Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Com sabor de vidro e corte, canto de Garin consagra intérprete em 'Rabisco'

Resenha de show
Título: Rabisco
Artista: Laila Garin (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro do Fashion Mall (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 7 de junho de 2016
Cotação: * * * * *

Agora Laila Garin já é uma estrela dos palcos brasileiros. Enquanto arrasta pequenas multidões para a plateia de Gota d'água [A seco], musical em cartaz na cidade do Rio de Janeiro (RJ), a atriz e cantora baiana permanece paralelamente em cena desde 2015 com Rabisco, show que voltou aos palcos cariocas na noite de ontem, 7 de junho de 2016, em consagradora apresentação no Teatro Fashion Mall (para onde retornará na próxima terça-feira, 14 de junho). Estrela dos musicais de teatro, a atriz se expõe em Rabisco somente como cantora. Uma grande intérprete, capaz de fazer expressivas e renovadas abordagens de músicas que já ganharam vozes como as de Elis Regina (1945 - 1982) - cantora que Garin encarnou no espetáculo Elis, a musical (2013 / 2014) -  e Maria Bethânia. Rabisco é um show. Mas a teatralidade está permanentemente em cena, no canto dramático de Garin, no corpo que também se porta como instrumento da canção e até mesmo em boa parte dos arranjos criados e tocados por A Roda, o afiado trio - formado por Marcelo Müller (baixo), Rick de La Torre (bateria) e Ricco Viana (guitarra e violão) - que divide o palco com a cantora. Eventuais desencontros entre cantora e os ótimos músicos na apresentação de 7 de junho de 2016 se revelaram insignificantes diante da grandeza do show. Aos 38 anos, Garin se impõe como cantora de alma, corpo, coração e uma voz capaz de galgar altos degraus agudos na escala musical, como evidenciado na interpretação de Se eu quiser falar com Deus (Gilberto Gil, 1980). Uma intérprete com sangue nas veias em cena indie povoada por cantoras anêmicas. À flor da pele, o canto de Laila tem o sabor de vidro e corte de que fala San Vicente (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1972), música que fecha o show em medley que a linka com Conversando no bar (Nas asas da Panair) (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974), outra incursão pelo repertório da soberana Elis. Garin canta sucessos da MPB, e músicas mais recentes associadas à linguagem dessa música (já não tão) popular brasileira, mas a pulsação é a do rock, como Rabisco mostra de cara quando Garin entra em cena para cantar O que será? (À flor da pele) (Chico Buarque, 1976), música que gravou em 2015 para Leve Chico, ainda inédito tributo de artistas da nova geração ao compositor Chico Buarque. Mais vocacionado para o palco do que para os estúdios, o canto arretado da baiana impõe sotaque nordestino em Não me deixe (Juliano Holanda) - tema gravado por Garin para a trilha sonora da série Amorteamo (TV Globo, 2015) - sem aprisionar a intérprete em qualquer território musical. Garin voa em cena. Enredada no clima denso do toque d'A Roda em Na primeira manhã (Alceu Valença, 1980), a intérprete desce aos porões da solidão para fazer um canto demente, lento, que dissocia o lamento blue de Garin da antológica abordagem da música de Alceu feita por Maria Bethânia no álbum A beira e o mar (Philips, 1984). É com essa mesma personalidade que Garin faz Canteiros (Raimundo Fagner a partir de poema de Cecília Meireles, 1973) florescer com intensidade e com inserção de trecho recitado da letra de Lion man (Criolo, 2011), música do repertório do rapper paulistano Criolo. Tal intensidade é bisada na sentida interpretação de Não me arrependo (Caetano Veloso, 2006), uma das músicas mais belas do irregular repertório de  (Universal Music, 2006), álbum que renovou o som e o público de Caetano Veloso há dez anos. Em Não me arrependo, o toque seco e bem marcado da bateria de Rick de La Torre parece rasgar a pele, remexendo na fratura exposta na canção de amor desfeito. Na sequência, Sonhos pintados de azul (Dani Black, 2015) dá tom mais leve e luminoso ao show enquanto Juntando os cacos (Moyseis Marques, 2015) cai no samba em esquema noise. Garin já havia gravado o samba, cuja letra evoca as construções buarquianas, em EP lançado pelo cantor e compositor Moyseis Marques em 2015. Já Flor da ilusão - música que o compositor Renato Luciano já havia registrado em canto de tom sertanejo em gravação feita em dupla com Léo Pinheiro e posta no YouTube em 2014 - desabrocha no toque minimalista do arranjo d'A Roda. Contudo, Rabisco reitera que o canto de Garin cresce mais no teatro da canção. É com dramaticidade - e gestual teatral que reitera o corpo como instrumento da canção - que a intérprete senta no palco para dar voz à balada Aguenta coração (Prêntice, Ed Wilson e Paulo Sérgio Valle, 1990). Ao reviver este grande sucesso popular do cantor José Augusto, Garin leva a mão ao peito e atua no limite do excesso, mergulhando em seguida no mesmo universo kitsch que enche Banho de piscina (João Falcão, 2016) de ironias não muito finas, mas sedutoras. Fora das águas da música dita brega, Garin marcha em direção à França - fazendo valer a ascendência paterna - para cantar título do cancioneiro autoral do grupo francês Noir Désir (1980 - 2010), Marlène (Bertrand Cantat, Denis Barthe, Frédéric Vidalenc, Jean-Paul Roy e Serge Teysott-Gay, 1992). A batida marcial do arranjo se alinha com a marcha das pernas da cantora neste número teatral feito em clima de cabaré e em sintonia temática com a música seguinte, L'accordéoniste (Michel Emer, 1940), canção de amor em tempos de guerra, imortalizada na voz da cantora francesa Edith Piaf (1915 - 1963) e entoada por Garin em Rabisco com fluência e com o toque rascante do contrabaixo acústico de Marcelo Müller. Em que pese o francês perfeito, a cantora lança mão de versão em português de Ne me quitte pas (1959), escrita por Adriana Falcão com poesia e fidelidade ao doído sentido original dos versos da canção mais famosa do compositor belga Jacques Brel (1929 - 1978). Com o toque minimalista da guitarra de Ricco Viana, Garin dá outro show de interpretação teatral, expondo no canto em carne viva a dor do abandono. Enfim, a voz de Garin pode até soar festiva, como no bis encerrado com a percussiva Vamo batucá (Renato Luciano, 2016), tema da trilha sonora do musical Auê (2016), mas é quando sangra, com sabor de vidro e corte, que o canto de Laila Garin se agiganta e faz a festa dos admiradores de intérpretes que cantam com a voz, o corpo e a alma. Rabisco (ex)põe em cena cantora de assinatura própria, impressa a ferro e fogo no ótimo show.

Em 'Rabisco', Laila arde na fogueira das paixões de Alceu, Caetano e Fagner

Balada composta por Prêntice (1956 - 2005) em parceria com Ed Wilson (1945 - 2010) e Paulo Sérgio Valle, associada à voz do cantor carioca José Augusto, Aguenta coração (1990) perde a aura kitsch e ganha dramaticidade no canto de Laila Garin. A balada se ajusta ao tom intenso do repertório que compõe o roteiro de Rabisco, show feito pela atriz e cantora baiana com o toque indie-roqueiro d'A Roda, trio formado por Marcelo Müller (baixo), Rick de la Torre (bateria) e Ricco Viana (guitarra e violão). Em cartaz desde 2015, o show voltou à cena na cidade do Rio de Janeiro (RJ) na noite de ontem, 7 de junho de 2016, em apresentação no Teatro Fashion Mall, onde vai ser reapresentado na próxima terça-feira, 14 de junho. Aliando o registro dramático lapidado nos musicais de teatro à voz já maturada que a credencia a seguir carreira como (grande) cantora, Laila Garin arde na fogueira das paixões de composições de Alceu Valença (Na primeira manhã, 1990), Caetano Veloso (Não me arrependo, 2006), Fagner - Canteiros, 1973, música feita a partir de versos da poeta carioca Cecília Meireles (1901 - 1964) - e João Falcão (Banho de piscina, 2016). Evocando a ascendência francesa herdada do pai, Garin também dá voz no show Rabisco a um dos maiores sucessos da cantora francesa Edith Piaf (1915 - 1963), L'accordéoniste (Michel Emer, 1940), e a um título do cancioneiro autoral do grupo francês Noir Désir (1980 - 2010), Marlène (Bertrand Cantat, Denis Barthe, Frédéric Vidalenc, Jean-Paul Roy e Serge Teysott-Gay, 1992). Já Ne me quitte pas (Jacques Brel, 1959) aparece em inédita versão em português de Adriana Falcão que preserva a dor embutida na letra original. Eis o roteiro seguido em 7 de junho de 2016 por Laila Garin - em foto de Mauro Ferreira - na reestreia carioca do ardente e já cult show Rabisco no teatro do Fashion Mall, na cidade do Rio de Janeiro (RJ):

1. O que será (À flor da pele) (Chico Buarque, 1976)
2. Se eu quiser falar com Deus (Gilberto Gil, 1980)
3. Não me deixe (Juliano Holanda, 2015)
4. Na primeira manhã (Alceu Valença, 1980)
5. Canteiros (Raimundo Fagner a partir de poema de Cecília Meireles, 1973)
     - com citação de trecho da letra de Lion man (Criolo, 2011)
6. Não me arrependo (Caetano Veloso, 2006)
7. Sonhos pintados de azul (Dani Black, 2015) 
8. Juntando os cacos (Moyseis Marques, 2015)
9. Flor da ilusão (Renato Luciano, 2014)
10. Aguenta coração (Prêntice, Ed Wilson e Paulo Sérgio Valle, 1990)
11. Banho de piscina (João Falcão, 2016)
12. Marlène (Bertrand Cantat, Denis Barthe, Frédéric Vidalenc, Jean-Paul Roy e Serge
      Teysott-Gay, 1992)
13. L'accordéoniste (Michel Emer, 1940)
14. Ne me quitte pas (Jacques Brel, 1959, em versão em português de Adriana Falcão)
15. Conversando no bar (Nas asas da Panair) (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974) /
16. San Vicente (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1972)
Bis:
17. Zumbi (Jorge Ben Jor, 1973)
18. Vamo batucá (Renato Luciano, 2016)

Malta abre concurso para eleger vocalista com votação do público da banda

Decidida a continuar em cena após a saída do vocalista Bruno Boncini, a paulistana banda Malta abriu concurso para encontrar um novo cantor para o quarteto criado em 2013. O substituto de Boncini vai ser eleito pelo público da banda em votação na web. Primeiramente, os três músicos remanescentes da Malta - Adriano Daga (bateria), Diego Lopes (baixo) e Thor Moraes (guitarra) - vão avaliar os candidatos que se inscreverem com o envio de vídeo em que cantam trechos das músicas Memórias (Adriano Daga e Léo Richter, 2014) e Nada se compara (Lucas Santos, Samuel Deolli, Rafael Torres e Paula Mattos, 2015) em gravações pode ser feitas a capella, com alguns instrumentos, com uma banda ou com playbacks originais disponibilizados pela Malta. Nessa etapa inicial, os integrantes da Malta vão escolher os candidatos que passarão para a segunda fase do concurso. Só então o novo vocalista vai ser eleito mediante votação popular. Detalhe curioso e revelador: Memórias e Nada se compara são as duas únicas músicas gravadas pela Malta que não foram compostas por Bruno Boncini, que ainda seguirá com a banda até 25 de setembro de 2016, partindo na sequência para carreira solo.

Alcina procura repertório carnavalesco para EP com quatro músicas inéditas

Maria Alcina está buscando músicas carnavalescas. A cantora mineira planeja gravar no segundo semestre deste ano de 2016 um EP com quatro inéditas músicas do gênero. Arquitetado com a intenção de animar a folia de 2017, o disco - a ser produzido por Thiago Marques Luiz - está em fase de seleção de repertório. Alcina já está ouvindo músicas recebidas de todo o Brasil, mas ainda procura mais composições de espirito folião para fechar o repertório do disco. Compositores interessados em enviar músicas para Maria Alcina devem fazê-lo através de e-mail (producaomariaalcina@gmail.com).

terça-feira, 7 de junho de 2016

Ás do violão de sete cordas, 'demônio da garoa' Ventura Ramirez sai de cena

O cantor, compositor, músico e arranjador paulista Ventura Ramirez (Mombuca - SP, 1939 / São Paulo - SP, 2016) foi um ás no manejo das sete cordas do violão. Já era um prodígio aos 15 anos, em 1954, ano em que foi revelado no programa Calouros Toddy, apresentado por Hebe Camargo (1929 - 2012) na Rádio Nacional. Com a habilidade com que tocava o violão de sete cordas, Ramirez - que saiu de cena ontem, 6 de junho de 2016, vítima de infarto - se tornou mestre na arte de tocar choro, além de transitar por repertório de tom seresteiro. Mas foi ao cair no samba do conjunto paulistano Demônios da Garoa - no qual ingressou em 1965, substituindo o violonista Artur Bernardo (1929 - 1990), e no qual permaneceu por mais de 40 anos, entre idas e vindas - que Ramirez se popularizou. Ramirez construiu uma carreira fonográfica solo, dentro e fora do grupo, gravando álbuns como Com alma e coração  (RGE, 1961), Sonhos de um rei (Independente, 1989), o ao vivo Sete cordas de Ventura (Independente, 2007) e os derradeiros Naquele tempo... (DGD Records / Tratore, 2014) e Sete cordas de ouro (Tratore, 2014), discos assinados por Ramirez com o também violonista Orlando Aldasi, ambos editados em outubro de 2014 com distribuição da Tratore. Sai de cena um ás do violão.

Wanderléa faz a gravação audiovisual do show 'Feito gente' no Rio, em julho

Em 1975, Wanderléa estreou no Teatro Tereza Rachel, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o show Feito gente. Gravado ao vivo, o show gerou o álbum Feito gente (Polydor, 1975), lançado naquele mesmo ano. Decorridos 41 anos, a cantora de origem mineira vai voltar ao palco do mesmo teatro - atualmente batizado Theatro Net Rio - para fazer, sob a direção de Rafael Saar, a gravação audiovisual do remake do show Feito gente. A gravação está agendada para 27 de julho deste ano de 2016. Dirigido e produzido por Thiago Marques Luiz, o remake do show Feito gente foi um dos maiores sucessos da programação deste ano da Virada Cultural Paulista, tendo sido apresentado em 21 de maio no Theatro Municipal de São Paulo. Na foto de Marco Aurélio Olímpio, Wanderléa é vista no palco do Municipal paulistano durante o show. O CD e o DVD derivados da gravação ao vivo deste ano de 2016 serão lançados somente em 2017. Antes, no segundo semestre de 2016, a cantora irá lançar o álbum - feito em estúdio e já finalizado - em que dá voz a músicas da compositora mineira Sueli Costa.

Graveola edita quinto álbum, 'Camaleão borboleta', com dez músicas inéditas

Quinto álbum de Graveola e o Lixo Polifônico, grupo mineiro que tem tido o nome abreviado para Graveola, Camaleão Borboleta tem lançamento nas plataformas digitais programado para a próxima sexta-feira, 10 de junho de 2016. Produzido por Chico Neves, o álbum alinha dez músicas inéditas no repertório autoral. Três - Talismã (Luiz Gabriel Lopes, Gustavito e Chicó do Céu), gravada com a participação do cantor mineiro Samuel Rosa; Índio Maracanã (José Luiz Braga) e Aurora (Luiza Brina e Maria Raquel Dias) - já foram previamente apresentadas como singles. Detalhe: a respeito de Talismã, o vocalista do grupo Skank disse que a música bem poderia ter saído do repertório do álbum Cores nomes (Philips, 1982), de Caetano Veloso. Com capa colorida, o álbum Camaleão Borboleta traz no repertório músicas como Carta convite (Luiz Gabriel Lopes), Costi (Luiza Brina), Maquinário (Luiz Gabriel Lopes), Lembrete (Luiz Gabriel Lopes, Gustavito e Chicó do Céu) e Tempero segredo (José Luiz Braga). Graveola e o Lixo Polifônico é sexteto em ascensão na cena indie formado pelos músicos Luiz Gabriel Lopes (voz e guitarra), José Luiz Braga (guitarra e cavaco), Bruno de Oliveira (baixo e vocais), Gabriel Bruce (bateria e voz), Luiza Brina (voz, percussão, cavaco e escaleta) e Ygor Rajão (trompete e também escaleta). Com músicas gravadas em ritmos como frevo, ijexá e maracatu, o álbum Camaleão borboleta sucede o EP London bridge (Independente,  2015), expondo as cores da banda.

Dani e Blubell lançam música gravada em dueto para campanha institucional

Dani Black e Blubell gravaram música inédita, Ao alcance da mão (Bruno Piazza, Pedro Altério e Vinicius Calderoni, 2016), para promoção de campanha institucional de uma empresa de telefonia. A gravação foi feita no estúdio Gargolândia, na cidade de São Paulo (SP), com o reforço das vozes juvenis do Coral da Gente, do Instituto Baccarelli. A música - letrada por Vinicius Calderoni dentro do espírito positivista do projeto Vivo música que transforma, criado para incentivar e promover iniciativas que gerem benéficas mudanças de cunho social - foi registrada em vídeo já posto em rotação no YouTube.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

'Festa no arraial' compila hits juninos de Elba, Gal, Marlene e Doces Bárbaros

Marcha junina composta por Lamartine Babo (1904 - 1963) e lançada em 1934 em gravação feita por Carmen Miranda (1909 - 1955) em dueto com Mário Reis (1907 - 1981), Isto é lá com Santo Antônio ganhou a voz da cantora Marlene (1922 - 2014) em registro feito para o álbum Caixinha de saudade (Odeon, 1960). A gravação de Marlene é um dos 16 fonogramas selecionados por Rodrigo Faour para Festa no arraial, compilação lançada pela gravadora Universal Music neste mês de junho de 2016. Direcionada aos festejos juninos, a coletânea rebobina fonogramas de cantoras como Elba Ramalho, Inezita Barroso (1925 - 2015) e Gal Costa. Elba é ouvida com Boca do balão (Moraes Moreira, Zeca Barreto e Fred Góes, 1986), gravação do álbum Remexer (PolyGram, 1986). Inezita é representada por Balaio (adaptação de J.C. Paixão Cortes e L.C. Barbosa Lessa, 1953), tradicional tema gaúcho gravado pela cantora paulista no álbum Danças gaúchas (Copacabana, 1955), creditado no encarte com o título da reedição de 1961. Já Gal tem o sucesso Festa do interior (Moraes Moreira e Abel Silva, 1981) incluído na seleção em registro feito cinco anos depois da gravação de São João, Xangô menino (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1976) feita pelo quarteto Doces Bárbaros - mas somente com as vozes de Caetano Veloso e Gilberto Gil - para compacto duplo editado há 40 anos. Entre fonogramas de Alcione, Dominguinhos (1941 - 2013), Luiz Caldas e Luiz Gonzaga (1912 - 1989), Festa no arraial também é animada com gravações de Maria Alcina - Prenda o Tadeu (Antonio Simas e Clemilda, 1985) - e de Marinês e sua Gente, grupo liderado pela cantora pernambucana  Marinês (1935 - 2007), ouvido na compilação com a abordagem de música já esquecida no Brasil, Quadrilha é bom (Zé Dantas, 1957).

Tribalistas se reúnem - na Bahia - três anos após música pró-casamento gay

A informação é extra-oficial. Contudo, fãs saudosos dos Tribalistas devem ficar atentos: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte estão se reunindo, em Salvador (RJ), e articulam a volta do trio que estourou em 2002 com a edição de Tribalistas (Phonomotor Records / EMI Music, 2002), primeiro e único álbum do trio. Não se sabe se a articulação tem como objetivo a gravação de um segundo álbum, a realização de uma (nunca feita) turnê nacional - o que poderia gerar DVD e CD ao vivo - ou o registro de alguma música, como Joga arroz (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte, 2013), espécie de jingle gravado e lançado em single pelo trio em maio de 2013 com o intuito de promover a campanha em favor do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. O fato é que as reuniões de Arnaldo, Brown e Marisa estão acontecendo - em sigilo - na capital baiana e podem ter como mote a criação de algum projeto que celebre em 2017 os 15 anos do surgimento do popular trio.

Dorina festeja os 70 anos de Aldir com direito à música inédita do compositor

Show ainda inédito que a cantora carioca Dorina tem intenção de transformar em disco, Sambas de Aldir e ouvir festeja com antecedência os 70 anos de vida do compositor carioca Aldir Blanc - a serem completados em 2 de setembro deste ano de 2016 - e os 20 anos de carreira fonográfica da própria cantora, que debutou em disco com a edição do CD Eu canto samba (Leblon Records, 1996). A novidade do roteiro é Saindo à francesa, música inédita de Aldir, composta com os bambas cariocas Moacyr Luz e Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008). Cabe lembrar que Aldir admira o canto de Dorina, tendo escrito texto para o encarte do penúltimo álbum da cantora, Brasileirice (Rob Digital, 2010). Roteirizado em quatro blocos temáticos, o show Sambas de Aldir e ouvir vai estrear em 16 de junho de 2016, no Teatro Ziembinski, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), berço e inspiração de Aldir Blanc Mendes, compositor gravado desde 1968 e celebrado já nos anos 1970, pela parceria com João Bosco.

Seletores de Frequência - a banda de BNegão - lança EP com quatro inéditas

Banda que encorpa o som de BNegão nos três álbuns gravados pelo rapper carioca após a saída do grupo Planet Hemp, Seletores de Frequência lança EP instrumental com quatro músicas inéditas de autoria dos quatro integrantes do grupo. Quarteto formado por Pedro Selector (trompete), Fabiano Moreno (guitarra), Fabio Kalunga (baixo) e Robson Riva (bateria), mas turbinado com as adesões de André Ramos (saxofone barítono), Marco Serragrande (trombone) e Sandro Lustosa (percussão), Seletores de Frequência registra no disco as músicas Abre-caminho (Pedro Selector, Fabiano Moreno, Fabio Kalunga e Robson Riva, 2016), Funkalunga (Pedro Selector, Fabiano Moreno, Fabio Kalunga e Robson Riva, 2016), Insólito (Pedro Selector, Fabiano Moreno, Fabio Kalunga e Robson Riva, 2016) e Itacoatiara (Pedro Selector, 2016). Gravado e mixado no Espaço Ipiranga, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o EP ecoa o mix de funk, soul, reggae, dub, afro, jazz e samba que molda o som do grupo. A capa em cores vivas ostenta design geométrico do guitarrista do Seletores de Frequência, Fabiano Moreno.

domingo, 5 de junho de 2016

Skank festeja 25 anos enquanto promove EP com remixes de música de 2014

Enquanto festeja hoje 25 anos de atividade profissional, já que o primeiro decisivo show foi feito na cidade de São Paulo (SP) em 5 de junho de 1991, o grupo mineiro Skank promove EP com quatro remixes da música Do mesmo jeito, parceria de Samuel Rosa com Lucas Silveira, lançada pelo quarteto no álbum Velocia (Sony Music, 2014). Já disponível nas plataformas digitais, o EP Do mesmo jeito - Remixes reformata a música com os toques de Jacques Monastier, de Leo Breanza (com Denílson Miller), do grupo mineiro Funky Fat e do veterano DJ Marcello Mansur, o Memê. Integrante da atual formação do grupo Sambô, Monastier produziu o Jacques Batera remix.  Leo Breanza de Denílson Miller remodelam a música no vibrante Leo Breanza & Miller remix (o melhor dos quatro remixes). Já o Funky Fat remix foi produzido por Thiago Guimarães e Gui Santoro. Por fim, o ótimo The EDM Club Mix tem a assinatura valorosa de Memê. Do mesmo jeito é uma das músicas com maior potencial para virar hit dentre as onze músicas reunidas pelo grupo em Velocia, bonito álbum, sem teor progressista.

EP 'Gente bonita' não delineia a identidade musical de Fióti, irmão de Emicida

Resenha de EP
Título: Gente bonita
Artista: Fióti
Gravadora: Laboratório Fantasma / Pommelo Distribuições
Cotação: * * *

Seria até natural que o paulistano Evandro Fióti seguisse a cartilha do rap no primeiro disco. Afinal, Evandro é irmão de Leandro Roque de Oliveira, o bem-sucedido rapper paulistano conhecido pelo nome artístico de Emicida. Mas Fióti - que sempre atuou nos bastidores musicais como empresário de Emicida, administrando a empresa multifuncional Laboratório Fantasma - se afastou do rap ao se lançar como cantor e compositor em Gente bonita, EP com seis músicas lançado em 20 de maio deste ano de 2016 pelo selo Lab Fantasma com distribuição da Pomello. Há até rap, como ouvido na virada rítmica da revisão acústica do samba Obrigado, Darcy! (Emicida, Rael e Nave, 2014), lançado por Emicida há dois anos em single gravado com participação do rapper parceiro Rael. Mas Gente bonita se expande por outros universos musicais - o do samba, o do samba-rock e o do reggae - sem delinear a identidade musical do artista. Parceiro na música-título Gente bonita (composta em 2008 quando Fióti ainda trabalhava numa rede de fast food e Emicida começava a sair do gueto através da web), o irmão famoso dirige com Fióti a produção deste disco cuja edição em CD inclui luxuoso encarte nos moldes de songbook com textos, letras e cifras de cada uma das seis músicas. O disco foi gravado com recursos, como prova o arranjo de metais orquestrado por Edi Trombone para o samba-rock Pitada de amor (Fióti e Emicida). A produção musical - dividida entre Fióti e nomes como Maurício Fleury, piloto da faixa-título Gente bonita e de Só uma mulher (Fióti e Emicida) - valoriza o repertório. Além de cantar com eficácia as seis músicas, Fióti toca com desenvoltura o violão (de nylon) ouvido na gravação da música que batiza o EP. Das seis composições, a que mais sobressai é Vacilão, samba formatado por Rodrigo Campos com a cadência bonita do gênero num mix de tradição e de sutil ruptura com essa tradição, já que, ao produzir a faixa, Rodrigo harmonizou o toque do próprio cavaco com os samplers pilotados por Gui Amabis, os sintetizadores orquestrados por Zé Nigro e a voz da cantora Juçara Marçal no coro do refrão. Rodrigo também assina o samba composto por Fióti com o rapper Ogi. Chega a ser irônico que Gente bonita destaque um samba que versa sobre a desavença entre irmãos, já que a parceria de Emicida com Fióti - na música e, sobretudo, nas batalhas da vida - sempre resultou notoriamente harmoniosa. Os irmãos são parceiros dos dois sambas-rock do disco. Além de Pitada de amor, Fióti incursiona pelo gênero em Só uma mulher, faixa em que os metais orquestrados pelo produtor Maurício Fleury com Richard Fermino evocam o som e o suingue dos bailes em que já reinaram nomes como o cantor paulistano Bebeto. Por fim, o reggae Só leve flores (Fióti e Coruja BC1) - gravado com participação de Anelis Assumpção, cantora paulistana que costuma se banhar nessa praia jamaicana - fecha o EP Gente bonita reiterando a sensação de que Fióti ainda precisa ajustar o foco da música e do discurso para dizer efetivamente a que veio no mundo do disco.

Construído por Kassin, 'Paraíso' artificial de Temporão se desfaz na viagem...

Resenha de álbum
Título: Paraíso
Artista: Fernando Temporão
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * 1/2

Formatado pelo produtor Kassin, o Paraíso de Fernando Temporão soa artificial. E não por conta de uma suposta inaturalidade da guinada pop deste cantor, compositor e músico carioca que começou a transitar nos anos 2000 por universo musical ligado ao samba de cadência tradicional, tendo gravado discos como integrante do grupo Sereno da Magrudada (Modificado, Biscoito Fino, 2010) e como parceiro de João Callado em repertório que remeteu a tempos imemoriais (Primeira nota, Biscoito Fino, 2012). A súbita migração para a cena contemporânea carioca até soou natural no primeiro bom álbum solo do artista, Dentro da gaveta da alma da gente (Independente / Tratore, 2013), disco em que os produtores Kassin e Alberto Continentino sustentaram a leveza pop de Temporão com sonoridade que, por vezes, pareceu mais sedutora do que o repertório autoral do artista. Em Paraíso, Temporal recorre novamente ao toque mágico de Kassin, mas abre o leque de parceiros - compondo com nomes como Ava Rocha, Bruno Di Lullo, César Lacerda e Filipe Catto - sem que a expansão das conexões resulte proveitosa no cômputo final do disco. Paraíso é menos solar do que o antecessor, esboçando um discurso político ao longo das onze músicas do repertório inteiramente autoral. Só que tal discurso acaba esvaziado pela sonoridade algo etérea arquitetada pelo produtor. É nesses momentos que Paraíso soa mais artificial. Basta comparar a abordagem letárgica de Um milhão de novas palavras (Fernando Temporão e César Lacerda, 2015) com o vibrante registro roqueiro feito por Filipe Catto no álbum Tomada (Agência de Música, 2015). A sonoridade do disco dilui o discurso de Temporão, geralmente mais inspirado como letrista do que como melodista. A poesia sintética de Dois - parceria de Temporão com Bruno Di Lullo - fecha a viagem e o disco com beleza (inclusive melódica) que parece mais rarefeita ao longo da caminhada traçada por Paraíso numa esmaecida rota musical que inclui soul sem alma em Manto (Fernando Temporão), tangencia a batida do ijexá em Tudo o que é tristeza (Fernando Temporão e Thiago Camelo) e faz incursão protocolar pela levada do carimbó inserida em Afinal (Fernando Temporão e César Lacerda). Falta vida, punch, ausências detectadas na melodia da música-título Paraíso - cuja letra de Ava Rocha demarca território humanista, citando o índio urbano retratado na capa do disco com a exposição de pintura a nanquim da artista plástica paraense Elisa Arruda - e na arquitetura de Sem fantasia, outra parceria de Temporão com César Lacerda. Em contrapartida, há vida e há alma na atmosfera lúdica de No ar (Fernando Temporão e Alberto Continentino) e na pulsação roqueira que anima Dia de seguir (Fernando Temporão e Thiago Camelo). Pulsação que as guitarras de Temporão e de Kassin injetam em Exílios sem disfarçar o reduzido poder de sedução dessa música feita por Temporão com Filipe Catto. Paraíso é álbum feito com grifes como a de Kassin e a do acordeom de Marcelo Jeneci, cujo toque insinua que a faixa Dança (Fernando Temporão) pode migrar ora para universo ruralista ora para o salão de um tango sem que nenhuma das duas opções se concretize no arranjo. Enfim, há algo de artificial neste Paraíso tropical ora etéreo, ora politizado, ora roqueiro, mas sempre pop em viagem que por vezes soa bem cansativa.

Em duo, Grajew e Paiva revitalizam gingas de salões e terreiros em 'Bailado'

Resenha de álbum
Título: Bailado
Artistas: Daniel Grajew e Marcos Paiva
Gravadora: YB Music
Cotação: * * * * 

Bailado - álbum que marca a estreia fonográfica do duo formado pelo contrabaixista Marcos Paiva com o pianista Daniel Grajew - oferece olhar contemporâneo sobre as gingas dos salões e terreiros que, ao se influenciarem mutuamente no início do século XX, geraram a música popular brasileira de caráter urbano. Por mais que haja até uma valsa melancólica entre os nove temas instrumentais do disco (Saudade, composta por Marcos Paiva com inspiração nos sonhos mineiros que nunca envelhecem), Bailado é disco que cai no suingue que evoca o movimento musical da era de Chiquinha Gonzaga (1847 - 1935) e Ernesto Nazareth (1863 - 1964), pioneiros compositores e pianistas cariocas que ajudaram a moldar música brasileira que bebeu tanto das eruditas fontes dos salões de atmosfera europeia quanto da brejeirice sincopada dos sons negros dos terreiros. Não por acaso, ela e ele são saudados em Bailado com temas originais. O som corta-jaca da maestrina que abriu alas é evocado pelo duo em Gauche (Daniel Grajew), tema em que Grajew revitaliza o toque dos pianeiros da época. Um dos pilares da música que seria rotulada como choro, Nazareth é reverenciado na composição que abre Bailado, O último lundu de Ernesto (Marcos Paiva), tema em que lirismo e balanço se amalgamam em visão onírica dos seminais salões que davam o tom nos tempos do compositor, de cujo cancioneiro referencial o duo recria Tenebroso (1913), belo tango brasileiro - uma nomenclatura comumente usada na época para designar choros - composto com as regiões mais graves do piano. Além do olhar contemporâneo sobre esse tempo ido, Bailado se revela um disco original pela formação de piano e contrabaixo, mola que impulsiona a criação de inusual sonoridade acústica em que o piano de Grajew soa ora serelepe - como em Morro acima, morro abaixo (Marcos Paiva), misto de choro e ragtime - e o contrabaixo também pode cair no suingue, seguindo a linha das baixarias dos violões de sete cordas. Por tratar justamente de uma época em que os ritmos populares penetraram nos salões da música dita erudita, Bailado é disco justo ao reverenciar o compositor, maestro e flautista fluminense Anacleto de Medeiros (1866 - 1907), um dos primeiros a transitar com desenvoltura nos dois ambientes - o popular e o erudito - com a composição de dobrados, marchas, polcas e valsas. Da obra autoral de Anacleto, Grajew e Paiva revitalizam Arariboia, (189?) dobrado feito pelo compositor em tributo ao desbravador índio fluminense Arariboia (???? - 1589). Bailado também segue o passo impressionista do compositor francês Claude-Achille Debussy (1862 - 1918) em Choro vermelho, cujo matiz também tem o tom do jazz. E por falar na tal influência do jazz, 1x7 (Marcos Paiva) celebra um mestre, Radamés Gnattali (1906 - 1988), que soube absorver o jazz de forma brasileira, com música que transitou entre os salões e os terreiros, tal como este inusitado Bailado, disco que mostra a fina sintonia entre o piano pianeiro de Daniel Grajew e o baixo baixaria de Marcos Paiva. Sem nostalgia, o duo soube reanimar o baile que moldou toda a rica música do Brasil.

sábado, 4 de junho de 2016

Segundo DVD de Sandy sai em 24 de junho com Gil e cinco músicas inéditas

Previsto de início para ter sido lançado em maio deste ano de 2016, o segundo registro audiovisual de show da carreira solo de Sandy vai chegar ao mercado fonográfico a partir de 24 de junho, nos formatos de CD e de DVD (veja capa à direita), em edição da gravadora Universal Music. Meu canto - Ao vivo no Teatro Municipal de Niterói traz o registro do show com o qual a cantora e compositora paulista já está percorrendo o Brasil em turnê nacional que exibe o making of dos extras do DVD antes das apresentações. A gravação ao vivo do show foi feita em 14 e 15 de novembro de 2015, em Niterói (RJ), sob direção geral de Raoni Carneiro. No show captado ao vivo, Sandy faz dueto com Gilberto Gil em Olhos meus (Sandy Leah, 2012) e canta com Tiago Iorc a balada Me espera (Sandy Leah, Lucas Lima e Tiago Iorc, 2016). Já um hit na web, por conta do clipe gravado com Iorc sob direção de Rafael Kent, Me espera é uma das cinco inéditas do repertório do CD e DVD Meu canto. As outras são Colidiu (Sandy Leah e Lucas Lima, 2016), Salto (Sandy Leah, 2016), Respirar - primeira parceria de Sandy e Lucas Lima com Daniel Lopes - e a música-título Meu canto (Sandy Leah, 2016). O roteiro inclui também um sucesso da era dos festivais, Cantiga por Luciana (Edmundo Souto e Paulinho Tapajós,1969), tema que Sandy já registrara de maneira afetiva no DVD do avô  Zé do Rancho  (1927 - 2015), lançado em 2009.

Marco Pereira toca a obra influente de Dilermando Reis no CD 'Dois destinos'

Em março deste ano de 2016, o violonista paulistano Marco Pereira entrou no estúdio da YB Music, na cidade de São Paulo (SP), para gravar 12 títulos do cancioneiro autoral de um dos mais influentes violonistas e compositores do Brasil, o paulista Dilermando Reis (1916 - 1977), músico ligado ao choro e à valsa. Retomada em maio, a gravação formatou o álbum Dois destinos - Marco Pereira toca Dilermando Reis, previsto para ser lançado pelo selo Borandá em julho. Em atividade da década de 1940 até os anos 1970, Dilermando Reis é o compositor de temas celebrados como o choro Magoado (1941) e a valsa Noite de estrelas (1946). O disco Dois destinos foi batizado por Marco Pereira com o nome da valsa lançada por Dilermando em 1948 em rara gravação de disco de 78 rotações por minuto.

Produzido por Arto, Rebetez toca 'O corpo de dentro' com a influência do jazz

A sólida e eclética formação musical do compositor e guitarrista paulistano Lourenço Rebetez está entranhada nas dez faixas de O corpo de dentro (Dueto / Red Bull Studios), álbum instrumental produzido por Arto Lindsay que marca a estreia de Rebetez no mercado fonográfico. Além de ser formado em guitarra e em composição de jazz pela Berklee College of Music de Boston (EUA) e de ter estudado composição erudita na Escola de Música de São Paulo (EMESP), o artista teve aulas de guitarra com o violonista Chico Pinheiro - virtuose da contemporânea cena instrumental brasileira - e de composição popular e de ritmos afro-brasileiros com o genial Letieres Leite (mentor da baiana Orkestra Rumpilezz). Sedimentada com o estudo do jazz, sobretudo o jazz do baixista norte-americano Charles Mingus (1922 - 1979), do pianista norte-americano Duke Ellington (1899 - 1974) e do pianista canadense Gil Evans (1912 - 1988), a formação musical de Rebetez deu ao músico habilidade para compor e arranjar os oito temas e os dois interlúdios que compõem o repertório autoral do álbum O corpo de dentro, lançado em 24 de maio deste ano de 2016 com distribuição da Tratore. Temas como Birjand, Imã, Ozu e Pontieva são orquestrados em O corpo de dentro com fartos instrumentos de sopros, harmonizados com o toque da guitarra de Lourenço Rebetez - que pilota a programação eletrônica do Interlúdio 2 (Supernova) - e com a tal (grande) influência do jazz.

'Ao vivo em Goiânia' retrata ascensão das irmãs sertanejas Maiara & Maraisa

Redistribuído pela gravadora Som Livre nas lojas de todo o Brasil neste ano de 2016, o DVD Maiara & Maraisa ao vivo em Goiânia (Independente, 2015) já tinha sido disponibilizado pela dupla sertaneja na web no ano passado. Trata-se do primeiro registro audiovisual da discografia das irmãs gêmeas mato-grossenses nascidas há 28 anos em São José dos Quatro Marcos (MT), mas com passagens por várias cidades do Brasil. A gravação ao vivo - também editada pela Som Livre no formato de CD - foi feita em 31 de março de 2015 em show apresentado pelas irmãs na casa Santafé hall, em Goiânia (GO). Tanto o CD quanto o DVD alinham as 18 músicas do roteiro do show feito por Maiara & Maraisa com intervenções do cantor Cristiano Araújo (1986 - 2015), da cantora Marília Mendonça e das duplas Bruno & Marrone e Jorge & Mateus. Em participação feita três meses antes de o cantor goiano sair de cena aos 29 anos, vítima de acidente automobilístico, Cristiano Araújo divide com as irmãs a interpretação da música Se olha no espelho (Paula Mattos, Marco Aurélio e Adriana). Já Marília Mendonça entra em Motel, parceria da própria artista com Juliano Tchula e Rangel Castro. Compositora de 10 das 18 músicas do repertório do CD e DVD, Marília também é coautora - em parceria com Elcio Di Carvalho, Maraisa, Juliano Tchula, Leo Moreira e Thomaz de Carvalho - de Dois idiotas, música gravada com a adesão de Bruno & Marrone. Já Jorge & Mateus - dupla que incentivou as irmãs na escalada do universo sertanejo - participam de Fala a verdade (João Gustavo e Hugo Salles). Com músicas como 10% (Gabriel Agra e Danillo Davilla) e Mexidinho (Pacheco), o CD e DVD Maiara & Maraisa ao vivo em Goiânia exibem as irmãs em instante ascendente em mercado pop sertanejo que tem aberto espaço para mulheres, haja visto o sucesso de Marília Mendonça pelo Brasil.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Após (re)ler Arantes, Vaquer volta ao mundo do disco com 'Canções de exílio'

Três anos após lançar álbum com regravações de dez músicas do compositor paulista Guilherme Arantes, Antes da chuva chegar - Transversões volume 1 (Independente, 2013), o cantor e compositor carioca Jay Vaquer volta ao mercado fonográfico com a edição de Canções de exílio. Oitavo título da discografia do artista, Canções de exílio foi disponibilizado hoje, 3 de junho de 2016, nas plataformas digitais, em edição da Sony Music. Produzido por Moogie Canazio, o álbum alinha dez músicas inéditas de autoria do próprio Jay Vaquer. Quantos tantos abre o disco com o peso do rock que também sustenta Boneco de vudu e Como quem não quer nada. Com alta dosagem de eletrônica, perceptível em músicas como Possibilidade (Se já não caibo) e Tudo que não era esgoto, o álbum também abre espaço para baladas de amor e dor como Canção do exílio domiciliar, Hematomas da teima e Outrora. Vocalista da (já extinta) banda Luxúria, a cantora paulista Megh Stock participa do rock  Legítima defesa.  Baudaluv  completa o inédito repertório autoral do álbum Canções de exílio.

Dori põe música em 12 sonetos de Paulo César Pinheiro e os reúne em disco

Dori Caymmi criou melodias para 12 sonetos do poeta e compositor Paulo César Pinheiro. As 12 músicas expandem a produtiva parceria dos artistas cariocas - em foto de Roberto Filho - e vão gerar álbum de Dori intitulado Sonetos e previsto para ser lançado em 2017. Antes, porém, Dori lança neste ano de 2016 um outro álbum de inéditas cujo repertório também inclui parcerias com Paulo César Pinheiro.  Disco de tristeza é uma das parcerias inéditas do álbum que sairá ainda neste ano de 2016.

Saída de Bruno Boncini da Malta torna incertos futuros do cantor e da banda

EDITORIAL - Anunciada em redes sociais no início da noite de ontem, 2 de junho de 2016, a saída de Bruno Boncini da Malta - para seguir carreira solo - torna incertos o futuro do cantor e da banda formada em 2013 para participar da primeira edição do reality musical Superstar, exibida pela TV Globo de abril a junho de 2014. Boncini era o vocalista e principal compositor da banda que venceu o Superstar e se tornou um dos fenômenos comerciais do mercado fonográfico brasileiro em 2014 por conta das 280 mil cópias vendidas da edição física em CD do primeiro álbum da Malta. Em bom português, Boncini - visto em foto postada na página oficial do cantor no Facebook - era a cara e a voz da Malta. Mas isso não significa que Boncini triunfará necessariamente em carreira solo. Há vocalistas que se deram bem longe das bandas que os projetaram, casos de Alexandre Pires, Belo e - sobretudo - de Ivete Sangalo. Já Rodolfo Abrantes nunca foi o mesmo sem Os Raimundos. O mesmo podendo ser dito de Bell Marques fora do Chiclete com Banana. Fora do Grupo Revelação, Xande de Pilares firmou parcerias com cantoras como Roberta Sá e Zélia Duncan, mas ainda não aliou a popularidade dos tempos do Revelação ao prestígio que começa a adquirir como compositor. Boncini tem carisma e pode vir a se juntar ao grupo dos bem-sucedidos em carreira solo. Mas, por ora, o êxito do cantor em carreira solo é uma incógnita. Assim como o êxito da continuidade da banda. Os integrantes remanescentes da Malta - Adriano Daga (bateria), Diego Lopes (baixo) e Thor Moraes (guitarra) - já avisaram que vão procurar outro vocalista para seguir com a banda. Seja como for, o fato é que a saída de Boncini da Malta soa precoce, ainda que não seja imediata. Até 25 de setembro de 2016, Boncini vai honrar os compromissos profissionais da agenda da Malta. De todo modo, os comunicados oficiais - tanto o assinado por Boncini como o feito pela Malta - sustentam que a decisão da saída do vocalista foi tomada de comum acordo, em harmonia. Nem cabe especular sobre decisão aparentemente irreversível. Se houve desentendimento, foi de ordem particular. Mas cabe questionar se essa decisão foi acertada e se trará benefícios para ambos - o vocalista e a banda - a médio prazo.

Em outro nível de vínculo, MPB4 é um senhor tão bonito no show dos 50 anos

Resenha de show
Título: MPB4 50 anos - O sonho, a vida, a roda viva!
Artista: MPB4 (em foto de Camilla Guimarães / Divulgação)
Local: Teatro Serrador (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 2 de junho de 2016
Cotação: * * * *
Show em cartaz no Teatro Serrador, no Rio de Janeiro, às quintas-feiras de junho de 2016

Nas rimas e ritmos do estilo vocal com que se impôs em cena há cerca de 50 anos, o MPB4 se mostra um senhor ainda bonito no show comemorativo das cinco décadas de trajetória profissional do grupo fluminense gerado em Niterói (RJ) a partir de 1962. No show que vai ficar em cartaz durante às quintas-feiras deste mês de junho de 2016 no revitalizado Teatro Serrador, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o MPB4 faz uma oração ao tempo que o mantém vivo no som do estribilho. Não por acaso, Oração ao tempo - canção filosófica de Caetano Veloso lançada na voz do compositor em 1979 e regravada dois anos depois pelo MPB4 no álbum Tempo tempo (Ariola, 1981) - é cantada a capella pelo quarteto no show, na sequência do charmoso número inicial em que o grupo simula a cena em que defendeu Roda viva (Chico Buarque, 1967) em outubro de 1967 no palco do Teatro Paramount, em São Paulo (SP), na final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. O simulacro atiça a memória afetiva de quem conhece a história do MPB4. Contudo, o nível de vínculo do grupo com a música brasileira já é outro. Por conta do giro incessante e irrefreável da roda viva, a cristalizada imagem de 1967 já não pode ser refeita com precisão. Chico Buarque não está no número. Assim como o dissidente Ruy Faria, integrante da formação original do MPB4 que saiu do grupo em 2004. Sem falar que Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012) - o Magro, arranjador que delineou a assinatura vocal do MPB4 - já saiu de cena, ainda que Magro seja uma voz presente no show, como Paulo Malaguti Pauleira ressaltou na estreia carioca feita na noite de ontem, 2 de junho de 2016, para público amigo. Convidado em 2012 a substituir o insubstituível Magro, Malaguti forma atualmente o MPB4 com Aquiles Reis e Miltinho - os dois remanescentes da formação original do grupo - e com Dalmo Medeiros, que ocupa o lugar de Ruy Faria. O tempo é outro. Metade dos integrantes já é outra. Mas a identidade vocal do MPB4 - justiça seja feita - está toda lá. No medley do bis, quando o grupo vocaliza Porto (Dori Caymmi, 1975), tema que gravou para a trilha sonora da novela Gabriela (TV Globo, 1975), o MPB4 parece contínuo e jovial como o tempo para quem ora em cena. E, talvez por isso mesmo, o passado vença o presente no giro da roda do tempo. Em que pese o caráter retrospectivo, o show MPB4 50 anos - O sonho, a vida, a roda viva! também tem como mote o lançamento do primeiro álbum de músicas inéditas do grupo em 32 anos. Contudo, das 13 inéditas do revigorante disco, somente seis dão as caras em cena. Sem tempo para ter se familiarizado com o repertório do álbum MPB4 50 anos - O sonho, a vida, a roda viva!, lançado em maio pelo Selo Sesc, o público da estreia carioca recebeu com justificável frieza petardos como o samba Desossado (João Bosco e Francisco Bosco, 2016) e os baiões Ateu é tu (Rafael Altério e Celso Viáfora, 2016) e Brasileia (Guinga e Thiago Amud, 2016). São ótimas músicas, afins como o repertório politizado que norteou a trajetória fonográfica do MPB4 nas décadas de 1960 e 1970. Tanto que as músicas inéditas estão bem costuradas no roteiro com sucessos antigos. A costura é feita pela linha da afinidade temática. Os sambas Desossado e Partido alto (Chico Buarque, 1972) estão linkados pelas misérias da sociedade humana. Baião de Guinga, Brasileia é a deixa para que o MPB4 celebre o compositor carioca que teve a honra de lançar em disco, gravando duas parcerias de Guinga com Paulo César Pinheiro no álbum Palhaços e reis (Philips, 1974). Com Miltinho ao violão, o grupo remói o choro triste de Conversa com o coração (Guinga e Paulo César Pinheiro, 1974), uma dessas duas composições que apresentaram Guinga ao mercado fonográfico há 42 anos. Mas é Chico Buarque o compositor que mais girou com o MPB4 na roda viva desses 50 anos. O que justifica o fato de Chico ser o compositor de sete das 27 músicas encadeadas no roteiro seguido pelo MPB4 com o toque da banda formada por João Faria (baixo), Marcos Feijão (bateria), Pedro Reis (violão, guitarra e bandolim) e Ronaldo Silva (percussão). Até porque o MPB4 lançou em discos várias músicas do compositor carioca, caso do samba Almanaque (Chico Buarque, 1981), desfolhado com desenvoltura no show. Já Angélica (Miltinho e Chico Buarque, 1978), solo vocal de Miltinho, se eleva mais pela força sempre pungente dos versos do que pela interpretação de menor expressão do criador da melodia. A propósito, a força das vozes do MPB4 sempre residiu na união delas, na forma como foram harmonizadas por Magro, pelo próprio Miltinho e, desde o atual disco, por Paulo Malaguti, artista oriundo de grupos vocais como o Céu da Boca. Com tal união, Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973) ainda serve goles que golpeiam toda forma de opressão com a força da palavra. E é pela palavra que Miltinho expressa a saudade de Magro ao recitar Amigo do peito, poema de Paulo César Pinheiro, escrito no dia seguinte à saída de cena do artista. Amigo do peito já ganhou música do MPB4 e foi cantado em show feito pelo grupo no início de 2013 na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Mas, na estreia carioca do show MPB4 50 anos - O sonho, a vida, a roda viva!, o poema foi somente recitado, preparando o clima para bloco em tributo ao legado de Magro, cujo solo na gravação original de O navegante (Sidney Miller, 1972) foi ouvido em off antes da interpretação (acelerada e, talvez por isso, nem tão emocionante) de Canção da América (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1979). Antes do bis com longo medley que agrega músicas emblemáticas na discografia do grupo, caso de Amigo é pra essas coisas (Silvio da Silva Junior e Aldir Blanc, 1970), A voz na distância (Paulo Malaguti Pauleira, 2016) fecha a roda, transcendendo passado e presente com êxito. Já um senhor tão bonito, o MPB4 faz a roda viver muito mais além do que se vê.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

No show dos 50 anos, MPB4 celebra Magro com poema (inédito) de Pinheiro

No dia seguinte da saída de cena de Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012), o Magro, arranjador que criou a marca vocal do MPB4 ao longo de cinco décadas, Paulo César Pinheiro escreveu o poema Amigo do peito. O MPB4 musicou os versos do poeta e o cantou pela primeira vez em público em show feito no início de 2013, no Teatro Rival, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Mas é na forma original de poema - recitado por Miltinho - que Amigo do peito volta à cena, três anos depois. Ainda inédito em disco, o poema integra o roteiro do show em que o MPB4 celebra os (mais de) 50 anos de vida e a edição do primeiro álbum de músicas inéditas em 32 anos, MPB4 50 anos - O sonho, a vida, a roda viva!, lançado pelo Selo Sesc em maio deste ano de 2016. Amigo do peito abre bloco em homenagem a Magro no show que, após estrear em São Paulo (SP), chegou à cidade do Rio de Janeiro (RJ) em temporada iniciada na noite de hoje, 2 de junho de 2016, no Teatro Serrador. Durante todas as quintas-feiras deste mês de junho, o MPB4 - atualmente formado por Aquiles, Miltinho, Dalmo Medeiro e Paulo Malaguti - vai estar no palco do revitalizado Teatro Serrador para mostrar parte do repertório inédito do álbum recém-lançado e para reviver as músicas mais emblemáticas na cinquentenária trajetória fonográfica do quarteto de origem fluminense. Eis o roteiro seguido em 2 de julho de 2016 pelo grupo - em foto de Mauro Ferreira - na estreia carioca do show MPB4 50 anos   O sonho, a vida, a roda viva!:

1. Roda viva (Chico Buarque, 1967)
2. Oração ao tempo (Caetano Veloso, 1979)
3. Almanaque (Chico Buarque, 1981)
4. Milagres (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro, 2016)
5. A lua (Renato Rocha, 1980)
6. Desossado (João Bosco e Francisco Bosco, 2016)
7. Partido alto (Chico Buarque, 1972)
8. Ateu é tu (Rafael Altério e Celso Viáfora, 2016)
9. Angélica (Miltinho e Chico Buarque, 1978)
10. Cicatrizes (Miltinho e Paulo César Pinheiro, 1972)
11. Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973)
12. Brasileia (Guinga e Thiago Amud, 2016)
13. Conversa com o coração (Guinga e Paulo César Pinheiro, 1974)
14. A ilha (Kleiton Ramil e Kledir Ramil, 2016)
15. Vira virou (Kleiton Ramil, 1980)
16. Amigo do peito (Paulo César Pinheiro, 2012) - poema inédito recitado por Miltinho
17. O navegante (Sidney Miller, 1972) - com a voz de Magro em off
18. Canção da América (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1979)
19. A voz na distância (Paulo Malaguti Pauleira, 2016)
Bis:
20. Olê, olá (Chico Buarque, 1966) /
21. Pois é, pra que? (Sidney Miller, 1968) /
22. Amigo é pra essas coisas (Silvio da Silva Junior e Aldir Blanc, 1970) /
23. O que é o que é? (Gonzaguinha, 1982) /
24. Apesar de você (Chico Buarque, 1970) /
25. Porto (Dori Caymmi, 1975) /
26. Samba do avião (Antonio Carlos Jobim, 1962) /
27. Por quem merece amor (Por quien merece amor) (Silvio Rodríguez em versão de Miltinho, 1986)

Trio paranaense Nevilton lança EP com remixes de música de álbum de 2013

Três anos depois de lançar o segundo álbum, Sacode! (Independente, 2013), o trio paranaense Nevilton lança nas plataformas digitais o EP Noite alta com seis registros de uma das melhores músicas do disco produzido por Carlos Eduardo Miranda dentro do espírito pop roqueiro do som do grupo indie. Após ter dado origem a clipe posto em rotação em 2015, Noite alta (Nevilton de Alencar, 2013) ganha vida com remixes e outras versões. No EP, Noite alta aparece em versão intitulada 1972, em registro ao vivo, na (azeitada) gravação original em versão semi-acústica e em remixes assinados por Fabz Zonatti e pelo próprio Nevilton de Alencar, vocalista, guitarrista do trio.

Single com regravação olímpica de tema de Gonzaga inclui Jeneci e Roberta

Já está disponível nas plataformas digitais, em edição da Som Livre, o single com o tema oficial do revezamento da tocha olímpica do evento esportivo Rio 2016. Para retratar a caminhada da tocha olímpica pelo Brasil, uma regravação de A vida do viajante (Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil, 1953) - música lançada na voz do cantor, compositor e músico pernambucano Luiz Gonzaga (1912 - 1989) - feita por vários artistas. O time de intérpretes é formado por Alexandre de Faria, Bruno Boncini (vocalista da paulistana banda Malta), Bruno Cardoso (vocalista do grupo carioca de pagode Sorriso Maroto), César Menotti & Fabiano,  Koringa, Luan Forró Estilizado, Marcelo Jeneci e (até) Roberta Sá.

Com Jorge & Mateus e hit de Zizi, João Bosco & Vinícius gravam DVD em SP

A IMAGEM DO SOM - Postada na página de João Bosco & Vinícius no Facebook, a foto mostra a dupla sertaneja no palco do Espaço das Américas, na cidade de São Paulo (SP), ao lado de Jorge & Mateus, na gravação ao vivo feita na noite de ontem, 1º de junho de 2016. João Bosco & Vinícius fizeram o quinto registro audiovisual de show para gerar CD ao vivo e DVD intitulados Céu de São Paulo. Além de Jorge & Mateus, mais duas duplas sertanejas - Cesar Menotti & Fabiano e Henrique & Juliano - entraram em cena com João Bosco & Vinicius. O roteiro teve Perigo (Nico Rezende e Paulinho Lima, 1985), música que, embora lançada um ano antes pelo compositor Nico Rezende em obscuro compacto simples, fez sucesso nacional na voz da cantora Zizi Possi, em gravação de 1986.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Leila e Teresa figuram na gravação do quarto DVD do Samba do Trabalhador

A roda do Samba do Trabalhador - aberta em 2005 no Renascença Clube, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e já expandida para São Paulo (SP) - vai ser alvo de um quarto registro fonográfico, o terceiro de caráter audiovisual. Moacyr Luz (ao microfone na foto postada no site oficial do clube) vai comandar a gravação ao vivo da roda que vai gerar o quarto CD e o terceiro DVD do Samba do Trabalhador. CD e DVD serão gravados com as participações das cantoras Leila Pinheiro e Teresa Cristina. A edição já está prevista para o segundo semestre deste ano de 2016 pela Universal Music.

Nando amplia conexão internacional em CD que tem guitarrista do Pearl Jam

Nando Reis faz (mais...) conexões internacionais no álbum de músicas inéditas que vai lançar no fim do segundo semestre deste ano de 2016. O guitarrista do grupo norte-americano Pearl Jam, Mike McCready, toca no disco produzido pelo baterista (também) norte-americano Barret Martin - visto na foto com o cantor, compositor e músico paulistano em estúdio da cidade de São Paulo (SP). Peter Buck - guitarrista do extinto grupo norte-americano R.E.M. - também figura na ficha técnica do disco, mas Buck já havia tocado (bandolim) em Dessa vez e Frases mais azuis, músicas do segundo álbum solo do ex-Titã, Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro (Warner Music, 2000), gravado em Seattle (EUA) com produção de Jack Endino. A propósito, a primeira parte do próximo álbum de Reis também foi gravada em Seattle (EUA), em 2015, e teve o envolvimento de Endino na produção. Barrett comandou as sessões de gravação feitas em São Paulo (SP) neste ano de 2016. No disco, ainda sem título, Nando Reis registra músicas inéditas de lavra própria como 4 de março, Água-viva, Azul de presunto (gravada com a adesão dos titãs Arnaldo Antunes, Branco Mello, Paulo Miklos e Sérgio Britto), Como somos (parceria com Samuel Rosa), Lobo preso em renda  e Só posso dizer (música feita em tributo a Vânia Passos, mulher do artista). O repertório inclui a regravação de Concórdia, música de Nando lançada pela cantora carioca Elza Soares - em gravação realizada com a participação do próprio compositor - no álbum Vivo  feliz (Reco-Head Records, 2003).

Holandesa radicada no Rio, Martie dá voz a Caymmi e a Edu em 'Quem te viu'

Radicada desde outubro de 2011 no Brasil, mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro (RJ), a cantora holandesa Martie Rikhof reitera a paixão pela música brasileira no álbum Quem te viu, editado em escala mundial neste ano de 2016 pelo selo Dot Time Recrod. No Brasil, o disco vai ser distribuído via Tratore, mas, por questões de ordem jurídica, sem a última das 13 faixas, A thousand years (Sting e Mark Eldridge, 1999). Quem te viu - álbum cujo título toma emprestado metade do nome do samba Quem te viu quem te vê (Chico Buarque, 1967) - é uma extensão do EP Rio (2014), lançado por Martie há dois anos com regravações do samba de Chico Buarque, de Uva de caminhão (Assis Valente, 1939), d'O xote das meninas (Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1953) e de Blackbird (John Lennon e Paul McCartney, 1968). Produzido por Suheri Shikera sob a direção musical do pianista Claudio Dauelsberg, tal como como o EP, o álbum Quem te viu rebobina os quatro fonogramas de Rio e adiciona ao repertório dois títulos do cancioneiro do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008) - Vestido de bolero (1944) e Oração de Mãe Menininha (1972) - e sucesso de Roberto Carlos, Debaixo dos caracóis dos seus cabelos (1971), composto com Erasmo em tributo ao então exilado Caetano Veloso. Em Quem te viu, Martie também dá voz grave - e quase sem sotaque - a Reza (Edu Lobo e Ruy Guerra, 1964) e a Nasci para bailar (João Donato e Paulo André Barata, 1982), além de registrar Soneto da estreia, parceria da própria Martie com Mauro Aguiar. Martie também canta Adriana (1963), a parceria de Roberto Menescal e Lula Freire.

De 1977, terceiro álbum solo de Cartola é reeditado no formato original de LP

Enquanto a gravadora Universal Music produz caixa com coletânea e reedições dos dois primeiros álbuns da discografia solo de Cartola (1908 - 1980), a concorrente Sony Music põe no mercado fonográfico, neste mês de junho de 2016, uma reedição - no formato original de LP - do terceiro álbum solo do cantor, compositor e músico carioca. Verde que te quero rosa foi lançado originalmente em 1977, em edição da gravadora RCA-Victor. Neste disco, Cartola apresentou um dos clássicos do cancioneiro autoral do artista, Autonomia (1977), e regravou Pranto de poeta (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, 1957), samba então lançado há 20 anos. Eis, na ordem do LP, as 12 músicas dispostas em Verde que te quero rosa, o terceiro álbum de estúdio da (curta) discografia de Cartola:

Lado A
1. Verde que te quero rosa (Cartola e Castelo, 1977)
2. A canção que chegou (Cartola e Nuno Veloso, 1977)
3. Autonomia (Cartola, 1977)
4. Desfigurado (Cartola, 1977)
5. Escurinha (Geraldo Pereira e Arnaldo Passos, 1952)
6. Tempos idos (Cartola e Carlos Cachaça, 1968)


Lado B
1. Pranto de poeta (Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, 1957)
2. Grande Deus (Cartola, 1958)
3. Fita meus olhos (Cartola e Osvaldo Vasques, 1933)
4. Que é feito de você?  (Cartola, 1977)
5. Desta vez eu vou  (Cartola, 1977)
6. Nós dois (Cartola, 1977)