Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Álbum 'Born to Die' mostra que Lana Del Rey nasceu para morrer na praia

Resenha de CD
Título: Born to Die
Artista: Lana Del Rey
Gravadora: Interscope Records / Universal Music
Cotação: * *

Há um traço de profecia - ou talvez até de sarcasmo e cinismo - no título do segundo álbum de Lana Del Rey, Born to Die (2012). Nascida em Elizabeth Woolridge Grant em 1986, a cantora e compositora norte-americana é o fenômeno virtual da vez que gera lucros no mundo real da indústria fonográfica. Graças à repercussão no YouTube em 2011 de vídeo de (boa) música de sua lavra autoral, Video Games (Lana Del Rey e Justin Parker), a artista passou a viver sob os holofotes, gerando expectativa para um segundo álbum, o recém-lançado Born to Die, que funciona a rigor como seu primeiro  cartão-de-visitas, já que (quase) ninguém ouviu o  real álbum de estreia da cantora, Lana Del Ray A.K.A. Lizzy Grant (2010), que obviamente vai ser relançado no embalo do sucesso comercial obtido por Born to Die nas paradas dos Estados Unidos, da Inglaterra e de outros países. O traço profético - ou sarcástico - do título Born to Die reside no fato de que o álbum sinaliza que Del Rey pode ter nascido para morrer na praia. O disco soa cansativo, não raro chato. Não é um lixo - como alguns críticos vem apregoando com certa má-vontade por estarem sendo obrigados a se ocupar de um produto de importância mais midiática do que musical - mas tampouco cumpre a expectativa. Born to Die (Lana Del Rey e Justin Parker), a faixa que abre o CD, é a melhor música de repertório em que Rey versa sobre o universo vazio das patricinhas norte-americanas com certa dose de melancolia e em tom eventualmente sombrio. Mas o fato é que o fôlego de Rey como cantora e compositora parece curto já na segunda faixa, Off to the Races (Lana Del Rey e Tim Larcombe), canção temperada com evocação do universo do hip hop. Se as músicas soam insossas em sua maioria, a voz deixa a impressão de ter sido criada em laboratório, tendo sido ajustada por autotunes. Del Rey tenta ser cool, mas alguns arranjos - sobretudo os de National Anthem (Lana Del Rey e Justin Parker) e da boa Dark Paradise (Lana Del Rey e Rick Nowels) - parecem perseguir de forma estéril a grandiosidade épica do som da máquina operada pela britânica Florence Welch. No todo, Born to Die soa bastante irregular. É preciso ter dose alta de paciência para se deparar com uma música bacana como Lucky Ones (Lana Del Rey e Ricky Nowels). Não, Lana Del Rey não vai resistir muito. Pode morrer ainda em 2012.

12 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Há um traço de profecia - ou talvez até de sarcasmo e cinismo - no título do segundo álbum de Lana Del Rey, Born to Die (2012). Nascida em Elizabeth Woolridge Grant em 1986, a cantora e compositora norte-americana é o fenômeno virtual da vez que gera lucros no mundo real da indústria fonográfica. Graças à repercussão no YouTube em 2011 de vídeo de (boa) música de sua lavra autoral, Video Games (Lana Del Rey e Justin Parker), a artista passou a viver sob os holofotes, gerando expectativa para um segundo álbum, o recém-lançado Born to Die, que funciona a rigor como seu primeiro cartão-de-visitas, já que (quase) ninguém ouviu o real álbum de estreia da cantora, Lana Del Ray A.K.A. Lizzy Grant (2010), que obviamente vai ser relançado no embalo do sucesso comercial obtido por Born to Die nas paradas dos Estados Unidos, da Inglaterra e de outros países. O traço profético - ou sarcástico - do título Born to Die reside no fato de que o álbum sinaliza que Del Rey pode ter nascido para morrer na praia. O disco soa cansativo, não raro chato. Não é um lixo - como alguns críticos vem apregoando com certa má-vontade por estarem sendo obrigados a se ocupar de um produto de importância mais midiática do que musical - mas tampouco cumpre a expectativa. Born to Die (Lana Del Rey e Justin Parker), a faixa que abre o CD, é a melhor música de repertório em que Rey versa sobre o universo vazio das patricinhas norte-americanas com certa dose de melancolia e em tom eventualmente sombrio. Mas o fato é que o fôlego de Rey como cantora e compositora parece curto já na segunda faixa, Off to the Races (Lana Del Rey e Tim Larcombe), canção temperada com evocação do universo do hip hop. Se as músicas soam insossas em sua maioria, a voz deixa a impressão de ter sido criada em laboratório, tendo sido ajustada por autotunes. Del Rey tenta ser cool, mas alguns arranjos - sobretudo os de National Anthem (Lana Del Rey e Justin Parker) e da boa Dark Paradise (Lana Del Rey e Rick Nowels) - parecem perseguir de forma estéril a grandiosidade épica do som da máquina operada pela britânica Florence Welch. No todo, Born to Die soa bastante irregular. É preciso ter dose alta de paciência para se deparar com uma música bacana como Lucky Ones (Lana Del Rey e Ricky Nowels). Não, Lana Del Rey não vai resistir muito. Pode morrer ainda em 2012.

Flávio Voight disse...

Caramba, Mauro...
Quase sempre concordo com suas críticas, mas dessa vez me obrigo a discordar e bastante.

Achei um discão. Um pouco repetitivo, mas criativo e a voz dela é linda.

Gosto de música que puxa um pouco pro lado sombrio. Falta alguém assim na MPB hoje...

André Luís disse...

Quem dera se tanta gente sem talento morresse na praia rapidamente. Infelizmente o que acontece é o contrário: coliformes boiando nas paradas da praia musical (brasileira e estrangeira).

Eduardo Cáffaro disse...

ouvi 3 musicas. PARA MIM é muito chato. Mais uma que cantou por conta dos programas de computador. Passo. Prefiro quem canta de verdade.

O blog disse...

Eu tb não gostei não. Soa meio repetitivo e enjoado.

Daniel disse...

Nossa, foi tanto alarde em torno dela e eu sempre tentando gostar das músicas que saiam e nada me agradava. Enfim, quando saiu o album, eu dei a ultima chance a ela ouvindo-o na integra e posso ter minha opiniao final. Só conseguir achar alguma coisa legal em Video Games. O resto é extremamente chato, nao passa emoção alguma. Quis ser muito cool e o trabalho ficou insosso, sem energia, cansativo, tal qual suas apresentaçoes ao vivo. Precisa de umas aulas com a Florence pra poder ser alternativa e ainda assim grudar nos ouvidos.

Caio Faiad disse...

ainda bem que eu não sou o único que acho uma bosta! eu ouvi o cd até National Anthem. foi a gota d'água!

Onias Lopes disse...

born to die é MARAVILHOSO. baixei, ouiv trocentas vezes, decorei, comprei. faixas como summertime sadness, blue jeans, lolita, WITHOUT YOU, lucky ones, RADIO etc... o cd é incrível. vox única. espaço pra crescer e espaço pra melhorar tbm, claro.

apregoam o pop de fácil, simplório, fraco e dado de graça. a verdade é que pra entender música pop é difícil, ver além das máscaras. born to die é o MELHOR cd pop de 2012 até agora.

João Vitor disse...

Eu concordo em certos pontos como o exagero na produção (tem demos melhores que as originais),na melancolia sombria versando sobre o american dream e a grandiosidade das faixas.

Mas acho que ela tem muito talento,muitas ideias boas e ao contrário do qe comentaram ela canta bem sim.Acho que ela só precisava de mais tempo pra trabalhar melhor nas faixas.

E ainda assim,eu acho as músicas muito boas,bem que podia ter uma resenha do Paradise também
Abraços...

Unknown disse...

2014 e ela ainda ta mais que viva. OPA..!!!

Unknown disse...

2014 e ela inda ta mais que viva..OPA!!!

Lana Del Rey disse...

2015 e ela ainda esta viva! OPSS...!!!