Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Agridoce mostra que Pitty também sabe compor no tempo da delicadeza

Resenha de CD
Título: Agridoce
Artista: Agridoce
Gravadora: Vigilante / Deck
Cotação: * * * 1/2

"O mundo acaba hoje e eu estarei dançando / Com você", repete Pitty com ternura em Dançando, a mais bonita das onze músicas inéditas e autorais que - juntamente com Please, Please, Please, Let me Get What I Want, sensível cover do repertório do grupo inglês The Smiths - formam o repertório do primeiro álbum do Agridoce, o duo formado pela roqueira com o guitarrista de sua banda, Martin Mendezz. Agridoce, o disco lançado pelo selo Vigilante neste mês de novembro de 2011, resulta interessante e, de certa forma, até mais coeso do que os discos da carreira solo de Pitty. Pilotados por Martin, os violões de Embrace the Devil - a faixa cantada em português que abre o disco produzido por Rafael Ramos - já situam de cara o Agridoce no universo do folk. Mas um folk mais contemporâneo, ao estilo do feito por duplas norte-americanas que reciclam o gênero. Urdido no tempo da delicadeza, com doses maiores ou menores de melancolia, o repertório mostra que Pitty também sabe compor melodias que se ajustam a uma atmosfera serena. Mesmo que não faça isso sozinha. Com exceção de Say, tema em inglês composto pela dupla com a adesão de Ricardo Spencer, as músicas são assinadas por Pitty com o parceiro Martin. Além de Dançando, Romeu é outro destaque de safra melodiosa que também traz temas que põem a voz de Martin em primeiro plano, caso de 20 Passos. Ao piano, Pitty expõe no álbum do Agridoce uma musicalidade que jazia oculta pela postura e pela atitude roqueiras de seu trabalho solo. É fato que nem todas as músicas são especialmente sedutoras. Faixa cantada em francês, Ne Parle Pas é exemplo de tema ligeiramente inspirado que joga o álbum para baixo. Contudo, mesmo que todas as músicas não estejam à altura do som e da ideia do Agridoce, o duo eleva a cotação de Pitty no mercado. Até porque é preciso ter atitude para se lançar em projeto paralelo que transita na contramão da estrada pavimentada pela artista na carreira individual. Agridoce é boa surpresa.

11 comentários:

Mauro Ferreira disse...

"O mundo acaba hoje e eu estarei dançando / Com você", repete Pitty com ternura em Dançando, a mais bonita das onze músicas inéditas e autorais que - juntamente com Please, Please, Please, Let me Get What I Want, sensível cover do repertório do grupo inglês The Smiths - formam o repertório do primeiro álbum do Agridoce, o duo formado pela roqueira com o guitarrista de sua banda, Martin Mendezz. Agridoce, o disco lançado pelo selo Vigilante neste mês de novembro de 2011, resulta interessante e, de certa forma, até mais coeso do que os discos da carreira solo de Pitty. Pilotados por Martin, os violões de Embrace the Devil - a faixa cantada em português que abre o disco produzido por Rafael Ramos - já situam de cara o Agridoce no universo do folk. Mas um folk mais contemporâneo, ao estilo do feito por duplas norte-americanas que reciclam o gênero. Urdido no tempo da delicadeza, com doses maiores ou menores de melancolia, o repertório mostra que Pitty também sabe compor melodias que se ajustam a uma atmosfera serena. Mesmo que não faça isso sozinha. Com exceção de Say, tema em inglês composto pela dupla com a adesão de Ricardo Spencer, as músicas são assinadas por Pitty com o parceiro Martin. Além de Dançando, Romeu é outro destaque de safra melodiosa que também traz temas que põem a voz de Martin em primeiro plano, caso de 20 Passos. Ao piano, Pitty expõe no álbum do Agridoce uma musicalidade que jazia oculta pela postura e pela atitude roqueiras de seu trabalho solo. É fato que nem todas as músicas são especialmente sedutoras. Faixa cantada em francês, Ne Parle Pas é exemplo de tema ligeiramente inspirado que joga o álbum para baixo. Contudo, mesmo que todas as músicas não estejam à altura do som e da ideia do Agridoce, o duo eleva a cotação de Pitty no mercado. Até porque é preciso ter atitude para se lançar em projeto paralelo que transita na contramão da estrada pavimentada pela artista na carreira individual. Agridoce é boa surpresa.

Anônimo disse...

"O duo eleva a cotação de Pitty no mercado"
Há um preconceito contra a baiana por ela ter um público de pivetes.
Acho-a uma artista pra lá de interessante, tem uma veracidade que solta aos olhos. O seu texto é simples, mas fala de coisas importantes.
Sem contar a sensualidade e sestrosidade que encantam os mais crescidinhos - e a pivetada também. rsrsr

PS: Discordo, Mauro. Acho que lançar um projeto paralelo é o oposto de ter atitude - a Pitty tem de sobra, mas não por isso.
Se der certo, fatura-se. Se der errado, esquece-se.
Só tem a ganhar.

lurian disse...

O disco está interessante. Nem gostava tanto da Pitty, mas olha, a balada Romeu é linda!!!

Vitor disse...

Realmente não vejo muita atitude em lançar projeto paralelo. Atitude mesmo seria lançar esse projeto como um album de carreira e enfrentar o possível fracasso

Luca disse...

não vejo 'atitude' alguma em Pitty, nem antes nem agora

Anônimo disse...

Nao consigo nada disso...é muita pretençao.

Anônimo disse...

Pretensão é qualidade, Carlota.
Pra um artista então, é imprescindível.

Anônimo disse...

É Zé...a verdade nao gosto da Pitty, so quando eu era adolescente, e olha lá. Gosto mesmo é da Céu tem noticias dela, sei q ela fez show ai na sua terra esses dias, se souber fala ai...
ABRAÇOS.

André disse...

Gostei deste projeto paralelo da Pitty, pois acho que o artista em determinado momento da carreira, precisa respirar outros ares, independente do sucesso.
E temos uma lista de vários artistas que fizeram isto como: Marisa Monte com o Tribalistas, Fernanda Takai com Nara Leão em 2008. Paula Toller, Frejat e tantos outros.
Isso mostra que o artista, pode se reinventar a hora que quiser.

Felipe dos Santos disse...

Sinceramente, acho que Pitty perdeu a graça.

Não que tenha ficado ruim. Acho muito saudável que ela esteja amadurecendo, participando de projetos como o 3naMassa, ou mesmo com o Agridoce.

Mas confesso que eu achava mais engraçada a mocinha que vociferava aquelas letras ginasianas ali por 2003, 2004, como se fosse uma garotinha birrenta. Achava engraçado.

Não me esqueço de uma frase dela na época: "As pessoas ficam me perguntando com que é que eu misturo rock. Misturo rock com rock, ora bolas!"

Bom, as pessoas crescem e mudam, né?

Felipe dos Santos Souza

Anônimo disse...

Pô, Felipe, perdeu a graça?
É super graciosa a moça, rapá!
Eu não ouço a Pitty, mas acho que ela deveria ter mais moral com os fazedores de opinião - se é que isso ainda existe.
Faze dela um, sei lá, J.Quest.
Ouvi um música desse projeto, gostei.
E o nome é ótimo, gosto de coisas, e pessoas, agridoces.