Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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terça-feira, 1 de março de 2016

'Novo álbum' é trivial sem apontar nova direção para a obra de Paulo Ricardo

Resenha de álbum
Título: Novo álbum
Artista: Paulo Ricardo
Gravadora: PRM / Universal Music
Cotação: * *

Em parceria com Luiz Schiavon, partner no grupo RPM, Paulo Ricardo construiu nos anos 1980 obra que é a mais perfeita tradução brasileira do tecnopop da década. A química entre os compositores é tão forte que sobreviveu às idas e vindas do grupo, aos confrontos entre os artistas, e produziu joias na presente década, quando o reativado RPM lançou vigoroso álbum de estúdio, Elektra (Building Records, 2011). Decorridos cinco anos, Paulo Ricardo volta ao disco sem Schiavon. Primeiro álbum solo do cantor, compositor e músico carioca em longos dez anos, Novo álbum - programado para chegar às lojas neste mês de março de 2016 com distribuição da gravadora Universal Music - recicla sons e ideias de Elektra sem bisar a inspiração do álbum de estúdio do RPM. Neste disco de músicas inéditas, gravado com produção dividida entre João Paulo Mendonça, Guilherme Canaes e Marcelo Sussekind, o som de Paulo Ricardo soa trivial sem apontar para a obra do cantor a "nova direção" anunciada em um dos versos iniciais de Novo single (Paulo Ricardo e João Paulo Mendonça), rock que abre Novo álbum em clima levemente sombrio, com letra que promove a compra do disco de Paulo Ricardo, mas na defensiva. "...Mas eu espero, meu amor, que você entenda que eu não estou à venda / Que o mais simples é sempre o mais bonito". Paulo Ricardo jamais extrai beleza da simplicidade na safra autoral de Novo álbum. Com novos parceiros como João Paulo Mendonça e Marcos Zeeba, o artista oscila entre rocks e baladas. Balada escolhida para promover o disco nas rádios, Isabella (Paulo Ricardo) desacelera os beats, no toque folk dos violões da faixa, para fazer babona declaração de amor à homônima filha do artista, cujo filho Luis Eduardo aparece na terna foto da capa irresistível de Novo álbum. Outra balada, Eu e você (O x da questão) (Paulo Ricardo), enfileira clichês nos versos para declara amor à mulher amada. Em que pesem estas músicas feitas para a família, Novo álbum também vai para as baladas - aqui no sentido de festa -  e exalta as criaturas da noite com a animação artificial de Como você (Paulo Ricardo), cujo coro evoca a quente atmosfera vocal do gospel norte-americano. Juntos (Paulo Ricado) se conecta a essa vibe festiva e arremessa Paulo Ricardo na pista do DJ e produtor mineiro FTampa, criador da batida eletrônica da faixa. E, se noite inspira sexo, a psicodelia lânguida de Sexy (Paulo Ricardo) remói universo já habitado pelo cantor nos tempos em que ele era o maior popstar do rock brasileiro a reboque do RPM com um tecnopop evocado em Raios x (Paulo Ricardo, 2004), regravação da música lançada originalmente por Paulo em Zum zum (Som Livre, 2004), único álbum do efêmero PR-5, grupo formado pelo artista na primeira metade dos anos 2000. O fato é que a audição de músicas como Tanta coisa (Paulo Ricardo e João Paulo Mendonça) - cuja letra versa de forma simplória sobre a ampla oferta de informação e diversão em mundo cada vez mais conectado - reitera a impressão de que a safra de Novo álbum soa sem a força das parcerias de Paulo Ricardo com Schiavon. Há sopros de emoção real como o coro de tonalidade soul que encorpa Vida nova (Paulo Ricardo) e as confissões de Eu não sei (Marcos Zeeba e Paulo Ricardo), balada-rock que se impõe na safra anêmica. Mas o encerramento de Novo álbum com a versão 2016 de Vida real (Leef) (Ruud Voerman, Paul Post e Han Kooreneef, 1999, em versão em português de Paulo Ricardo, 2002) - tema gravado há 14 anos pelo RPM para a abertura do programa Big Brother Brasil (TV Globo) - corrobora a sensação de que Novo álbum corre para vários lados sem achar um caminho, ou real nova direção, que dê frescor ao som de Paulo Ricardo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Eis a capa do 'Novo álbum' em que Paulo Ricardo une folk, rock e eletrônica

Esta é a capa de Novo álbum, décimo título da discografia solo de Paulo Ricardo. No mercado fonográfico a partir de fevereiro de 2016, em edição da Universal Music, o disco expõe foto do filho do cantor, compositor e músico paulista - Luis Eduardo - na capa terna. A música Isabela é o primeiro single do álbum em que o artista transita por folk, blues, rock (representado por músicas como Raios-X) com sonoridade à moda da década de 1970. Apesar da busca por som vintage, calcado no rock, Novo álbum também joga Paulo Ricardo na pista da música eletrônica em faixas como Juntos,  produzida pelo DJ e produtor mineiro Felipe Augusto Ramos, conhecido por FTampa.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Paulo Ricardo volta à gravadora Universal Music para lançar décimo CD solo

Depois de 15 anos, Paulo Ricardo está de volta à Universal Music, gravadora por onde editou, em 2000, o álbum intitulado Paulo Ricardo. O cantor e compositor carioca vai lançar o décimo álbum de sua discografia solo com distribuição da gravadora multinacional. O contrato que oficializa a parceria do selo do artista, PRM, com a Universal Music foi assinado na última quarta-feira, 18 de novembro. A curiosidade é que o título do primeiro álbum solo do artista desde Prisma (EMI Music, 2006) é Novo álbum. Ou seja, o novo álbum de Paulo Ricardo - visto em foto extraída da página oficial do artista no Facebook - se chama Novo  álbum.  O disco tem inéditas de autoria do artista.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Álbum em que Paulo e Toquinho 'modernizam' Vinicius patina em pista trivial

Resenha de álbum
Título: Toquinho e Paulo Ricardo cantam Vinicius
Artista: Paulo Ricardo e Toquinho
Gravadora: Building Records
Cotação: * *

 Em 2000, Bebel Gilberto era a pessoa certa, no lugar certo (Nova York, EUA) e na hora certa quando - com o auxílio luxuoso de Suba (1961 - 1999) - repaginou a música brasileira em clima eletrônico e conquistou o mundo com álbum, Tanto tempo, promovido com antológica regravação do Samba da benção (Vinicius de Moraes e Baden Powell, 1966) que soou, de fato, moderna. Onze anos depois, o mesmo Samba da benção reaparece em registro modernoso de Paulo Ricardo e Toquinho - com direito à inserção de vocais de Vinicius de Moraes (1913 - 1980). A faixa dá o tom de Paulo Ricardo e Toquinho cantam Vinicius, álbum recém-editado pela Building Records, gravadora especializada em música eletrônica. A ideia de revestir doze clássicos do cancioneiro poético de Vinicius com trajes eletrônicos em tese é interessante. Contudo, o álbum resulta apático, patinando em pista modernosa por conta das programações triviais de Waldo Denuzzo, multi-instrumentista escalado para fazer a produção e (alguns) arranjos do disco. Através de samples, a voz de Vinicius é ouvida em seis das 13 faixas. Entre os vocais forçosamente lânguidos de Paulo Ricardo em Eu sei que vou te amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959), ouve-se - por exemplo - trecho do Soneto de separação na voz do Poetinha. Mas nem tal inserção consegue dar alguma emoção à faixa. Aliás, Paulo Ricardo e Toquinho cantam Vinicius é disco desprovido de qualquer emoção. Toda a nostalgia melancólica da Carta ao Tom 74 (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1974) se esvai em registro que rebobina os vocais de gravação do grupo Quarteto em Cy. De modo geral, os sentimentos do cancioneiro de Vinicius são diluídos em favor de beats eletrônicos pouco vibrantes que dão outra pulsação às músicas sem torná-las minimamente atraentes dentro dessa atmosfera contemporânea. Contudo, verdade seja dita: Paulo e Toquinho jamais desfiguram as músicas. Todas continuam com seu formato melódico intacto. A dupla tampouco se lambuza com os recursos eletrônicos. O violão de Toquinho é identificável em temas como Tarde em Itapuã (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1971) entre programações e efeitos de vocoder. Além do violão, a voz do parceiro de Vinicius na última década de vida do poeta também se faz ouvir com clareza em entre os vocais femininos de Sei lá... A vida tem sempre razão (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1971), samba incluído no disco na última hora para pegar carona na exposição do tema na abertura da novela Viver a vida (TV Globo, 2009).  Ainda assim, nenhuma faixa cativa de fato. Há músicas que reaparecem sem chegar a constranger - casos de Água de beber (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1961) e Pra que chorar? (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1964). Mas Chega de saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) chega a constranger pela total anulação da beleza do samba. Da mesma forma, Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1963) poucas vezes soou tão sem sal e não merecia ganhar a anêmica batucada supostamente fashion para gringo ver que se insinua na faixa e dá as caras para valer no Samba de Orly (Vinicius de Moraes, Toquinho e Chico Buarque, 1970). Já a música inédita de Toquinho e Vinicius que agrega valor documental ao disco - Romeu e Julieta, cujo manuscrito da letra escrita pelo poeta é reproduzido no encarte - quase passa despercebida porque a melodia de Toquinho não se mostra especialmente sedutora. Já os versos de Vinicius dialogam com o tom passional do desfecho da peça de Shakespeare (1564 - 1616) que emprestou o nome ao tema. Enfim, no momento em que o RPM volta à cena com a formação clássica e com excelente safra de músicas inéditas, o álbum Paulo Ricardo e Toquinho cantam Vinicius tira o foco da banda no momento em que o RPM está sob os holofotes e - pior!! - nada acrescenta de realmente relevante à imortal obra de Vinicius de Moraes.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sai, com inédita, o disco em que Paulo Ricardo canta Vinicius com Toquinho

 Embora os músicos do RPM tenham acordado priorizar exclusivamente o grupo na vigorosa volta concretizada neste ano de 2011, Paulo Ricardo lança o álbum em que canta músicas de Vinicius de Moraes (1913 - 1980) com a voz e o violão de Toquinho, parceiro fiel do Poetinha na última década de vida de Vinicius. Gravado em 2009 e masterizado em 2010, o CD chega às lojas neste mês de junho de 2011 pela Building Records. Com capa bem diferente da idealizada de início e com outro título (Viva Vinicius foi a primeira opção de nome para o disco), Toquinho e Paulo Ricardo cantam Vinicius apresenta 13 músicas do poeta com sonoridade contemporânea. Uma delas, Romeu e Julieta, é inédita. Trata-se de parceria de Toquinho com Vinicius que havia se perdido. Toquinho se lembrava da melodia e de parte da letra, que acabou chegando inteira às suas mãos - batida à máquina pelo próprio Vinicius de Moraes - através de mulher que herdara o manuscrito da avó. Eis, na disposição do CD, as 13 músicas do álbum Toquinho e Paulo Ricardo cantam Vinicius:

1. Água de beber (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1961)
2. Tarde em Itapuã (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1971)
3. Pra que chorar? (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1964)
4. Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinicius de Moraes)
5. Eu sei que vou te amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959)
6. Samba da bênção (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966)
7. Carta ao Tom 74 (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1974)
8. Chega de saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1958)

9. Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1962)
10. Romeu e Julieta (Toquinho e Vinicius de Moraes) - música inédita

11. Sei lá... A vida tem sempre razão (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1971)
12. Insensatez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1961)

13. Samba de Orly (Toquinho, Chico Buarque e Vinicius de Moraes, 1970)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Volta do RPM faz Paulo abortar a edição do disco gravado com Toquinho

Com a volta do RPM, o disco em que Paulo Ricardo aborda a obra de Vinicius de Moraes (1913 - 1980) com arranjos contemporâneos ao lado de Toquinho - intitulado Viva Vinicius - teve seu lançamento abortado, por ora. É que os músicos do RPM concordaram em abrir mão de projetos paralelos para priorizar o retorno do grupo, que grava álbum de inéditas e se prepara para sair em turnê nacional neste ano de 2011. Finalizado em 2009, o CD Viva Vinicius - que inclui  Romeu e Julieta, inédita da lavra de Toquinho com Vinicius - foi assunto de entrevistas de Paulo Ricardo ao longo de 2010, mas nunca chegou efetivamente às lojas físicas e virtuais.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Paulo Ricardo anuncia pelo Twitter que grava CD em São Paulo com RPM

Embora ainda não tenha efetivamente lançado o CD em que aborda a obra de Vinicius de Moraes (1913 - 1980) ao lado de Toquinho (um dos principais parceiros do Poetinha), Paulo Ricardo revelou pelo Twitter nesta terça-feira, 5 de janeiro de 2011, que grava álbum em São Paulo (SP) com o RPM. A última reunião da banda aconteceu em 2007, mas o RPM não lança disco desde 2002, ano em que o grupo fez (bem-sucedido) registro ao vivo de show pela MTV.