Mauro Ferreira no G1

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sábado, 12 de março de 2011

'No Grau' situa Pernambuco sob a ótica zen e contemporânea de Silvério

Resenha de CD
Título: No Grau
Artista: Silvério Pessoa
Gravadora: Casa de Farinha Produções
Cotação: * * *

"Meu lugar é o mundo", se situa Silvério Pessoa no verso inicial de A Volta do Mar, bela música feita com Zeh Rocha que abre o álbum No Grau, lançado pelo cantor e compositor pernambucano simultaneamente com o disco Collectiu. Se Collectiu é projeto conceitual que conecta Silvério a bandas occitans do sul da França, No Grau expõe a ótica contemporânea com que este artista de Carpina (PE) enquadra a música da Nação Nordestina. Esta Cidade (Silvério Pessoa e Marco Polo), por exemplo, engloba distorções e efeitos eletrônicos sob a rítmica da região. Aliás, quando mais Silvério explicita a origem pernambucana, como na ciranda Pernambucana (Silvério Pessoa e Marco Polo), mais No Grau soa interessante. Contudo, nem todas as faixas têm  gosto especial. De tonalidade zen, Um Café soa sem sabor. Já Rara Beleza (Silvério Pessoa e Climério Ferreira) é baião que vê a vida com os mesmos olhos felizes que fitam a irmandade musical da Nação Nordestina pregada em O Povo Canta (Silvério Pessoa e Ricardo Tetê). A faixa harmoniza a zabumba com a gaita occitan de origem francesa. Mais cortante, Baião Desordeiro (Silvério Pessoa, Felipe Falcão e Zezão Nóbrega) tem a pegada dos metais. Também distante da ótica zen que pontua No Grau, A Tortura do Tempo (Silvério Pessoa) conjuga percussão, distorções e a narração poética do escritor Raimundo Carrero. Alocada entre o lirismo de Ballet dos Pirilampos (Silvério Pessoa) e a crueza do rap inserido pelo paulista Crônica Mendes na embolada Toma (Silvério Pessoa e Yuri Queiroga), Saia Azul (Silvério Pessoa e Marcos Lopes) repõe No Grau em seu trilho solar na viagem nostálgica à terra natal deste artista de cabeça sempre elétrica, mas coração acústico.

8 comentários:

Mauro Ferreira disse...

"Meu lugar é o mundo", se situa Silvério Pessoa no verso inicial de A Volta do Mar, bela música feita com Zeh Rocha que abre o álbum No Grau, lançado pelo cantor e compositor pernambucano simultaneamente com o disco Collectiu. Se Collectiu é projeto conceitual que conecta Silvério a bandas occitans do sul da França, No Grau expõe a ótica contemporânea com que este artista de Carpina (PE) enquadra a música da Nação Nordestina. Esta Cidade (Silvério Pessoa e Marco Polo), por exemplo, engloba distorções e efeitos eletrônicos sob a rítmica da região. Aliás, quando mais Silvério explicita a origem pernambucana, como na ciranda Pernambucana (Silvério Pessoa e Marco Polo), mais No Grau soa interessante. Contudo, nem todas as faixas têm gosto especial. De tonalidade zen, Um Café soa sem sabor. Já Rara Beleza (Silvério Pessoa e Climério Ferreira) é baião que vê a vida com os mesmos olhos felizes que fitam a irmandade musical da Nação Nordestina pregada em O Povo Canta (Silvério Pessoa e Ricardo Tetê). A faixa harmoniza a zabumba com a gaita occitan de origem francesa. Mais cortante, Baião Desordeiro (Silvério Pessoa, Felipe Falcão e Zezão Nóbrega) tem a pegada dos metais. Também distante da ótica zen que pontua No Grau, A Tortura do Tempo (Silvério Pessoa) conjuga percussão, distorções e a narração poética do escritor Raimundo Carrero. Alocada entre o lirismo de Ballet dos Pirilampos (Silvério Pessoa) e a crueza do rap inserido pelo paulista Crônica Mendes na embolada Toma (Silvério Pessoa e Yuri Queiroga), Saia Azul (Silvério Pessoa e Marcos Lopes) repõe No Grau em seu trilho solar na viagem nostálgica à terra natal deste artista de cabeça sempre elétrica, mas coração acústico.

Fábio Passadisco disse...

E viva Pernambuco!

Anônimo disse...

Gostava muito do Silvério, um cantor excelente! O primeiro disco da antiga banda dele - Cascabulho - chamado Fome Dá Dor de Cabeça é ótimo!
Depois ele fez mais um disco bom e lançou o tb ótimo Micróbio do Frevo.
A partir daí, na minha opinião, ele se perdeu.

PS: Mauro vai virar pernambucano. :>)

Diogo Santos disse...

Fábio,o Mauro andou visitando a Passadisco ?

Luca disse...

Passadisco é uma loja?

XICO BIZERRA disse...

passadisco é 'a loja'. remanesce da crise atual e é uma das pouqíssimas do recife que vende o que presta, exclusivamente. lá não se encontra porcaia, daí a fama e a procura de quem entende de música boa.

Unknown disse...

Muito bom Mauro

Fábio Passadisco disse...

Xico.

Obrigado pelo comentário sobre a Passadisco.