Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Música brasileira pulsa em nichos ao longo do ano pop sertanejo

Retrospectiva 2014 - Do ponto de vista do mercado fonográfico brasileiro, 2014 foi um ano sertanejo. Tanto que um dos campeões de vendas de discos no Brasil neste ano que hoje finda é um padre que faz sua pregação católica ao som de música sertaneja, Alessandro Campos, cantor religioso que enfrentou o colega padre Marcelo Rossi nas paradas com seu segundo álbum, O que é que eu sou sem Jesus (Som Livre). Sob a ótica do mainstream, a diluição pop da música sertaneja deu o tom das paradas e (mais) fama a astros do gênero como Luan Santana e Lucas Lucco. Não por acaso, a absorção do arrocha pelo universo sertanejo gerou ídolos locais como o baiano Agenor Apolinário dos Santos Filho, o Pablo, cuja voz romântica se fez ouvir com sucesso no Nordeste do Brasil por conta de Porque homem não chora, música que popularizou o termo sofrência no país. Mas nem tudo foi sertanejo. Com toda sua diversidade, a música brasileira pulsou, viva, por entre as brechas abertas em um mercado fonográfico cada vez mais segmentado e dividido em nichos. Com o auxílio das redes sociais, vitais para a propagação da música produzida na vigorosa cena indie do Brasil (especialmente forte na cidade de São Paulo), nomes como Criolo, Juçara Marçal, Lucas Santtana, Romulo Fróes, O Terno e Thiago Pethit também se fizeram ouvir por um público antenado, pequeno diante das proporções continentais do Brasil, mas significativo, exigente e formador de opinião. Foi nesse nicho underground que Alice Caymmi - a personalidade pop do ano por conta de seu álbum Rainha dos raios (Joia Moderna) - pulou dos posts de blogs e Facebook para as páginas dos maiores jornais e revistas do Brasil. Posta à margem desse mercado, a MPB resistiu em grandes álbuns de Francis Hime, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Mônica Salmaso. O rock made in Brasil também esteve por baixo no país do samba (pagodeiro), do Lepo lepo (um dos hits do ano na gravação feita pelo grupo Psirico em 2013) e do futebol. Só que os Titãs honraram o gênero e os seus anos de glória com álbum afiado, Nheengatu (Som Livre). Correndo por fora, mas com grande adesão popular, o funk gerou ídolos massivos como MC Guimê e Valesca Popozuda. E, em prova de que há espaço para boa música pop, a luso-brasileira Banda do Mar debutou com disco solar que gerou turnê nacional vista por pequenas multidões. Nichos à parte, ficou claro no balanço do ano que o pulso da música brasileira ainda pulsa...

Retrô 2014: Dez belos shows que marcaram o ano em palcos brasileiros

Retrospectiva 2014 - Qualquer eleição de melhores shows do ano fica invariavelmente restrita ao inevitavelmente limitado raio de visão de quem os escolhe. Diante da impossibilidade de assistir a todos os importantes shows de artistas nacionais apresentados no Brasil ao longo deste ano de 2014, Notas Musicais elege dez shows vistos pelo editor do blog, Mauro Ferreira. Seis dos dez shows foram vistos no Rio de Janeiro (RJ), cidade natal de Notas Musicais. Dois foram vistos em Salvador (BA) e outros dois em São Paulo (SP). Eis na avaliação de Notas Musicais, por ordem de entrada em cena, dez belos shows que fizeram de 2014 um ano bom do ponto de vista musical:

* Zélia Duncan & Zeca Baleiro - Zeca Baleiro e Zélia Duncan (Salvador - BA) - janeiro
- Os cantores, compositores e parceiros se harmonizaram em cena com repertório poético.


Encarnado - Juçara Marçal (Rio de Janeiro - RJ) - junho
- Com Kiko Dinucci e Rodrigo Campos, a cantora atingiu o céu ao encarar a morte ao vivo.

* Espelho d'água - Gal Costa (São Paulo - SP) - agosto
- Com maturidade, a cantora mostrou que seu nome ainda é Gal em show de voz e violão.

* Cordas, Gonzaga e afins - Elba Ramalho (Salvador - BA) - agosto
- Com a moldura armorial do grupo SaGRAMA, a cantora  fez show à altura de seu histórico.

* Bossa negra - Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda (Rio de Janeiro - RJ) - agosto
- O cantor e o músico expandiram ao vivo a sintonia que pautou o ótimo álbum da dupla.


* 50 anos de carreira - Paulinho da Viola (Rio de Janeiro - RJ) - setembro
- O sambista 'chorão' celebrou e reavivou sua obra já cristalizada com movimentos sutis.


* Convoque seu Buda - Criolo (Rio de Janeiro - RJ) - outubro
- Com o fervor de um pastor, o rapper pregou suas boas novas músicas em show explosivo.


* Velocia - Skank (Rio de Janeiro - RJ) - novembro
- Com boas vibrações e um manancial de grandes hits, o grupo mineiro (re)fez a sua festa.


* Navega ilumina - Francis Hime (Rio de Janeiro - RJ) - novembro
- Sob a luz da inspiração, o maestro navegou por temas novos e antigos de seu repertório.


* Rainha dos raios - Alice Caymmi (São Paulo - SP) - dezembro
- A princesa da dinastia Caymmi reinou soberana no show refinado criado por Paulo Borges.

Retrô 2014: Racionais voltam à cena com a melhor capa de disco do ano

Retrospectiva 2014 - Os Racionais MC's causaram certo impacto na sua volta ao mercado fonográfico, em 25 de novembro. Desta vez, no entanto, o impacto foi provocado mais pela capa do primeiro disco de inéditas do grupo paulistano em doze anos, Cores & Valores (Cosa Nostra / Radar Records), do que pelo rap de Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e KL Jay. Na capa do álbum, precedido pelo hipnótico single Quanto vale o show? (Mano Brown), os quatro integrantes dos Racionais MC's aparecem mascarados e caracterizados como garis, com armas na mão, numa imagem original - e coerente com a estética visual do arredio grupo - que sobressaiu em ano em que as capas de discos internacionais foram bem mais criativas do que as dos discos brasileiros.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Dez excelentes músicas que vão transcender o ano de 2014

Retrospectiva 2014 - Na era dos singles digitais, uma grande música pode ter (e geralmente tem) mais poder do que um álbum para projetar um artista ou grupo na cena contemporânea. Excelentes músicas foram lançadas em disco ao longo deste ano de 2014 em formatos de singles ou inseridas em álbuns nem sempre ouvidos com a atenção a que fazem jus. Eis na avaliação de Notas Musicais - por ordem alfabética - dez composições que têm cacife para transcender 2014:

* Alguma voz (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)
- Obra-prima do álbum Setenta anos, de Dori, a canção ganhou a voz de Maria Bethânia.


* Bossa negra (Diogo Nogueira, Hamilton de Holanda e Marcos Portinari)
- Com refrão vibrante, o magnetizante samba sintetizou o suingue negro do Brasil mulato.


* Fardado (Sergio Britto e Paulo Miklos)
- Rock de espírito punk em que os Titãs questionaram o papel da polícia em disco de peso.


* Mais ninguém (Mallu Magalhães)
- Música que deu o tom pop solar do primeiro álbum da Banda do Mar e que já virou um hit.


* Meu recado (Michael Sullivan e Alice Caymmi)
- Balada de vocação radiofônica pronta para virar um hit popular como tantos de Sullivan.


* Mistério (Francis Hime) (em foto de Leo Aversa)
- Grande e sinfônico samba sobre o mistério da vida lançado por Francis em CD iluminado.


* Story in blue (Thiago Pethit)
- A balada de grande beleza melódica evocou a era do doo-wop na via marginal de Pethit.


* Tomara (Gustavo Galo e arrudA)
- Bela melodia embebida em poesia resultou numa das melhores músicas do CD de Galo.


* Velho amarelo (Rodrigo Campos)
- Tema sobre a finitude escancarou, na voz de Juçara Marçal, as vísceras de CD de morte.


* Xavante (Chico César)
- O tema reiterou na voz de Maria Bethânia que Chico é da tribo dos bons compositores.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Os onze discos brasileiros que sobressaíram ao longo do ano

Retrospectiva 2014 - Em um mercado fonográfico cada vez mais segmentado, em que cada artista tenta reverberar seu som dentro de um nicho específico e tenta se fazer ouvir por um determinado público, onze discos brasileiros lançados ao longo deste ano de 2014 sobressaíram e mereceram a cotação máxima (cinco estrelas) de Notas Musicais. Por isso, em vez de dez discos, o blog elege excepcionalmente onze títulos como os melhores álbuns de 2014 por reconhecer que seria injusto tirar qualquer um dos discos da lista apenas para manter a tradição de apontar dez CDs como os melhores do ano. É uma lista que contempla a diversidade, indo de Juçara Marçal a Maria Bethânia, de Gustavo Galo a Gilberto Gil, pois Notas Musicais jamais ergueu muros que separam artistas da cena indie - cada vez mais populosa e vigorosa, como prova a seleção deste ano de 2014 - dos chamados medalhões da MPB. Até porque a música em si desconhece fronteiras. Os critérios que apontam estes onze discos como os melhores de 2014 são unicamente artísticos. Não importou, para Notas Musicais, que o disco tenha obtido maior ou menor alcance comercial em mercado dominado por gêneros massivos como o sertanejo de cepa pop, o pagode e o arrocha. O único fator determinante - neste ano de 2014 e também nos sete anos anteriores - foi a excelência artística do disco em questão. Eis - por ordem alfabética dos nomes dos onze álbuns - os melhores discos de 2014 na avaliação do editor de Notas Musicais:

* Asa (Independente) - Gustavo Galo
- Um disco de minimalismo cru, em que a melodia se uniu com delicadeza à poesia, deu asa ao artista da Trupe Chá de Boldo em produção azeitada de Gustavo Ruiz e Tatá Aeroplano.

* Bossa negra (Universal Music) - Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda
- Ao se unir ao excepcional bandolinista para compor e gravar repertório inspirado pelos afro-sambas dos anos 1960, Diogo cresceu como cantor, honrando o seu nobre sobrenome.

Convoque seu Buda (Oloko Records) - Criolo
- Três anos após estourar com Nó na orelha, o rapper paulistano provou que a chapa de seu rap continua quente em azeitado CD produzido por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral.

Corpo de baile (Biscoito Fino) - Mônica Salmaso
- A cantora atingiu a perfeição ao dar sua voz precisa ao cancioneiro composto por Guinga com Paulo César Pinheiro, apresentando seis inéditas da parceria desfeita nos anos 1980.

Encarnado (Independente) - Juçara Marçal
- A vocalista do grupo Metá Metá cresceu e apareceu como cantora em atordoante CD solo que versa sobre a morte no toque afiado das guitarras de Kiko Dinucci e Rodrigo Campos.

Gilbertos samba (Sony Music) - Gilberto Gil
- O reencontro dos Gilbertos deu samba em grande disco em que Gil sustentou a leveza genial do som de João sem cair na tentação de imitar o mestre ao revisitar o seu repertório.

* Mestiça (Saravá Discos) - Jurema
-  Sob a direção artística do pianista e compositor Marcos Vaz, a cantora, compositora e historiadora soteropolitana reinventou a baianidade nagô em disco de tom contemporâneo.

Meus quintais (Biscoito Fino) - Maria Bethânia
- Em disco íntimo e pessoal, feito para sua tribo, a intérprete urdiu arco poético e musical que abarcou Brasil distante povoado por índios, caboclos e Iaras em tempo de delicadeza.

* Rainha dos raios (Joia Moderna) - Alice Caymmi
-  Sob produção de Diogo Strausz, a moderna princesa da dinastia Caymmi quebrou a onda que batia na praia familiar com CD arrojado que uniu Caetano Veloso,  MC Marcinho e Tono.

Rock'n'roll sugar darling (Independente) - Thiago Pethit
- Com o açúcar do candy rock, com afeto e com afetação glam, o artista paulistano fez um disco abusado e sexual que cruzou The Stooges e David Lynch na mesma estrada marginal.

Sobre noites e dias (Diginois) - Lucas Santtana
- Em seu disco mais expansivo, o artista recorreu a uma sonoridade pop eletrônica para fazer a crônica urbana dos amores e dores dos tempos cibernéticos em repertório sedutor.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Retrô 2014: MC Guimê amplia fama ao ostentar o seu funk no 'país do futebol'

RETROSPECTIVA 2014 - Com apenas 22 anos, completados em novembro, o cantor e compositor paulista Guilherme Aparecido Dantas, o MC Guimê, se impôs em 2014 como uma das novas caras da música popular produzida e consumida no Brasil. Voz do funk ostentação, MC Guimê é autor e intérprete de País do futebol, um dos hits do ano, embora a música tenha sido lançada em novembro de 2013 no formato de single digital. Propagada diariamente na abertura da novela Geração Brasil, exibida pela TV Globo às 19h entre maio e outubro, País do futebol é parceria de Guimê com Emicida, rapper paulistano que também participou da gravação da música. O sucesso da música sedimentou trajetória iniciada em 2010 e que, desde 2011, tem gerado singles como Tá patrão (2011) e Plaquê de 100 (2012). No embalo do estouro de País do futebol, tema idealizado para ser um dos hits da Copa do Mundo disputada no Brasil entre junho e julho de 2014, MC Guimê lançou mais dois singles ao longo do ano, Brazil we flexing (Fabulouz Fabs e Guimê) - gravado com o rapper norte-americano Soulja Boy e lançado em setembro - e Eu vim pra ficar (Guimê). Lançado no formato de single digital em novembro de 2014, Eu vim pra ficar sinaliza que o funk ostentação de Guimê ganhará direcionamento mais pop no primeiro álbum do artista, previsto para ser lançado no fim de 2015. Guimê pode ter bom ano novo...

sábado, 27 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Hit no Carnaval, 'Lepo lepo' é a música mais buscada do ano

Retrospectiva 2014 - A gravação de Lepo Lepo foi feita e lançada pelo grupo baiano de pagode Psirico em 2013. Mas foi neste ano de 2014 que a música de autoria de Magno Sant'anna e Filipe Escandurras se tornou um dos hits do ano na voz do vocalista do grupo, Márcio Victor Psirico. O sucesso massivo foi semeado já em janeiro quando alguns jogadores de futebol passaram a fazer publicamente a coreografia de Lepo lepo, primeiro na web e, logo em seguida, nos gramados. Em fevereiro, já era moda festejar um gol com a coreografia da música. Mania que deu projeção a Lepo lepo em todo o Brasil e também no mundo. Hit no Carnaval de Salvador (BA) em março, a música atravessou o primeiro semestre de 2014 com fôlego. Incluída no disco oficial da Copa do Mundo de 2014, Lepo lepo foi reprocessada em single que aditivou a gravação do Psirico com a batida do rapper norte-americano de ascendência cubana Pitbull. Música mais tocada nos eventos e shows associados à Copa do Mundo disputada no Brasil entre junho e julho, de acordo com o ECAD, Lepo lepo foi a música mais buscada na ferramenta de pesquisa do Google em 2014 segundo levantamento divulgado em dezembro pela empresa Google Brasil. Lepo lepo fez folia!!!!!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Skank gira na velocidade da própria luz na volta com 'Velocia'

Retrospectiva 2014 - Foram seis anos sem um álbum de inéditas. Nunca o Skank ficou tanto tempo sem renovar repertório. Mas a espera compensou os fãs do grupo mineiro. Nono disco de inéditas do quarteto, Velocia chegou ao mercado fonográfico em junho, via Sony Music, precedido em maio pelo single Ela me deixou (Samuel Rosa e Nando Reis). Aliás, como sinalizou este pop reggae com toques de rocksteady, o Skank girou na velocidade de sua própria luz ao voltar ao disco. Sem inventar moda, o grupo fez apurada síntese de sua obra no CD produzido por Dudu Marote com Renato Cipriano. Tal disco, tal show. Estreado em novembro no Rio de Janeiro (RJ), o show Velocia expôs todas as cores da aquarela do Skank - visto no traço de Oriol Angrill Jordà.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Os astros do sertanejo pop continuam no domínio das rádios

Retrospectiva 2014 - Das dez músicas mais tocadas nas emissoras de rádio do Brasil de janeiro a novembro deste ano de 2014, oito são de artistas do universo pop sertanejo. Uma nona foi gravada por um grupo de pagode (Sorriso Maroto) com uma dupla sertaneja (Jorge & Mateus). A lista divulgada neste mês de dezembro de 2014 pelo instituto Crowley confirma a supremacia do gênero pop sertanejo nas paradas brasileiras. Em atividade desde 2007, a dupla sertaneja Marcos & Belutti (foto) - formada pelo paulista Leonardo Prado de Souza e pelo paulistano Bruno Belucci Pereira - foi a campeã de execuções em rádio nesse período com a música Domingo de manhã, de autoria do compositor baiano Bruno Caliman. Nomes como os dos cantores Luan Santana e Eduardo Costa também aparecem na lista, na qual a dupla Victor & Leo marca dupla posição com as músicas O tempo não apaga (na quarta posição) e Tudo com você (no oitavo lugar). O único tema estranho no ninho sertanejo é Happy, de Pharrell Williams. Eis, segundo o instituto Crowley, as dez músicas mais executadas nas rádios do Brasil de 1º de janeiro a 28 de novembro de 2014:

1. Domingo de manhã– Marcos & Belutti
2. Cê topa – Luan Santana
3. Os 10 mandamentos do amor – Eduardo Costa
4. O tempo não apaga – Victor & Leo
5. Mozão – Lucas Lucco
6. Vou te amarrar na minha cama – Bruno & Marrone 
7. Flores em vida – Zezé di Camargo & Luciano
8. Tudo com você – Victor & Leo 
9. Guerra fria – Sorriso Maroto com Jorge & Mateus
10. Happy – Pharrell Williams 

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Os artistas brasileiros que saíram de cena ao longo do ano

Retrospectiva 2014 - Foi um ano de perdas expressivas para a música brasileira. 2014 foi marcado pelas saídas de cena de importantes cantores, compositores, músicos e personalidades ligadas à música produzida no Brasil. Ao longo do ano, o Brasil se despediu de Alexandre Pessoal (1974 - 2014), Clemilda (1936 - 2014), Cybele (1940 - 2014), Dom Pepe (??? - 2014), Efson (1944 - 2014), Genival Santos (1941 - 2014), Hélcio Aguirra (1957 - 2014), Hélcio Milito (1931 - 2014), Jair Rodrigues (1939 - 2014), José Domingos Raffaelli (1936 - 2014), Luciano Leindecker (1972 - 2014), Luiz Carlos Góes (1944 - 2014), Marcio Antonucci (1945 - 2014), Marlene (foto) (1922 - 2014), MC Lello (1986 - 2014), Miltinho (1928 - 2014), Nelson Ned (1947 - 2014), Nico Nicolaiewsky (1957 - 2014), Nonato Buzar (1932 - 2014), Vange Leonel (1963 - 2014), Violeta Cavalcanti (1923 - 2014) e Zé Menezes (1921 - 2014). Nomes que saíram de cena, mas ficam na história da música brasileira.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Retrô 2014: EP coroa ano em que Valesca Popozuda voou fora da gaiola

Retrospectiva 2014 - Com capa inspirada no visual de Madonna na fase Like a virgin, um EP com quatro faixas - lançado nas plataformas digitais em 16 de dezembro de 2014 pelo selo Pardal Records - fechou e coroou ano que vai deixar saudades para a cantora e compositora carioca de funk Valesca dos Santos, conhecida nacionalmente pelo nome artístico de Valesca Popozuda, em alusão ao grupo Gaiola das Popozudas, fundado por Valesca em 2000. Em carreira solo desde 2013, Valesca ganhou fama e mídia já em janeiro de 2014, por conta de o clipe de Beijinho no ombro (André Vieira, Leandro Castro e Wallace Viana) ter virado viral desde seu lançamento na web, em 27 de dezembro de 2013. A música tinha sido lançada em single digital em 1º de agosto de 2013, mas somente obteve grande repercussão a partir do clipe, dando início à repaginação do repertório da artista, desde então moldado para a parada pop e com letras menos vulgares, sem tantos palavrões. Na sequência, Popozuda lançou outros dois singles - Eu sou a diva que você quer copiar (Leandro Pardal, Wallace Vianna e André Vieira), gravado originalmente para promoção de uma marca de produtos de limpeza, e Tá pra nascer homem que vai mandar em mim (Leandro Pardal, Wallace Vianna e André Vieira)- sem a mesma massiva repercussão de Beijinho no ombro. As três músicas compõem o repertório do EP Valesca Popozuda, sendo que Eu sou a diva que você quer copiar aparece em duas versões (Pop remix e Funk remix). Valesca Popozuda voou fora da gaiola do funk ao longo de 2014, concorrendo no volátil universo pop com a poderosa Anitta.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Alice cresce, (re)aparece e se torna a personalidade pop do ano

Retrospectiva 2014 - Aos 24 anos, Alice Caymmi quebrou a onda que batia na praia de sua nobre família musical e se tornou a personalidade pop de 2014. No ano em que o Brasil celebrou o centenário de nascimento de seu avô. um certo Dorival Caymmi (1914 - 2008), cujo cancioneiro foi tropicalizado por sua neta em janeiro no carnavalizante show Dorivália, a cantora e compositora carioca cresceu como intérprete e (re)apareceu com um segundo álbum, Rainha dos raios, que aprimorou o talento já visível no anterior Alice Caymmi (Kuarup / Sony Music, 2012), disparando descarga elétrica na música brasileira contemporânea. E arrebatando críticos e personalidades como Nelson Motta, Paulo Borges e Roberta Sá, entre outros nomes influentes. Produzido por Diogo Strausz, Rainha dos raios foi lançado em setembro, em edição digital, pela gravadora Joia Moderna, do DJ Zé Pedro. Em novembro, ganhou edição física em CD. Em dezembro, deu origem a um show requintado, concebido e dirigido por Paulo Borges - o todo-poderoso da São Paulo Fashion Week - para ser gravado para exibição nos cinemas e edição de DVD em 2015. Aliado às ousadias estilísticas dessa cantora capaz de irmanar Caetano Veloso, MC Marcinho e Michael Sullivan em seu repertório, o visual estranho de Alice Caymmi - geralmente fora dos padrões e quase sempre imponente, provocante, para não dizer esquisito, como percebido na foto de Daryan Dornelles - ajudou a traduzir em imagem o temperamento forte da artista. Alvo de reportagens nos principais jornais do Brasil, tendo sido eleita a carioca do ano na área musical pela revista Veja Rio, Alice Caymmi sai consagrada de 2014, em sua própria praia, com ovação impensável para a menina tímida que debutou em disco em 2001, aos 11 anos, cantando música de sua meia-irmã Juliana Caymmi, Seus olhos, em faixa pouco ou nada ouvida de álbum de sua forte tia Nana Caymmi, Desejo (Universal Music, 2001). Não, não teve tempo ruim para Alice Caymmi em 2014.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Juçara Marçal se agiganta ao encarar a morte em 'Encarnado'

Retrospectiva 2014 - Juçara Marçal trouxe boas novas em 2014. Vocalista do Trio Metá Metá, a cantora e compositora paulistana sai de 2014 mais viva do que nunca ao encarar a morte em um primeiro atordoante álbum solo, Encarnado, que arrebatou a crítica. Figura fácil em todas as listas de melhores discos de 2014, Encarnado jorrou sangue ao enfiar a navalha na carne com o toque cortante das guitarras de Kiko Dinucci e Rodrigo Campos, músicos fundamentais na arquitetura deste disco cru, punk, por vezes até angustiante. Lançado em 18 de fevereiro em edição digital disponibilizada para download gratuito, Encarnado ganhou em abril uma artesanal edição física em CD, fabricado com serigrafia. No embalo da unânime consagração da crítica, Juçara promoveu o disco com shows que seduziram pequeno, mas quente e antenado, público. A morte lhe caiu bem.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Malta - a banda tornada 'superstar' - faz sucesso em todo o Brasil

Retrospectiva 2014 - A crítica não gostou, mas o público adorou, comprou o disco e foi ao show. Banda paulistana de pop rock projetada em escala nacional no reality show Superstar (TV Globo), do qual saiu vencedora em julho, Malta sai de 2014 consagrada como um dos grandes sucessos musicais do ano. Indício da popularidade do grupo formado em setembro de 2013 em São Paulo (SP), a vitória esmagadora de Adriano Daga (bateria), Bruno Boncini (voz), Diego Lopes (baixo) e Thor Moraes (guitarra) no programa - exibido pela TV Globo de abril a julho de 2014 - rendeu ao quarteto um contrato com a gravadora Som Livre. E a azeitada máquina global produziu mais um superstar. Parte do público que deu a Malta o campeonato no Superstar com 74% dos votos já deve ter comprado o primeiro álbum da banda. Lançado em setembro, o CD Supernova movimentou cifras raras em tempos de pirataria física e virtual, fazendo a Som Livre pôr nas lojas mais de 200 mil cópias do disco em apenas quatro meses. Shows lotados por todo o Brasil e um single na boca do povo - Diz pra mim (Bruno Boncini), boa balada estrategicamente incluída na trilha sonora da novela Alto astral, da TV Globo - coroaram um ano que vai se tornar inesquecível na história (por enquanto,  meteórica) da banda Malta.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Nação Zumbi volta com ótimo CD pop nos 20 anos do Mangue

Retrospectiva 2014 - Se em 2013 um comentário lacônico na página oficial da Nação Zumbi no Facebook ("Esclarecimento: não vamos entrar em estúdio e não sabemos se voltamos em 2014") suscitou dúvidas quanto ao futuro da Nação, 2014 - ano em que o universo pop brasileiro celebrou os 20 anos do Mangue Beat, o movimento pernambucano do qual a banda Chico Science (1966 - 1997) foi pedra fundamental - dissipou essas dúvidas com o lançamento do disco mais pop do grupo. Nação Zumbi (Slap / Som Livre, 2014) chegou ao mundo digital em 5 de maio e, na sequência imediata, em edição física em CD. Os produtores Alexandre Kassin e Berna Ceppas deram trato pop no cancioneiro autoral da Nação Zumbi sem desrespeitar o passado glorioso da banda. Lançado em vinil em outubro, Nação Zumbi resultou em álbum inspirado que apontou belo futuro para  Dengue, Jorge Du Peixe, Lúcio Maia, Pupillo e cia 20 anos após a explosão do Mangue. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Titãs voltam a ser um grupo de peso com álbum 'Nheengatu'

Retrospectiva 2014 - Não chegou a ser uma surpresa, pois o vigoroso show Inédito (2013) já tinha sinalizado, no ano passado, que os Titãs estavam novamente apresentando um repertório autoral compatível com a fase áurea do grupo paulistano, atualmente reduzido a um quarteto com metade de sua formação original. Mesmo assim, a edição pela gravadora Som Livre do álbum Nheengatu, em maio, foi recebida com entusiasmo entre público e crítica. Ao expor as vísceras da babilônia nativa em repertório roqueiro que remeteu a álbuns clássicos do grupo, Nheengatu devolveu à irregular discografia dos Titãs a relevância e o peso perdidos ao longo dos últimos anos e discos.  O clipe do rock Fardado (Sergio Britto e Paulo Miklos) e o show Nheengatu confirmaram que os Titãs - em foto de Marcos Hermes - voltaram a ficar com moral na república dos bananas.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Retrô 2014: Banda do Mar estoura em todo o Brasil com pop feliz e solar

Retrospectiva 2014 - No último fim de semana, a Banda do Mar se apresentou no Recife (PE) - dentro da programação do novo Festival MPB - com show em que o público cantou em coro as músicas do primeiro álbum desse trio luso-brasileiro formado em Portugal por Marcelo Camelo e Mallu Magalhães com o baterista português Fred Pinto Ferreira. A recepção calorosa do público pernambucano não foi um fato isolado. Com farta agenda de shows por todo o Brasil, a Banda do Mar é o fenômeno comercial do pop brasileiro neste ano de 2014. Lançado em agosto, via Sony Music, o álbum Banda do Mar apresentou inspirada safra autoral de canções exteriorizadas, solares, prontas para serem cantadas pelo público em shows - como já vem acontecendo desde a estreia da turnê nacional do trio, em outubro. Distantes da introspecção melancólica de seus álbuns individuais, Camelo e Mallu se afinaram no estúdio e no palco. Anunciada em 6 de maio, a criação da Banda do Mar ultrapassou expectativas artísticas e comerciais. Com disco e show azeitados, o casal zen do pop brasileiro sai de 2014 com um sucesso massivo que até então não tinha atingido em suas vitoriosas trajetórias individuais. O sol brilha forte para a banda de além-mar.