Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Na ânsia de querer ser Beatles, Beady Eye soa sem identidade na estreia

Resenha de CD
Título: Different Gear, Still Speeding
Artista: Beady Eye
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * 1/2 

É sintomático que haja um rock vintage intitulado Beatles and Stones no primeiro álbum de Beady Eye, a banda formada em 2009 por Liam Gallagher após a ruptura com seu irmão Noel Gallagher e o consequente fim do Oasis. Não é por acaso também que é retrô a bela arte gráfica de Different Gear, Still Speeding, disco lançado em 28 de fevereiro de 2011 e ora editado no mercado brasileiro pela Sony Music. Na ânsia de querer soar com os Rolling Stones (cujo som é evocado em Wind Up Dream) e, sobretudo, como os Beatles (dos quais há referências mais ou menos explícitas em quase todas as 13 faixas), o Beady Eye acaba ficando sem identidade em sua estreia fonográfica. É impossível ouvir uma composição como a pop Millionaire - faixa pontuada por deliciosa guitarra slide que vai virar em maio o quarto single do álbum - sem pensar no som dos Fab Four. O mesmo acontece na música seguinte, The Roller, composição do guitarrista Gem Archer, (boa) sobra de um álbum do Oasis. E é assim, com Liam perseguindo o som de seus ídolos dos anos 60, que Different Gear, Still Speeding segue entre baladas (como a melodiosa Kill for a Dream) e rocks de tonalidade pop. Tudo soa leve, até a ligeira psicodelia que envolve Wigwam. O álbum desce redondo, inclusive pelo belo desempenho dos músicos, mas sem justificar toda a expectativa criada em torno da primeira banda de Liam pós-Oasis. Resta esperar o CD solo que Noel Gallagher grava nos Estados Unidos.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

É sintomático que haja um rock vintage intitulado Beatles and Stones no primeiro álbum de Beady Eye, a banda formada em 2009 por Liam Gallagher após a ruptura com seu irmão Noel Gallagher e o consequente fim do Oasis. Não é por acaso também que é retrô a bela arte gráfica de Different Gear, Still Speeding, disco lançado em 28 de fevereiro de 2011 e ora editado no mercado brasileiro pela Sony Music. Na ânsia de querer soar com os Rolling Stones (cujo som é evocado em Wind Up Dream) e, sobretudo, como os Beatles (dos quais há referências mais ou menos explícitas em quase todas as 13 faixas), o Beady Eye acaba ficando sem identidade em sua estreia fonográfica. É impossível ouvir uma composição como a pop Millionaire - faixa pontuada por deliciosa guitarra slide que vai virar em maio o quarto single do álbum - sem pensar no som do Fab Four. O mesmo acontece na música seguinte, The Roller, composição do guitarrista Gem Archer, (boa) sobra de um álbum do Oasis. E é assim, com Liam perseguindo o som de seus ídolos dos anos 60, que Different Gear, Still Speeding segue entre baladas (como a melodiosa Kill for a Dream) e rocks de tonalidade pop. Tudo soa leve, até a ligeira psicodelia que envolve Wigwam. O álbum desce redondo, inclusive pelo belo desempenho dos músicos, mas sem justificar toda a expectativa criada em torno da primeira banda de Liam pós-Oasis. Resta esperar o CD solo que Noel Gallagher grava nos Estados Unidos.