Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


terça-feira, 5 de abril de 2011

Em clima de paz e amor, Horta harmoniza sua obra com vozes estelares

Resenha de CD
Título: Harmonia & Vozes - Um Canto para a Paz no Planeta
Artista: Toninho Horta
Gravadora: Minas Records
Cotação: * * * 1/2

Embora tenha se celebrizado como guitarrista a partir de sua participação no álbum duplo Clube da Esquina (1972), Toninho Horta lançou em 1980 dois álbuns - Terra dos Pássaros e Toninho Horta - que revelaram um compositor eventualmente inspirado. É essa obra autoral que Horta aborda em Harmonia & Vozes - Uma Canto para a Paz no Planeta, disco lançado 30 anos após a implementação das bases desse cancioneiro. Em clima de paz e amor, Horta fez um disco suave e positivo, com letras e melodias "dedicadas à família, à natureza e aos povos do nosso planeta" - de acordo com as palavras do artista, reproduzidas no encarte. Das 16 músicas, dez são inéditas em disco. As outras são regravações dos temas mais conhecidos do cancioneiro de Horta, feitas com adesões de vozes estelares. Manuel, o Audaz - música associada à voz de Jane Duboc por conta de emblemática gravação de 1980 - tem intervenções da voz e do violão de aço de Frejat, guitarrista como Horta. Diana, um clássico do álbum Terra dos Pássaros, revive na voz de Ivete Sangalo, com direito a coral e metais arranjados pelo maestro Letieres Leite. Embora seja pontuado pela guitarra precisa de Horta e traga dois temas instrumentais como faixas-bônus, Valsa Alegre e Saudades do meu Grande Pai, o disco é moldado pela profusão de vozes ouvidas em suas primeiras 14 músicas. Horta não tem vocação para o canto, mas sua voz está bem colocada, ajustada ao tom suave de Harmoniza & Vozes, cuja sonoridade evoca o clima de álbuns de Beto Guedes e, sobretudo, Flávio Venturini - ambos conterrâneos de Horta. Beto, aliás, é o convidado de Meu Nome É que Diz (Nenel), parceria de Horta com Fernando Brant. Gravado por Seu Jorge com Sergio Mendes, o samba Agora, Amor, É com Você (Horta e Tatta Spalla) até destoa - pelo tom de exportação - deste disco que evoca a paz das montanhas das Geraes e que expõe visões romantizadas do amor e da família, a exemplo da melodiosa e nostálgica Canção para Minha Nobre Mãe. Destaque da safra autoral, a também melodiosa Luz que Vem do Céu - gravada com D'Black - se adequa mais ao clima e ao conceito do CD. Já Serenade (Toninho Horta e Ronaldo Bastos) - tema do disco Terra dos Pássaros - ambienta o solo do guitarrista em atmosfera roqueira, em sintonia com a escolha do solista convidado, Erasmo Carlos, lenda viva do rock nativo. Harmonia & Vozes agrega também Ivan Lins (em Você me Trouxe o Sol) e Djavan, que participa do Canto de Fada (Luísa). Com tal combinação de vozes, canções, instrumentos e temas, o disco acaba soando naturalmente harmônico e, de fato, transmite sensação de paz.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Embora tenha se celebrizado como guitarrista a partir de sua participação no álbum duplo Clube da Esquina (1972), Toninho Horta lançou em 1980 dois álbuns - Terra dos Pássaros e Toninho Horta - que revelaram um compositor eventualmente inspirado. É essa obra autoral que Horta aborda em Harmonia & Vozes - Uma Canto para a Paz no Planeta, disco lançado 30 anos após a implementação das bases desse cancioneiro. Em clima de paz e amor, Horta fez um disco suave e positivo, com letras e melodias "dedicadas à família, à natureza e aos povos do nosso planeta" - de acordo com as palavras do artista, reproduzidas no encarte. Das 16 músicas, dez são inéditas em disco. As outras são regravações dos temas mais conhecidos do cancioneiro de Horta, feitas com adesões de vozes estelares. Manuel, o Audaz - música associada à voz de Jane Duboc por conta de emblemática gravação de 1980 - tem intervenções da voz e do violão de aço de Frejat, guitarrista como Horta. Diana, um clássico do álbum Terra dos Pássaros, revive na voz de Ivete Sangalo, com direito a coral e metais arranjados pelo maestro Letieres Leite. Embora seja pontuado pela guitarra precisa de Horta e traga dois temas instrumentais como faixas-bônus, Valsa Alegre e Saudades do meu Grande Pai, o disco é moldado pela profusão de vozes ouvidas em suas primeiras 14 músicas. Horta não tem vocação para o canto, mas sua voz está bem colocada, ajustada ao tom suave de Harmoniza & Vozes, cuja sonoridade evoca o clima de álbuns de Beto Guedes e, sobretudo, Flávio Venturini - ambos conterrâneos de Horta. Beto, aliás, é o convidado de Meu Nome É que Diz (Nenel), parceria de Horta com Fernando Brant. Gravado por Seu Jorge com Sergio Mendes, o samba Agora, Amor, É com Você (Horta e Tatta Spalla) até destoa - pelo tom de exportação - deste disco que evoca a paz das montanhas das Geraes e que expõe visões romantizadas do amor e da família, a exemplo da melodiosa e nostálgica Canção para Minha Nobre Mãe. Destaque da safra autoral, a também melodiosa Luz que Vem do Céu - gravada com D'Black - se adequa mais ao clima e ao conceito do CD. Já Serenade (Toninho Horta e Ronaldo Bastos) - tema do disco Terra dos Pássaros - ambienta o solo do guitarrista em atmosfera roqueira, em sintonia com a escolha do solista convidado, Erasmo Carlos, lenda viva do rock nativo. Harmonia & Vozes agrega também Ivan Lins (em Você me Trouxe o Sol) e Djavan, que participa do Canto de Fada (Luísa). Com tal combinação de vozes, canções, instrumentos e temas, o disco acaba soando naturalmente harmônico e, de fato, transmite sensação de paz.

Juli Mariano disse...

Tô doida pra ouvir este disco. A ultimia vez que falei com o Toninho ele estava concluindo o projeto e feliz como se fosse o primeiro. É este estado permanente de "novo" que torna o Toninho o ser tão especial que ele é.