Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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sexta-feira, 20 de maio de 2016

Baleiro retrata solidões cotidianas de multidões sem alma em 'Era domingo'

Resenha de álbum
Título: Era domingo
Artista: Zeca Baleiro
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * 1/2

Aparentemente fora de propósito, a foto tirada e exposta por Zeca Baleiro na capa do disco Era domingo passa a fazer sentido com a audição das 11 músicas autorais do nono álbum solo de inéditas do multimídia artista maranhense. Era domingo desajusta o foco solar normalmente direcionado a este dia da semana ao retratar melancolias cotidianas em flash cinzento da humanidade. Em álbum formatado por 13 produtores, a exemplo do antecessor O disco do ano (Som Livre, 2012), o cantor e compositor dá voz a tristezas e angústias entranhadas no cotidiano da sociedade automatizada. "Eu sou a multidão sem alma / Multiplicando multidões / A dor dos corações sem calma / Velando a morte das paixões", adverte em Homem só (Zeca Baleiro), faixa produzida e arranjada em adequado tom sombrio por Marcelo Lobato (do grupo O Rappa), com vocais sutis de Ellen Oléria. Sombras também encobrem a mente em decomposição da personagem de Desejo de matar (Zeca Baleiro), faixa produzida e arranjada com brilhantismo contemporâneo por Marcos Vaz. Musicalmente, aliás, Era domingo avança em relação a discos anteriores de Baleiro, minimizando a sensação de que o compositor já apresentou safras autorais melodicamente mais sedutoras. A maior força de Era domingo reside no conjunto dos cinzentos sentimentos expostos nas letras. Baleiro canta o refrão da solidão mesmo quando vai à ensolarada praia do reggae, ritmo de O amor é invenção (Zeca Baleiro), faixa produzida por Fernando Nunes. Loosers protagonizam as narrativas geralmente imagéticas das letras. Um deles é o "poeta boêmio na banguela", personagem do ska Ela parou no sinal (Zeca Baleiro) que recusa a cantada da "bela atriz de uma novela" pela baixa autoestima na faixa produzida e orquestrada (com metais vivazes) por Pedro Cunha. Não por acaso, existe no repertório uma canção intitulada Desesperança (Zeca Baleiro e Paulo Monarco) e praticamente recitada (com prosódia distinta do rap), em sintonia com o fato de embutir na letra trecho do poema Desesperança, extraído do livro Harpas selvagens (1857), do escritor e poeta maranhense Sousândrade (1833 - 1902).  A produção da faixa foi confiada a Érico Theobaldo. Sim, Era domingo alinha desesperanças nos versos de músicas como a Balada do oitavo andar (Zeca Baleiro). "Tarde fria, noite morta / Não importa aonde vou / Todos os caminhos dão no mesmo", resigna-se o poeta solitário nos versos da balada lírica formatada por Rogério Delayon. A solidão do poeta às vezes contrasta com a beleza natural da paisagem urbana, como no cenário azulado, mas blue de tristeza, desenhado na inspirada música-título Era domingo (Zeca Baleiro). O contraste é acentuado na gravação pelas guitarras e cordas proeminentes orquestradas por Tuco Marcondes, produtor da faixa. Algumas músicas - como De mentira (Zeca Baleiro), tema quase falado produzido por Kuki Stolarski cuja letra cita o metapoema português Autopsicografia (1931), de Fernando Pessoa (1888 - 1935) - já explicitam no título o estado desiludido, quase inerte, do espírito do poeta. "Ultimamente nada, nada me interessa / Nem uma conversa / Eu não sinto pressa, saudade ou paixão / E até que gosto de me sentir desse jeito / Sem frisson no peito / Sem nenhum defeito no coração", argumenta em versos de Ultimamente nada, faixa de clima cigano produzida por Adriano Magoo. Contudo, o poeta - como sabemos - é um fingidor. E, na canção com toque de baião Pequena canção (Zeca Baleiro), formatada por André Bedurê e Rovilson Pascoal, o poeta esboça reações afetivas diante da paixão pela pequena dele. Canção produzida com punch pop por Haroldo Ferretti e Henrique Portugal (baterista e tecladista do Skank, respectivamente), Deserta - parceria de Baleiro com o compositor africano Lokua Kanza - reitera o movimento amoroso. "Pegue minha mão, me leve / Pra onde quiser / Sigo você aonde for / Diga o que quer / Se falta amor aqui / Melhor partir / Aprender a voar no céu / Que nunca tem fim", propõe o poeta, com fio de esperança, na vida que parece estar por um fio na narrativa de Era domingo. Aos 50 anos, completados em 11 de abril deste ano de 2016, Zeca Baleiro se recusa a ficar parado no sinal. E avança com um disco nublado, de grande força poética e conceitual, que realça sombras existenciais escondidas atrás do sol de um (feliz?) dia de domingo.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Eis a capa e as (11) músicas de 'Era domingo', álbum autoral de Zeca Baleiro

Esta é a capa de Era domingo, álbum autoral de Zeca Baleiro. Programado para chegar às lojas e às plataformas digitais a partir de 13 de maio de 2016, o disco entra em pré-venda amanhã, 26 de abril, no site oficial da gravadora Som Livre. Os 300 primeiros compradores receberão o CD autografado pelo cantor, compositor e músico maranhense. Mixado e masterizado por Patrick Dillet e Chris Gehringer no estúdio Sterling Sound, em Nova York (EUA), o nono álbum de músicas inéditas da discografia solo de Zeca Baleiro apresenta onze composições autorais. Nove são assinadas somente pelo artista. As exceções são Deserta - parceria com o compositor congolês Lokua Kanza - e Desesperança, feita por Baleiro com Paulo Monarco a partir de poema do escritor maranhense Sousândrade (1833 - 1902). Eis, na ordem do disco, as onze músicas de Era domingo:

1. Era domingo (Zeca Baleiro, 2016)
2. Ela parou no sinal (Zeca Baleiro, 2016)
3. Balada do oitavo andar (Zeca Baleiro, 2016)
4. De mentira (Zeca Baleiro, 2016)
5. Homem só (Zeca Baleiro, 2016)
6. Desejo de matar (Zeca Baleiro, 2016)
7. O amor é invenção (Zeca Baleiro, 2016)
8. Deserta (Zeca Baleiro e Lokua Kanza, 2016)
9. Pequena canção (Zeca Baleiro, 2016)
10. Desesperança (Zeca Baleiro e Paulo Monarco a partir de poema de Sousândrade, 2016)
11. Ultimamente nada (Zeca Baleiro, 2016)

segunda-feira, 28 de março de 2016

Baleiro apresenta a música-título, 'Era domingo', do disco que lança em maio

A música-título do álbum de músicas inéditas que Zeca Baleiro vai lançar em maio deste ano de 2016, Era domingo, chegou hoje, 28 de março de 2016, às programações das rádios que tocam música brasileira. O single com a música Era domingo vai ser lançado nas plataformas digitais em 15 de abril. O guitarrista Tuco Marcondes produziu e arranjou a gravação de Era domingo, música composta por Baleiro há dois anos ao alvorecer de domingo em Fortaleza (CE), na turnê do show Chão de giz, após noite de insônia. "É uma canção sobre luz e sombra, solidão e esperança, ou, trocando em miúdos, sobre a sobrevivência da alma no mundo contemporâneo", conceitua o cantor, compositor e músico maranhense. A gravação foi mixada por Patrick Dillet em Nova York (EUA), cidade onde a faixa também foi masterizada no estúdio Sterling Sound, por Chris Gehringer. Formatado por vários produtores, o álbum  Era domingo  vai ser lançado pela gravadora Som Livre.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Baleiro revela o título do disco de inéditas que gravou com vários produtores

Era domingo é o título do nono álbum de músicas inéditas da discografia solo de Zeca Baleiro. Tal como o antecessor O disco do ano (Som Livre, 2012), lançado há quatro anos, Era domingo está sendo formatado por diversos produtores. O cantor e compositor maranhense - em foto de Rama Oliveira - confiou a produção de cada faixa do disco a um nome diferente. “É um jeito mais divertido de fazer. Depois de quase 20 anos de carreira e mais de dez discos lançados, tenho que criar novos modos de fazer, reciclar os métodos. Tudo que eu não quero é fazer um trabalho burocrático. Nesse formato, cada música chega de uma maneira diferente e isso acaba sendo instigante pra mim. Minha voz e o tratamento final é que dão unidade ao trabalho”, justifica o artista. O disco Era domingo vai ser lançado pela gravadora Som Livre em maio deste ano de 2016.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Zeca Baleiro lança nono disco solo de inéditas no primeiro semestre de 2016

O nono álbum solo de inéditas do cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro - em foto de Rama Oliveira - vai ser lançado até o fim deste primeiro semestre de 2016. Quem vai editar o disco é a Som Livre, gravadora que pôs no mercado fonográfico em 2012 o anterior álbum solo de inéditas do artista, O disco do ano. O último CD de Baleiro, Café no bule (Selo Sesc, 2015), foi lançado há um ano,  mas foi gravado e assinado por Baleiro com Naná Vasconcelos  e Paulo Lepetit.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Zeca Baleiro assina a trilha sonora de musical baseado em textos de Nelson

Programado para estrear na segunda quinzena deste mês de janeiro de 2016, em Natal (RN), o musical A paixão segundo Nelson - Uma farsa musical brasileira - espetáculo teatral baseado em textos dos dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues (1912 - 1980) - tem trilha sonora composta por Zeca Baleiro. Artista multimídia, o cantor, compositor, músico e escritor maranhense - visto em ilustração baseada em foto de Mathieu Rougé - produz o musical, tendo selecionado os textos de Nelson e feito todas as músicas inéditas que serão ouvidas na trama situada na década de 1950.

sábado, 10 de outubro de 2015

Vanusa lança - enfim - o álbum gravado desde 2013 com produção de Baleiro

Com projeto gráfico assinado por Elifas Andreato, o álbum Vanusa Santos Flores - gravado desde 2013 pela cantora paulista Vanusa com produção de Zeca Baleiro - será, enfim, lançado neste mês de outubro de 2015 em edição da gravadora Saravá Discos distribuída via Canal 3. Iniciado em 2013 pelo cantor, compositor, músico e produtor maranhense, o disco foi somente retomado neste ano de 2015. Mas EP com quatro faixas - as inéditas Tapete da sala (Luiz Vagner, Antonio Luiz e Vanusa) e Era disso que eu tava falando (Renata Fausti e Mário Marcos), além das regravações de Mistérios (Zé Geraldo e Mário Marcos, 1981) e O silêncio dos inocentes (Zé Ramalho, 2002) - foi editado em maio de 2014 como aperitivo do álbum até então interrompido. No disco, que chega às plataformas digitais a partir de 23 de outubro e que sai dias antes em edição física em CD, Vanusa regrava Esperando aviões (Vander Lee, 2003), Traição - tema autoral que a artista lançou em seu último CD de músicas inéditas, Hino ao amor (Leblon Records, 1994) - e Haja o que houver (tema de Pedro Ayres Magalhães lançado pelo grupo português Madredeus em 1997). O repertório inclui Tudo aurora, parceria de Vanusa com Zeca Baleiro. O último álbum de Vanusa foi lançado em 1998, mas foi disco de regravações, feito no padrão econômico da série  20 Super Sucessos, da Polydisc.

1. Compasso (Angela Ro Ro e Ricardo McCord, 2006)
2. Abre aspas (Nô Stopa e Marcelo Bucoff, 2002)
3. O silêncio dos inocentes (Zé Ramalho, 2002)
4. Esperando aviões (Vander Lee, 2003)
5. Traição (Vanusa, 1994)
6. Era disso que eu tava falando (Renata Fausti e Mário Marcos, 2014)
7. Tapete da sala (Luiz Vagner, Antonio Luiz e Vanusa, 2014)
8. Haja o que houver (Pedro Ayres Magalhães, 1997)
9. Tudo aurora (Zeca Baleiro e Vanusa, 2015) - com Zeca Baleiro
10. Mistérios (Zé Geraldo e Mário Marcos, 1981)

domingo, 20 de setembro de 2015

Fagner arquiteta para 2016 CD de inéditas com parceiros como Baleiro e Nilo

Enquanto percorre o Brasil com show de sucessos, Raimundo Fagner arquiteta para 2016 álbum de inéditas com músicas compostas com parceiros como Chico César, Clodo Ferreira, Fausto Nilo, Ferreira Gullar e Zeca Baleiro, entre outros nomes. Ainda em estágio embrionário, o CD vai suceder Pássaros urbanos (Sony Music, 2014) na discografia solo do cantor, compositor e músico cearense.

sábado, 19 de setembro de 2015

Brilho dos músicos impede amargor da sortida safra autoral de 'Café no bule'

Resenha de CD
Título: Café no bule
Artistas: Naná Vasconcelos, Zeca Baleiro e Paulo Lepetit
Gravadora: Selo Sesc
Cotação: * * *

Era para ser um disco gravado em trio com o paulistano Itamar Assumpção (1949 - 2003), o pernambucano Naná Vasconcelos e o maranhense Zeca Baleiro. Mas o Nego Dito saiu de cena e Café no bule - disco acalentado há mais de uma década - acabou sendo preparado com Paulo Lepetit, músico paulistano da turma de Itamar, no lugar do insubstituível Beleléu. Com 12 músicas inéditas em 13 faixas (a exceção é Caju, parceria de Naná com Vinicius Cantuária, lançada em 1999 em disco de Naná e ora revivida pelo trio em tom amaxixado), Café no bule exala o aroma da diversidade rítmica brasileira. A safra autoral de Baleiro, Naná e Lepetit vai do coco de roda (Mosca de padaria) a uma canção moldada para luau (A maré tá boa, feita na onda paulista, de acordo com o espirituoso Baleiro), passando por xote (Xote do Tarzan) e ijexá de toque caribenho (A dama do Chama-Maré, música arranjada com metais cujo título se refere a uma casa de reggae situada em São Luís, no Maranhão). Só que esse repertório - costurado por três vinhetas, Tem café no bule, Eu vim foi (único tema composto por Baleiro e Lepetit sem Naná) e Bonne chance - poderia ter sido servido com mais rigor na seleção. Os três artistas sobressaem em Café no bule mais como músicos do que como compositores. Naná reitera sua personalíssima maestria na arte da percussão, tirando efeitos de instrumentos inusitados. Além de dominar a arte do canto no disco, Baleiro toca instrumentos como violão, cavaco e guitarra. Já Lepetit pilota com habilidade sortido arsenal de instrumentos que inclui o u-bass, misto de baixo e ukelele. Capitaneada pelo próprio trio, a produção agrega outros músicos aos arranjos e garante boa formatação para um repertório gravado com mistura de ritmos e sotaques em fusão que extrapola inclusive as fronteiras rítmicas do Brasil, como sinalizam o tom cigano de Yellow taxi e a levada angolana do semba de roda Vou de candonga. A questão é que nem todas as músicas em si fazem jus ao histórico do trio. Os grandes destaques da variada safra autoral e inédita são Ciranda da meia-noite (a ciranda que abre o disco com toques de ijexá e um irresistível convite à dança), Batuque na panela (samba que busca reproduzir a cadência dos temas de terreiros) e Loa (o festivo maracatu de baque virado que fecha o disco em grande estilo). Enfim, Café no bule tem sabor brasileiro. É a diversidade rítmica nacional que adoça o disco, sendo que o brilho dos três artistas como músicos impede qualquer eventual amargor do repertório servido em Café no bule. Pode provar o miscigenado Café no bule!

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Sérgio Sá finaliza álbum de inéditas com convidados como Elba, Gil e Baleiro

Parceiro de Antonio Marcos (1945 - 1992) e de Vanusa em músicas que fizeram sucesso nos anos 1970, casos de Sonhos de um palhaço (1974) e Mudanças (1979), o cantor, compositor, músico e arranjador cearense Sérgio Sá busca ajuda na plataforma de financiamento coletivo Kickante para viabilizar o lançamento do álbum de inéditas Sérgio S/A. Compositor de hits propagados na voz do cantor Fábio Jr., como Eu me rendo (1981) e O que é que há? (1982, em parceria com Fábio), Sérgio Sá apresenta 15 músicas inéditas de sua autoria no disco Sérgio S/A. Dez foram gravadas pelos convidados Carlos Navas (O equilibrista), Cláudia Albuquerque (Mergulho neste azul), Elba Ramalho (Fibra de cristal), Gilberto Gil (Arte da ciência), Jane Duboc (Começar), Jorge Vercillo (Celebridade), Lucinha Lins (Te quero aos meus pés), Tribo de Jah (63 sinais), Vânia Bastos (Sua grandeza) e Zeca Baleiro (Às vezes). O próprio Sérgio Sá dá voz a cinco das 15 composições (30 de fevereiro, Nó de marinheiro, Pista livre, Poder tamanho e Voz do fogo). Zé Américo Bastos assina os arranjos e a coprodução do álbum Sérgio S/A. Clique aqui se quiser contribuir com a campanha.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Disco de sambas de Zélia tem parcerias com Xande, Pedro, Arlindo e Baleiro

Xande de Pilares vem expandindo suas conexões na música brasileira e abrindo parcerias com cantoras que transitam além do universo do samba. Além de compor com Roberta Sá (Boca em boca, música que figura no ainda inédito sexto álbum da cantora potiguar), o cantor e compositor carioca já fez sete músicas com sua nova parceira, Zélia Duncan, com quem aparece na foto tirada no estúdio da gravadora Biscoito Fino. Três dessas sete músicas - Destino tem razãoNo meu país e Olha, o dia vem aí - figuram no repertório do álbum Antes do mundo acabar, trabalho inteiramente dedicado ao samba que a cantora e compositora fluminense gravou no Rio de Janeiro (RJ) com produção de Bia Paes Leme e arranjos do violonista Marco Pereira. O samba-título Antes do mundo acabar é parceria de Zélia com o maranhense Zeca Baleiro, com quem Zélia tem o projeto de fazer disco de músicas inéditas. Em Antes do mundo acabar, Zélia também dá voz a parcerias inéditas com os cariocas Arlindo Cruz (Dormiu, mas acordou), Ana Costa (Alameda de sonho e Pra quem sabe amar) e Pedro Luís (Um final). Com 14 músicas, sendo dez inéditas (nove são da lavra da dona do disco) e quatro regravações, o álbum de sambas de Zélia Duncan tem lançamento nacional agendado para 15 de outubro de 2015,  em edição da gravadora Biscoito Fino.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Naná, Baleiro e Lepetit servem 'Café no bule' com 'Caju' em CD do Selo Sesc

No fim da década de 1990, o compositor e percussionista pernambucano Naná Vasconcelos firmou parceria com o cantor e compositor amazonense Vinicius Cantuária, criando músicas registradas em álbum de Naná, Contaminação (M. Officer, 1999). Uma dessas músicas, Caju, foi reprocessada por Naná para Café no bule, disco que o percussionista gravou ao longo dos últimos dois anos como o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro e com o músico e compositor paulista Paulo Lepeti. Servido a partir desta primeira semana de setembro de 2015, em edição produzida pela Elo Music e distribuída através do Selo Sesc, Café no bule alinha 13 músicas. Com exceção de Caju, lançada em disco há 16 anos, todas são inéditas. O trio assina 11 das 13 composições, sendo que Eu vim foi é a única música criada por Baleiro e Petit sem a participação de Naná. De todo modo, Naná (percussão, efeitos, voz evocais), Baleiro (violão, guitarra, cavaco, ukelele, teclados, voz e vocais) e Lepetit (baixo, u-bass, violão, guitarra, teclados, voz e vocais) uniram forças, vocais e instrumentos na gravação das 13 músicas do repertório autoral que inclui a Ciranda da meia-noite, o Xote do Tarzan e o ijexá A dama do Chama-Maré. Projeto antigo, Café no bule seria servido originalmente com o aroma da música do cantor e compositor paulista Itamar Assumpção (1949 - 2003), mas, com a saída de cena do Beleléu, Petit - que já estava por perto durante a idealização do disco por tocar na banda de Itamar - completou o trio. E o repertório foi sendo criado pelos três artistas - vistos em ilustração baseada em fotos de Mathieu Rougé - sem fórmulas prontas, como conta Baleiro em texto sobre o projeto: “Há casos em que Naná gravou primeiro a levada e eu e Lepetit desenvolvemos a letra, a melodia e a harmonia conjuntamente depois, como é o caso das faixas Ciranda da meia-noite, Batuque na panela e Xote do Tarzan. Outras nasceram de groove de baixo e violão, seguido pela letra e a levada rítmica, como em Yellow taxi e Vou de candonga. Em A dama do Chama-Maré e A maré tá boa, Naná começou a letra e nos deu para musicar, fazer a segunda parte, e depois ele pôs a percussão. Fiz a letra e mandei para o Lepetit, que harmonizou”, revela Baleiro.  Eis, na ordem do CD, as 13 músicas que compõem o sabor rítmico de Café no bule:

1. Ciranda da meia-noite (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
2. Batuque na panela (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
3. A dama do Chama-Maré (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
4. Tem café no bule (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
5. Caju (Naná Vasconcelos e Vinicius Cantuária, 1999)
6. Yellow taxi (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
7. Mosca de bolo (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
8. Eu vim foi (Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
9. A maré tá boa (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
10. Vou de candonga (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
11. Xote do Tarzan (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
12. Bonne chance (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)
13. Loa (Naná Vasconcelos, Paulo Lepetit e Zeca Baleiro)

domingo, 26 de julho de 2015

Baleiro repisa trilha que deu em 'Chão de giz', DVD em que canta Zé Ramalho

Cronista hábil, Zeca Baleiro escreveu um texto em que repisa as trilhas que o levaram em 2013 a abordar o cancioneiro do compositor paraibano Zé Ramalho em show (leia resenha) que, gravado ao vivo, gerou o CD e DVD Chão de giz - Zeca Baleiro canta Zé Ramalho. Eis o texto escrito pelo multimídia artista maranhense para apresentar o produto recém-lançado pela gravadora Som Livre:

Espalho coisas sobre um chão de giz
ou... De Zeca, para Zé


por Zeca Baleiro

"Em julho de 2013, recebi o convite para cantar a música de Zé Ramalho na segunda edição do projeto BB Covers. Fiquei feliz e honrado com o convite. Fui (e sou) fã ardoroso da música do Zé, assim como de toda a geração Nordeste 70, ou como queiram chamar a turma que sacudiu a música brasileira naquela década, egressa de Pernambuco, Paraíba e Ceará. Mas também fiquei preocupado com a associação, tenho que confessar. Já tinha partilhado CD e DVD com Fagner, outro nome essencial da mesma cena, anos atrás. À época do lançamento do meu primeiro disco, parte da imprensa havia traçado paralelos reducionistas entre a minha geração e aquela. E eu anunciado como “o novo Zé Ramalho” por alguns. Ora, nenhum artista que preze a própria persona artística deseja ser chamado de “o novo alguém”, seja esse alguém Zé Ramalho, Bob Dylan ou Tom Jobim. Óbvio que havia (e há) muitos pontos de contato entre as duas gerações, assim como entre a minha música e a do bardo paraibano, sobretudo, neste caso, o amor ao cordel e à musica folk. Mas a comparação advinha principalmente, desconfio eu, da semelhança, digamos, conceitual, que havia entre Heavy metal do senhor, música que abria o meu primeiro disco, e A peleja do diabo com o dono do céu, canção-título do segundo disco do Zé.

Portanto, era natural que eu pensasse duas vezes antes de aceitar o convite. A própria Monique Gardenberg, uma das curadoras do projeto - que viria a dirigir o DVD com pegada tão sombria quanto poética - hesitou depois de me lançar a oferta. Em longas conversas por telefone, divagamos sobre outros artistas cujas obras eu teria gosto de cortejar. Martinho da Vila, Sergio Sampaio, Luiz Melodia, Tom Zé e Jackson do Pandeiro foram alguns nomes que surgiram como possibilidade. Mas o germe do desafio já estava plantado em minha alma. Passei dias ouvindo e reouvindo a música ramalheana, redescobrindo velhas belezas, conhecendo outras que haviam me escapado. Passei a considerar a ideia novamente - 'Que belo tributo esse show poderia render!', pensava eu com meus bótons.

A audição dos seus primeiros discos me remeteu ao tempo em que eu começava a tocar um instrumento, e todo aquele repertório se reacendeu na minha memória como a chama de um fósforo: Chão de giz, Vila do sossego, Taxi boy, A terceira lâmina e tantas outras canções, algumas das quais ficariam de fora do repertório por critérios extramusicais, como Adeus segunda-feira cinzenta, Meninas de Albarã, Canção agalopada e Galope rasante, todas da lista das minhas prediletas. Num trabalho que pretendia ser tributo à obra de um compositor, eu tinha que pesar gosto pessoal com outros fatores, como a importância histórica e o alcance popular das canções, bem como o perigo da redundância. Não posso dizer que tenha sido fácil o processo, mas me rendeu muitas horas de prazer e deleite. Até o fim, ouvi novas obras-primas e redescobri pérolas esquecidas em lados B de velhos vinis. Foi assim que cheguei a esse repertório, que considero uma mostra generosa da música de Zé Ramalho, um artista / poeta inquietante e essencial."

segunda-feira, 8 de junho de 2015

CD e DVD 'Chão de giz' repisam show de 2013 em que Baleiro canta Ramalho

Criado em 2013 para o projeto Banco do Brasil covers, o show em que o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro canta o repertório do cantor e compositor paraibano Zé Ramalho ganha registro fonográfico, dois anos depois de sua estreia nacional, nos formatos de CD e DVD (capa à esquerda). Zeca Baleiro canta Zé Ramalho - Chão de giz chega ao mercado fonográfico neste mês de junho de 2015 em edição da gravadora Som Livre. O CD agrupa 15 músicas em 14 faixas. Já o DVD alinha 21 músicas, sendo que Garoto de aluguel (Taxi boy) (Zé Ramalho, 1979) reaparece também nos extras do DVD em forma de clipe. Nos extras, há também as músicas Pelo vinho e pelo pão (Zé Ramalho, 1978), Entre a serpente e a estrela (Amarillo by morning) (Terry Stafford e Paul Fraser, 1973, em versão em português de Aldir Blanc, 1992) e Frevo mulher (Zé Ramalho, 1979). O show foi gravado ao vivo em 2014. Eis, na ordem do DVD, as 21 músicas rebobinadas em Zeca Baleiro canta Zé Ramalho  -  Chão de giz:

1. Ave de prata (Zé Ramalho, 1979) - também no CD
2. A terceira lâmina (Zé Ramalho, 1981) 
- também no CD
3. A dança das borboletas (Zé Ramalho e Alceu Valença, 1977) 
- também no CD
4. Beira-mar (Zé Ramalho, 1979) 
- também no CD
5. Chão de giz (Zé Ramalho, 1978) 
- também no CD
6. Desejo de mouro (Zé Ramalho, 1982) /
    Kamikaze (Zé Ramalho, 1981) 
- também no CD
7. Não existe molhado igual ao pranto (Zé Ramalho e Lula Cortes, 1975)
8. Garoto de aluguel (Taxi boy) (Zé Ramalho, 1979) 
- também no CD
9. O rei do rock (Zé Ramalho e Zeca Baleiro, 2007) 
- também no CD
10. Vila do sossego (Zé Ramalho, 1978) 
- também no CD
11. Táxi lunar (Zé Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo, 1977) 
- também no CD
12. Um pequeno xote (Zé Ramalho, 1981)
13. Bicho de sete cabeças (Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Renato Rocha, 1979)

14. Eternas ondas (Zé Ramalho, 1980) - também no CD
15. Kriptônia (Zé Ramalho, 1983) 
- também no CD
16. Admirável gado novo (Zé Ramalho, 1979) - também no CD
17. Avohai (Zé Ramalho, 1977) - também no CD
Extras do DVD:
*  Garoto de aluguel (Taxi boy) (Zé Ramalho, 1979) - clipe
*  Pelo vinho e pelo pão (Zé Ramalho, 1978)
*  Entre a serpente e a estrela (Amarillo by morning)
   (Terry Stafford e Paul Fraser, 1973 - em versão em português de Aldir Blanc, 1992)

*  Frevo mulher (Zé Ramalho, 1979)

domingo, 10 de maio de 2015

Cezzinha regrava Caetano e Pagodinho no álbum 'Eu gosto de tudo em você'

Um dos muitos sucessos do primeiro álbum solo de Zeca Pagodinho, o samba Judia de mim (1986) - parceria do artista carioca com seu conterrâneo Wilson Moreira - ganha regravação do cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano Cézar Thomas Silveira, o Cezzinha. Feito com o aval e a participação de Pagodinho, o registro de Judia de mim integra o álbum Eu gosto de tudo em você. Quarto título da discografia solo de Cezzinha, o CD vai chegar ao mercado fonográfico até o fim deste mês de maio de 2015 em edição da gravadora Som Livre. Entre temas autorais como a música-título Eu gosto de tudo em você, o sucessor do CD e DVD Cezzinha & convidados ao vivo (Som Livre, 2014) traz gravação de O ciúme (Caetano Veloso, 1987). São 18 músicas em 16 faixas.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Zeca e Zélia cogitam fazer disco de estúdio com músicas inéditas autorais

Zeca Baleiro e Zélia Duncan - vistos em foto de Dudu Leal - estão expandindo a parceria, sedimentada com o show em dupla que apresentam pelo Brasil desde janeiro de 2014. Tanto que já cogitam a possibilidade de lançar disco de estúdio com as músicas inéditas compostas por conta da turnê - projeto que vem se juntar à intenção dos artistas de fazer o registro audiovisual do show Zélia Duncan & Zeca Baleiro para edição de DVD. Paralelamente, o artista maranhense mantém o projeto de gravar álbum com o compositor e baixista paulista Paulo Lepetit e com o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos. Baleiro e Lepetit - cabe lembrar - idealizaram o álbum Isso vai dar repercussão (Elo Music, 2004), gravado por Naná com o compositor paulista Itamar Assumpção (1949 - 2003). Só que esse disco em trio não tem prazo para ser concretizado.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Show feito por Zeca Baleiro com Zélia Duncan vai ser eternizado em DVD

Zeca Baleiro e Zélia Duncan - em foto de Dudu Leal - decidiram fazer o registro audiovisual do show que fazem em dupla e que continua em turnê nacional ao longo deste ano de 2015. Ainda não há data e local para a gravação ao vivo, mas o fato é que o show Zélia Duncan & Zeca Baleiro - sucesso em todo o Brasil desde a estreia nacional em Salvador (BA), em janeiro de 2014 - vai ser perpetuado em DVD. Clique aqui para reler a resenha do show em Notas musicais.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Vanusa retoma gravação do álbum produzido por Baleiro para o selo Saravá

Embora suas gravações tenham sido iniciadas em 2013, o álbum de Vanusa produzido por Zeca Baleiro não foi lançado em 2014 como previsto inicialmente. Mas o projeto do álbum continua de pé e o disco pode - enfim - sair neste ano de 2015. Em sua página no Facebook, Baleiro anunciou a retomada das gravações do álbum idealizado para ser lançado pelo selo do artista maranhense, Saravá Discos. Pelo cronograma inicial, as gravações teriam sido retomadas em junho de 2014, após o lançamento do EP Vanusa Santos Flores, mas alegados problemas de agenda atrasaram a produção do CD. Se o repertório selecionado inicialmente for mantido, a cantora paulista - em foto de Helena Tassara - vai dar voz à música de sua própria autoria (Traição, lançada por Vanusa em disco de 1994), a uma inédita parceria com Baleiro (Tudo aurora) e a sucessos de Angela Ro Ro (Compasso, parceria com Ricardo McCord, de 2006) e de Vander Lee (Esperando aviões, canção de Vander lançada pelo autor em 2003).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Com gravações inéditas de Zizi e Baleiro, trilha de série é editada em CD

Série exibida em 2014 pelo canal de TV GNT, Animal vai ter sua trilha sonora editada em CD pela gravadora Som Livre neste primeiro trimestre de 2015. Assinada pelo compositor e arranjador gaúcho Silvio Marques, fundador do extinto Grupo Musical Saracura (conhecido no Sul nos anos 1970 e 1980), a trilha sonora reúne gravações inéditas de músicas de compositores gaúchos feitas por cantores como Ná Ozzetti, Zeca Baleiro e Zizi Possi. Ná dá voz a Romance, música de Nei Lisboa. Baleiro canta Armadilha, parceria de Nelson Coelho de Castro e Dedé Ribeiro. Já Zizi - em foto de Rama Oliveira - interpreta De manhã, composição de Silvio Marques e Paulo Nascimento, e tem seu sucesso Asa morena (Zé Caradípia, 1982) revivido na voz da cantora Luiza Caspary. Outra música antiga - Canção da meia-noite (Zé Flávio, 1975), sucesso do extinto grupo gaúcho Almôndegas - reaparece na trilha em registro inédito de Serginho Moah, vocalista do grupo gaúcho Papas da Língua. Ícone da música do Sul do Brasil, o cantor e compositor gaúcho Bebeto Alves defende sua música Don't. Silvio Marques já tem no currículo as criações de outras trilhas sonoras.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Zélia e Zeca promovem 'single' com 'Fox baiano', inédita feita com Galvão

No excelente show que fazem juntos pelo Brasil desde janeiro deste ano de 2014, os cantores e compositores Zélia Duncan e Zeca Baleiro estenderam sua parceria - até então composta somente por uma canção, Se um dia me quiseres, lançada por Zélia no álbum Pelo sabor do gesto (Universal Music, 2009) - com a inclusão no roteiro de três músicas que compuseram durante os preparativos para a turnê nacional. Duas - Escancarado e Museu íntimo - continuam restritas ao show. Mas a terceira - Fox baiano, música composta a partir de uma letra que o compositor baiano Luiz Galvão deixou com Zeca - está ganhando registro fonográfico em single digital. O single entra em pré-venda no iTunes em 17 de novembro. A partir de 1º de dezembro, o single Fox baiano já estará disponível para compra e / ou audição em todas as plataformas digitais.