Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Jozi Lucka firma parceria com Nenung em álbum pilotado por Moreno Veloso

 Às vésperas dos 45 anos, a serem feitos em 19 de setembro de 2015, a cantora, compositora e violonista fluminense Jozi Lucka - em cena desde os anos 1990 - lança álbum de músicas inéditas no mercado fonográfico. Produzido por Moreno Veloso, Brinquei de inventar o mundo alinha 12 composições no repertório inteiramente autoral. A música-título Brinquei de inventar o mundo é parceria da artista com o compositor gaúcho Nenung, com quem Lucka também assina A chave (perdida) do sol, Completa, No cata-vento do dia, O dia da bruxa e Transparência. O disco foi gravado entre 2013 e 2014 nos estúdios cariocas Maravilha 8 e Monoaural. A capa é de Sani Guerra.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Previsto para abril, álbum de inéditas de Gal já está em fase de masterização

A IMAGEM DO SOM - Previsto para ser lançado em abril de 2015, em edição da gravadora Sony Music, o primeiro CD de inéditas de Gal Costa desde Recanto (Universal Music, 2011) está em fase de masterização em estúdio do Rio de Janeiro (RJ). A masterização está sendo feita pelo engenheiro de som Ricardo Garcia. Na foto acima, postada no seu Facebook, Garcia aparece ao centro, ladeado por Kassin (à esquerda) e Moreno Veloso, produtores do álbum para o qual Gal recebeu músicas de Adriana Calcanhotto, Arthur Nogueira (uma parceria com Antonio Cícero intitulada Sem medo nem esperança), Arnaldo Antunes (uma parceria com José Miguel Wisnik e outra com Marisa Monte e Cezar Mendes), Criolo (parceria com Milton Nascimento, Dez anjos, feita para Gal), Caetano Veloso, Mallu Magalhães, Marcelo Camelo (duas músicas, sendo que uma, Espelho d'água, composta com Thiago Camelo, já foi lançada por Gal no seu atual show de voz e violão) e Tom Zé, entre outros compositores.

domingo, 27 de julho de 2014

Moreno e Kassin comandam produção musical do próximo álbum de Gal

Moreno Veloso e Alexandre Kassin vão assinar a produção musical do álbum de inéditas que Gal Costa - em foto de André Schiliró - prepara em São Paulo (SP). Selecionado pela cantora com o auxílio do jornalista Marcus Preto, o repertório inclui músicas de Adriana Calcanhotto, Arthur Nogueira (em parceria com Antonio Cícero), Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros compositores. Dez anjos - música composta por Milton Nascimento para o sucessor de Recanto ao vivo (Universal Music, 2013) a partir de versos do rapper Criolo - figura no repertório do CD.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Moreno gira pelo universo pop no show 'Coisa boa' sem perder a ternura

Resenha de show
Título: Coisa boa
Artista: Moreno Veloso (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Theatro Net Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 7 de julho de 2014
Cotação: * * * *

"Minha imperfeição é a voz da vez", sentencia Moreno Veloso já em verso de Um passo à frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005), o delicioso samba à moda baiana que abre o roteiro de Coisa boa, show que chegou ao Rio de Janeiro (RJ) na noite de 7 de julho de 2014 em apresentação no Theatro Net Rio. Sim, a imperfeita voz eficaz do filho mais velho de Caetano Veloso é a bola da vez. Toda uma aura hype vem sendo alimentada pela mídia do eixo Rio-São Paulo em torno do baiano Moreno por conta do lançamento de seu primeiro álbum solo gravado para o Brasil, o ótimo Coisa boa (Maravilha 8 / Pommelo Distribuições, 2008). Embora pareça alheio a todo esse hype cultivado na cena indie, o falante Moreno confirma seu excelente momento em cena, acompanhado por trio formado pelo guitarrista Pedro Sá, o baterista Rafael Rocha e o baixista Bruno Di Lullo. Rocha e Di Lullo são metade do quarteto carioca Tono, saudado por Moreno no palco do Theatro Net Rio diante de plateia formada majoritariamente por convidados. O show Coisa boa é ótimo como o disco - e seria ainda melhor se Moreno dosasse suas falas, já que alguns comentários feitos com os músicos soam bobos. Felizmente, a música é coisa muito boa, transitando com naturalidade entre Rio de Janeiro e Bahia - sobretudo no fim do show, pontuado por temas dos repertórios de grupos afro-baianos - com direito a escalas em Argentina, Itália, Japão e Portugal. Talvez pela origem soteropolitana, o artista nascido em Salvador (BA) em 1972 mantém um pé firme no samba de sua terra. Em Não acorde o neném (Domenico Lancellotti e Moreno Veloso, 2014), o cantor maneja habilmente prato e faca para mostrar como se faz samba no Recôncavo Baiano. E também como se samba na região - coisa boa que Moreno mostra quando dança em cena no passo do Recôncavo. Feito para fazer o neném dormir, o acalanto Coisa boa (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti, 2014) mantém o público acordado pela beleza melódica e poética do tema. Que dialoga com Jacaré coruja (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2014), lúdica música que pareceu feita sob medida para as crianças - filhos de amigos do artista - presentes na estreia carioca de Coisa boa. Composição do álbum Máquina de escrever música (RockIt!, 2000), gravado pelo cantor sob a alcunha de Moreno + 2, Das partes (Pedro Sá e Domenico Lancellotti, 2000) arma jogo poético embaçado pela ambiência noise do número. Direta, a poesia romântica de Verso simples (Domenico Lancellotti, Dudu Falcão e Moreno Veloso, 2014) incorpora versos em italiano, numa amostra da habilidade poliglota do artista. Além de arriscar cantar em japonês Onaji sora (Moreno Veloso e Takako Minekawa, 2014), infelizmente minimizando o imenso significado poético da letra ao explicá-la para o público, Moreno engata "castelhano qualquer nota" - termo que usa em cena para fazer piada de si mesmo - quando entoa Mambeado (Cantale) (Ignazio Rodriguez Baigueira, 2011), música do cantautor argentino Nacho Rodriguez, com quem Moreno já vem travando diálogo além das fronteiras do Brasil. Moreno embute no número citação do samba-reggae Swing da cor (Luciano Gomes, 1991), revelando apego aos sons dos blocos e grupos afro-baianos, zelo reiterado no fim do show quando deu voz a duas músicas do repertório do Ilê Aiyê - Ilê de luz (Carlos Lima Suka, 1989) e Corpo excitado (Reizinho, 1996) - e quando, atendendo a pedido, cantou no bis Deusa do amor (Adailton Farias e Valter Farias, 1999), música do Olodum que gravara há 14 anos no já citado álbum Máquina de escrever música e que desde então se tornou seu hit cult. Deste disco assinado pelo trio Moreno + 2, o cantor também revive a funkeada Arrivederci (Moreno Veloso, 2000), instante de sedução pop do roteiro. Alternando-se no violão (seu instrumento principal) e na percussão, Moreno se afina em cena com Pedro Sá (cuja guitarra cai com facilidade no suingue), Bruno Di Lullo- cujo toque minimalista de seu baixo sublinha a delicadeza da melancólica valsa Num galho de acácias (Un peu d'amour) (Stanislao Silesu e Nilson Fysher, 1912, em versão em português de J. Carlos, 1930) - e com Rafael Rocha, baterista convidado a cantar Leve (Rafael Rocha, 2013), boa música do terceiro álbum, Aquário (Independente, 2013), de sua banda Tono. Moreno acerta ao entrelaçar no roteiro canções mais serenas - como a inédita Rosa, música feita pelo compositor gaúcho Nenung - com temas dançantes como a lusitana Noite de Santo Antônio (Norberto Araújo e Raul Ferrão, 1950), marcha junina propagada na voz da cantora portuguesa Amália Rodrigues (1920-1999). Entre Rio, Bahia e vários países, Moreno Veloso dá giro pelo universo pop sem perder a ternura.

Moreno inclui inédita e temas de blocos afro-baianos no show 'Coisa boa'

 Há cerca de quatro anos, a cantora carioca Luiza Possi pediu a Moreno Veloso - seu primo por parte de pai, embora tal parentesco seja pouco conhecido - música inédita para gravar em um de seus discos. O cantor, compositor e músico baiano fez a composição, só que demorou tanto que Luiza nem a gravou. Intitulada Em todo lugar, a música foi gravada pelo próprio autor no seu recém-lançado primeiro álbum solo de estúdio, o ótimo Coisa boa (Maravilha 8 / Pommelo Distribuições, 2008), e integra o roteiro do show baseado no disco. Após ter estreado em São Paulo (SP) em 26 de junho de 2014, Coisa boa chegou ao Rio de Janeiro (RJ) em 7 de julho de 2014 em apresentação feita pelo artista no Theatro Net Rio para público formado majoritariamente por convidados ("Nossa, quando acendeu a luz, vi tanta gente conhecida, tanto amigo...", exclamou Moreno quase  no fim do show). A inédita - Rosa, composta pelo gaúcho Nenung para a homônima filha de Moreno - também é apresentada no coeso roteiro pontuado no fim por músicas dos repertórios do grupos afro-baianos Ilê Aiyê - Ilê de luz (Carlos Lima Suka, 1989) e Corpo excitado (Reizinho, 1996) - e Olodum, de quem o artista cantou Deusa do amor (Adailton Farias e Valter Farias, 1992), música que gravou no álbum Máquina de escrever música (RockIt, 2000), sob a alcunha de Moreno + 2, e que desde então se tornou seu hit cult. Outra coisa boa foi Mambeado (Cantale) (2011), música do compositor argentino Ignazio Rodriguez Baigueira, conhecido pelo nome artístico de Nacho Rodriguez. O tema já tinha sido cantado por Moreno com seu pai Caetano Veloso e com o próprio Nacho em show na Argentina. Eis o roteiro seguido pelo falante Moreno Veloso - em foto de Rodrigo Goffredo - no Theatro Net Rio, em 7 de julho de 2014, na estreia carioca de seu ótimo show Coisa boa:

1. Um passo à frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005)
2. Jacaré coruja (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2014)
3. Das partes (Pedro Sá e Domenico Lancellotti, 2000)
4. Verso simples (Domenico Lancellotti, Dudu Falcão e Moreno Veloso, 2014)
5. De tentar voltar (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti, 2014)
6. Coisa boa  (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti, 2014)
7. Mambeado (Cantale) (Ignazio Rodriguez Baigueira, 2011)
    - com citação de Swing da Cor (Luciano Gomes, 1991)
8. Rosa (Nenung) - música inédita
9. Num galho de acácias (Un peu d'amour) 
   (Stanislao Silesu e Nilson Fysher, 1912, em versão em português de J. Carlos, 1930)
10. Lá e cá (Rodrigo Bartolo, Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2010)
11. Onaji sora (Moreno Veloso e Takako Minekawa, 2014)
12. Não acorde o neném (Domenico Lancellotti e Moreno Veloso, 2014)
13. Noite de Santo Antônio (Norberto Araújo e Raul Ferrão, 1950)
14. Leve (Rafael Rocha, 2013) - solo vocal do baterista Rafael Rocha
15. Em todo lugar (Moreno Veloso, 2014)
16. ET... (Lucas Santana e Pedro Sá, 1994) - solo vocal do guitarrista Pedro Sá
     - com citação de Magalenha (Carlinhos Brown, 1993)
17. Arrivederci (Moreno Veloso, 2000)
18. Ilê de luz (Carlos Lima Suka, 1989)
Bis:
19. Deusa do amor (Adailton Poesia e Valter Farias, 1992)
20. Tum tum tum (Ary Monteiro e Christovão de Alencar, 1958) - com crianças
21. Abraçaço (Caetano Veloso, 2012) - com Caetano Veloso e crianças
22. Corpo excitado (Reizinho, 1996)

terça-feira, 8 de julho de 2014

Caetano manda 'Abraçaço' na estreia carioca de show de Moreno Veloso

"Não teve combinação, não", se apressou em esclarecer Moreno Veloso para o público que foi ao Theatro Net Rio, na noite de 7 de julho de 2014, assistir à estreia carioca de seu show Coisa boa no Rio de Janeiro (RJ). É que, no bis da apresentação, quando o palco já estava rodeado por crianças (filhos de Moreno e de amigos do cantor e compositor de origem baiana), uma das crianças sugeriu que um dos números improvisados nesse bis coletivo fosse Abraçaço, música de Caetano Veloso que deu título ao álbum lançado pelo artista baiano em 2012. Era Rosa, filha de Moreno. Como seu pai disse não saber cantar Abraçaço, Rosa falou: "chama o vovô!". Presente na plateia para ver o show de seu primogênito, Caetano foi então convidado para subir ao palco e cantou Abraçaço, rodeado pelas crianças. A foto de Rodrigo Goffredo capta a cumplicidade entre pai e filho no palco do Net Rio na bela estreia carioca de Coisa boa.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Lá e cá, entre Bahia e Rio, Moreno (se) nina na serenidade de 'Coisa boa'

Resenha de CD
Título: Coisa boa
Artista: Moreno Veloso
Gravadora: Maravilha 8 / Pommelo Distribuições
Cotação: * * * *

"Vez em quando, eu me pego sozinho a cantar / Uma melodia pra me ninar", confidencia Moreno Veloso nos versos iniciais da música que abre seu segundo álbum solo, Coisa boa, lançado neste mês de maio de 2014. Lançada em disco na voz da cantora carioca Nina Becker, Lá e cá (Rodrigo Bartolo, Moreno Veloso e Quito Ribeiro) situa bem - na geografia particular do cantautor - o sucessor de Live in Tokyo (Hapiness Records, 2011), CD ao vivo lançado somente no Japão. Sob a ótica carioca da cidade aonde Coisa boa foi gravado com produção de Pedro Sá e do próprio Moreno, é a Bahia natal do artista, traduzida no leve toque de ijexá embutido na inédita canção Verso simples (Domenico Lancellotti, Dudu Falcão e Moreno Veloso) ou na levada do samba de roda que conduz para a batida seminal do Recôncavo Baiano os sambas Um passo à frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005) - revivido pelo artista com arranjo superior ao da gravação original do tema, feita por Gal Costa no álbum Hoje (2005) - e Não acorde o neném (Domenico Lancellotti e Moreno Veloso), gravado com o parceiro Domenico Lancellotti, que também entra na roda com a voz que responde Moreno. Ainda sob esse ponto de vista carioca, é a cidade do Rio de Janeiro (RJ) em que brotaram, ao longo dos anos 2000, os talentos de músicos como o baterista Domenico, o multi-instrumentista Kassin (o produtor fonográfico brasileiro mais requisitado dos últimos anos, espécie de Liminha de sua geração) e o guitarrista Pedro Sá - todos presentes neste disco zen que totaliza onze músicas e 35 minutos. Moreno Veloso é figura de ponta nesta geração que renovou a música brasileira produzida no eixo carioca. Lá e cá, entre Bahia e Rio, Moreno costura em Coisa boa, com harmonia, esses dois universos musicais. Mas a guitarra posta por Pedro Sá em Um passo à frente cai no suingue sem fronteiras. Coisa boa (Domenico Lancellotti e Moreno Veloso) - a bela música-título do disco - é acalanto terno como convém a uma canção do gênero. Sua escolha para batizar Coisa boa traduz muito da atmosfera serena de um disco ambientado para favorecer o canto cool de Moreno e que traz melodias para ninar ouvintes dispostos a embarcar na viagem musical do artista. Jacaré coruja (Moreno Veloso e Quito Ribeiro) amplia o raio de ação dessa calmaria contemplativa em diálogo com o mundo lúdico das crianças - e  não é por mero acaso que o disco é dedicado por Moreno aos seus filhos Rosa e José (e também à mãe deles, Clara). Extraída da memória afetiva do artista, a lembrança longínqua da valsa Num galho de acácias (Un peu d'amour, Stanislao Silesu e Nilson Fysher, 1912 - em versão para o português de J. Carlos) se ajusta com perfeição a esse universo infantil - ainda que, no caso da música vertida para o português nos anos 1930, a história melancólica do besouro que caiu na teia da aranha num galho de acácias amarelas seja metáfora poética para falar das trapaças afetivas que enrolam adultos nas tramas do destino. Com a delicadeza de uma canção de ninar, Num galho de acácias é valsa do tempo da vovó entoada por Moreno em dueto com a cantora japonesa Takako Minekawa, parceira do artista na faixa Onaji sora, cantada em japonês e traduzida para o português (em letra reproduzida no encarte de Coisa boa) como O mesmo céu"É o mesmo céu, mas são pessoas / Diferentes que estão vendo / É o mesmo céu, mas são coisas / Diferentes que estão sendo vistas", relativizam poeticamente os versos da canção, sinalizando que, sob a ótica de quem ouvir Coisa boa, os conceitos de lá e cá também sempre vão mudar continuamente. Faixa de clima letárgico, De tentar voltar (Domenico Lancellotti e Moreno Veloso) reitera o tom cool do disco, cujo ponto baixo é Em todo lugar (Moreno Veloso), música que sinaliza que, para sobressair como compositor, Moreno depende de parceiros - mesmo que, paradoxalmente, o artista brilhe sozinho na criação de Hoje (Moreno Veloso, 2005), música que deu título ao álbum lançado há nove anos por Gal Costa (e que, a julgar pela abordagem de Moreno, faz pensar que, analisado sob a luz de perspectiva que já inclui o revigorante CD Recanto, de 2011, o disco apresentado por Gal Costa naquele ano de 2005 tinha que ter sido produzido por Moreno, e não por César Camargo Mariano). Seja como for, entre Rio e Bahia, lá e cá, com escala no Japão, o cantautor lança CD impregnado de sensibilidade e delicadeza. Em Coisa boa, Moreno Veloso (se) nina na serenidade de melodias que procuram - e encontram - paz, sossego e amor.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Eis a capa de 'Coisa boa', CD solo em que Moreno canta 'Hoje' e 'Lá e cá'

Com capa que expõe foto da Praia do Porto da Barra, situada na orla de Salvador (BA), o CD Coisa boa - álbum solo do cantor e compositor baiano Moreno Veloso - chega ao mercado fonográfico em 20 de maio de 2014, em edição da Maravilha 8 que vai ser posta nas lojas pela Pommelo Distribuições. Celina Kuscnhir e Domenico Lancellotti assinam o projeto gráfico do disco produzido pelo próprio Moreno com o guitarrista Pedro Sá. Filmado por Clara Cavour, o vídeo da música-título Coisa boa - acalanto composto por Moreno em parceria com Domenico - já está em rotação no YouTube. Embora o repertório do CD Coisa boa seja essencialmente inédito, apresentando músicas como o samba Não acorde o neném (outra parceria de Moreno com Domenico) e Jacaré coruja (Moreno Veloso e Quito Ribeiro), o álbum traz as versões do autor para Hoje (Moreno Veloso) - música que deu título ao álbum de inéditas lançado por Gal Costa em 2005 - e para o samba de roda Um passo à frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005), outra música lançada por Gal no álbum Hoje e já gravada por Moreno em seu último disco, Solo in Tokyo (Hapiness Records, 2011), CD ao vivo lançado somente no Japão. Em Coisa boa, Moreno também dá voz a Lá e cá (Moreno Veloso, Quito Ribeiro e Rodrigo Bartolo) - música lançada pela cantora carioca Nina Becker em 2010 em seus álbuns Azul e Vermelho - e à valsa Num galho de acácias, versão em português de J. Carlos para Un peu d'amour (1912), música do compositor italiano Stanislao Silesu (1883-1953) com Nilson Fysher.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Moreno vem com 'Coisa boa', CD de inéditas que tem sua visão de 'Hoje'

Acalanto composto por Moreno Veloso em parceria com o carioca Domenico Lancellotti, Coisa boa dá nome ao disco de inéditas que o artista baiano vai lançar neste primeiro semestre de 2014. Embora o repertório de Coisa boa seja essencialmente inédito, apresentando músicas como o samba Não acorde o neném (outra parceria de Moreno com Domenico) e Jacaré coruja (Moreno Veloso e Quito Ribeiro), o álbum traz as versões do autor para Hoje (Moreno Veloso) - música que deu título ao álbum de inéditas lançado por Gal Costa em 2005 - e para o samba de roda Um passo à frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005), outra música lançada por Gal no álbum Hoje e já gravada pelo próprio Moreno em seu último CD, Solo in Tokyo (Hapiness Records, 2011), disco ao vivo lançado somente no Japão. Em Coisa boa, Moreno também dá voz a Lá e cá (Moreno Veloso, Quito Ribeiro e Rodrigo Bartolo), música lançada pela cantora carioca Nina Becker em 2010 em seus álbuns Azul e Vermelho. Em 2013, quando gravou o disco, Moreno também incluiu no repertório Num galho de acácias, versão em português de J. Carlos para Un peu d'amour (1912), valsa do compositor italiano Stanislao Silesu (1883-1953) e Nilson Fysher. Gravado no Rio, com produção de Pedro Sá e do próprio Moreno, o álbum está finalizado e já tem pronta a capa que expõe foto da Praia do Porto da Barra, de Salvador (BA).

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Gal idealiza segundo disco de estúdio com Moreno na linha de 'Recanto'

Gal Costa arquiteta disco de estúdio no estilo de Recanto, álbum de 2011 que repôs a cantora na linha de frente da MPB. A artista - em foto de André Schiliró - pretende que o disco seja produzido por Moreno Veloso, um dos pilotos de Recanto. Já houve inclusive uma conversa preliminar de Gal com Moreno nesse sentido. A ideia é que o CD seja feito neste ano de 2014.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Bem e Moreno produzem 'Gilbertos samba', CD em que Gil celebra João

Bem Gil e Moreno Veloso assinam juntos a produção de Gilbertos samba, CD em que Gilberto Gil canta o repertório de João Gilberto. O CD chega ao mercado no primeiro semestre de 2014.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Rennó põe temas de Caetano, Moreno e Romulo na roda do show I A R A

Senhora da cena na arena circular do Sesc Copacabana, palco da estreia nacional do excelente show I A R A na noite de 26 de novembro de 2013, a cantora e compositora paulista Iara Rennó pôs Moreno Veloso na roda. Produtor do homônimo disco I A R A, recém-lançado pela gravadora Joia Moderna, Moreno foi um dos convidados do show que atraiu antenada plateia do Rio de Janeiro (RJ). Com o baiano Moreno, Rennó protagonizou um dos grandes momentos do performático show dirigido por Ava Rocha. Foi quando Rennó caiu no samba de roda Um passo à frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005) - em abordagem que revitalizou a composição, superando o registro feito por Gal Costa no álbum Hoje (Trama, 2005) - após ter recebido Moreno para cantar o samba Nenhuma (Moreno Veloso, 2000), composição lançada pelo autor no CD Máquina de escrever música (Rock It!, 2000), assinado pelo trio Moreno + 2. Três números depois, o maranhense Negro Leo - nome artístico do cantor e compositor Leonardo Campelo Gonçalves, nome em ascensão na cena indie carioca - entrou na roda para cantar com Rennó suas músicas Tara (tema de alto teor erótico que batiza EP digital lançado por Leo em março de 2013) e Arte bruta (parceria de Leo com Ricardo Pitta lançada em 2012). Sozinha, com forte presença cênica, Rennó cantou as onze músicas do CD I A R A e investiu no repertório autoral de Caetano Veloso - dando voz e vida a Outro, música do álbum (Universal Music, 2006), munida de dois chocalhos - e na obra do grupo paulista Passo Torto, do qual abordou  com propriedade A não ser que me ame (Romulo Fróes e Rodrigo Campos), música lançada no segundo álbum do quarteto, Passo elétrico (YB Music, 2013). Eis o roteiro seguido por Iara Rennó - em foto de Rodrigo Amaral - na estreia nacional do teatral show I A R A, na arena do Sesc Copacabana - Rio de Janeiro (RJ), em 26 de novembro de 2013:

1. Já era (Iara Rennó, 2013)
2. Seu José (Iara Rennó, Thor Madsen e Anders Hentze, 2013)
3. Outros tantos (Iara Rennó, 2013)
4. Arroz sem feijão (Iara Rennó, 2013)
5. Amor imenso (Iara Rennó e Thalma de Freitas, 2013)
6. Ma voix  (Iara Rennó, 2013)
7. The love (Iara Rennó, Tony Gordyn e Thalma de Freitas, 2013)
8. Estribilho (Iara Rennó, 2013)
9. Outro (Caetano Veloso, 2006)
10. Nenhuma (Moreno Veloso, 2000) - com Moreno Veloso
11. Um passo à frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro, 2005) - com Moreno Veloso
12. A não ser que me ame (Romulo Fróes e Rodrigo Campos, 2013)
13. Miligramas (Iara Rennó, 2013)
14. Tara (Negro Leo, 2013) - com Negro Leo
15. Arte bruta (Negro Leo e Ricardo Pitta, 2012) - com Negro Leo
16. Roendo as unhas (Paulinho da Viola, 1973)
17. Elegbara (Iara Rennó, 2013)
Bis:
18. Macunaíma (Iara Rennó a partir da obra de Mário de Andrade, 2008)
19. Já era (Iara Rennó, 2013)

domingo, 18 de março de 2012

Moreno brilha por si só em show calcado nas heranças musicais baianas

Resenha de show
Evento: Sonoridades
Título: Moreno Veloso
Artista: Moreno Veloso (em foto de Rodrigo Amaral)
Convidados: Pedro Miranda e Luis Filipe de Lima
Local: Teatro Oi Futuro Ipanema (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 17 de março de 2012
Cotação: * * * *

Mal-entendido em relação à data de um show no Japão levou Moreno Veloso a subir sozinho a um palco de Tóquio em apresentação gravada ao vivo que gerou o CD Solo in Tokyo (2011), lançado somente no mercado japonês. Tal apresentação inspirou o show feito pelo artista na segunda temporada do projeto Sonoridades, em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) até o fim deste mês de março de 2012. Moreno expôs logo de cara ao público que sentia certo desconforto por estar sozinho em cena. Mas tal sensação não impediu o brilho de um show que perfila com precisão as bases do som de Moreno. Distante das experiências sonoras feitas com Domenico Lancellotti e Kassin no já desativado trio + 2, Moreno surpreendeu positivamente em cena com interpretações carregadas de sentimento como o posto em Nosotros (Cesar Portillo de La Luz) - com o qual encerra o show, a sós com seu violão, fazendo através desse bolero cubano declaração de amor aos dois amigos-músicos do + 2 - e no dolente Requiem para Mãe Menininha (Gilberto Gil), lamento sentido de Gil pela morte da ialorixá baiana Maria Escolástica da Conceição Nazaré (1894 - 1986), a Mãe Menininha. Fiel às tradições musicais da dinastia dos Veloso, Moreno calca seu show nessa raiz baiana. Seja cantando sucesso do grupo Olodum, Deusa do Amor (Adailton Poesia e Valter Farias), aprendido nas ruas durante o Carnaval da Bahia; seja entrando com propriedade na roda do samba do Recôncavo com a autoral Um Passo à Frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro), lançada por sua madrinha Gal Costa no álbum Hoje (2005); seja tirando do baú os sambas Amanhã Eu Dou (1942) e Jacaré te Abraça (1944), duas joias raras da obra vivaz de Assis Valente (1911 - 1958), compositor baiano criado nos arredores de Santo Amaro da Purificação (BA), cidade natal de Caetano Veloso, pai que o carioca Moreno emula nas escolhas do repertório e no timbre de similaridade evidenciada nas interpretações de temas como Deusa do Ébano (Miltão), pérola do repertório do bloco afro Ilê Ayiê. A Bahia pulsa nas veias e no som de Moreno Veloso, até mesmo quando o artista, reiterando a origem carioca, evoca na batida suave de Jardim de Alah (Moreno Veloso e Quito Ribeiro) a revolução de um baiano cheio de bossa. Com o toque do pandeiro que lhe foi ensinado pelo baiano Carlinhos Brown, Moreno cai no samba já ao abrir o show com A Base do Supremo (Moreno Veloso e Rogério Duarte). É ainda no toque de seu pandeiro que ele reaviva samba antigo, Amanhã Eu Volto (Antônio Almeida e Roberto Martins), do repertório do cantor paulista Vassourinha (1923 - 1942). Mas o violão é o instrumento dominante na parte solo do show. É com seu violão que Moreno apresenta duas parcerias inéditas compostas por Domenico Lancellotti e incluídas no repertório de seu próximo disco. Coisa Boa é um acalanto de delicadeza recorrente no gênero. Não Acorde o Neném é maroto samba cool, heterodoxo, que evidencia a habilidade dos compositores no trânsito entre modernidades e tradições do tempo da vovó, para citar expressão usada na letra. Do tempo das avós, aliás, é Num Galho de Acácias, versão em português de J. Carlos para Un Peu D'amour (1912), valsa de Stanislao Silesu e Nilson Fysher. A  música também figura no repertório do próximo disco de Moreno. A entrada em cena do violonista Luis Filipe de Lima para tocar Lá Vem a Baiana, samba de certo baiano chamado Dorival Caymmi (1914 - 2008), expôs virtuosismo que inexiste no toque do violão de Moreno, sem dar atmosfera formal ao show, de todo bem descontraído por conta das falas bem-humoradas do anfitrião. Que, além de Luis Filipe de Lima, recebeu também o cantor e pandeirista Pedro Miranda, que assumiu a voz de temas como o samba-chula Pimenteira (Roque Ferreira). A dupla de convidados imprimiu vivacidade à apresentação, arrematada pelo anfitrião com o belo supra-citado solo de Nosotros. Enfim, por mais que a herança musical de Caetano Veloso seja detectada no som de Moreno, o artista brilha por si só.

Moreno apresenta no Rio inéditas feitas com Domenico para seu novo CD

Com novo disco a caminho, Moreno Veloso aproveitou sua apresentação na segunda edição do projeto Sonoridades - idealizado por Nelson Motta com mix de artistas de estilos, origens e/ou gerações distintas - para apresentar duas músicas inéditas, compostas como Domenico Lancellotti, que figuram no repertório do CD. As novidades foram o samba Não Acorde o Neném e o acalanto Coisa Boa. Revezando-se entre o pandeiro e o violão, o artista também cantou Num Galho de Acácias (versão de  J. Carlos para Un Peu D'amour, de Stanislao Silesu e Nilson Fysher) - música que regrava em seu próximo disco - e duas pérolas raras do cancioneiro do compositor baiano Assis Valente (1911-1958), casos dos sambas Amanhã Eu Dou (1942) e Jacaré te Abraça (1944), ambos gravados pela cantora carioca Aracy de Almeida (1914 - 1988). Eis o roteiro seguido por Moreno Veloso - visto em foto de Rodrigo Amaral - no show que fez no Teatro Oi Futuro, em Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ), em 17 de março de 2012:

1. A Base do Supremo (Moreno Veloso e Rogério Duarte)
2. Jardim de Alah (Moreno Veloso e Quito Ribeiro)
3. Não Acorde o Neném (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti)
4. Coisa Boa (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti)
5. Só Vendo que Beleza (Henricão e Rubens Campos)
6. Num Galho de Acácias (Un Peu D'Amour) (Stanislao Silesu e Nilson Fysher em versão de J. Carlos)
7. Requiem para Mãe Menininha (Gilberto Gil)
8. Bate Coração (Antonio Barros e Cecéu)
9. Brasil Pandeiro (Assis Valente)
10. Deusa do Amor (Adailton Poesia e Valter Farias)
11. Lá Vem a Baiana (Dorival Caymmi)
12. Amanhã Eu Volto (Antônio Almeida e Roberto Martins)
13. Meio Tom (Rubinho Jacobina)
14. Um Passo à Frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro)
15. Pimenteira (Roque Ferreira)
16. Deusa do Ébano (Miltão)
17. Pot-pourri de sambas de roda (vários autores)
Bis:
18. Jacaré te Abraça (Assis Valente)
19. Amanhã Eu Dou (Assis Valente)
20. Nosotros (Cesar Portillo de La Luz)

Moreno canta no Rio com 'companheiros de samba' Pedro e Luis Filipe

Atração bissexta em palcos cariocas, Moreno Veloso se apresentou no Rio de Janeiro (RJ) na noite de sábado, 17 de março de 2012, dentro da segunda edição do projeto Sonoridades, idealizado por Nelson Motta para promover encontros de artistas de estilos, origens e/ou gerações diferentes. Moreno recebeu o cantor e pandeirista Pedro Miranda e o violonista Luis Filipe de Lima - os seus "companheiros de samba", como disse ao público que lotou o teatro Oi Futuro, em Ipanema, berço da bossa nova. O trio - visto em cena na foto de Rodrigo Amaral - cantou e tocou músicas como Meio Tom (Rubinho Jacobina) e Pimenteira (de Roque Ferreira).

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Moreno cai no samba em Tóquio, solo, longe das experiências do trio + 2

Resenha de CD
Título: Solo in Tokyo
Artista: Moreno Veloso
Gravadora: Hapiness Records
Cotação: * * * 1/2
Disco lançado somente no Japão em 2011, ainda à espera de edição no mercado brasileiro

Sozinho no universo hi-tech de Tóquio com seu violão e sua percussão, Moreno Veloso cai no samba em várias formas do ritmo que os japoneses cultuam como se fosse seu. Disco lançado no Japão em 2011 pela gravadora indie Hapiness Records, Solo in Tokyo flagra Moreno em gravação ao vivo de show concebido distante das experimentações feitas com o trio + 2 (formado com Kassin e Domenico Lancellotti) e bem longe do universo eletrônico em torno do qual gravita o último álbum de Gal Costa, Recanto, cuja produção é assinada por Moreno com seu pai, Caetano Veloso. Também gravado sob a produção de Moreno, Solo in Tokyo é disco que não nega a raça e o d.n.a. do artista. O samba dá o tom de temas como A Base do Supremo (Moreno Veloso e Rogério Duarte). É um disco de Moreno, mas bem poderia ser um disco de Caetano por circular em volta da roda do samba baiano em Um Passo à Frente (Moreno Veloso e Quito Ribeiro), por evocar a bossa do samba de João Gilberto em Jardim de Alah (Moreno Veloso e Quito Ribeiro) e por celebrar as tradições do bloco afro Ilê Aiyê no desossado samba-reggae Corpo Excitado (Reizinho) e em Deusa do Ébano (Miltão), faixas em que Moreno larga o violão para pilotar percussão autosuficente. Outro tradicional bloco afro da Bahia - o Olodum - é citado na esmaecida abordagem de Deusa do Amor (Adailton Poesia e Valter Farias), tema do repertório do bloco que Moreno já havia gravado com mais inventividade em seu álbum Máquina de Escrever Música (2000).  Em Sertão (Moreno Veloso e Caetano Veloso), o intérprete - mais desenvolto neste Solo in Tokyo - esboça falsetes à moda de Caetano. Apesar da inegável semelhança de timbres entre pai e filho, Moreno Veloso se escora em repertório da própria lavra e abre mão de rebobinar a obra de Caetano. São dele, por exemplo, o samba Rio Longe e Arriverdeci, faixa que termina com versos em italiano dirigidos à musa amada (as duas músicas foram lançadas em Máquina de Escrever Música). Quando se exercita como intérprete, Moreno se volta para a obra seminal e singular de Dorival Caymmi (1914 - 2008), compositor citado em verso da bossa-novista Jardim de Alah. De Caymmi, a quem o show é dedicado, Moreno aborda com reverência o samba Lá Vem a Baiana - faixa em que se notam a desenvoltura do artista ao microfone e ao violão - e o samba-canção Nem Eu. Imersa em onda menos tradicionalista, Maré (Moreno Veloso e Adriana Calcanhotto) joga Moreno em sua própria praia, na qual mergulham intérpretes antenadas como Adriana Calcanhotto e Roberta Sá. Samba lançado por Sá, Mais Alguém (Moreno Veloso e Quito Ribeiro) tem significado especial no repertório de Solo in Tokyo por falar de um "hotel lá no Japão" na letra. Soa mais natural e simpático do que a incursão pela língua japonesa em Osaruno Nataasha (Hiroshi Takano). No todo, Solo in Tokyo é interessante álbum ao vivo que merece edição no Brasil por dissociar Moreno Veloso da salutar experimentação que norteia seu trabalho como produtor e como integrante do trio +2. Seu solo em Tóquio é simples e eficiente.