Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Compilação 'A divina Elizeth', de 1990, é reposta em catálogo pela Som Livre

Em 1990, no rastro da saudade provocada pela saída de cena de Elizeth Cardoso (1920 - 1990), a gravadora Som Livre editou compilação da cantora carioca, no formato de LP, com reunião de fonogramas dos três álbuns que a Divina gravara na companhia. Intitulada A divina Elizeth, a coletânea lançada há 26 anos está sendo reposta em catálogo pela Som Livre nas plataformas digitais e em edição física em CD. A divina Elizeth rebobina gravações dos álbuns O inverno do meu tempo (Som Livre, 1979), Elizethíssima (Som Livre, 1981) - registro ao vivo de show captado no Teatro João Caetano, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) - e Outra vez Elizeth (Som Livre, 1982). Deste três álbuns, somente o ao vivo Elizethíssima já ganhou edição em CD, em 2000, na série Gala. Os dois relevantes álbuns de estúdio de 1979 e 1982 permanecem inéditos no formato de CD e, por isso mesmo, deveriam estar sendo relançados no lugar dessa trivial coletânea de 1990.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Roteiro desfaz a magia do show em que Alaíde e Áurea celebram Elizeth

Resenha de show
Título: Elizethíssima - Uma sincera homenagem a Elizeth Cardoso
Artistas: Alaíde Costa e Áurea Martins (em foto de Mauro Ferreira)
Participações: Hermínio Bello de Carvalho e Vidal Assis
Local: Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 16 de julho de 2014
Cotação: * * 1/2

Alaíde Costa e Áurea Martins são duas cantoras cariocas de alta categoria. Um show que as reunisse em cena tinha tudo para ser antológico - sobretudo se for um tributo a Elizeth Cardoso (1920 - 1990), uma das maiores cantoras do Brasil de todos os tempos. Por tudo isso, Elizethíssima - show que estreou em maio de 2014 no Rio de Janeiro (RJ), cidade aonde voltou à cena no Teatro Rival em 16 de julho, dia em que Elizeth completaria 94 anos - resulta até certo ponto decepcionante. As cantoras são ótimas, o repertório é de excelente nível, mas a magia não se faz - como já sinaliza o primeiro número do roteiro (mal) estruturado por Hermínio Bello de Carvalho e Zé Maria Rocha. Nesse número inicial, Áurea sola o medley que agrega os sambas Mundo melhor (Pixinguinha e Vinicius de Moraes, 1962) e É luxo só (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1957), cantados em empolgação. O roteiro é o ponto problemático de Elizethíssima, show feito sob tradicional direção musical do violonista Lucas Porto, autor dos arranjos. Por estar estruturado em medleys, o roteiro fragmenta e uniformiza as emoções contidas nas canções. Para impedir ainda mais a magia que não se faz, uma das poucas músicas apresentadas de forma isolada, Complexo (Wilson Batista e Magno de Oliveira, 1949), não é das composições mais inspiradas do compositor fluminense Wilson Baptista (1913 - 1938) e do repertório da divina Elizeth. Protagonizada por Áurea, a parte inicial do show deixa a sensação de que sambas como Malvadeza Durão (Zé Kétti, 1965) não se ajustam bem ao canto dessa intérprete cultuada na noite carioca por sua técnica admirável. Cantora projetada no universo da Bossa Nova, Alaíde parece mais à vontade quando entra em cena, a partir do quinto número, para interpretar seis das 12 músicas do álbum Canção do amor demais (Festa, 1958), marco na carreira de Elizeth e na trajetória dos compositores cariocas Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980). É que canções como Janelas abertas e Sem você são talhadas para o canto de Alaíde, que reitera sua maestria vocal ao introduzir a capella o samba Outra vez. De todo modo, os roteiristas e a diretora Duda Maia demoram a promover a interação entre as cantoras, que somente dividem o palco para valer a partir do sétimo dos dez medleys repartidos entre as intérpretes. Ainda assim, a união é pouco feliz, já que esse sétimo medley é dedicado a reviver o encontro de Elizeth com o cantor carioca Ciro Monteiro (1913 - 1973), perpetuado no álbum A bossa eterna de Elizeth e Ciro (Copacabana, 1966). É nesse disco que Elizeth e Ciro cantam as seis músicas reunidas no medleyNega (Waldemar Gomes e Afonso Teixeira, 1966), Tem que rebolar (José Batista e Magno de Oliveira, 1954), O que é que eu dou? (Dorival Caymmi e Antônio Almeida, 1947), Eu sou manhosa (Vicente Paiva, 1966), Deixa andar (Jububa, 1966) e Já vai? (Rubens Campos e Duba, 1966) - com uma ginga e uma sintonia inexistentes no número protagonizado por Alaíde e Áurea com o cantor Vidal Assis, convidado do show. O trio cai no suingue de forma artificial, mas o erro é dos roteiristas, que deveriam ter atentado para o fato de que tal repertório pede intérpretes com manemolência escassa nas vozes de Alaíde e Áurea - como Elza Soares, para citar somente um exemplo de cantora bem mais vocacionada para dar voz e balanço a esse repertório. Com correção asséptica, Vidal sola em seguida Noturno em tempo de samba (Custódio Mesquita e Evaldo Ruy, 1944) antes de Hermínio entrar em cena para interpretar o choro Doce de coco (Jacob do Bandolim, 1951) com a letra que escreveu para Elizeth cantar em 1968. Dispensável, a entrada em cena de Hermínio tira o foco das cantoras. Na sequência, Rosa de ouro (Paulinho da Viola, Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, 1965) é a deixa - já na voz de Áurea - para sequência de sambas gravados pela Divina no antológico álbum Elizeth sobe o morro (Copacabana, 1965). Com a volta de Alaíde para o último número, Elizethíssima apresenta - enfim... - as músicas mais marcantes da trajetória de Elizeth Cardoso. Canção de amor (Chocolate e Eleno de Paula, 1950), Nossos momentos (Luís Reis e Haroldo Barbosa, 1960), Meiga presença (Paulo Valdez e Otávio de Moraes, 1966) e Apelo (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966) são pontos altos da discografia de Elizeth e do show, cujo roteiro infeliz - também prejudicado pelos textos de tom artificial sobre a homenageada - contribui para diluir o brilho do que, sim, poderia ser um espetáculo e um tributo antológicos.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Alaíde e Áurea celebram Elizeth através de Baden, Elton, Tom e Vinicius

Se ainda fosse viva, a cantora carioca Elizeth Cardoso (1920 - 1990) teria completado 94 anos de vida ontem, 16 de julho de 2014. A data não é redonda, mas serviu de pretexto para que as cantoras Alaíde Costa e Áurea Martins - cariocas como a Divina - voltassem à cena do Rio de Janeiro (RJ) com o show Elizethíssima - Uma sincera homenagem a Elizeth Cardoso, apresentado ontem no Teatro Rival. Como o subtítulo do show já explicita, trata-se de tributo a Elizeth, cantora que gravou discos de 1950 aos anos 1980. Alternando-se em solos e duetos, Alaíde e Áurea celebraram Elizeth através de músicas de compositores com Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), Baden Powell (1937 - 2000), Elton Medeiros e Vinicius de Moraes (1913 - 1990) - nomes recorrentes no roteiro assinado por Hermínio Bello de Carvalho com o pianista Zé Maria Rocha (músico que costuma dividir o palco com Áurea). Sob a direção de Duda Maia, as duas cantoras se revezam na interpretação de 32 músicas. Trinta são alocadas nos dez números das seguras cantoras - medleys, quase todos - que compõem o roteiro. As outras duas figuram no bis do show, que tem intervenções do cantor Vidal Assis e do próprio Hermínio Bello de Carvalho. Eis o roteiro seguido por Alaíde Costa e Áurea Martins - em foto de Mauro Ferreira - em 16 de julho de 2014 na apresentação do show Elizethíssima - Uma sincera homenagem a Elizeth Cardoso que contentou o público mais maduro que foi ao Teatro Rival:

1. Mundo melhor (Pixinguinha e Vinicius de Moraes, 1962) /
    É luxo só (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1957)
2. Refém da solidão (Baden Powell e Paulo César Pinheiro, 1970) /
    Deixa (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1963) /
    Acontece (Cartola, 1972)
3. Complexo (Wilson Batista e Magno de Oliveira, 1949)
4. Notícia de jornal (Luís Reis e Haroldo Barbosa, 1961) /
    Malvadeza durão (Zé Kétti, 1965)
5. Estrada branca (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) /
    Janelas abertas (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) /
    Eu não existo sem você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) /
    Sem você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958)
6. Outra vez (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) /
    Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) 
7. Nega (Waldemar Gomes e Afonso Teixeira, 1966) /
    Tem que rebolar (José Batista e Magno de Oliveira, 1954) /
    O que é que eu dou? (Dorival Caymmi e Antônio Almeida, 1947) /
    Eu sou manhosa (Vicente Paiva, 1966) /
    Deixa andar (Jububa, 1966) /
    Já vai? (Rubens Campos e Duba, 1966)
8. Noturno em tempo de samba (Custódio Mesquita e Evaldo Ruy, 1944) - solo de Vidal Assis
9. Doce de coco (Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho, 1968) 
    - solo de Hermínio Bello de Carvalho /
    Rosa de ouro (Paulinho da Viola, Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, 1965)
10. Folhas no ar (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, 1965) /
      Minhas madrugadas (Paulinho da Viola e Candeia, 1965) /
      A flor e o espinho (Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha, 1957)
11. Canção de amor (Chocolate e Eleno de Paula, 1950) /
      Nossos momentos (Luís Reis e Haroldo Barbosa, 1960)
      Meiga presença (Paulo Valdez e Otávio de Moraes, 1966)
      Apelo (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966) /
      Se todos fossem iguais a você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1956) /
      Canção de amor (Chocolate e Eleno de Paula, 1950)
Bis:
12. Manhã de carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria, 1959) /
13. Pressentimento (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, 1968) 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Com elegância e emoção, Teresa honra Elizeth em (divino) show no Rio

Resenha de show
Título: Elizeth Cardoso, a Divina
Artista: Teresa Cristina (em foto de Rodrigo Amaral)
Participação: Áurea Martins
Local: Imperator - Centro Cultural João Nogueira (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 10 de outubro de 2011
Cotação: * * * * 1/2

"Em homenagem a Elizeth, não vou tirar minha sandália até o final do show. Vou ficar elegante até o fim", gracejou Teresa Cristina após cantar E daí?, samba-canção do compositor carioca Miguel Gustavo (1922 - 1972) lançado em 1959 na voz referencial da cantora carioca Elizeth Cardoso (1920 - 1990). Sim, Teresa Cristina - cantora carioca fã de Iron Maiden que já se desprendeu do rótulo de sambista (redutor, em seu caso) - permaneceu elegante do primeiro ao último dos 23 números do show Elizeth Cardoso, a Divina, apresentado no Imperator - Centro Cultural João Nogueira, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de ontem, 10 de outubro de 2013. E a elegância veio tanto do belo figurino de gala quanto do canto já maturado de Teresa. Já no primeiro número - Canção de amor (Elano de Paula e Chocolate, 1950), carro-chefe e marco inicial do repertório de Elizeth - ficou evidente o requinte do canto de Teresa em registro de início sublinhado somente pelo acordeom de Kiko Horta. Sob a direção também elegante de Marcio Debellian, idealizador do show pontuado por falas e vídeos da Divina, Teresa deu voz a músicas como Luz negra (Nelson Cavaquinho e Irani Barros, 1964) - samba que na discografia de Elizeth é ouvido em antológico álbum de 1965 em que a cantora subiu o morro em busca da produção autoral de compositores populares - e Pra machucar meu coração (Ary Barroso, 1943), samba lançado antes do surgimento de Elizeth, mas no qual a cantora também poria (mais de uma vez, aliás) sua estilosa voz de contralto que roçava o registro de mezzo-soprano. Sob a eficiente direção musical de Paulão Sete Cordas, hábil na criação de arranjos que evocaram por vezes o som dos conjuntos regionais que deram o tom na música brasileira pré-Bossa Nova, Teresa Cristina adotou registro mais intenso em As praias desertas (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), tema adequado para cantora que parece ter lágrimas na voz - como ficaria evidenciado, cinco números depois, no samba triste Águas do rio (Só resta saudade) (Anescarzinho do Salgueiro e Noel Rosa de Oliveira, 1965), pérola rara pescada por Elizeth na sua subida de morro em 1965. Outra raridade incluída no roteiro é O amor é assim (Sivan Castelo Neto, 1940), valsa lançada por Silvio Caldas (1908 - 1998), emblemático cantor carioca com quem Elizeth dividiu a interpretação dessa bela composição no primeiro dos dois álbuns que gravaram juntos em 1971. Elizeth gostava de canções de amor demais, como Medo de amar (Vinicius de Moraes, 1958), música também incluída no roteiro que peca somente por omitir Nossos momentos (Haroldo Barbosa e Luis Reis, 1960), samba-canção tão eternamente associado a Elizeth quanto Canção de amor e Barracão (Luís Antonio e Oldemar Magalhães, 1953), o samba que Elizeth tomou para si, a partir de 1968, e que Teresa cantou em afinado dueto com a carioca Áurea Martins, luxuosa convidada do show. Aliás, o dueto de Áurea e Teresa em É luxo só (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1957) foi cheio de síncopes inusitadas feitas por Áurea com sua habitual destreza, em um cai para lá, cai para cá que fez jus ao título do samba lançado pelo cantor Jorge Goulart (1926 - 2012), mas também gravado com propriedade pela Divina. Sim, a participação de Áurea Martins foi luxo só - com direito a números individuais como a luminosa abordagem de Janelas abertas (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) - mas Teresa Cristina ombreou a categoria vocal da veterana colega. Ora cheia de graça, como no buliçoso samba Camisa amarela (Ary Barroso, 1939), ora cheia de emoção, como no magoado samba-canção Sim (Cartola e Oswaldo Martins, 1952), Teresa Cristina ainda caiu perfeita Na cadência do samba (Ataulfo Alves e Paulo Gesta, 1962), honrando o rico legado de Elizeth Cardoso em um show divino que merece ficar em cena além dessa única apresentação programada para marcar a abertura de exposição sobre essa cantora realmente magnífica, divina, que (ainda hoje) é um dos padrões e uma das referências de canto feminino no Brasil.

Áurea, a cantora que tirava Elizeth de casa, abrilhanta o show de Teresa

"A única cantora que fazia Elizeth sair de casa". Nem era preciso legitimar a presença de Áurea Martins em show em tributo a Elizeth Cardoso (1920 - 1990), mas a saudação de Teresa Cristina a Áurea - feita quando a veterana cantora carioca entrou no palco do Imperator, no Rio de Janeiro (RJ), para iniciar sua participação no show Elizeth Cardoso, a Divina - deu bem a dimensão da importância e da categoria vocal de Áurea Martins, cantora da noite carioca que várias vezes teve Elizeth Cardoso na sua plateia. Contudo, qualquer elogio se tornou merecido quando Áurea solou Janelas abertas (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), Canção da volta (Antônio Maria e Ismael Neto, 1955) e Mundo melhor (Pixinguinha e Vinicius de Moraes, 1962) no show dirigido por Marcio Debellian e apresentado na noite de ontem, 10 de outubro de 2013, para marcar a abertura, no Centro Cultural João Nogueira, de exposição sobre Elizeth. "Gente, essa mulher arrasa", reverenciou uma generosa, mas justa, Teresa Cristina após os três solos de Áurea. Mais tarde, já no fim do show, Áurea voltou à cena para dividir com a anfitriã a interpretação de sambas como É luxo só (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1957), Barracão (Luís Antonio e Oldemar Magalhães, 1953). No bis, duetos no samba Pressentimento (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, 1968) e no choro-canção Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro, 1917 / 1937) reafirmaram a afinidade e a afinação das cantoras (em foto de Rodrigo Amaral). Antes, sob a segura direção musical de Paulão Sete Cordas, Teresa dera sua voz já maturada a músicas como Minhas madrugadas (Paulinho da Viola e Candeia, 1965), samba que ganhou gravação de Elizeth quando Paulinho da Viola ainda dava seus primeiros passos profissionais na música. Eis o roteiro seguido por Teresa Cristina - com a participação de Áurea Martins - no show Elizeth Cardoso, a Divina:

1. Canção de amor (Elano de Paula e Chocolate, 1950)
2. O amor é assim (Sivan Castelo Neto, 1940)
3. A flor e o espinho (Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha, 1957)
4. Luz negra (Nelson Cavaquinho e Irani Barros, 1964)
5. E daí? (Miguel Gustavo, 1959)
6. Pra machucar meu coração (Ary Barroso, 1943)
7. As praias desertas (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958)
8. Medo de amar (Vinicius de Moraes, 1958)
9. Janelas abertas (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) - solo de Áurea Martins
10. Canção da volta (Antônio Maria e Ismael Neto, 1955) - solo de Áurea Martins
11. Mundo melhor (Pixinguinha e Vinicius de Moraes, 1962) - solo de Áurea Martins
12. Águas do rio (Só resta saudade) (Anescarzinho do Salgueiro e Noel Rosa de Oliveira, 1965)
13. Minhas madrugadas (Paulinho da Viola e Candeia, 1965)
14. Depois de tanto amor (Paulinho da Viola, 1966)
15. Sei lá, Mangueira (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, 1969)
16. Jamais (Jacob do Bandolim e Luiz Bittencourt, 1968)
17. Sim (Cartola e Oswaldo Martins, 1952)
18. Na cadência do samba (Ataulfo Alves e Paulo Gesta, 1962)
19. Camisa amarela (Ary Barroso, 1939)
20. É luxo só (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1957) - com Áurea Martins
21. Barracão (Luís Antonio e Oldemar Magalhães, 1953) - com Áurea Martins
Bis:
22. Pressentimento (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, 1968) - com Áurea Martins
23. Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro, 1917 / 1937) - com Áurea Martins

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sem vivência, Mallu empalidece tributo a Elizeth em 'Cantoras do Brasil'

Resenha de programa de TV
Série: Cantoras do Brasil
Título: Mallu Magalhães Canta Elizeth Cardoso
Idealização: Mariana Rolim, Mercedes Tristão e Simone Esmanhotto
Direção: Simone Elias
Emissora: Canal Brasil
Foto: Chris Valias
Cotação: *  
Programa exibido pelo Canal Brasil às 18h45m de 15 de novembro de 2012


Em seu vago depoimento para o 11º  episódio de Cantoras do Brasil, série do Canal Brasil em que uma intérprete contemporânea dá voz a músicas gravadas por uma cantora de tempos idos, Mallu Magalhães fala mais de si própria do que de Elizeth Cardoso (1920 - 1990). Sobre a Divina, alvo da homenagem do episódio, a artista paulista se limita a expor uma ou outra percepção como "Ela cantava como se fosse a música". Em nítida evolução como cantora e compositora dentro de seu particular universo musical, Mallu decepciona no programa e deixa a certeza de não ter (ainda) vivência para encarar o repertório de Elizeth e - talvez - de não ter conhecimento mais nítido sobre a cantora que celebra na série idealizada por Mariana Rolim, Mercedes Tristão e Simone Esmanhotto. Tanto que as duas composições escolhidas por Mallu para dar origem aos habituais dois números musicais do episódio - gravados no estúdio YB Music, em São Paulo (SP), sob a direção musical do guitarrista Maurício Tagliari - são pouco ou nada identificadas com Elizeth, cantora de técnica primorosa que imortalizou vários clássicos da música brasileira com sua estilosa voz de contralto que roçava tons de mezzo-soprano. Demais (Tom Jobim e Aloyiso de Oliveira, 1959) foi lançada por Sylvia Telles (1935 - 1966) no álbum Amor de Gente Moça (Odeon, 1959), mas passaria a ser associada a Maysa (1936 - 1977) a partir de 1965 (a Divina gravou Demais em 1967 no álbum A Enluarada Elizeth). Já Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria, 1959) - música conhecida em escala mundial por ser da trilha sonora do filme Orfeu Negro (1959) - foi gravada originalmente por Elizeth na trilha do filme, mas, ao menos no Brasil, tal registro não se impôs na discografia da cantora. As interpretações pálidas de Mallu para as duas músicas acentuam o caráter equivocado das escolhas. Nem os bons arranjos dos números musicais - em que sobressaem o acordeom de Daniel Grajew e os violões de Gabriel Muzak e Pipo Pegoraro - atenuam a sensação de Mallu Magalhães Canta Elizeth Cardoso ser o único episódio ruim da boa série Cantoras do Brasil.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Reedição ilumina 'Canções à Meia Luz', LP de Elizeth arranjado por Tom

Enquanto questões editoriais inviabilizam o lançamento das caixas que iriam embalar os álbuns gravados por Elizeth Cardoso (1920 - 1990) na extinta gravadora Copacabana, a reedição em CD de Canções à Meia Luz  com Elizete Cardoso - produzida por Marcelo Fróes para a Série Discobertas, da Warner Music - ilumina um disco que marcou o encontro da cantora carioca com o maestro Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), autor dos arranjos. Lançado em 1955 pela extinta gravadora Continental, Canções à Meia Luz  com Elizete Cardoso foi o primeiro LP da intérprete - que assinava Elizete Cardoso na época - após série de gravações em discos de 78 rotações por minuto. Imersa no universo do samba-canção, a Divina deu voz a temas do gênero como Canção da Volta (Ismael Neto e Antônio Maria, 1954), Nunca Mais (Dorival Caymmi, 1949) e Linda Flor (Yayá) (Luiz Peixoto, Marques Porto, Henrique Vogeler e Cândido Costa, 1929), marco inicial do samba-canção. A reedição em CD de Canções à Meia Luz com Elizete Cardoso chega às lojas neste mês de setembro de 2012 turbinada com seis faixas-bônus. Embora não contextualizadas na ficha técnica da reedição, essas músicas adicionais - Ocultei (Ary Barroso), Zanguei Com Meu Amor (Paulo Soledade), Águas Passadas (Paulo Soledade e Marino Pinto), Velha Praça (Mário Rossi e Marino Pinto), Amanhã Será Tarde (Norival Reis e Waldemar de Abreu) e Não Tenho Lar (Arno Canegal, José Piedade e Waltamir Goulart) - são oriundas de três discos de 78 rotações gravados e lançados por Elizeth Cardoso na Continental em 1954 e 1955. Canções à Meia Luz com Elizete Cardoso era inédito em CD.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Três caixas repõem em catálogo álbuns feitos por Elizeth na Copacabana

Três caixas vão repôr em catálogo os álbuns lançados por Elizeth Cardoso (1920 - 1990) na Copacabana, extinta gravadora brasileira na qual a Divina permaneceu de 1956 a 1978. Cada caixa vai embalar 10 CDs, sendo que a primeira inclui nove álbuns e uma coletânea com fonogramas raros de compactos e discos de 78 rotações por minuto. Entre os álbuns gravados por Elizeth na Copacabana, há títulos como Fim de Noite (1956), Noturno (1957), Retrato da Noite (1958), Naturalmente (1959), Magnífica (1959), A Meiga Elizete (1960), A Meiga Elizete nº 2 (1961 - foto), A Meiga Elizete nº 3 (1962), Elizete Interpreta Vinicius (1963), A Meiga Elizete nº 4 (1963), A Meiga Elizete nº 5 (1965), Elizete Sobe o Morro (1965), Quatrocentos Anos de Samba (1965), Muito Elizeth (1966), A Enluarada Elizeth (1967), Momento de Amor (1968), Elizeth e Zimbo Trio Balançam na Sucata (1970), Falou e Disse (1970), Elizeth Cardoso e Silvio Caldas (1971), Preciso Aprender a Ser Só (1972), Mulata Maior (1974), Feito em Casa (1974), Elizeth Cardoso (1976) e A Cantadeira do Amor (1978). Editadas pela Microservice, as três caixas de Elizeth Cardoso serão vendidas de forma avulsa, sendo que a primeira vai chegar ao mercado fonográfico até o fim deste ano de 2011.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Microservice reedita discos do acervo da extinta gravadora Copacabana

Atualmente incorporado ao acervo da EMI Music, o arquivo da extinta gravadora Copacabana foi licenciado para a empresa Microservice, que fabrica e distribui CDs. Por conta do acordo, já estão previstas reedições de títulos da discografia da cantora Elizeth Cardoso (1920 - 1990).