Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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domingo, 24 de abril de 2016

Célia celebra 45 anos de carreira fonográfica com gravação do primeiro DVD

A bela foto de Carol Siqueira flagra Célia nos bastidores do Teatro Itália, pronta para gravar o primeiro DVD de carreira fonográfica que completa 45 anos em 2016. Idealizado pelo DJ Zé Pedro para a gravadora Joia Moderna, o DVD vai exibir o registro audiovisual do show feito pela cantora paulistana com base no repertório do álbum Aquilo que a gente diz  (Nova Estação / Tratore, 2015). Seis câmeras orquestradas pelo diretor do vídeo, Murilo Alvesso, captaram o show em apresentação feita por Célia na última quinta-feira, 21 de abril de 2016, no Teatro Itália, na cidade de São Paulo (SP). Sem plateia, a cantora de 68 anos apresentou o roteiro do show dirigido por Thiago Marques Luiz, produtor do disco Aquilo que a gente diz. O roteiro extrapola o repertório do 13º álbum da discografia de Célia. Além de dar voz a músicas como Não existe amor em SP (Criolo, 2011), Se o caso é chorar (Tom Zé e Perna, 1972), Deus dará (Zeca Baleiro, 2015), Crua (Otto, 2009), Eu sou aquele que disse (Sérgio Sampaio, 1973) e a composição-título Aquilo que a gente diz (Alzira E e Tiago Torres da Silva, 2015), a cantora interpretou músicas que gravou ao longo dos 45 anos de carreira fonográfica. Entre elas, Abrace Paul McCartney (Joyce Moreno, 1971), Vida de artista (Zé Rodrix e Luiz Carlos Sá, 1972),  Na boca do sol (Arthur Verocai e Vitor Martins, 1972), Abandono (Ivor Lancellotti, 1974), Mãe, eu juro (Peteleco e Marques Filho, 1957) - música com a qual a artista abriu o quarto álbum, Célia (Continental, 1977) - e Cigarro (Zeca Baleiro, 2005). Samba lançado há 70 anos e revivido com sucesso por Célia em gravação de 1975, Onde estão os tamborins? (Pedro Caetano, 1946) foi alocado em medley com outros dois sambas, Adeus, batucada (Synval Silva, 1935) - gravado por Célia em 1971 - e Estação derradeira (Chico Buarque, 1987).  O primeiro DVD de Célia vai ser lançado no segundo semestre deste ano de 2016.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Célia faz sua sílaba soar no tempo presente do álbum 'Aquilo que a gente diz'

Resenha de CD
Título: Aquilo que a gente diz
Artista: Célia
Gravadora: Nova Estação / Tratore
Cotação: * * * *

Célia ainda faz soar sua sílaba no tempo presente, como avisou no título do disco de 2007 que marcou seu encontro com o produtor Thiago Marques Luiz, piloto do recém-lançado 13º álbum desta grande cantora nascida há 68 anos na cidade de São Paulo (SP), Aquilo que a gente diz. Neste disco, produzido por Marques Luiz para sua gravadora Nova Estação e distribuído pela Tratore, Célia dá alguns certeiros passos adiante, fazendo conexões com nomes da cena musical contemporânea do Brasil como os paulistanos Criolo e Rodrigo Campos e os pernambucanos Otto e Yuri Queiroga. Do repertório de Criolo, a cantora dá voz a um clássico instantâneo do rapper, Não existe amor em SP (Criolo, 2011). Mesmo sem roçar o tom sublime da gravação original de Criolo, Célia reapresenta a balada - de espírito soul no registro de Criolo - em outro tom, mais clássico e mais melódico. Já Campos contribui com seu cavaquinho para abrilhantar a boa lembrança do samba Se o caso é chorar (Tom Zé e Perna, 1972). Yuri Queiroga também sobressai no disco como arranjador de Deus dará, inspirada inédita fornecida pelo compositor maranhense Zeca Baleiro para o disco. Os beats e ruídos sintetizados inseridos na faixa amplificam o tom incisivo dos versos persistentes de Baleiro. "Como um cego persigo o que desejo / Se hoje não consigo ver, um dia eu vejo", avisa Célia. Grande achado do repertório, Eu sou aquele que disse (Sergio Sampaio, 1973) é pérola rara do baú do compositor capixaba Sérgio Sampaio (1947 - 1974) que mantém o vigor poético do disco com versos que misturam ansiedade, angústia e inquietação no mesmo fervente caldeirão existencial. Como Célia canta essencialmente sonhos intranquilos no disco, a regravação de Crua (Otto, 2009) cai muito bem no repertório. Com pulsação mais amena, a música de Otto soa natural na voz da cantora, emoldurada por violões (de Rovilson Pascoal, arranjador do disco) e violoncelo (o de Jonas Moncaio). Infelizmente, há momentos em que Aquilo que a gente diz cai em registro convencional. Célia nada acrescenta à balada mineira Dois rios (Samuel Rosa, Nando Reis e Lô Borges, 2003) - sucesso que evidenciou a influência do Clube da Esquina no cancioneiro mais calmo do grupo Skank - e tampouco renova a canção Opus 2 (Antonio Carlos Pinto e Jocáfi, 1977), já regravada em registro similar por Angela Ro Ro. O álbum cresce quando Célia avança, corre riscos e apresenta boas novidades como as inéditas Tanto nó (densa canção de Ivan Lins e Fátima Guedes) e Entre amigos (samba-canção de Joyce Moreno que soa meio abolerado no arranjo do pianista Alexandre Vianna). Situada fora da zona de conforto da cantora, a inédita música-título Aquilo que a gente diz - fornecida por seus compositores Alzira E e Tiago Torres da Silva - é a prova de que Célia ainda tem voz, e disposição, para fazer soar outras sílabas no tempo.

sábado, 1 de agosto de 2015

Eis capa e músicas de 'Aquilo que a gente diz', CD em que Célia canta Criolo

Com capa criada por Leandro Arraes a partir de foto de Jair de Assis, o 14º álbum da cantora paulistana Célia, Aquilo que a gente diz, está indo para a fábrica. A música-título Aquilo que a gente diz é parceria inédita de Alzira E com Tiago Torres da Silva. Produzido por Thiago Marques Luiz para sua gravadora Nova Estação, o disco tem uma faixa pilotada por Yuri Queiroga. Trata-se de música do compositor Zeca Baleiro, Deus dará. Além do tema inédito de Baleiro, Célia dá voz ao maior sucesso da discografia do rapper paulistano Criolo, Não existe amor em SP (Criolo, 2011), e a uma inédita parceria de Ivan Lins com Fátima Guedes, Tanto nó, entre músicas de Otto (Crua, 2009), Sergio Sampaio (1947 - 1994) (Eu sou aquele que disse, 1973), Joyce Moreno (a inédita Entre amigos) e Lô Borges. O CD Aquilo que a gente diz chega ao mercado fonográfico neste segundo semestre de 2015 com distribuição. Tratore. Eis, na ordem do CD, as 10 músicas do disco:

1. Não existe amor em SP (Criolo, 2011)
2. Deus dará (Zeca Baleiro, 2015) 
3. Se o caso é chorar (Tom Zé, 1972)
4. Dois rios (Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis, 2003)
5. Crua (Otto, 2009)
6. Eu sou aquele que disse (Sergio Sampaio, 1973)
7. Tanto nó (Ivan Lins e Fatima Guedes, 2015)
8. Opus 2 (Antonio Carlos e Jocafi, 1977)
9. Entre amigos (Joyce Moreno, 2015) 
10. Aquilo que a gente diz (Alzira E e Tiago Torres da Silva, 2015)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Álbum em que Célia canta inédita de Fátima e Ivan está em fase de mixagem

Intitulado Aquilo que a gente diz, o segundo álbum de Célia na gravadora Nova Estação já está em fase de mixagem, em São Paulo (SP), cidade em que o CD vem sendo formatado desde fevereiro de 2014 pelo produtor Thiago Marques Luiz. O repertório inclui Tanto nó, inédita parceria de Ivan Lins com Fátima Guedes. O álbum vai ser o 14º título da discografia da cantora paulistana, já que Célia finalizou antes um outro CD, gravado simultaneamente com Aquilo que a gente diz. Também editado via Nova Estação, mas sem distribuição comercial, este outro disco - intitulado Só a pessoa sabe o que tem por dentro (2014) - é assinado pela cantora com o ator paulistano Cássio Scapin. Ambos interpretam canções e poemas de  Cássio Junqueira,  que assina a produção do projeto com Thiago Marques Luiz.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Célia grava inéditas de Alzira, Baleiro e Ivan em álbum que vai ficar para 2015

O álbum que a cantora paulistana Célia grava desde fevereiro de 2014 - com grandes intervalos entre uma sessão de estúdio e outra - teve seu lançamento reprogramado para 2015. Produzido por Thiago Marques Luiz para seu selo Nova Estação, o disco vai alinhar no repertório músicas inéditas de compositores como Alzira Espíndola, Fátima Guedes, Joyce Moreno, Ivan Lins, Tiago Torres da Silva e Zeca Baleiro (esta em gravação produzida por Yuri Queiroga). Célia também grava músicas de Lô Borges (com Samuel Rosa) e Tom Zé. Está prevista no repertório a regravação de Não existe amor em SP (Criolo, 2011), além de uma releitura de Punk da periferia (Gilberto Gil, 1983). O álbum é o 13º da discografia de Célia (vista no estúdio na foto postada pela cantora no facebook).

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Célia grava novas de Fátima e Joyce em álbum que traduz SP via Gil e Criolo

♪ Célia ganhou músicas inéditas das compositoras Fátima Guedes e Joyce Moreno para incluir no disco que começa a gravar nesta segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014. Produzido por Thiago Marques Luiz para seu recém-aberto selo Nova Estação, o 13º álbum da cantora paulistana - em foto de Jardiel Carvalho - vai moldar retrato contemporâneo da cidade de São Paulo (SP) através de músicas como  Punk da periferia (Gilberto Gil, 1983)  e  Não existe amor em SP (Criolo, 2011).

domingo, 18 de novembro de 2012

Show 'Outros românticos' reitera excelência do canto grande e firme de Célia

Resenha de show
Título: Outros românticos
Artista: Célia (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Tom Jazz (São Paulo, SP)
Data: 17 de novembro de 2012
Cotação: * * * 1/2

 Os milhões de telespectadores do remake da novela Guerra dos sexos, exibida pela TV Globo às 19h, ouvem quase diariamente a voz de Célia sem ligar a música - Nosso amor (Mauro Motta e Eduardo Ribeiro, 1977), tema da personagem da atriz Mariana Ximenez - ao nome dessa cantora paulista projetada nos anos 70, esquecida nas duas décadas posteriores e lembrada nos anos 2000 pelo produtor Thiago Marques Luiz, responsável pela edição do disco Faço no tempo soar minha sílaba (Lua Music, 2007), marco na retomada da carreira da artista. Aos 65 anos, Célia desafia o tempo e continua cantando muito bem, como mostrou aos cerca de 40 espectadores que foram na noite de 17 de novembro de 2012 ao Tom Jazz, casa de São Paulo (SP), assistir ao show Outros românticos, baseado no álbum homônimo de 2011 em que a cantora dá voz a canções gravadas por Roberto Carlos - mas não compostas pelo Rei - nos anos 70. Neste show curto, mas elegante e bem iluminado, Célia reiterou a excelência de seu canto na companhia de trio formado pelos músicos Felipe Silveira (piano), Marcos Paiva (contrabaixo) e Rovilson Pascoal (violão), autores dos arranjos surpreendentes da maioria das 15 músicas. Do primeiro - abordagem inusitada de Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967), feita em criativo diálogo da voz da cantora com o baixo de Paiva - ao último dos 15 números, Célia jamais saiu do tom. Se desafinou, foi ao incluir no eclético repertório um samba como Vacilão (Zé Roberto, 2000), destoante da linha romântica que deveria costurar todo o roteiro. "É letra que não acaba mais", disparou após encarar com bravura os versos desbocados deste sucesso de Zeca Pagodinho. Sim, além de pôr todo o sentimento em canções de amor doído como Abandono (Ivor Lancellotti, 1979) e  Não se esqueça de mim (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1977), pontos altos do show, Célia tem apurado senso rítmico para fazer o trabalho necessário em Linha de passe (João Bosco e Aldir Blanc, 1979), vivaz samba alocado no bis. O interessante no canto de Célia é que por vezes ele redesenha as músicas de forma inesperada. Detalhes (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1971) - uma canção-emblema do Rei, gravada por Célia em álbum de 1972 - ganha um balanço diferente na voz da intérprete. Funkaço cedido por Tim Maia (1942 - 1998) a Roberto Carlos para álbum de 1969, Não vou ficar é remodelado com suingue jazzy que redivide o tema. Mas é fato que Célia seduz mais quando investe nas canções românticas. Não é qualquer cantora que é capaz de encarar duas músicas de Chico Buarque - Atrás da porta (Francis Hime e Chico Buarque, 1972) e Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973) - já tão bem interpretadas e mesmo assim fazer bonito. Célia é capaz e se sai bem nas duas músicas. Enfim, falta ao Brasil associar a voz de Nosso amor - o tema da novela ora exibida pela TV Globo às 19h - ao nome dessa cantora que insiste em ser grande mesmo ser devidamente ouvida em seu pais. Sim, Célia - essa grande cantora - faz no tempo soar a sua sílaba.

Célia canta bem Roberto Carlos e outros românticos em show em São Paulo

♪ Em 1972, Célia ganhou de Roberto Carlos e Erasmo Carlos música inédita, A hora é essa, da fase em que a dupla fazia eventuais incursões pelo samba-rock. A cantora paulista deu voz à música no mesmo álbum, Célia, em que regravou Detalhes (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1971). Quarenta anos depois, A hora é essa e Detalhes foram incluídas por Célia no show Outros românticos, apresentado pela artista na casa Tom Jazz, em São Paulo (SP), na noite de 17 de novembro de 2012. Além de alguns sambas ("Meu lado bagaceira", como brincou a cantora), o roteiro prioriza as músicas do CD Outros românticos, lançado no fim de 2011 pela gravadora Joia Moderna. Neste disco, Célia - vista em foto de Rodrigo Goffredo - entoa canções gravadas por Roberto Carlos nos anos 70 que não são de autoria do Rei, caso de Sonho lindo (Maurício Duboc e Carlos Colla, 1973). Eis o roteiro seguido por Célia no curto e elegante show feito pela cantora no Tom Jazz com um trio formado pelos músicos Felipe Silveira (piano),  Marcos Paiva (baixo) e Rovilson Pascoal (violão):

1. Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967)
2. A hora é essa (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1972)
3. Abandono (Ivor Lancellotti, 1979)
4. Sonho lindo (Maurício Duboc e Carlos Colla, 1973)
5. Detalhes (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1971)
6. Não vou ficar (Tim Maia, 1969)
7. Nosso amor (Mauro Motta e Eduardo Ribeiro, 1977)
8. Disritmia (Martinho da Vila, 1974)
9. Vacilão (Zé Roberto, 2000)
10. Pressentimento (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, 1968)
11. Atrás da porta (Francis Hime e Chico Buarque, 1972)
12. Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
13. Não se esqueça de mim (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1977)
14. Muito romântico (Caetano Veloso, 1977)
Bis:
15: Linha de passe (João Bosco e Aldir Blanc, 1979)

terça-feira, 19 de junho de 2012

Célia disponibiliza para download outro bônus do CD 'Outros Românticos'

Célia disponibilizou esta semana para download gratuito, em seu site oficial, uma segunda faixa-bônus de seu álbum Outros Românticos (Joia Moderna, 2011), no qual a ótima cantora carioca - atualmente radicada em São Paulo (SP) - revive sucessos de Roberto Carlos na década de 70 que não são de autoria do cantor. Trata-se de A Palavra Adeus (Fred Jorge), música lançada pelo Rei em 1970 em gravação que entrou somente na coletânea As 14 Mais - Volume XXIV, jamais tendo feito parte dos discos oficiais de Roberto Carlos. Produzida por Thiago Marques Luiz, a regravação de Célia é conduzida com leveza pelo violão de Rovilson Pascoal e conta com metais arranjados pelo saxofonista Marcelo Monteiro. Em novembro de 2011, um mês antes do lançamento do CD Outros Românticos, Célia já tinha disponibilizado outro bônus exclusivo, Amigos, Amigos (Isolda e Milton Carlos, 1973), do disco produzido por Marques Luiz.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Célia grava 'Roendo Unha' para CD em tributo aos 100 anos de Gonzaga

Parceria de Luiz Gonzaga (1912 - 1989) com Luiz Ramalho (1931 - 1981), lançada pelo Rei do Baião em seu álbum Capim Novo (1976), Roendo Unha ganhou a voz de Célia. A cantora regravou a música para o CD duplo produzido por Thiago Marques Luiz para a Lua Music para festejar o centenário de nascimento de Gonzaga. A gravação foi realizada na noite de 28 de fevereiro de 2012, em estúdio de São Paulo (SP). O disco vai ser lançado no segundo semestre.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Célia dá voz polida às emoções reais do repertório romântico de Roberto

Resenha de CD
Título: Outros Românticos
Artista: Célia
Gravadora: Joia Moderna
Cotação: * * * 1/2

É de Célia uma das melhores e mais perfeitas gravações lançadas neste ano de 2011. Faixa de abertura do disco A Voz da Mulher na Obra de Taiguara, Mudou (Taiguara) ganhou uma interpretação tão precisa que, para os ouvintes do tributo ao compositor uruguaio Taiguara (1945 - 1996), é natural a expectativa criada em torno do álbum em que a cantora dá voz a dez canções gravadas por Roberto Carlos ao longo dos anos 70 - a década em que o Rei mais investiu no romantismo de seu repertório popular. O detalhe é que nenhuma canção de Outros Românticos leva a assinatura de Roberto Carlos. São das lavras de compositores presentes na discografia do cantor naquela época e, nesse conceito, reside o charme do disco idealizado pelo DJ Zé Pedro para sua gravadora Joia Moderna. De cara, o disco já apresenta uma interpretação precisa de Célia para Abandono (Ivor Lancellotti, 1979). Faixa feita somente com a voz da cantora e o piano de Alex Vianna, Abandono indica o caminho simples que nem sempre foi seguido pelo produtor Thiago Marques Luiz. Jogo de Damas (Isolda e Milton Carlos, 1974), por exemplo, ganha a moldura frágil e quase caricata de um tango. Felizmente, Outros Românticos tem lances mais certeiros. Preciso lhe Encontrar (Demétrius, 1970) cresce à medida em que o arranjo do violonista Rovilson Pascoal incorpora o flugelhorn de Amílcar Rocha e sugere o desespero contido nesta canção obscura. Estruturada com trio de piano-baixo-bateria, Nosso Amor (Mauro Motta e Eduardo Ribeiro) expõe a opção de Célia por interpretações polidas que nunca passam do tom. Atitudes (Getúlio Côrtes, 1973) explora mal os metais arranjados pelo saxofonista Marcelo Monteiro enquanto Quero Ver Você de Perto (Benito Di Paula, 1975) ganha ambiência suave que evoca a leveza bossa-novista e que se ajusta bem ao tom resoluto desse samba meio canção retratado em tons de preto e branco. Mais sentimental, Sonho Lindo (Maurício Duboc e Carlos Colla, 1973) se impõe pela melodia tão tristonha quanto bela, valorizada por arranjo minimalista que combina somente o piano de Alex Vianna com o violão de Rovilson Pascoal. Já Uma Palavra Amiga (Getúlio Côrtes, 1970) ganha força no refrão contundente, mas não é das canções mais inspiradas do cancioneiro romântico de Roberto Carlos, estando aquém tanto da intérprete quanto da seleção do disco. Em contrapartida, Vivendo por Viver (Márcio Greyck e Cobel) é das mais lindas baladas do repertório do Rei. Pena que Célia não tenha ido tão fundo na interpretação de Vivendo por Viver como foi em Se Eu Partir (Fred Jorge, 1971), esta, sim, regravada com a dose exata de melancolia e somente com o violão de Rovilson Pascoal em outro registro preciso. Abandono e Se Eu Partir, por si só, já valem este disco que reitera a excelência da voz de Célia, cantora que o Brasil deveria ouvir com mais atenção. Outros Românticos é um disco de emoções reais.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Célia disponibiliza bônus do CD 'Outros Românticos' somente na internet

Nas lojas ainda neste mês de novembro de 2011, em edição da Joia Moderna distribuída pela Tratore, o CD Outros Românticos - em que Célia canta músicas gravadas por Roberto Carlos nos anos 70 que não são de autoria do Rei - tem faixa-bônus disponibilizada para download e/ou audição somente no site oficial da cantora. Trata-se de Amigos, Amigos, composição esquecida de Isolda e Milton Carlos (1954 - 1976), lançada por Roberto em seu álbum de 1973. Clique aqui para conhecer o repertório do álbum de Célia (vista em foto de Jardiel Carvalho).

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Célia canta lados A e B do Roberto Carlos dos 70 em 'Outros Românticos'

Com lançamento agendado para a segunda quinzena deste mês de novembro de 2011, em edição da Joia Moderna distribuida pela Tratore, o CD Outros Românticos alinha na voz de Célia 10 canções gravadas por Roberto Carlos ao longo dos anos 70, porém criadas por compositores que então eram nomes recorrentes nos discos do Rei na década em que o cantor consolidou sua obra romântica. Algumas foram sucesso na época, casos de Jogo de Damas (1974) e Nosso Amor (1977). Outras - como Uma Palavra Amiga (1970) - jamais tocaram em rádios. Quase todas caíram no esquecimento pelo fato de terem sido ignoradas pelo próprio Roberto ao longo dos anos 80.  Produzido por Thiago Marques Luiz, o CD Outros Românticos tem arranjos divididos entre o pianista Alex Vianna e o violonista Rovilson Pascoal. Eis os lados A e B que formam o belo repertório de Outros Românticos, disco idealizado pelo DJ Zé Pedro:

1. Abandono (Ivor Lancellotti, 1979)
2. Preciso lhe Encontrar (Demétrius, 1970)
3. Nosso Amor (Mauro Motta e Eduardo Ribeiro, 1977)
4. Atitudes (Getúlio Côrtes, 1973)
5. Quero Ver Você de Perto (Benito Di Paula, 1974)
6. Jogo de Damas (Isolda e Milton Carlos, 1974)
7. Sonho Lindo (Maurício Duboc e Carlos Colla, 1973)
8. Uma Palavra Amiga (Getúlio Côrtes, 1970)
9. Vivendo por Viver (Márcio Greyck e Cobel, 1978)
10. Se Eu Partir (Fred Jorge, 1971)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Problema na edição adia - mas não cancela - o CD 'Dose Dupla' de Célia

Problemas na edição do volume dedicado a Célia na série Dose Dupla - em que a Warner Music reedita dois álbuns de determinado artista em embalagem de CD duplo - atrasaram a chegada às lojas deste título da coleção. Embora atrasada em relação ao cronograma inicial da série, a reedição do CD Dose Dupla de Célia está garantida, de acordo com a gravadora. Pela série, os dois primeiros álbuns da cantora serão reeditados pela primeira vez no formato de CD. Ambos intitulados Célia, eles foram lançados originalmente pela extinta Continetal - cujo acervo foi adquirido pela Warner Music - em 1971 e em 1972. O Dose Dupla de Célia sairá em novembro.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Célia tem reeditados primeiros discos e finaliza álbum pela Joia Moderna

Enquanto a Warner Music produzia reedições de seus dois primeiros álbuns para a série Dose Dupla, Célia finalizou seu primeiro álbum pela Joia Moderna, gravadora para a qual pôs voz em Mudou, a melhor faixa do CD A Voz da Mulher na Obra de Taiguara (2011). Revelada em 1970, Célia - vista em foto de Régis Schwert - é grande subestimada cantora, como atestaram seus dois últimos discos, Faço no Tempo Soar Minha Sílaba (Lua Music, 2007) e Célia 40 Anos - O Lado Oculto das Canções (Som Livre, 2010). O álbum gravado pela Joia Moderna reúne regravações de músicas dos anos 70 e tem edição prevista para o fim deste ano de 2011.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Warner reedita dois primeiros álbuns de Célia no formato 'dois em um'

Grande e subestimada cantora, Célia já está em estúdio preparando seu 15º álbum enquanto aguarda a reedição em formato dois em um, pela Warner Music, de seus dois primeiros discos. Ambos intitulados Célia, os álbuns foram lançados em 1971 e 1972. O Célia de 1971 destacou a regravação de Adeus Batucada (Synval Silva) entre músicas ainda hoje pouco conhecidas de Joyce (Blues, parceria com Capinam) e Ivan Lins (No Clarão da Lua Cheia, parceria com Ronaldo Monteiro de Souza). Já o Célia de 1972 abriu com música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos (A Hora É Essa) - dupla da qual a cantora também regravou Detalhes, canção lançada por Roberto no ano anterior. Já Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle assinaram Dominus Tecum.