anos de carreira no Brasil - iniciada para valer em 30 de junho de 1964, no Beco das Garrafas, lendário point musical do bairro carioca de Copacabana - quando decidiu se aventurar no mercado fonográfico norte-americano. Com o nome de The Girls From Bahia, o grupo vocal feminino gravou dois álbuns, Pardon my english (1967) e !Revolución con Brasilia! (1968), para os EUA - o segundo nunca lançado no Brasil. O ineditismo no mercado nacional é quebrado pelo selo carioca Discobertas, do produtor e pesquisador musical Marcelo Fróes. Ambos os discos ganham as primeiras edições em CD neste mês de fevereiro de 2012. Pardon my english foi produzido por Ray Gilbert e Aloysio de Oliveira (1914 - 1995), este creditado como Louis Oliveira. Com arranjos de Oscar Castro Neves, Cybele, Cylene, Cynara e Cyva põem vozes em versões em inglês de temas como Razão de viver (Tears) e Inútil paisagem (Useless Landscape). Já !Revolución con Brasilia! teve produção assinada por Sonny Burke. Os arranjos foram novamente de Oscar Castro Neves. Mas a voz de Cylene foi substituída pela de Regina Werneck neste álbum de 1968. A curiosidade do repertório é Parade, versão em inglês (feita por Bob Russell) da marcha A banda (1966), sucesso inicial do compositor carioca Chico Buarque, de quem  As Garotas da Bahia também (re)gravaram a seminal Tem mais samba (1964).

16 comentários:

Tiago disse...

Mauro, o disco "Pardon my english" foi lançado no Brasil em 1968 pela Elenco. E botaram o nome do Quarteto em Cy no alto da capa para identificar.

Achei ótima a iniciativa, uma "página a menos arrancada do livro". O único porém - pra mim - é que o som ficou a dever, infelizmente.

Mauro Ferreira disse...

Tiago, grato pela colaboração, mas acredito que você esteja enganado. O disco 'Em Cy Maior', que saiu pela Elenco em 1968, de fato tem repertório parecido, mas, pelo que sei, não se trata da mesma gravação. O disco da Elenco foi gravado no Brasil. Abs, MauroF

Tiago disse...

Perdão, não é Elenco, é Companhia Brasileira de discos. Veja aqui no Mercado Livre: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-219379900-lp-quarteto-em-cy-the-girls-from-bahia-1967-mono-perfeito-_JM

Mauro Ferreira disse...

Sim, Tiago, você tem razão. O selo indica se tratar de edição fabricada no Brasil para o mercado nacional. Obrigado, MauroF

Maria disse...

Nunca gostei do Quarteto em Cy, dos grupos vocais sou fã do Boca Livre.

KL disse...

se elas gravassem arrotos, mesmo assim soaria musical.
Enquanto esperamos ansiosamente o relançamento da discografia completa na Phillips, esses são dois deliciosos aperitivos, embalados por essas capas invejáveis.

KL disse...

eu disse Phillips, mas leia-se Forma, Elenco e Phillips. Luxo triplo.

Insensato Mundo disse...

Excelente notícia! Parabéns ao selo Discobertas.

Rafael disse...

Não sei por que essa mania da gravadora Discobertas em lançar os discos ripados de vinis e não da masters originais. Infelizmente parece que isso se tornou hábito. E quem sai perdendo com isso é o publico fã do grupo e ávido pela música brasileira em geral.

Rafael disse...

Até quando teremos também que esperar para que seja lançado em vinil e CD no Brasil em áudio remasterizado o álbum "Sing Songs Before Dawn", da Maysa, de 1961, lançado apenas nos EUA? Quanto descaso para com a obra da grande Maysa!!! Um absurdo isso!!! Até quando também teremos que esperar para que lancem o disco "De Bach A Jobim" (2010) do Trio Esperança, que também é inédito por aqui?

leitordomauro disse...

É isso aí Rafael. Essa historia de cd com som de vinil, sem aviso prévio na capa, já encheu o saco. Depois dos dois discos da Maria Creuza com pessima qualidade de som que esse selo Discobertas lançou , o meu dinheiro o dono dessa gravadora não vê mais. Piada de mau gosto

Tiago disse...

Eu também ADORO o Quarteto em Cy. Elas tem discos lindos e merecem chegar a era digital aqui no Brasil - porque no Japão já saíram todos!! O som dos discos desta vez não é de vinil, mas ainda assim não ficou legal; podiam ter recebido um trato caprichado!

Rafael disse...

Leitoedomauro:

Um consolo para quem compra discos dessa gravadora:

O mundo não acabou... Ainda vem mais do mesmo por aí...

Ai, ai...

Rafael disse...

O mais engraçado é que só os japoneses merecem ter esses discos, só eles ganham a cereja do bolo... Até quando o Brasil terá que ficar renegando os seus próprios artistas? Lá no Japão esse discos são lançados porque as gravadoras sabem que esse tipo de música vai ter saída... E muita saída! Os bons artistas brasileiros são tratados e reverenciados como deuses lá fora. O Brasil fica renegado a este tipo de lançamento porque a maioria das pessoas não gosta desse tipo de música, porque estão ocupados demais ouvindo Luan Santana, Gusttavo Lima, Michel Teló, é o pancadão de não sei o quê...

Rafael disse...

Lembro certa vez que uma artista popular aqui no Brasil foi tentar fazer sucesso no Japão... Os japoneses pediam maiores informações sobre os trabalhos que ela tinha feito, as músicas que ela tinha gravado, etc. Quando ela enviou dessas músicas populares que ela gravou, li a notícia na época de que eles haviam ficado horrorizados com o que escutaram e nem quiseram saber mais da sujeita...

KL disse...

até onde eu sei, só se relançam cds com ripagens de vinil quando não se encontra a fita-master. Eu soube até que a f/m de "Araçá Azul" está perdida, e que o cd disponível no mercado veio do vinil.
Em relação ao relançamento de raridades, há várias coisas que inviabilizam certos projetos: fonogramas não-autorizados/liberados, fotos de capas e contracapas, músicos participantes de gravações etc. É pura burocracia, mas as grandes gravadoras - depois de processos milionários que sofreram - resolveram não arriscar 'pagar pra ver'.
Uma coisa, porém, é fato: é um absurdo abandonar em arquivos esse verdadeiro tesouro cultural, e talvez a única saída para minimizar o estrago provocado pela onda do download grátis seria relançar absolutamente TUDO o que se gravou no Brasil entre 1948 e 1981, em tiragens limitadas claro, pois as gerações que nasceram e cresceram na 'Era do Vinil' têm total interesse em comprar esse material em cd, se possível com faixas-bônus da época coladas em cada um. Bastaria a capa original, frente e verso, com a ficha técnica disponível; não acho que seja necessário encartar letras fotos etc, pois esse material encarece o produto. E, a R$ 9,90 cada, por exemplo, seria um sucesso.