Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Aos 93, Bibi parece se sentir jovem ao cantar o melhor repertório de Sinatra

Resenha de show
Título: Bibi Ferreira canta o repertório de Sinatra
Artista: Bibi Ferreira (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Theatro Net Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 12 de maio de 2015
Cotação: * * * * *
Show em cartaz às terças e quartas-feiras, no Theatro Net Rio (RJ), até 10 de junho de 2015

Prestes a completar 93 anos de vida, em 1º de junho, Bibi Ferreira parece se sentir jovem ao interpretar o repertório de Frank Sinatra (1915 - 1998) em show em cartaz na cidade natal da artista carioca, o Rio de Janeiro (RJ), no ano em que o universo pop celebra o centenário de nascimento desse emblemático cantor norte-americano. Uma frase de Bibi reproduzida no material promocional do show que estreou em São Paulo (SP) no segundo semestre de 2014 - "Essa é a minha praia" - já sinaliza a naturalidade com que a intérprete poliglota aborda os standards norte-americanos que ganharam a voz icônica de Sinatra, referência máxima de canto masculino no século XX. À frente de orquestra regida pelo maestro Flávio Mendes, Bibi mostra - mais uma vez - que ela é o espetáculo por si só. Quando entra em cena para cantar Night and day (Cole Porter, 1932), após o número instrumental Strangers in the night (Bert Kaempfert, Charles Singleton e Eddie Snyder, 1966) da abertura, Bibi expõe de cara um inglês de pronúncia perfeita e um fraseado elegante. Senhora cantora, a intérprete trilha com prazer os caminhos melódicos do tema do compositor norte-americano Cole Porter (1891 - 1964), de quem canta na sequência I've got you under my skin (Cole Porter, 1936). Bibi brilha como cantora sem deixar a atriz fora de cena. Cheia de charme, após seu número inicial, ela volta a cantar Night and day e empaca intencionalmente na letra, para lembrar o nervosismo que paralisou Sinatra quando, ainda em início de carreira, o cantor se deparou com a presença de Porter no pequeno restaurante em que se apresentava. Esse causo - dramatizado com leveza por Bibi - é contado por Nilson Raman, que atua como mestre de cerimônias do show. Além de permitirem que Bibi recupere o fôlego entre um número e outro, as intervenções de Raman contextualizam o repertório do show na vida e na obra de Sinatra. E que cancioneiro! Bibi, aliás, canta o melhor repertório de Sinatra. Ainda que tenha uma ou outra música menos conhecida no Brasil, caso de Please (Ralph Rainger e Leo Robin, 1932), canção lançada na voz do cantor norte-americano Bing Crosby (1903 - 1977), o roteiro é formado basicamente por standards de alcance planetário. Um repertório que Bibi conhece muito bem. E que canta com gana e prazer que desafiam os efeitos naturais de seus quase 93 anos. Mesmo que eventualmente recorra ao teleprompter, a intérprete jamais aciona o piloto automático. Picos de intensidade do roteiro, as passagens mais épicas e teatrais de Ol' man river (Jerome Kern e Oscar Hammerstein II, 1927) emocionam e fazem o público ter a certeza de estar diante de um fenômeno artístico. Por ser atriz excepcional, Bibi entende o que pede canção. Por isso, reveste Nature boy (Eden Ahbez, 1948) de ternura antiga, passeia serelepe pelo ritmo de Cheek to cheek (Irving Berlin, 1935) e incentiva o coro do público no verso-título de All the way (Jimmy Van Heusen e Sammy Cahn, 1957). Além da voz resistente, Bibi tem apurado senso rítmico que lhe permite encarar músicas como The lady is a tramp (Richard Rodgers e Lorenz Hart, 1937) sem escorregar no suingue. Com Bibi, Fly me to the moon (Bart Howard, 1954) voa em céu de brigadeiro. Mesmo quando se afasta do espírito e do conceito do show, como no número em que canta e dança com jovialidade o alienígena (no universo sinatriano) Rock around the clock (Max Freedman e James Myers, 1952), Bibi se redime imediatamente por seu talento fenomenal que lhe credencia ir do rock à bossa nova. Compositor que exportou a bossa nativa para os EUA nos anos 1960, Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), a propósito, é nome recorrente no roteiro pelo fato de Sinatra de ter gravado em 1967 um álbum somente com o cancioneiro de Tom. Bibi acerta o tom lírico de temas como Dindi (Antonio Carlos Jobim e Aloyiso de Oliveira, 1959, em versão em inglês de Ray Gilbert). No fim, quando canta My way (Comme d'habitude) (Claude François e Jacques Revaux, 1967, em versão em inglês de Paul Anka, 1969), a intérprete sai de cena com o caco em português ''Fiz tudo do meu jeito''. Sim, Bibi Ferreira canta Sinatra na sua praia, do seu jeito e, quando dá voz a uma canção como You make me feel so young (Josep Myrow e Mack Gordon), parece que está realmente se sentindo jovem do alto de seus 74 anos de palco e quase 93 de vida.

No seu tempo, Bibi põe 'Rock around the clock' no show com hits de Sinatra

Rock and roll que detonou em 1954 a explosão mundial do rock, na gravação do grupo norte-americano Bill Halley and His Comets (1952 - 1981), Rock around the clock (Max Freedman e James Myers, 1952) é música fora do universo musical do cantor norte-americano Frank Sinatra (1915 - 1998). Só que, no tempo único de Bibi Ferreira, Rock around the clock gira no atual show da atriz e cantora carioca - dedicado ao repertório de Sinatra - para marcar a época em que até A voz se sentiu ameaçada pelo surgimento desse tal de rock'n'roll. O rock imortalizado na voz do cantor norte-americano Bill Halley (1925 - 1981) é a licença poética e musical do roteiro de Bibi Ferreira canta o repertório de Sinatra, show em cartaz às terças e quartas-feiras no Theatro Net Rio, no Rio de Janeiro (RJ), até 10 de junho de 2015. No show, que estreou no segundo semestre de 2014 em São Paulo (SP) (onde foi gravado ao vivo para edição de CD e DVD previstos para serem lançados neste ano de 2015), Bibi canta - perto de fazer 93 anos - músicas propagadas na voz icônica de Sinatra - no momento em que o universo pop celebra o centenário de nascimento do cantor - na companhia de orquestra de 18 músicos regida pelo maestro Flávio Mendes. Coautor do roteiro, estruturado em parceria com Mendes e com a própria Bibi, Nilson Raman faz intervenções entre os números, contextualizando o repertório do show na vida e obra de Sinatra. Eis o roteiro seguido no Theatro Net Rio por Bibi Ferreira - em foto de Mauro Ferreira - na apresentação de 12 de maio de 2015 do ótimo show Bibi Ferreira canta o repertório de Sinatra:

1. Strangers in the night (Bert Kaempfert, Charles Singleton e Eddie Snyder, 1966)
     - número instrumental com a orquestra regida por Flávio Mendes
2. Night and day (Cole Porter, 1932) /

3. I've got you under my skin (Cole Porter, 1936)
4. Please (Ralph Rainger e Leo Robin, 1932)
5. Ol' man river (Jerome Kern e Oscar Hammerstein II, 1927)
6. Nature boy (Eden Ahbez, 1948) /
7. Cheek to cheek (Irving Berlin, 1935) /
8. Autumn leaves (Joseph Kosma e Johnny Mercer, 1947) /
9. All of me (Gerald Marks e Seymour Simons, 1931) /
10. Someone to light up my life / Se todos fossem iguais a você 
     (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1956, em versão em inglês de Gene Lees, 1960)
11. Dindi (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1959, em versão em inglês de Ray Gilbert)
12. All the way (Jimmy Van Heusen e Sammy Cahn, 1957) /
13. The lady is a tramp (Richard Rodgers e Lorenz Hart, 1937)
14. I get a kick out of you (Cole Porter, 1934)
15. You make me feel so young (Josef Myrow e Mack Gordon, 1946)
16. Rock around the clock (Max Freedman e James Myers, 1952)
17. Fly me to the moon (Bart Howard, 1954)
18. That's life (Dean Kay e Kelly Gordon, 1964)
19. Meditation (Meditação)
     (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959, em versão em inglês de Norman Gimbel, 1963) /
20. Quiet nights of quiet stars (Corcovado) 
     (Antonio Carlos Jobim, 1960, em versão em inglês de Gene Lees, 1965) /
21. Water to drink (Água de beber)
      (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1961, em versão em inglês de Norman Gimbel, 1963)
22. My way (Comme d'habitude)
      (Claude François e Jacques Revaux, 1967, em versão em inglês de Paul Anka, 1969)
Bis:
23. The 'boy' from Ipanema (Garota de Ipanema)
      (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962, em versão em inglês de Norman Gimbel, 1964)
24. Theme from New York, New York (Fred Ebb e John Kander, 1977)

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Bibi grava ao vivo, em outubro, o show em que canta o repertório de Sinatra

Aos 92 anos, a atriz e cantora carioca Bibi Ferreira continua em plena atividade profissional. Embora ainda não tenha lançado o DVD do show comemorativo de seus 90 anos, Bibi - Histórias e canções (2012), gravado em Belo Horizonte (MG) em março de 2013, a artista já se prepara para fazer outro registro ao vivo de show. Em cartaz até 7 de dezembro de 2014 no Teatro Renaissance, em São Paulo (SP), o show Bibi Ferreira canta o repertório de Sinatra - feito pela intérprete com orquestra, sob a direção musical de Flávio Mendes - vai ser gravado ao vivo em outubro de 2014 para edição de CD e DVD a serem editados em 2015 pela gravadora Biscoito Fino. Como o título do espetáculo já explicita, Bibi - em foto de Rodrigo Goffredo - interpreta músicas consagradas na voz do cantor norte-americano Frank Sinatra (1915 - 1998). A cantora dá voz a standards como Fly me to the moon (Bart Howard, 1954), Night and day (Cole Porter, 1932) e My way (1969), a versão em inglês - escrita por Paul Anka - da canção francesa Comme d'habitude (Claude François e Jacques Revaux, 1967). O lançamento do DVD - previsto para ser editado (em data ainda incerta) também nos Estados Unidos - coincidirá com as comemorações pelo centenário de nascimento de Sinatra,  a referência máxima de canto masculino no universo  norte-americano.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

'Brasileiro profissão esperança', CD que une Bibi e Gracindo, ganha reedição

Show teatral que estreou em 1970 com a cantora baiana Maria Bethânia e o ator paulista Ítalo Rossi (1931 - 2011) e que foi remontado com maior repercussão em 1974, em encenação protagonizada pela cantora mineira Clara Nunes (1942 - 1983) com o ator carioca Paulo Gracindo(1911 - 1995) que lotou por meses a extinta casa Canecão no Rio de Janeiro (RJ), Brasileiro profissão esperança voltou à cena nos anos 1990 com a atriz Bibi Ferreira e o ator Gracindo Júnior. Tal como a encenação protagonizada por Clara Nunes, perpetuada em LP lançado pela Odeon em 1974, essa remontagem da década de 1990 foi gravada ao vivo - em 27 de junho de 1998, em apresentação feita por Bibi com Gracindo no Theatro São Pedro, em Porto Alegre (RS) - para edição de CD posto no mercado ainda naquele ano de 1998 pela extinta gravadora RGE em parceria com o selo RBS Discos. É esse disco que a gravadora Biscoito Fino está reeditando neste ano de 2014. Embora o registro tenha valor documental, o texto espetáculo escrito pelo dramaturgo paraibano Paulo Pontes (1940-1996) já soava datado nos anos 1990 em certas passagens finais, embora o belo roteiro musical esteja centrado nos cancioneiros perenes dos compositores Antônio Maria (1921-1964) e Dolores Duran (1930-1959), ícones do universo musical nacional dos anos 1950.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Aos 91 anos, Bibi se prepara para lançar DVD e planeja projeto sobre Sinatra

Aos 91 anos, Bibi Ferreira continua em plena atividade. Enquanto prepara a edição em DVD do espetáculo comemorativo de seus 90 anos de carreira, Bibi - Histórias e canções (2012), a atriz e cantora - em foto de Rodrigo Amaral - já arquiteta projeto focado no repertório do cantor norte-americano Frank Sinatra (1915 - 1998). Esse novo projeto vai gerar show e disco em datas ainda incertas. Já o DVD de seus 90 anos foi gravado em março deste ano de 2013 em apresentação de Bibi - Histórias e canções (2012) - show derivado do espetáculo Bibi in concert IV (2011) - no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), feita com a (local) Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Bibi vai eternizar histórias e canções de show em DVD captado em Minas

Espetáculo comemorativo dos 90 anos de Bibi Ferreira, derivado do show Bibi in concert IV (2011), o show Bibi - Histórias e canções (2012) vai ser lançado em DVD até o fim deste ano de 2013. A captação foi feita em apresentação do show no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), em março. Na ocasião, Bibi Ferreira - vista no palco do Theatro Net Rio em foto de Rodrigo Amaral - se apresentou na companhia da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Aos 90 anos, Bibi faz sua festa de Natal em heterogênea família musical

Resenha de CD
Título: Natal Família
Artista: Bibi Ferreira & Convidados
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * *

O CD Natal em Família, de Bibi Ferreira, já merece ser notícia somente pelo fato de ter sido gravado por uma senhora intérprete de 90 anos. Com sua espantosa vitalidade, a atriz - desde sempre habilidosa quando pisa no terreno do canto - festeja com alegria o Natal na companhia de sua (heterogênea) família musical. Sob a produção de Flávio Mendes e a direção artística de Nilson Raman, Bibi recebe convidados de estilos distintos para regravar alguns clássicos natalinos que atravessaram gerações - como Natal das Crianças (Bleacute), Noite Feliz (Franz Gruber e Vicente Arico Junior) e  Sino de Belém, versão de Evaldo Rui para Jingle Bells (James Pierpont), cantada por Bibi com Alcione - e outros que caíram em esquecimento, caso de Feliz Natal (Klecius Caldas e Armando Cavalcanti), tirado do baú por Bibi com adesão da voz aveludada de Emílio Santiago. Faixa de surpreendente suingue, à moda norte-americana, E Nasceu Jesus (Orlandivo e Roberto Jorge) teria resultado mais sedutor sem a presença de Fábio de Melo, pois o padre cantor não tem o balanço, a leveza e a musicalidade de Bibi para encarar tema cheio de suingue - bisado em Vem Chegando o Natal, versão de Santa Claus Is Coming to Town, revivida por Bibi com Xuxa e com as vozes vivazes do coral Dó Ré Mi. Tema propagado pela TV Globo desde os anos 70 em sua mensagem de fim de ano, Um Novo Tempo (Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e Nelson Motta) até se diferencia pela graça de reunir cinco jovens cantoras novas (Alexia Bomtempo, Alice Caymmi, Ana Cristina, Joyce Cândido e Maíra Freitas). Em contrapartida, o medley que junta Estrada do Sol (Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran) com Estão Voltando as Flores (Paulo Soledade) - liberdade estilística do repertório - mostra o quão são destoantes os estilos dos cantos de Bibi e de Roberta Miranda, convidada da faixa. Não dá liga! O canto operístico de Max Wilson ao menos se ajusta ao tom sacro de Oh, Noite Santa (Adolphe Adam). O mesmo tom de Ave Maria (Franz Schubert), cantada por Bibi com Ronnie Von no fecho deste CD que vai soar familiar para os admiradores de Bibi Ferreira.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Bibi festeja Natal com família musical que inclui Alcione, Emílio e Marília

Em plena atividade aos 90 anos, completados em 1º de junho desde ano de 2012, Bibi Ferreira se prepara para lançar seu primeiro álbum natalino, gravado sob a direção artística de Nilson Raman e com a presença de convidados como Alcione (em Sino de Belém, versão de Evaldo Rui para Jingle Bells), Alexia Bomtempo (em Um Novo Tempo, parceria de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle com Nelson Motta, propagada nos anos 70 como tema de fim de ano da TV Globo), Alice Caymmi (também em Um Novo Tempo), Coral das Princesas de Petrópolis (em faixas como Natal das Crianças e Oh, Happy Day!), Coral Dó Ré Mi (em faixas como Noite Feliz), Emílio Santiago (em Feliz Natal), padre Fábio de Melo (em E Nasceu Jesus), Joyce Cândido (na já citada Um Novo Tempo), Maíra Freitas (na mesma Um Novo Tempo), Marília Pêra (intérprete de um texto de Carlos Dimuro, Doce Natal), Roberta Miranda (no medley que junta Estrada do Sol e Estão Voltando as Flores), Ronnie Von (na Ave Maria) e Xuxa (em Vem Chegando o Natal, versão de Santa Claus Is Coming To Town), entre outros nomes. Produzido por Flávio Mendes, o CD Natal em Família vai chegar às lojas em dezembro pela Biscoito Fino.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Bibi dá voz a temas natalinos em CD que traz Alcione, Roberta e Ronnie

Aos 90 anos, a atriz e cantora Bibi Ferreira dá continuidade à sua carreira fonográfica com CD de repertório natalino que vai chegar às lojas em novembro de 2012 em edição da gravadora Biscoito Fino. Bibi - em foto de Rodrigo Amaral - regrava canções como Natal das Crianças e Sino de Belém na presença de convidados como Alcione, Roberta Miranda, Ronnie Von e Xuxa.

domingo, 8 de abril de 2012

Aos 90 anos, Bibi vai de Gardel a Piaf como uma 'garotinha' na flor da idade

Resenha de show
Título: Bibi - Histórias e Canções
Artista: Bibi Ferreira (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Theatro Net Rio - Sala Tereza Rachel (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 7 de abril de 2012
Cotação: * * * * *
Espetáculo em cartaz de sexta-feira a domingo no Theatro Net Rio, no Rio de Janeiro (RJ)

"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha?...", considerou Bibi Ferreira, marota, ao entrar no palco do Theatro Net Rio após os acordes finais de Malandragem (Frejat e Cazuza), música tocada sob a regência do maestro Flavio Mendes pela orquestra de 27 músicos que divide a cena com a atriz-cantora neste show comemorativo de seus 90 anos, a serem completados em 1º de junho de 2012. Talvez seja mesmo. Quase aos 90, Bibi Ferreira se porta em cena no show Bibi - Histórias e Canções como uma garotinha ávida de vida, de palco - como uma artista na flor da idade para citar o título do tema composto por Chico Buarque para a trilha sonora do musical Gota d'Água (1975), um dos ápices dos 71 anos de carreira de Bibi e da própria dramaturgia brasileira. Em registro instrumental, Flor da Idade (Chico Buarque) abre o roteiro urdido pela própria Bibi com seu empresário Nilson Raman (partner da estrela em A Quoi a Ça Sert L’Amour, dueto inserido no bloco de canções do repertório de Edith Piaf), com João Falcão (diretor do espetáculo) e com o maestro regente Flavio Mendes. A rigor, o roteiro costura números de shows recentes da artista como De Pixinguinha a Noel, Passando por Gardel (2010) e Bibi in Concert IV - Histórias e Canções (2011). Com exceção do belo vestido roxo, nada soa exatamente novo para quem acompanha a gloriosa trajetória de Bibi nos palcos brasileiros. Mas tudo soa novo e cheio de frescor pela vivacidade dessa garotinha nonagenária, embebida em Arte já no berço. A voz já não tem evidentemente a carga e a força dramática de tempos idos. Só que a força maior - a da vida, a do prazer de estar em cena dividindo histórias e canções com seu público - continua toda com Bibi. Vivaz, Bibi vai de Carlos Gardel (1890 - 1935) a Edith Piaf (1915 - 1963) com a mesma desenvoltura com que encaixa letras de sucessos da música brasileira pré-Bossa Nova nas melodias clássicas de árias de óperas - proeza que já mostrara em seu hoje raríssimo álbum Bibi Ferreira em Pessoa (1963) - e com que encara temas de musicais que já encenou e que, como diz em comentário novamente maroto, ainda cogita encenar. Se tangos como Cuesta Abajo (Carlso Gardel e Alfredo Le Pera) são reminiscências dos avós da garotinha, as canções de Edith Piaf já se confundem com a própria história de Bibi tamanha a força com que a intérprete se apoderou delas a partir do espetáculo Piaf - A Vida de Uma Estrela da Canção (1983), outro ápice de sua carreira. Outras até então nunca associadas a Bibi, como Ponteio (Edu Lobo e José Carlos Capinam), crescem em cena pela moldura orquestral e pela tal força da cantriz. Contadas as histórias e interpretadas as canções, em roteiro que jamais perde o pique, Bibi sai consagrada de cena. Com a alma lavada pelo banho de cultura e de musicalidade, o público extasiado já considera que talvez - quem sabe? - Bibi Ferreira ainda seja mesmo uma garotinha de 90 anos, com gana típica de adolescente.

Bibi costura histórias e canções em roteiro que sintetiza 90 anos de vida

Prestes a completar 90 anos em 1º de junho de 2012, embora na sua certidão de nascimento conste a data de 10 de junho de 1922, Bibi Ferreira sintetiza suas nove décadas de vida e sete de gloriosa carreira na cena brasileira no roteiro de Bibi - Histórias e Canções, espetáculo que reinaugura um dos mais célebres teatros do Rio de Janeiro (RJ), o Tereza Rachael, agora rebatizado como Theatro Net Rio, mas popularmente conhecido como Terezão. Na estreia para o público, na noite de 7 de abril de 2012, Bibi contou histórias, interpretou canções e - como de hábito - deixou a plateia extasiada com seu talento múltiplo e incomum. Derivado do roteiro de Bibi in Concert IV - Histórias e Canções, espetáculo com que a atriz-cantora reabriu em agosto de 2011 outro lendário teatro carioca, o Dulcina, o repertório poliglota do show comemorativo dos 90 anos de Bibi Ferreira concilia temas de musicais norte-americanos, tangos do repertório de Carlos Gardel (1890 - 1935), canções francesa da obra de Edith Piaf (1915 - 1963) e sambas-canções da era de ouro do rádio brasileiro. De quebra, com perfeito sotaque português, Bibi ainda reviveu Amália Rodrigues (1920-1999) ao improvisar, a capella, trecho de Lágrima, um dos grandes sucessos da fadista portuguesa, cuja obra já foi abordada pela atriz brasileira no espetáculo Bibi Vive Amália (2001). Eis o roteiro seguido por Bibi Ferreira - em foto de Rodrigo Amaral - e pela orquestra de 27 músicos regidos pelo maestro Flavio Mendes no Theatro Net Rio na estreia (para o público) do show dirigido por João Falcão:

1. Flor da Idade (Chico Buarque) - número instrumental
2. Malandragem (Frejat e Cazuza) - número instrumental
3. By a Waterfall (Sammy Fain e Irving Kahal)
4. Oh, You Nasty Man (Scandals) (Rat Henderson, Irving Ceasar e Jack Yellen)
5. Sonho Impossível (The Impossible Dream)
    (Joe Darion e Mitch Leigh em versão de Chico Buarque e Ruy Guerra)
6. O Homem de la Mancha (Man of the la Mancha)
    (Joe Darion e Mitch Leigh em versão de Chico Buarque e Ruy Guerra)
7. Alô, Dolly! (Hello, Dolly!) (Jerry Herman em versão de Haroldo Barbosao e Victor Berbara)
8. Eu Dançava Assim (I Could Have Danced All Night)
   (Alan Jay Lerner e Frederick Loewe em versão de Victor Berbara)
9. America (Leonard Bernstein e Stephen Sondhein)
10. My Favorite Things (Oscar Hammerstein e Richard Rodgers)
11. Memory (Andrew Lloyd Webber)
12. Nossos Momentos (Haroldo Barbosa e Luis Reis) /
13. Onde Anda Você? (Hermano Silva e Vinicius de Moraes) /
14. Nem Eu (Dorival Caymmi) /

15. Meiga Presença (Paulo Valdez e Otávio de Moraes) /
16. As Praias Desertas (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) /
17. Eu Sei que Vou te Amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) /
18. Sem Mais Adeus (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)

19. Cuesta Abajo (Carlos Gardel e Alfredo Le Pera)
20. Esta Noche me Emborracho (Enrique Santos Discépo)
21. Brindisi (ária da ópera La Traviata, de Verdi) com letra de Palpite Infeliz (Noel Rosa)
22. O Barbeiro de Sevillha (e outras árias da ópera de Rossini) com versos de O Teu
     Cabelo Não Nega (Lamartine Babo), Nega do Cabelo Duro (Rubens Soares e David Nasser), Nega
     Maluca (Evaldo Ruy e Fernando Lobo) e Carinhoso (João de Barro e Pixinguinha)
23. Samba de uma Nota Só (Tom Jobim e Newton Mendonça) com letra da Canção do Exílio (Gonçalves Dias)
24. Minha Palhoça (Se Você Quisesse) (J. Cascata)
25. Conversa de Botequim (Vadico e Noel Rosa)
26. Perseguição (Sérgio Ricardo e Glauber Rocha)
27. Ponteio (Edu Lobo e José Carlos Capinam)
28. Gota d'Água (Chico Buarque)
29. Basta Um Dia (Chico Buarque)
30. La Vie en Rose (Louis Gugliemi e Edith Piaf)
31. A Quoi a Ça Sert L’Amour (Michel Emer) - em dueto com Nilson Raman
32. Hymme à l'Amour (Marguerite Monnot e Edith Piaf)
Bis:
33. Lágrima (Amália Rodrigues e Carlos Gonçalves) - trecho a capella, de improviso
34. La Vie en Rose (Louis Gugliemi e Edith Piaf)

Bibi reedita com Raman no Rio dueto feito por Piaf com Sarapo em 1962

Desde que estreou nos anos 90 show com músicas do repertório da cantora francesa Edith Piaf (1915 - 1963), com base no roteiro da peça Piaf - A Vida de Uma Estrela da Canção (1983), Bibi Ferreira volta e meia reedita em cena com seu empresário-cantor Nilson Raman o dueto feito por Piaf com o cantor grego Théo Sarapo (1926 - 1970) em A Quoi a Ça Sert L’Amour, música de Michel Emer (1906 - 1984), cantada pela primeira vez por Piaf e Sarapo em 1962. Não foi diferente na noite de 7 de abril de 2012 na estreia para o público do show Bibi - Histórias e Canções, idealizado para celebrar os 90 anos que a atriz-cantora vai completar em 1º de junho de 2012 e para reabrir o Teatro Tereza Rachel, agora rebatizado como Theatro Net Rio. Bibi e Raman - vistos em foto de Rodrigo Amaral - refizeram o dueto de A Quoi a Ça Sert L’Amour no bloco em que a artista recorda músicas do espetáculo de 1983, um dos ápices de seus 71 gloriosos anos de atuação nos palcos brasileiros. As canções de Piaf encerraram o roteiro montado pelo próprio Raman com Bibi, João Falcão (diretor do espetáculo) e Flavio Mendes (regente da orquestra de 27 músicos que ocupa o palco do Theatro Net Rio com Bibi).

domingo, 7 de agosto de 2011

Show 'Bibi in Concert IV' reitera que Bibi Ferreira já é o espetáculo por si só

Resenha de show
Título: Bibi in Concert IV - 70 Anos de Histórias e Canções
Artista: Bibi Ferreira (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro Dulcina (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 6 de agosto de 2011
Cotação: * * * * *
Em cartaz de sexta-feira a domingo, até 14 de agosto de 2011, no Teatro Dulcina (RJ)

Bibi Ferreira é, por si só, o espetáculo. Aos 89 anos, completados em 10 de junho, a grande atriz sempre se portou em cena como uma cantora igualmente grande, de repertório poliglota, interpretado com pronúncia, afinação e emissão sempre perfeitas. Daí que soa perfeitamente natural que a artista celebre seus 70 anos de carreira - iniciada em abril de 1941 - com um show que fica em cartaz até 14 de agosto de 2011 no reinagurado Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro (RJ). Sem qualquer ação dramática, Bibi in Concert IV - 70 Anos de Histórias e Canções - bela sequência da série de recitais estreada em abril 1991 - encadeia canções que, de certa forma, contam a história de Bibi. Dona dessa história gloriosa, a própria Bibi assina a criação e o roteiro do espetáculo com Flávio Mendes e Nilson Raman. Com seu habitual magnetismo, a intérprete atrai todas as atenções da plateia em cerca de uma hora de recital, apresentado com septeto sob a direção musical do maestro e violonista Flávio Mendes. A moldura orquestral realça o tom clássico do repertório. Aberto com By a Waterfall (Sammy Fain e Irving Kahal), doce lembrança da face romântica de Hollywood, o roteiro prossegue com Oh, You Nasty Man (Rat Henderson, Irving Ceasar e Jack Yellen) - número que evoca a era do swing do jazz - e revive na sequência a era dourada do rádio brasileiro e do samba-canção através de medley que aglutina sucessos como Nossos Momentos (Haroldo Barbosa e Luis Reis), Onde Anda Você? (Hermano Silva e Vinicius de Moraes), Nem Eu (Dorival Caymmi), Meiga Presença (Paulo Valdez e Otávio de Moraes), As Praias Desertas (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Eu Sei que Vou te Amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). Falante, senhora da cena, Bibi se permite a ousadia de encaixar a letra escrita pelo poeta Gonçalves Dias (1823 - 1864) para a Canção do Exílio na melodia criada por Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) para o Samba de Uma Nota Só. E não é que, com Bibi, funciona? Tudo funciona, aliás. Firme na interpretação e no canto, a atriz-cantora se segura bem nas quebradas do samba de breque Minha Palhoça (Se Você Quisesse) - um dos clássicos do repertório de Moreira da Silva (1902 - 2000), mestre do gênero - e mostra que domina bem a linguagem da obra de Noel Rosa (1910 - 1937), expondo sem melodrama a melancolia de Último Desejo (Noel Rosa), realçando o humor de Não Tem Tradução (Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves)e engatando uma veloz Conversa de Botequim (Noel Rosa e Vadico). Após o medley com temas de Noel, Bibi revive as duas composições mais conhecidas da trilha sonora composta por Chico Buarque para o musical Gota d'Água (1975), marco de sua carreira como atriz de teatro. Gota d'Água ressurge no tempo da delicadeza, de início recitada. Basta um Dia ganha registro de tom mais dramático, condizente com o caráter passional da peça. Ainda dentro da seara dos musicais, a artista recorda temas de espetáculos que encenou no Brasil com grande sucesso, passeando pelas músicas mais emblemáticas das trilhas sonoras de O Homem de la Mancha (1972), Alô, Dolly! (1965), Minha Querida Lady (1962). É com espantosa desenvoltura que Bibi encara temas como Eu Dançava Assim, a versão em português (feita por Victor Berbara) de I Could Have Danced All Night (Alan Jay Lerner e Frederick Loewe), clássico de My Fair Lady. Mas Bibi vai além e apresenta também temas de musicais que gostaria de ter encenado - casos de America (Leonard Bernstein e Stephen Sondhein) e de Memory (Andrew Lloyd Webber), sucessos de West Side Story e Cats, respectivamente. Memory, em especial, é ponto alto de show que ainda surpreende quando Bibi pisa com firmeza no sertão nordestino para cantar Perseguição (Sérgio Ricardo e Glauber Rocha) - música do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol - e Ponteio, tema agalopado de Edu Lobo e Capinam que consagrou Edu em festival de 1967 e que evidencia o apurado senso rítmico de Bibi, atriz que encarnou tão bem Edith Piaf (1915 - 1963) que tomou para si - com propriedade - o cancioneiro da artista francesa. E é por isso que Bibi in Concert IV encerra com La Vie en Rose, Hymme à L'Amour e Non, Je Ne Regrette Rien. E é por isso que Bibi-Piaf repete La Vie en Rose no bis, a pedidos da embevecida plateia, que já entendeu que - a caminho dos 90 anos - Bibi Ferreira é cada vez mais o espetáculo.

Temas de Noel, Piaf e musicais costuram o roteiro de 'Bibi in Concert IV'

Em 6 de abril de 1991, Bibi Ferreira estreou no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro (RJ), Bibi in Concert - show que festejava e, de certa forma, resumia os 50 anos de carreira que a atriz completava na ocasião. Vinte anos depois, aos 89 anos, Bibi celebra 70 anos de atividade nos palcos cariocas com o quarto recital da série. Bibi in Concert IV - 70 Anos de Histórias e Canções estreou em 5 de agosto de 2011 no reformado Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro (RJ), onde fica em cartaz de sexta-feira a domingo até 14 de agosto. No roteiro, assinado por Bibi com Nilson Raman e o maestro Flávio Mendes, há muito mais canções do que propriamente histórias, embora a artista diga em cena breves textos que contextualizam o repertório que mistura temas de musicais, sambas de Noel Rosa (1910 - 1937) e canções de Edith Piaf (1915 - 1963). Eis o roteiro seguido por Bibi Ferreira - em foto de Rodrigo Amaral - na bela apresentação de Bibi in Concert IV - 70 Anos de Canções e Histórias de 6 de agosto:

1. By a Waterfall (Sammy Fain e Irving Kahal)
2. Oh, You Nasty Man (Scandals) Rat Henderson, Irving Ceasar e Jack Yellen)
3. Nossos Momentos (Haroldo Barbosa e Luis Reis) /
4. Onde Anda Você? (Hermano Silva e Vinicius de Moraes) /
5. Nem Eu (Dorival Caymmi) /
6. Meiga Presença (Paulo Valdez e Otávio de Moraes) /
7. As Praias Desertas (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) /
8. Eu Sei que Vou te Amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
9. Samba de uma Nota Só (Tom Jobim e Newton Mendonça) com letra da Canção do Exílio (Gonçalves Dias)
10. Minha Palhoça (Se Você Quisesse) (J. Cascata)
11. Último Desejo (Noel Rosa) /
12. Não Tem Tradução (Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves)
13. Gota d'Água (Chico Buarque)
14. Basta Um Dia (Chico Buarque)
15. Sonho Impossível (The Impossible Dream) (Joe Darion e Mitch Leigh em versão de Chico Buarque e Ruy Guerra)
16. O Homem de la Mancha (Man of the la Mancha) (Joe Darion e Mitch Leigh em versão de Chico Buarque e Ruy Guerra)
17. Alô, Dolly! (Hello, Dolly!) (Jerry Herman em versão de Haroldo Barbosao e Victor Berbara)
18. Eu Dançava Assim (I Could Have Danced All Night) (Alan Jay Lerner e Frederick Loewe em versão de Victor Berbara)
19. America (Leonard Bernstein e Stephen Sondhein)
20. My Favorite Things (Oscar Hammerstein e Richard Rodgers)
21. Memory (Andrew Lloyd Webber)
22. Perseguição (Sérgio Ricardo e Glauber Rocha)
23. Ponteio (Edu Lobo e José Carlos Capinam)
24. La Vie en Rose (Louis Gugliemi e Edith Piaf)
25. Non, Je ne Regrette Rien (Michel Vaucaire e Charles Dummont)
26. Hymme à l'Amour (Marguerite Monnot e Edith Piaf)
Bis:
27.  La Vie en Rose (Louis Gugliemi e Edith Piaf)

terça-feira, 26 de abril de 2011

APTR reverencia o teatro musical de Bibi em noite de prêmios e emoção

Em noite de prêmios e emoção, a APTR - Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro - reverenciou a vida e os 70 anos de carreira de Bibi Ferreira. Além de ter recebido seu troféu das mãos de ninguém menos do que Fernanda Montenegro, a homenageada do 5º Prêmio APTR de Teatro - entregue no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro (RJ), na noite chuvosa de 25 de abril de 2011 - teve momentos emblemáticos de sua trajetória no teatro musical revividos pelas atrizes Amanda Costa e Izabella Bicalho. Amanda cantou versão em português de I Could Have Danced All Night, tema do musical My Fair Lady, encenado por Bibi no Brasil em 1962. Bicalho entoou Gota d'Água, música-título da histórica adaptação de Medéia estreada por Bibi em 1975 com texto e música de Paulo Pontes e Chico Buarque de Hollanda.  Mestre de cerimônias do evento, o ator Fernando Eiras fez um belo número musical, seduzindo a plateia ao cantar poeticamente Sonho Impossível, tema do musical O Homem de La Mancha, encenado por Bibi em 1973.  No fim da cerimônia, a própria Bibi entrou em cena e recitou breve texto da adaptação de Medéia antes de cantar medley com Gota d'Água e Basta um Dia, as duas composições mais conhecidas do musical. Bibi Ferreira - vista em foto de Cristina Granato - foi o espetáculo em noite de teatro, música e sobretudo grande emoção.

sábado, 19 de março de 2011

Em suíte amorosa, Bibi expõe os sentimentos do (eterno) vaivém romântico

Resenha de CD
Título: Bibi Ferreira Brasileira - Uma Suíte Amorosa
Artista: Bibi Ferreira
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

"E por falar em beleza / Onde anda a canção / Que se ouvia na noite / Dos bares de então?", perguntaram Vinicius de Moraes e Toquinho em 1975, ano em que a dupla gravou o nostálgico tema Onde Anda Você? - composto com a adesão de Hermano Silva. Tais canções atemporais - ao menos, 24 delas - estão reunidas no disco que Bibi Ferreira está lançando pela gravadora Biscoito Fino, Bibi Ferreira Brasileira - Uma Suíte Amorosa. Como o subítulo do disco já anuncia, a intérprete - majestosa atriz que sempre se valeu do canto nos 70 anos de carreira que festeja em 2011 - apresenta suíte de tonalidade romântica que encadeia 24 músicas, a maioria dos anos 50 e 60, numa única longa faixa (embora seja possível acessar no CD-player cada música por seu número específico). Fora do universo da  música   amorosa tradicional, há uns poucos temas mais contemporâneos, da lavra de compositores até então nunca associados à trajetória de Bibi. São músicas como Ponte Aérea (a refinada composição de José Miguel Wisnik que abre o disco), Vambora (a suplicante canção de Adriana Calcanhoto, lançada em 1998 e revivida em tom levemente dramático pela atriz) e Todo Amor que Houver Nessa Vida (uma das obras-primas de Frejat e Cazuza, abordada por Bibi em tom quase declamado que ressalta a beleza poética dos versos de Cazuza). Seja qual for a origem e o universo da canção, todas são irmanadas pela voz de Bibi, já menos potente por conta dos 88 anos da artista, mas ainda precisa no entendimento e na exposição do significado de cada verso. A suíte é conduzida pelo piano de Francis Hime - que sola Minha (Francis Hime e Ruy Guerra) e Minha Namorada (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes) - e pontuada pelos sopros de Dirceu Leite. Atriz com total domínio do idioma musical, Bibi abolera o samba-canção Nem Eu (Dorival Caymmi), ameniza a dramaticidade do Samba em Prelúdio (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e põe toda sua emoção em Meiga Presença (Paulo Valdez e Otávio de Moraes), samba-canção do repertório de Elizeth Cardoso (1920 - 1990), reminiscência de show da cantora dirigido por Bibi nos anos 70. Do cancioneiro da Divina, a suíte amorosa de Bibi inclui também o samba-canção Nossos Momentos (Haroldo Barbosa e Luiz Reis). Nessa suíte na qual Tom Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913-1980) são os compositores mais recorrentes, Bibi expõe com habilidade sentimentos do eterno vaivém amoroso, eventualmente até em clima seresteiro, como em Serenata de uma Mulher (Chiquinha Gonzaga e Paulo César Pinheiro). No todo, entretanto, temas como Olha (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1975) e Pra Você (Silvio César, 1965) soam mais apropriados para serem ouvidos no escuro de uma boate, pois, em última análise, a suíte amorosa de Bibi Ferreira é uma declaração ao ser amado, um pedido doído de 'volta pra mim' - no caso, feito por intérprete sempre sagaz, senhora absoluta das palavras e das cenas.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Bibi festeja 70 anos de carreira com 'Suíte Amorosa' que inclui Adriana

Canção lançada por Adriana Calcanhotto em seu álbum Maritmo (1998), Vambora ganha registro de Bibi Ferreira no álbum  que a atriz e intérprete vai lançar no início de 2011 pela gravadora Biscoito Fino. Cantado em português, Bibi Ferreira Brasileira - Uma Suíte Amorosa vai festejar os 70 anos de carreira da artista, que debutou nos palcos em 1941. Tal como uma suíte, o disco encadeia as músicas de forma contínua, numa única faixa guiada pelo piano de Francis Hime. Além da canção de Calcanhotto, o repertório inclui temas de Cazuza (1958 - 1990), Todo Amor que Houver nessa Vida, e Caetano Veloso (Esse Cara), entre hits de Tom Jobim (1927 - 1994). Hime sola Minha Namorada (Carlos Lyra), música sem a voz de Bibi.

sábado, 16 de outubro de 2010

Bibi cruza com fôlego Brasil, Argentina e Portugal ao fechar o Canecão

Resenha de Show
Título: De Pixinguinha a Noel, Passando por Gardel

Artista: Bibi Ferreira (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 15 de outubro de 2010
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz até sábado, 16 de outubro de 2010

Quarenta três anos após ter comandado festa que oficializou a abertura do Canecão, em junho de 1967, Bibi Ferreira fecha as portas da mais importante casa de shows do Brasil neste sábado, 16 de outubro de 2010, com a apresentação do show De Pixinguinha a Noel, Passando por Gardel, que estreou na Argentina e transitou esta semana por São Paulo antes de chegar ao palco carioca que foi símbolo de status na era de ouro da MPB formatada nos festivais da década de 60. Aos 88 anos, Bibi cruza com fôlego sons do Brasil, da Argentina e de Portugal em mix que alcança seu ápice no inusitado número final, Ponteio ( Edu Lobo e Capinam), apresentado com a adesão da magnífica orquestra argentina El Arranque, que já tinha entrado em cena na parte final dedicada aos tangos e milongas. É quando o show vira concerto, como disse apropriadamente Bibi em cena. É quando, fazendo aflorar sua forte veia dramática, a intérprete apresenta temas como Por una Cabeza (Carlos Gardel e Alfredo le Pera, 1935) e Esta Noche me Emborracho (Enrique Santos Discépolo, 1928), dois tangos do repertório de Carlos Gardel (1890 - 1935), o célebre cantor argentino alocado no título do show. Mesmo que a voz já não ostente o vigor e o alcance de tempos idos, Bibi passa com brilho não somente por Pixinguinha (1897 - 1973) - através de registro de início recitado de Carinhoso - e Noel Rosa (1910 - 1937), abordado em medley que alinha Último Desejo, Não Tem Tradução, O X do Problema e Conversa de Botequim. A rigor, o show-concerto - no qual Bibi é acompanhada por grupo irretocável de maestros e músicos - monta painel (incompleto) da longa trajetória musical da intérprete em roteiro que agrega números da peça Gota d'Água (Basta um Dia e a música-título, cantadas com dose mais rala de dramaticidade), do musical Piaf - A Vida de uma Estrela da Canção (La Vie en Rose, A Quoi a Ça Sert L’Amour - em desenvolto dueto bilíngue com o empresário Nilson Raman - e Non, Je ne Regrette Rien) e do show Bibi Vive Amália, estreado em 2001 em tributo à cantora portuguesa Amália Rodrigues (1920 - 1999). Aliás, a guitarra portuguesa de Victor Lopez - músico convidado do bloco lusitano - evoca a sonoridade e a atmosfera do fado para que Bibi cante, com perfeito sotaque português, Nem às Paredes Confesso, Lisboa Antiga e Ai, Mouraria. Antes, a intérprete aglutina em expressivo pot-pourri sucessos de Sylvia Telles (Foi a Noite), Dolores Duran (Por Causa de Você e Solidão), Maysa (Ouça e Demais, este com andamento progressivamente acelerado) e Francisco Alves (Boa Noite, Amor). Somente artista já acima do bem e do mal, como Bibi, pode encaixar a letra da Canção do Exílio (Gonçalves Dias) na melodia do Samba de uma Nota Só (Tom Jobim e Newton Mendonça) sem se perder na trilha do exotismo. Bibi pode! Mesmo não estando numa de suas melhores formas (uma distensão na perna atrapalhava sua locomoção e lhe causava dor no joelho, como contou em cena ao público), Bibi Ferreira é show!