Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Caixa com quatro álbuns iniciais de Sandra de Sá flagra cantora cheia de soul

Resenha de caixa de CDs
Título: Sandra de Sá - Anos 80
Artista: Sandra de Sá
Gravadora: Discobertas
Cotação: * * * *

A defesa de Demônio colorido (Sandra de Sá, 1980) no festival MPB-80 - exibido pela TV Globo em 1980 - projetou a voz calorosa da carioca Sandra Christina Frederico de Sá, cantora e compositora que já contabiliza 60 anos de vida e 36 de carreira. Grande voz do Brasil, Sandra Sá - como a cantora então assinava o nome artístico - logo ocupou o posto vago de rainha do funk e do soul brasileiros. Na primeira metade daqueles anos 1980, Sandra de Sá realmente foi uma voz que se fez ouvir, egressa dos bailes do movimento Black Rio que movimentaram a periferia da cidade do Rio de Janeiro (RJ) a partir de 1976 e que foram frequentados por Sandra antes da fama. A alma soul da cantora está impressa com grande nitidez em três dos quatro álbuns embalados pelo produtor Marcelo Fróes na caixa Sandra de Sá - Anos 80, lançada neste mês de junho de 2016. A partir do álbum Sandra Sá, o disco pop de 1984 que marcou o ingresso da artista na gravadora Som Livre e que também foi incluído na caixa, a cantora abriu o leque estético, algumas vezes por vontade própria, outras por direcionamentos de executivos da indústria fonográfica brasileira. A partir de 1984, Sandra Sá gravou samba e, sobretudo, canções românticas de hitmakers hábeis na criação de sucessos radiofônicos, alcançando grande popularidade e altos picos de vendagens na segunda metade da década de 1980. Contudo, os quatro álbuns reeditados na caixa - Sandra Sá (RGE, 1980), Sandra Sá (RGE, 1982), Vale tudo (RGE, 1983) e o já mencionado Sandra Sá (Som Livre, 1984), todos até então nunca relançados no formato de CD - flagram a artista cheia de soul e da alma típica dos iniciante. O som quente, sobretudo nos três últimos títulos, valoriza as reedições em CD. Com metade do repertório autoral, o Sandra de Sá de 1980 é álbum produzido por Durval Ferreira (1935 - 2007) com mistura da batida do tecnopop que começava a dar o tom naquele início dos anos 1980 - não por acaso, o mago dos teclados Lincoln Olivetti (1954 - 2015) atuou como arranjador de duas músicas, entre elas o single Pé de meia (Sandra de Sá, 1980) - com o suingue Black Rio das faixas orquestradas por músicos como Oberdan Magalhães (1945 - 1984) e Serginho Trombone. Maior cantora do que compositora, Sandra mostrou inspiração eventual em músicas como a balada Ousadia (Sandra de Sá e Faffy Siqueira, 1982), um dos destaques do Sandra de Sá de 1982, álbum que deixou eternizado no cancioneiro black nacional o clássico Olhos coloridos (Macau, 1982), hino do orgulho negro que reforçou a associação da cantora com o universo soul. Serginho Trombone assina o arranjo do registro original deste funk que resiste como um dos maiores sucessos de Sandra de Sá. A reedição em CD desse grande álbum de 1982 traz, como faixas-bônus, as duas gravações lançadas em compacto editado em 1981 pela RGE. Palco azul (Roger Henry, Sandra Sá e Sueli Corrêa) foi a música defendida por Sandra no festival MPB Shell 81 (TV Globo, 1981) e Monalisa (Jay Livingston e Ray Evans, 1950, em versão em português de Haroldo Barbosa) foi a balada gravada pela cantora especialmente para a trilha sonora da novela Ciranda de pedra, exibida pela TV Globo naquele ano de 1981.O laço com o mundo soul se manteve forte no álbum seguinte, Vale tudo (RGE, 1983), alavancado nas rádios pelo sucesso da música-título, Vale tudo, composta por um dos papas do soul brasileiro, Tim Maia (1942 - 1998), com quem Sandra gravou o funkaço da lavra certeira do Síndico, com arranjo criado pelo próprio Tim. Mas Vale tudo ofereceu mais do que o hit de Tim, emplacando também - em menor escala - Guarde minha voz (Ton Saga). No disco, impregnado do suingue funk dos bailes da pesada, Sandra ainda lançou inédita de outro papa do soul nativo, Cassiano (parceiro de Denny King em Candura), e apresentou canção de Guilherme Arantes, Só as estrelas. Arantes, a propósito, é o compositor da balada Férias de verão, o quase hit do álbum de 1984, gravado na Som Livre. Neste disco Sandra Sá, produzido por Guto Graça Mello (parceiro de Naila Skorpio no blues Frequentemente e em Muito prazer), a cantora se uniu aogrupo Barão Vermelho - no então inédito rock Sem conexão com o mundo exterior (Roberto Frejat e Cazuza, 1984) - e alterou a fórmula do som, rumando em direção ao pop sem se dissociar por completo do universo funk. Mas o fato é que a batida funk e a pegada soul dos três álbuns da cantora ficaram tão impregnadas no imaginário musical nacional que Sandra de Sá continuou sendo a mais perfeita tradução feminina do funk nativo mesmo quando enveredou por outros ritmos. Daí a grande importância das primeiras reedições em CD destes discos seminais na ótima caixa do selo Discobertas.

domingo, 12 de junho de 2016

Quatro primeiros álbuns de Sandra de Sá são encaixotados pela Discobertas

Como sinalizado por Notas Musicais em texto publicado em 12 de maio deste ano de 2016 sobre a revitalização da fase inicial da discografia de Sandra de Sá (clique aqui para reler o post), os quatro primeiros álbuns da cantora carioca foram encaixotados pelo produtor musical Marcelo Fróes. Produzida para o selo Discobertas, de Fróes, a caixa Sandra de Sá - Anos 80 vai chegar ao mercado fonográfico ainda neste mês de junho de 2016 com reedições dos álbuns Sandra Sá (RGE, 1980), Sandra Sá (RGE, 1982), Vale tudo (RGE, 1983) e Sandra Sá (Som Livre, 1984), incluindo faixas-bônus.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Quatro álbuns e dois compactos da fase inicial de Sandra voltam ao catálogo

Entre 1980 e 1984, Sandra de Sá gravou e lançou discos pela extinta gravadora RGE e pela Som Livre, companhia na qual ingressou em 1984, dois anos antes de migrar para a RCA. Voltada para o funk e o soul, essa fase inicial da discografia da cantora e compositora carioca - então chamada Sandra Sá, sem o de acrescentado ao nome artístico a partir do álbum de 1988 - nunca foi reeditada no formato de CD. Estes discos, contudo, estão sendo relançados pela Som livre - gravadora herdeira do acervo da RGE - neste ano de 2016 em edições digitais, já disponíveis nas plataformas de streaming e no iTunes. Além da inédita coletânea De 'Sá' a 'De Sá' - Os primeiros anos, compilação que agrega 30 fonogramas desse período da discografia da artista, a Som Livre está reeditando os quatro primeiros álbuns da cantora - Sandra Sá (RGE, 1980), Sandra Sá (RGE, 1982), Vale tudo (RGE, 1983) e Sandra Sá (Som Livre, 1984) - e dois compactos (até então raros) com gravações não incluídas nos álbuns. O primeiro compacto, editado em 1981 pela RGE, trouxe Palco azul (Roger Henry, Sandra Sá e Sueli Corrêa) - música defendida por Sandra no festival MPB Shell 81, promovido e exibido pela TV Globo - e Monalisa (Jay Livingston e Ray Evans, 1950, em versão em português de Haroldo Barbosa), canção gravada pela cantora especialmente para a trilha sonora da novela Ciranda de pedra, exibida pela TV Globo naquele ano de 1981. O outro compacto - lançado por Sandra em 1984, já na Som Livre - apresentou a gravação original de Enredo do meu samba (Ivone Lara e Jorge Aragão, 1984), feita pela artista para a abertura da novela Partido alto (TV Globo, 1984). Não há informações oficiais sobre edições físicas em CD destes discos, mas sabe-se nos bastidores que eles serão relançados em caixa produzida pelo pesquisador Marcelo Fróes para a gravadora Discobertas com os quatro álbuns e, de bônus, algumas faixas dos obscuros compactos, caso da gravação original de Enredo do meu samba.

quinta-feira, 24 de março de 2016

EP que sintoniza Sandra de Sá com mercado atual ganha edição física em CD

EP com sete músicas, lançado por Sandra de Sá nas plataformas digitais em 15 de janeiro deste ano de 2016, Lado B ganha edição física em CD neste mês de março, com tiragem inicial de mil cópias. No disco, feito com a intenção de sintonizar o som da artista carioca com o atual momento do mercado fonográfico, Sandra rebobina cinco músicas que passaram despercebidas na discografia da cantora, apresenta composição inédita - a balada Vou ficar (Sandra de Sá, Beto Coutinho e Edmon, 2016) - e se joga na pista do pancadão funk em Freneticão (Sandra de Sá, Danny Sax e DJ Detonna, 2014), música lançada na web em 2014. Clique aqui para (re)ler a resenha do EP Lado B.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Sandra recorre a lado B da discografia para cair no suingue e na pista de hoje

Resenha de EP
Título: Lado B
Artista: Sandra de Sá
Gravadora: Sonora
Cotação: * * *

Há seis anos sem lançar disco gravado em estúdio, Sandra de Sá pode frustrar com Lado B os ouvintes que esperam alto teor de novidade desta cantora e compositora carioca que despontou na primeira metade da década de 1980 como a maior voz feminina do funk e do soul do Brasil. Disponível nas plataformas digitais a partir de hoje, 15 de janeiro de 2016, Lado B rebobina cinco músicas que passaram despercebidas na discografia da artista, apresenta uma composição inédita - Vou ficar (Sandra de Sá, Beto Coutinho e Edmon), baladão romântico como tantos outros gravados pela cantora na fase mais popular de carreira que já soma 36 anos - e joga Sandra na pista do pancadão funk de Freneticão (Sandra de Sá, Danny Sax e DJ Detonna, 2014), música lançada na web no ano retrasado que junta Sandra ao batidão do DJ Renato Detonna, em sintonia com o som dos bailes de hoje em dia. A propósito, o disco cumpre bem a função de atualizar o som de Sandra com o mercado comum da música popular. O samba Perdidamente apaixonada (Jorge Cardoso e Beto Correia, 1993)  lançado originalmente por Sandra no álbum D'Sá (BMG, 1993)  ganha a pegada mais pop pagodeira do Grupo Revelação. Música menor, eclipsada pelos sucessivos hits radiofônicos do álbum Sandra Sá (RCA, 1986), Usa e abusa (Sandra de Sá e Junior Mendes, 1986) joga a cantora na pista eletrônica com adesões de Buchecha e Dennis DJ. Já Lucky (Renato Rocket) - tema que batizou o álbum lançado pela cantora em 1991 - reaparece sem pegada realmente nova que justifique o revival da música cheia de desejo por mulheres. Do mesmo álbum Lucky! (BMG, 1991), a artista rebobina a balada Contrato assinado (Chico Roque e Paulo Sérgio Valle, 1989) - lançada em disco por Lady Zu dois anos da gravação de Sandra - em dueto lacrimoso com Thiaguinho. O acento soul da interpretação de Sandra e Thiaguinho incrementa balada em essência trivial, similar a outras gravadas pela cantora ao longo de sua passagem pela gravadora RCA / BMG-Ariola. O coro da faixa remete ao gospel. Já Quero ver você dançar (Don Sagga, 1982) cai no suingue samba-soul e entra na roda do rap com a adesão do grupo Melanina Carioca. Enfim, dama pioneira do baile, Sandra de Sá está novamente na pista com canto caloroso.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Sandra de Sá dá (nova) voz em 'Lado B' a músicas eclipsadas na discografia

Sandra de Sá vai lançar em janeiro de 2016 o 18º título de discografia iniciada em 1980 com as edições do compacto e do LP que traziam Demônio colorido (Sandra de Sá, 1980), música que projetou a cantora e compositora carioca ao ser defendida pela artista no festival MPB-80, exibido pela TV Globo naquele ano. Intitulado Lado B, o 18º disco de Sandra é EP, projeto arquitetado desde 2013. Como o título do EP já explicita, a cantora dá voz em Lado B a músicas que passaram despercebidas em álbuns anteriores. Entre as sete músicas do disco, há Perdidamente apaixonada (Jorge Cardoso e Beto Correia, 1993) - samba lançado no álbum D'Sá (BMG, 1993) - e Quero ver você dançar, música de Ton Sagga, gravada originalmente pela cantora no segundo álbum, Sandra de Sá (RGE, 1982), disco de fase inicial em que o som da artista estava mais voltado para o funk e o soul. Outra música é Usa e abusa (1986), parceria de Sandra com Júnior Mendes eclipsada pelos diversos hits radiofônicos do álbum comercialmente mais bem-sucedido da carreira fonográfica da cantora, Sandra Sá (RCA, 1986). Produzido pela própria Sandra de Sá, o disco Lado B foi gravado com intervenções de Buchecha, Dennis DJ,  DJ Detonna, Melanina Carioca, Revelação e Thiaguinho.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Coletânea 'É festa funk' põe na pista gravações de Anitta, Naldo e Sandra

Posta nas lojas pela gravadora Som Livre neste mês de março de 2015, a coletânea É festa funk - Non-stop junta no disco - e na pista - gravações de nomes como Anitta, Koringa, Ludmilla, Naldo Benny e até Sandra de Sá. Pioneira voz feminina dos bailes da pesada, a cantora carioca figura na compilação em Freneticão, fonograma dividido por Sandra com DJ Detonna, seu parceiro no tema. Já Anitta abre a compilação com Na batida (Jefferson Junior, Umberto Tavares e Anitta), hit de seu segundo álbum de estúdio, Ritmo perfeito (Warner Music, 2014). Ludmilla aparece na seleção com Sem querer, música de autoria da própria Ludmilla. Já Naldo Benny comparece com Te pego de jeito. Por sua vez, Koringa é o único nome ouvido em duas músicas, de sua autoria, Dance mais um pouco e Ostentando o amor, esta gravada com MC Bola. A festa funk também é animada ao som de fonogramas de MC Sapão (Doidelícia, de Sapão e Thiago Alves) e Mali (Se prepara, de Mali), entre outros nomes associados ao funk carioca de tonalidade mais pop e popular.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Grupo Bom Gosto traz Nando Reis e Sandra de Sá para 'Subúrbio bom'

Balada composta pelo então titã Nando Reis com inspiração no amor que sentia pela cantora Cássia Eller (1961 - 2002), All star - lançada na voz do autor em seu segundo álbum solo, Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro (Warner Music, 2000) - adentra o universo do pagode, levada pelo grupo carioca Bom Gosto. All star  figura no repertório pop do terceiro registro de show do grupo, Subúrbio bom ao vivo, em gravação feita com a adesão do cantor baiano Xanddy, do grupo Harmonia do Samba. Sandra de Sá é outra convidada da gravação ao vivo captada em show feito pelo grupo em 19 de junho de 2013 na casa Barra Music, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), região onde, em 1997, o grupo Bom Gosto iniciou sua trajetória em rodas de samba armadas em Jacarepaguá. Cria do subúrbio carioca, Sandra entra em cena quando o grupo canta sua música Liberou geral, parceria da cantora e compositora carioca com Macau e Mug. Já o grupo Fundo de Quintal - referência de samba carioca na década de 80 - participa de dois medleys com sambas da turma do Cacique de Ramos. Um agrega Doce refúgio (Luiz Carlos da Vila) e Parabéns pra você (Mauro Diniz, Ratinho e Sereno). O outro junta A oitava cor (Luiz Carlos da Vila, Sombra e Sombrinha) com A amizade (Bicudo, Djalma Falcão e Cleber Augusto). Mô love (Diógines Tiee e Diney) é a faixa enviada às rádios pela gravadora Som Livre para promover o CD e DVD Subúrbio bom ao vivo.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

'Beijos na Boca' sela parceria quente de RoRo e Sandra em show no Rio

Com direito a um selinho no palco do Theatro Net Rio, Angela RoRo e Sandra de Sá - vistas em foto de Rodrigo Goffredo - registraram sua primeira parceria, Beijos na Boca, na gravação do DVD Feliz da vida. Projeto fonográfico que celebra (com três anos de atraso) as três décadas de carreira de RoRo, o DVD Feliz da vida foi gravado sob a direção de Bruno Saglia em show realizado em 15 de outubro de 2012 no Rio de Janeiro (RJ). De levada quente, cheia de suingue e com uma "boa dose de loucura" nos versos escritos por Sandra, Beijos na boca já vinha sendo cantada em shows por RoRo desde 2010. Só que permanecia inédita em CD e DVD.

sábado, 4 de agosto de 2012

Autor de 'Olhos Coloridos', Macau põe alma black em CD feito por Sandra

Resenha de CD
Título: Do Jeito que Sua Alma Entende
Artista: Macau
Gravadora: Independente
Cotação: * * *

Em 1981, Macau compôs Olhos Coloridos, funk cheio de orgulho negro que consolidou a carreira de Sandra de Sá ao ser gravado pela cantora para álbum lançado em 1982 pela extinta gravadora RGE. Trinta anos depois, em 2011, Sandra produziu o primeiro álbum solo do carioca Oswaldo Rui da Costa, Do Jeito que Sua Alma Entende, lançado em novembro de 2011 em formato digital. O disco ganha edição física em CD neste ano de 2012 em que Macau festeja seis décadas de vida - completadas em 18 de fevereiro - e três do sucesso de Olhos Coloridos, música obviamente incluída entre as 14 faixas do álbum. Impregnado da alma black de Macau, artista que deu seus primeiros passos na música nos anos 70 como integrante da banda Paulo Bagunça e a Tropa Maldita, Do Jeito que Sua Alma Entende apresenta temas somente de Macau - como Desliga Geral e Da Cor do Café (exaltação à beleza negra) - e três parcerias do engajado compositor com Sandra de Sá, coautora da suingante Free-Lance, da boa balada bluesy Só Pra Dizer que te Amo e da menos sedutora Afasta-se. Além das parcerias e de ter pilotado a produção do disco, Sandra pôs sua voz emblemática no universo black em Chutando Pedra (Macau). O compositor enfatiza no disco sua produção autoral, mas faz também (boas) abordagens do reggae Cara-Cara - parceria de Luiz Melodia e Renato Piau, lançada por Melodia no álbum Pintando o Sete (1991) - e do samba Mora na Filosofia (Monsueto e Arnaldo Passos),  recriado em cadência mais lenta e mais doída, em grande momento do disco. Luiz Melodia, a propósito, põe sua voz (mais rústica, menos aveludada) no sincopado e festivo funk Dois Tipos (Macau, Durval Ferreira e Ronaldo Fialho). Já BNegão é o convidado de Vítimas do Mundo, pondo rap no tema que compôs com Macau e Soca Fagundes. A letra aborda com certa poesia os que sucumbem face à violência das drogas, "Vítimas do prazer profundo / O néctar do submundo", como dizem versos da música. Faixa de forte conotação social, Nos Porões da Vida (Macau) faz a conexão do samba com o rap e o funk, ritmos dominantes nas favelas. Mesmo que o repertório autoral do álbum soe irregular, Do Jeito que Sua Alma Entende é álbum que prima por um suingue black que Macau domina bem.

domingo, 26 de junho de 2011

Sandra reúne Alcione, Caetano, Elba e Gadú em Africanatividade ao Vivo

Chegaram às lojas neste mês de junho de 2011 o CD e o DVD com que Sandra de Sá festeja três décadas de carreira. Gravado em show gratuito e ao ar livre realizado em 11 de setembro de 2010 na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro (RJ), AfricaNatividade - 30 Anos ao Vivo perpetua o espetáculo inspirado no álbum AfricaNatividade - Cheiro de Brasil (2010). A cantora recebe convidados como Alcione (em Copacabana, parceria recente de Sandra com Zé Ricardo), Caetano Veloso (em Sozinha, a música de Peninha que foi lançada por Sandra em 1996 com sucesso e que emplacou novamente na voz de Caetano em 1998), Elba Ramalho (em Imaginação), João Donato (no medley que junta Crioulo e Emoriô) e Maria Gadú (em Demônio Colorido, o primeiro sucesso de Sandra, defendido no festival MPB-80), entre outros nomes.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sandra e Seu Jorge refazem duo de Gal com Tim e celebram a Mangueira

De início, Sandra de Sá apareceu sozinha no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para cantar a  balada Um Dia de Domingo (Michael Sullivan e Paulo Massadas). No meio da música, Seu Jorge entrou em cena para reeditar com Sandra o dueto feito em 1985 por Gal Costa com Tim Maia (1942 - 1998). O número fez parte do roteiro do show Infância Livre de Exploração e Abuso Sexual, que reuniu grandes nomes da MPB em 17 de maio de 2011 em benefício da Childhood Brasil, instituição que há 12 anos ampara crianças vítimas de violência e abandono. Na sequência, Sandra e Jorge - vistos em foto de Rodrigo Amaral - celebraram a escola de samba Mangueira. Harmoniosa, a dupla caiu no samba, cantando Os Meninos da Mangueira (Rildo Hora e Sérgio Cabral, 1976) em número festivo que celebrou a escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira com as adesões de jovens ritmistas da Mangueira do Amanhã.