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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Cultuado álbum de Lincoln Olivetti e Robson Jorge vai ser relançado em vinil
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Ataques a Lincoln Olivetti nos anos 80 devem ser relativizados pelo contexto
♪ EDITORIAL - Todos os obituários de Lincoln Olivetti (1954 - 2015) estão destacando o fato de o tecladista, arranjador, maestro e compositor fluminense ter sido atacado pela crítica musical - sob a acusação de estar pasteurizando a MPB - quando começou a imprimir seu som e sua marca na música brasileira, no início dos anos 1980. Há quem tenha tido seus brios nacionalistas feridos com a audição dos arranjos feitos por Olivetti para as gravações originais de músicas como Lança perfume (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1980), Festa do interior (Moraes Moreira e Abel Silva, 1981) e Banho de cheiro (Carlos Fernando, 1983) - para citar somente três exemplos da maestria do maestro que ajudou as cantoras Rita Lee, Gal Costa e Elba Ramalho a galgarem altas posições nas paradas das época. Os argumentos de que Olivetti pasteurizava a MPB hoje soam risíveis, mas precisam ser relativizados por conta do contexto. Olivetti deu um banho pop eletrônico de internacionalização na MPB que, até então, era calcada em sons orgânicos tão ao gosto dos puristas. Como todo artista que inova, Olivetti causou choques, provocou rupturas e, sim, dividiu opiniões. Mas é preciso entender o contexto em que os ataques - injustos, como provou o tempo rei - dirigidos ao mestre foram feitos. Da mesma forma que é preciso entender o contexto nacionalista que provocou, em 1967, a realização de uma anedótica passeata contra a guitarra elétrica seguida por ícones da MPB dos festivais como Elis Regina (1945 - 1982). Olivetti foi gênio na primeira metade dos anos 1980. E, como todo artista que deu um passo à frente, não obteve adesão imediata. Só que o tempo se encarregou de colocar Lincoln Olivetti em seu devido lugar... E esse lugar é de honra na história da música popular do Brasil pós-anos 1980...
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Mestre dos teclados dos anos 1980, Lincoln Olivetti sai de cena aos 60 anos
♪ Há quem considere a atuação do compositor, pianista, arranjador e produtor musical Lincoln Olivetti (17 de abril de 1954 - 13 de janeiro de 2015) nociva para a música brasileira. Mestre dos teclados, inclusive dos sintetizadores dos quais foi pioneiro ao usá-los sem cerimônia nos anos 1980, o músico fluminense contribuiu decisivamente para a construção da sonoridade tecnopop que deu o tom da música brasileira a partir da década de 1980. Contudo, até os que entendem que Lincoln pasteurizou a MPB com seus arranjos eletrônicos jamais negam o talento extraordinário deste magistral músico que ontem à tarde saiu de cena, aos 60 anos, vítima de infarto. Virtuoso, tecnicamente irrepreensível, Lincoln Olivetti - visto em foto de Luiz Lima - tocou com os maiores nomes da MPB, deixando sua marca como músico e / ou arranjador em discos de Ed Motta, Gal Costa, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Lulu Santos, Rita Lee, Roberto Carlos e Tim Maia (1942 - 1998), entre outros nomes mais ou menos importantes. Em parceria com o carioca Robson Jorge (1954 - 1993), músico que pilotava guitarra e também teclados, Lincoln gravou e lançou em 1982, pela gravadora Som Livre, um disco - intitulado Robson Jorge & Lincoln Olivetti - que é considerado uma aula de black music à moda brasileira. Inclusive pelo alto padrão técnico do disco. Como Robson, Olivetti - nascido em Nilópolis, cidade da Baixada Fluminense (RJ) - pôs os pés na profissão através dos bailes da vida suburbana da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Como compositor, foi parceiro sobretudo de Tim Maia e Robson Jorge. Mas não foi um compositor de hits. O único foi Amor perfeito. Grande sucesso lançado por Roberto Carlos no seu álbum de 1986, Amor perfeito é resultado da parceria da dupla Lincoln Olivetti & Robson Jorge com outra dupla que deu as cartas no jogo industrial da música brasileira dos anos 1980, Michael Sullivan & Paulo Massadas. Olivetti era arisco, tinha fama de excêntrico e fazia jus ao epíteto Mago dos estúdios. Foi neles, nos estúdios, seu habitat natural, que o músico criou arranjos de padrão internacional que - para o bem ou para o mal - transformaram para sempre a música brasileira a partir dos anos 1980. Olivetti foi um mestre como músico e arranjador. Sua maestria na arte de orquestrar cordas de forma sublime mostra que o imenso legado do maestro transcende o universo eletrônico dos sintetizadores, embora Lincoln Olivetti vá passar para a posteridade como um mago dos teclados. O que não é pouco.
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