Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


domingo, 30 de janeiro de 2011

Já consagrada como a revelação de 2010, Tulipa 'fecha' na volta ao Circo

Resenha de Show
Título: Efêmera
Artista: Tulipa Ruiz (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Circo Voador (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 30 de janeiro de 2011
Cotação: * * * *

Tulipa Ruiz era ilustre desconhecida do público carioca quando abriu o show de Otto no Circo Voador em 3 de julho de 2010. Mas já naquela ocasião mostrou carisma e voz para ser a atração principal. Quase sete meses depois, a cantora paulista - consagrada pela crítica como a revelação musical de 2010 por conta de seu álbum Efêmera - fechou no mesmo Circo Voador a noite de 30 de janeiro de 2011, aberta por Silvia Machete. O coro forte e espontâneo ouvido no refrão de Só Sei Dançar com Você atestou que o público antenado que compareceu ao show já conhece bem o repertório de Efêmera, disco que vai crescendo a cada audição. O diferencial nessa volta do show ao Rio foi a participação de Iara Rennó no farto bis que agregou temas como Brocal Dourado, Efêmera, Pontual e Sushi (muito pedida pelo público). Com ou sem Iara, Tulipa desabrocha em cena, pondo  corpo e gestual a serviço da música com presença vivaz que cativa de imediato a plateia. Como de hábito, Efêmera - a melhor música do disco homônimo - abriu o show expondo logo de cara as sutilezas do canto agudo de Tulipa. O repertório autoral é bem tratado por banda que inclui Donatinho nos teclados, Duani na bateria e Gustavo Ruiz (irmão de Tulipa) na guitarra, entre outros nomes. Por conta da desenvoltura da artista, músicas como Às Vezes - composição da lavra do guitarrista Luiz Chagas, pai de Tulipa - e A Ordem das Árvores florescem em cena. Embora menos do que no disco, A Ordem das Árvores ecoa a Gal Costa pós-tropicalista dos anos 70, evocada também na bem-sacada abordagem de música de Caetano Veloso, Da Maior Importância, gravada por Gal em 1973 no álbum Índia. É o único cover do roteiro. Já mostrando expressiva personalidade para uma artista debutante, Tulipa se escora em seu repertório autoral - sem concessões. E o fato é que, usando antiga gíria gay, Tulipa fechou nessa consagradora volta ao Circo Voador.

26 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Tulipa era ilustre desconhecida do público carioca quando abriu o show de Otto no Circo Voador em 3 de julho de 2010. Mas já naquela ocasião mostrou carisma e voz para figurar como atração principal. Quase sete meses depois, a cantora paulista - consagrada pela crítica como a revelação musical de 2010 por conta de seu álbum Efêmera - fechou no mesmo Circo Voador a noite de 30 de janeiro de 2011, aberta por Silvia Machete. O coro forte e espontâneo ouvido no refrão de Só Sei Dançar com Você atestou que o público antenado que compareceu ao show já conhece bem o repertório de Efêmera, disco que vai crescendo a cada audição. O diferencial nessa volta do show ao Rio foi a participação de Iara Rennó no farto bis que agregou temas como Brocal Dourado, Efêmera, Pontual e Sushi (muito pedida pelo público). Com ou sem Iara, Tulipa desabrocha em cena, pondo corpo e gestual a serviço da música com presença vivaz que cativa de imediato a plateia. Como de hábito, Efêmera - a melhor música do disco homônimo - abriu o show expondo logo de cara as sutilezas do canto agudo de Tulipa. O repertório autoral é bem tratado por banda que inclui Donatinho nos teclados, Duani na bateria e Gustavo Ruiz (irmão de Tulipa) na guitarra, entre outros nomes. Por conta da desenvoltura da artista, músicas como Às Vezes - composição da lavra do guitarrista Luiz Chagas, pai de Tulipa - e A Ordem das Árvores florescem em cena. Embora menos do que no disco, A Ordem das Árvores ecoa a Gal Costa pós-tropicalista dos anos 70, evocada também na bem-sacada abordagem de música de Caetano Veloso, Da Maior Importância, gravada por Gal em 1973 no álbum Índia. É o único cover do roteiro. Já mostrando expressiva personalidade para uma artista debutante, Tulipa se escora em seu repertório autoral - sem concessões. E o fato é que, usando antiga gíria gay, Tulipa fechou nessa consagradora volta ao Circo Voador.

Anônimo disse...

A Gal dos anos 70 paira no ar para todas as cantoras de vanguarda.
É justo, é muito justo, é justíssimo.

Luca disse...

Desconfio dessas revelações que a crítica elege todo ano! cadê a revelação de 2009?, a de 2008?

não ouvi o disco de Tulipa e nunca assisti seu show. Só acho que crítico adora inventar moda para mostrar que tem poder...

Unknown disse...

te falar que o cd dela não é nada envolvente..

Unknown disse...

te falar que o cd dela não é nada envolvente..

Guilherme disse...

A versão do disco de "A ordem das árvores", além de evocar a Gal dos 70, tb cita os riffs de guitarra de "Ele me deu um beijo na boca", do Caetano Veloso. Será que só eu reparei ou tô maluco?

codigoacesso disse...

Luca, acho que vc antes de mais nada, deve conferir a moça, poís realmente ela é muito boa.

Diogo Santos disse...

As vezes me remete a Gal Costa, as vezes me remete a Vanessa da Mata e ( até )a Malu Magalhães. Não me arrebatou mas admito que é bom saber que nem todas estão recorrendo a sambas de roda,ijexás,cirandas, chorinhos,coco,maxixes,tambor de crioula,toadas e etc ...



Um abraço a todos
Diogo Santos
http://blogdodiogosantos.blogspot.com

Anônimo disse...

Gostei do 'antiga giria gay' kkk

Johnny Cesar disse...

Mauro,
Você tem o poder e o conhecimento, prova maior disto é este blog... O cd e o show da Tulipa foram realmente a revelação em 2010 e agora ela ainda vai desabrochar mais...
Quem não ouviu o cd e não viu o show deve correr e depois fazer novo post aqui... aí sim...

Monalisa disse...

Luca, eu concordo com vc, mas nesse caso a moça realmente é talentosa e não vai ser cantora de um disco apenas, com certeza. Ouça, vale a pena da primeira a última música.

Márcio disse...

Curiosidade, Mauro: porque você se referiu à cantora apenas como Tulipa, se o nome artístico dela (no blog, no myspace, na Wikipédia, nos shows, na imprensa em geral) é Tulipa Ruiz? Cheguei a pensar que fosse outra.

Mauro Ferreira disse...

Márcio, ela assina o disco Efêmera apenas como Tulipa. Abs, MauroF

Claudio Almeida disse...

Finalmente, alguém que não lembra Marisa Monte, Ana Carolina...
Gostei dela! Quanto a ser revelação de 2010, eu não sabia.

Denilson Santos disse...

Concordo com o Luca. A mídia gosta de eleger a boa da vez. Nada contra a menina, mas é um modismo louco. Nasce uma nova cantora endeusada pela mídia a cada minuto. Tem Roberta Sá, Mariana Aydar, Céu, Tiê, Sílvia Machete, Fabiana Cozza, Maria Gadu e dezenas de outras. Será que todas vão ficar? Eu entendo isso mais como uma estratégia de marketing do que propriamente de proposta artística.

Desejo sorte para Tulipa, que não passa de uma boa cantora, na minha opinião. Apenas isso.

abração,
Denilson

Diogo Santos disse...

Pois é Denilson e a verdade é que das cantoras que surgiram nos anos 2000, a rigor, somente Pitty,Claudia Leitte,Maria Rita e Vanessa da Mata emplacaram.Para o bem ou para o mal ...



Um abraço
Diogo Santos
http://blogdodiogosantos.blogspot.com

Luca disse...

Diogo, vai me dizer que Céu e Roberta Sá, que fazem show toda hora com casa sempre cheia, e casas grandes, não estouraram? a Céu tem carreira no exterior, cara. qual é seu conceito de sucesso? pra mim, elas estouraram porque as duas tem carreira, fazem shows, lançam discos por gravadoras grandes. fazer sucesso não é só atingir o publicão do Faustão... se for assim, Nação Zumbi não pegou...

Lécio disse...

Muitas revelaçōes não conseguem manter a peteca no alto, aqui e em qualquer lugar do mundo - vide Grammy Awards.

Concordo e entendo a colocação do caro Luca, pode ser que a Tulipa desabroche e se despetale, nunca se sabe. Só sei que o que ouço e o que vi ao vivo parece afirmar que a longevidade artística da moça é mais do que certa.

Denilson Santos disse...

Diogo,

Me permita questionar: será que emplacaram mesmo? Será que no caso da falta de uma delas (Deus me livre, não estou desejando isso, apenas conjecturando!!!) causarão algum baque na música brasileira (como fizeram as faltas ainda hoje sentidas de Elis, Clara e Cássia)?

Deixando o pensamento de fã um pouco de lado, tenho minhas dúvidas...

Repito: vejo muito marketing e pouco conteúdo. Mas é só a minha opinião.

abração,
Denilson

lucia elena martins disse...

Acho o disco Efêmera uma delícia e adorei os shows que vi da Tulipa .
Vóz leve , doce .
Já virei fã e quer mais!
Célia

Chico disse...

Só gostaria de lembrar que não foi a grande mídia que a consagrou, como o caso da Maria Gadu, e como estão dizendo por aqui.

Tulipa não lançou mão de estratégias de marketing para chegar ao reconhecimento que tem. O nome dela surgiu na internet e o que houve foi uma divulgação espontânea entre os blogueiros, já que o disco dela é excelente, ela uma excelente cantora e compositora.

Não tem essa de queridinha da mídia. Vocês a viram na televisão? Ouviram muito no rádio?

O que houve é que a Rolling Stone a apontou como revelação e melhor disco de 2010. Mas antes disso ela já estava estourada, sem mover uma palha, a não ser ser disponibilizar o disco na rede. O talento e a qualidade do trabalho foram o melhor marketing dela.

Anônimo disse...

Quando vi o comentário do Diogo já ia responder. Mas aí o Lucas apareceu antes e disse tudo.
Há vários tipos de emplacamento, que nem no Detran. :>)

KL disse...

A gordinha tem muito talento sim (quem duvidar que ouça "Black is Beautiful" e "Que Bandeira", que ela apresentou no Som Brasil/Marcos Valle. Um dos maiores problemas dela e das componentes do Movimento Marisa Monte (uma onda falsamente cult que surgiu com aquele disco bem legal chamado MM) é o lado "cantora-compositora". Exceto uma Chiquinha Gonzaga, Dolores Duran, Marina Lima, Joyce, Maysa, Angela Rorô e Tetê Espíndola, mulher decididamente não nasceu para compor. O que se ouve por aí, desde meados dos anos 1990, são frases soltas, rimas pobres e uma ausência total de pudor para gravar mediocridades.

Diogo Santos disse...

Luca,acho sim que Céu e Roberta Sá tem carreiras de sucesso e dignas - sem concessões - mas gostaria que suas músicas tocassem em diversas rádios ( não só na JB FM,MPB FM e GLOBO FM, por exemplo ).

Quando falo em emplacar me refiro a exitos fora do 'mundo' da (dita) MPB. Como o exemplo da Vanessa da Mata que só estourou em 2006 e que já tinha uma carreira de sucesso na MPB - com bom contrato e liberdade artistica na gravadora,pretigio como compositora e até indicação ao Grammy Latino.


Posso dizer sem exageros que umas 30 cantoras lançaram seu primeiro album nos anos 2000 e muitas não conseguiram ainda " show toda hora, com casa sempre cheia e em casas grandes " como você disse.É uma pena ...


Acho sim que só Pitty,Claudia Leitte,Maria Rita e Vanessa da Mata - essas ultimas oriundas da MPB mas com repertório cada vez mais antenados - foram as únicas que emplacaram. Para o bem e para o mal!

Diogo Santos disse...

O Denilson já nos trouxe outro oportuno questionamento.Também vejo muito marketing e pouco conteúdo e particularmente não fã de NENHUMA das 4 que citei.Também não sei se elas serão referencias para futuras gerações como Elis,Clara e Cassia ...

Anônimo disse...

Maria Rita com um repertório cada vez mais antenado?
Só se for pra Matuzalém e seus amigos.

PS: Tb não vi muita graça na florzinha em questão.