Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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domingo, 19 de junho de 2016

Casuarina chega firme e forte no disco '7' com 'trilhão de conexões' no samba

Resenha de álbum
Título: 7
Artista: Casuarina
Gravadora: Superlativa / Discole Música
Cotação: * * * 1/2

Após abordar o cancioneiro do centenário compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008) no oscilante álbum No passo de Caymmi (Superlativa, 2014), o grupo Casuarina voltou a demarcar território no samba carioca ao lançar, em dezembro de 2015, o single Queira ou não queira (João Cavalcanti e Alaan Monteiro). Este samba deu a primeira pista do que seria o sétimo álbum do quinteto formado em 2001 na cidade do Rio de Janeiro (RJ) por Daniel Montes (violão de sete cordas), Gabriel Azevedo (voz e percussão), João Cavalcanti (voz e percussão), João Fernando (bandolim e voz) e Rafael Freire (cavaquinho). 7 - o álbum lançado neste mês de junho de 2016 com repertório inédito e com distribuição da Discole Música - sucede Trilhos - Terra firme (Superlativa / Warner Music, 2011) na discografia autoral do Casuarina, mantendo e, de certa forma, ampliando as conquistas autorais do grupo. 7 por vezes pisa no terreirão do samba com passos tradicionais, dados na cadência de composições como Firme e forte (Daniel Montes, Gabriel Azevedo e Sérgio Fonseca) e Rasteira (Gabriel Azevedo). Ao mesmo tempo, 7 vai além do que se ouve numa roda de samba da Lapa, o bairro carioca onde o Casuarina se criou. Com levadas, síncopes e caminhos melódicos mais imprevistos, Ambidestra (Daniel Montes e João Cavalcanti) é a música que abre 7 em trilho que conduz o Casuarina a um lugar pouco ou nada explorado pelo quinteto. "Nem tente me alcançar / Eu sou um turbilhão de fragmentos / E mais de um trilhão de conexões", avisam versos deste inusitado tema que abre o álbum gravado em fevereiro deste ano de 2016 na Gargolândia, estúdio mantido por Rafael Alterio em fazenda do interior do Estado de São Paulo (somente o single Queira ou não queira foi formatado em 2015). Não há obviamente trilhão de conexões em 7, mas há sutis toques que renovam, com brandura, o som do grupo. Especialmente insinuante em Sumidouro (João Cavalcanti e João Martins) e em Deixa sangrar (Daniel Montes, Gabriel Azevedo e Sérgio Azevedo), o toque do piano de Nelson Freitas é um deles. A abertura de parceria de João Cavalcanti - que assina sozinho sambas como Quiproquó - com o bamba Moacyr Luz é outro ponto de renovação que eleva a cotação de 7. Cantado por Cavalcanti com a adesão da cantora Maria Rita, Eu já posso me chamar saudade é samba melancólico, interiorizado, que remói dor de amor desfeito, na contramão da luminosidade que pauta Quando você deixar, samba da lavra solitária de João Cavalcanti. A matemática do amor também soma em 7 por estabelecer a conexão de Gabriel Azevedo com Aluízio Machado, bamba carioca que abre parceria com o percussionista do Casuarina. Já Casa minha (João Fernando) habita um terreno que extrapola a fronteira carioca, caminhando na melodia e na letra pelo interior do Brasil. Música de tom afro-baiano lançada na voz da cantora paulistana Fabiana Cozza no álbum Partir (Agô Produções, 2015), Chicala (João Cavalcanti) vai mais além e traz o suingue angolano para 7, reverberando com o calor da percussão a verve cabocla do semba enterrado no ouro da alma brasileira. Pé de vento (Daniel Montes, Rafael Freire e Sérgio Fonseca) ajuda a fincar 7 no chão do quintal nativo em que o Casuarina planta este sétimo da discografia iniciada em 2004. Aos 15 anos de vida, o grupo carioca segue firme e forte por um trilho que tem conduzido o quinteto a um lugar digno - e próprio - no terreirão do samba.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Eis a capa e as (13) músicas de '7', o álbum do Casuarina que inclui Maria Rita

Com capa que expõe arte de Diogo Montes, o sétimo álbum do grupo carioca Casuarina, 7, chega ao mercado fonográfico na segunda quinzena deste mês de maio de 2016, em edição digital, com 13 músicas e a participação da cantora paulistana Maria Rita no samba Eu já posso me chamar saudade, primeira parceria de João Cavalcanti - um dos vocalistas e compositores do quinteto - com Moacyr Luz. A edição física em CD de 7 vai para as lojas em junho de 2016 e já está em pré-venda no site da distribuidora Discole. Produzido pelos próprios integrantes do Casuarina, 7 foi gravado em quatro dias de fevereiro deste ano de 2016 na Gargolândia, estúdio de Rafael Garga Alterio situado em fazenda do interior do estado de São Paulo. A única faixa gravada fora desta imersão de quatro dias no estúdio paulista é Queira ou não queira (João Cavalcanti e Alaan Monteiro), samba captado no estúdio carioca Tenda da Raposa e já previamente lançado como single em dezembro de 2015. O repertório de 7 é inteiramente autoral. Cada música é assinada por pelo menos um integrante do Casuarina, a sós ou com parceiros como Aluísio Machado, Sérgio Fonseca, João Martins, Alaan Monteiro e o já mencionado Moacyr Luz. O repertório é inédito, com exceções de Queira ou não queira e de Chicala, música de João Cavalcanti lançada pela cantora paulistana Fabiana Cozza no álbum Partir (Agô Produções, 2015). Eis, na ordem do disco, as 13 músicas e os respectivos compositores de 7, álbum cuja edição em CD e digital foi viabilizada através de parceria do grupo carioca Casuarina com a empresa Superlativa:

1. Ambidestra (Daniel Montes e João Cavalcanti, 2016)
2. Firme e forte (Daniel Montes, Gabriel Azevedo e Sérgio Fonseca, 2016)
3. Quiproquó (João Cavalcanti, 2016)
4. Sumidouro (João Cavalcanti e João Martins, 2016)
5. Casa minha (João Fernando, 2016)
6. Quando você deixar (João Cavalcanti, 2016)
7. Eu já posso me chamar saudade (João Cavalcanti e Moacyr Luz, 2016) - com Maria Rita
8. Rasteira (Gabriel Azevedo, 2016)
9. Deixa sangrar (Daniel Montes, Gabriel Azevedo e Sérgio Fonseca, 2016)
10. A matemática do amor (Gabriel Azevedo e Aluísio Machado, 2016)
11. Chicala (João Cavalcanti, 2015)
12. Pé de vento (Daniel Montes, Rafael Freire e Sérgio Fonseca, 2016)
13. Queira ou não queira (João Cavalcanti e Alaan Monteiro, 2015)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

João Cavalcanti abre parceria com Moacyr Luz no sétimo disco do Casuarina

 Principal compositor do grupo carioca Casuarina, João Cavalcanti abre parceria com o compositor carioca Moacyr Luz. A primeira parceria de João com Luz, Eu já posso me chamar saudade, vai ser apresentada no sétimo álbum do quinteto. Outra parceria inaugurada no disco - previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2016 - é a de Gabriel Azevedo com Aluísio Machado, compositor da velha guarda da escola de samba Império Serrano. A primeira parceria de Azevedo com Machado é o samba Matemática do amor. Após disco dedicado ao cancioneiro do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008), No passo de Caymmi (Superlativa, 2014), o Casuarina registra repertório autoral e essencialmente inédito no sétimo título de discografia iniciada há dez anos com o lançamento do álbum intitulado Casuarina (Biscoito Fino, 2005). O primeiro single (capa acima) do álbum - Queira ou não queira, parceria de João Cavalcanti com Alaan Monteiro, cantada pelos dois vocalistas do grupo, João e Gabriel Azevedo - já está disponível para compra e/ou para audição nas plataformas digitais, dando a prévia (e uma pista inicial) do disco que vai sair em 2016. Eis a letra de  Queira ou não queira:

Queira ou não queira
(João Cavalcanti e Alaan Monteiro)

Queira ou não queira
Esse é meu lugar
Queira ou não queira
Esse é meu lugar
Queira ou não queira
O samba é o meu lugar

Diga a hora, o traje, a peça e o caminho
E convide a alegria pra entrar
Seja em cima da laje ou no bojo do pinho
Quero ver o suor soar

Quando vou pra outro lado viajo sozinho
Conto cada segundo pra voltar
Pro meu samba mobiliado de madeira e carinho
Pois aqui é o meu lugar

Queira ou não queira
Esse é meu lugar
Queira ou não queira
Esse é meu lugar
Queira ou não queira
O samba é o meu lugar

domingo, 9 de novembro de 2014

Casuarina oscila no passo de Caymmi, embora mostre real evolução no álbum

Resenha de álbum
Título: Casuarina no passo de Caymmi
Artista: Casuarina
Gravadora: Superlativa
Cotação: * * *

É bem difícil seguir o passo de Dorival Caymmi (1914 - 2008), compositor de músicas aparentemente simples, mas que exigem apuro de seus intérpretes - até porque todas já foram gravadas de forma magistral pelo próprio cantor e compositor baiano. Embora convidativo a mergulhos nesse cancioneiro de arquitetura original, o mar de Caymmi esconde perigos em suas ricas profundezas. Grupo carioca de samba que despontou no mercado fonográfico há dez anos, o Casuarina não se afoga nesse mar ao longo do CD No passo de Caymmi, mas tampouco emerge dele com gravações capazes de serem alinhadas entre os melhores registros da obra do compositor centenário.  Produção independente da Superlativa, o CD No passo de Caymmi registra em estúdio o show homônimo que o grupo estreou em maio deste ano de 2014, no rastro das comemorações dos 100 anos de nascimento do Buda Nagô. Em 16 faixas, o disco alinha 17 músicas de Caymmi lançadas entre 1939 e 1994. Algumas - como o samba Maricotinha (1994), levado no disco no ritmo ditado pelas mãos - estão alocadas como vinhetas. Embora o Casuarina oscile no passo de Caymmi, o grupo mostra evolução, nem tanto na parte vocal - embora haja brilho nesse quesito, perceptível já na harmonização de Suíte dos pescadores (1957) - mas sobretudo  nos arranjos criados por Daniel Montes e João Fernandes. Gravado com mix de molejo carioca e manemolência baiana, o samba Você já foi à Bahia? (1941) aponta na sequência o passo seguido pelo Casuarina em músicas como Lá vem a baiana (1947). Abordagens como a de Peguei um ita no Norte (1945) - tema ouvido no canto do vocalista João Cavalcanti - indicam o apuro dos arranjos. Requinte ratificado no toque do violão que introduz Saudade da Bahia (1957), samba cuja combinação de vozes na gravação do Casuarina remete - nessa introdução - aos grupos vocais da fase pré-Bossa. Tal evocação também é feita em algumas partes de Dora (1945), música que pede interpretação mais viçosa, problema também detectado em É doce morrer no mar (Dorival Caymmi e Jorge Amado, 1941), tema talhado para vozes de alcance mais profundo. Da mesma forma, o samba A vizinha do lado (1946) carece de dengo e malícia no registro do Casuarina. Sambas-canção como Só louco (1955) e Marina (1947) - com sonoridade que remete aos conjuntos regionais dos anos 1940 - reiteram que o mergulho do Casuarina na obra de Caymmi têm arranjos mais inspirados do que as interpretações em si. Oração de Mãe Menininha (1972), por exemplo, tem diluída sua sagrada carga espiritual na vinheta ouvida no disco produzido pelo próprio Casuarina. Já O bem do mar (1954) se destaca no álbum justamente pelo equilíbrio entre arranjo e canto. De todo modo, ao seguir o passo de Dorival Caymmi, o Casuarina mostra que está em movimento, indo bem além das fronteiras do bairro da Lapa, matriz do grupo carioca.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Eis a capa e contracapa do álbum em que Casuarina vai no passo de Caymmi

Estas são a capa e a contracapa do CD Casuarina no passo de Caymmi. As ilustrações da arte da capa e contracapa foram desenhadas à mão pelo designer Diogo Montes, em sintonia com o tom artesanal do cancioneiro do compositor baiano Dorival Caymmi (1914-2008). Editado pela Superlativa, o sexto álbum do grupo carioca Casuarina já está na fábrica e traz o registro de estúdio do show que o quinteto estreou no Rio de Janeiro (RJ) em maio deste ano de 2014 para celebrar o centenário de nascimento de Caymmi. O disco reproduz os arranjos criados por Daniel Montes e João Fernandes para o show. Com 16 músicas, em seleção que abrange músicas compostas por Caymmi entre 1939 e 1994, o CD foi finalizado sem recursos de afinação e pós-produção. O grupo optou por manter a gravação fiel ao que foi captado no estúdio Tenda da Raposa, em maio, na sequência imediata da estreia do show. Previstas no repertório inicial do CD, as músicas Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi e Carlos Guinle, 1951) e Saudade de Itapoã (Dorival Caymmi, 1948) acabaram não entrando na seleção final do disco por questões autorais. Eis - na ordem do álbum - as músicas de Casuarina no passo de Caymmi:

1. Suíte dos pescadores (1957)
2. Você já foi à Bahia? (1941)
3. Peguei um ita no Norte (1945)
4. Saudade da Bahia (1957)
5. Dora (1945)
6. Maricotinha (1994)
7. É doce morrer no mar (Dorival Caymmi e Jorge Amado, 1941)
8. O bem do mar (1954)
9. Lá vem a baiana (1947) / O que é que a baiana tem? (1939)
10. Requebre que eu dou um doce (1941)
11. João Valentão (1953)
12. Oração de Mãe Menininha (1972)
13. Marina (1947)
14. Só louco (1955)
15. A vizinha do lado (1946)
16. Maracangalha (1956)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Casuarina entra no passo de Caymmi em álbum gravado, em estúdio, no Rio

Previsto para ser lançado em outubro de 2014, em edição da Superlativa, o sexto álbum do grupo carioca Casuarina é o registro de estúdio do show 100 anos de Caymmi. Idealizado para festejar o centenário de nascimento do cantor, compositor e violonista baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008), o show estreou na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em maio de 2014. Na sequência da estreia, ainda em maio, Daniel Montes (violão de sete cordas), Gabriel Azevedo (pandeiro e voz), João Cavalcanti (tantã e voz), João Fernando (bandolim e vocais) e Rafael Freire (cavaquinho e vocais) entraram no estúdio carioca Tenda da Raposa para gravar o disco intitulado No passo de Caymmi. Criado e produzido pelo próprio Casuarina, o CD reproduz em estúdio os arranjos criados por Daniel Montes e João Fernandes para o show. O disco - o primeiro gravado pelo quinteto sem overdubs, músicos convidados e gravadora - apresenta 19 músicas do cancioneiro de Caymmi lançadas entre 1939 e 1994. Três - Suíte dos pescadores (1957), Oração de mãe menininha (1972) e Maricotinha (1994) - figuram como vinhetas. Eis  - na ordem do CD  - as 19 músicas gravadas pelo grupo Casuarina no álbum  No passo de Caymmi:

1. Suíte dos pescadores (1957)
2. Você já foi à Bahia? (1941)
3. Peguei um ita no Norte (1945)
4. Saudade da Bahia (1957)
5. Dora (1945)
6. Maricotinha (1994)
7. É doce morrer no mar (1941) - Parceria com Jorge Amado
8. O bem do mar (1954)
9. Lá vem a baiana (1947) / O que é que a baiana tem? (1939)
10. Requebre que eu dou um doce (1941)
11. João Valentão (1953)
12. Oração de Mãe Menininha (1972)
13. Saudade de Itapoã (1948)
14. Marina (1947)
15. Só louco (1955)                  
16. A vizinha do lado (1946)
17. Sábado em Copacabana (1951) - Parceria com Carlos Guinle
18. Maracangalha (1956)

sábado, 23 de março de 2013

Convidados animam festa em que Casuarina celebra primeira década de Lapa

Resenha de CD e DVD
Título: 10 anos de Lapa
Artista: Casuarina
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * 1/2

 Em maio de 2012, o grupo carioca Casuarina subiu ao palco armado ao lado dos Arcos da Lapa - um dos cartões-postais do Rio de Janeiro (RJ) - para apresentar show ao ar livre no bairro carioca em que o grupo foi projetado no início dos anos 2000. O registro ao vivo do celebrativo show está perpetuado no CD e DVD 10 anos de Lapa, postos nas lojas neste mês de março de 2013 pela Warner Music. Como o título 10 anos de Lapa já explicita, trata-se de projeto de caráter retrospectivo em que o quinteto - formado em 2001 no Rio de Janeiro (RJ) - festeja sua primeira década de sucesso entre o público que frequenta o circuito de casas de shows da Lapa. Para animar a festa, o Casuarina convocou para o show nomes também associados ao bairro do Centro do Rio que deu voz a uma nova geração de sambistas - uma turma que respeita as tradições e o legado dos bambas de outrora. Mestre do partido alto, o compositor carioca Candeia (1935 - 1978), por exemplo, é lembrado com Dia de graça, samba que propaga orgulho negro e que é revivido pelo Casuarina com Teresa Cristina, carioca que despontou como cantora em shows no Bar Semente, um dos pontos mais concorridos da Lapa do início dos anos 2000. O número termina com sagaz citação do afro Samba da antiga (Candeia). Mote do roteiro coeso, o bairro é saudado logo na abertura do show - com medley que agrega A Lapa (Herivelto Martins e Benedito Lacerda) e Largo da Lapa (Wilson Batista e Marino Pinto) - e também ao fim, com o samba Lapinha (Baden Powell e Paulo César Pinheiro). Cantado por Gabriel Azevedo, um dos vocalistas do Casuarina, Rio antigo (Nonato Buzar e Chico Anysio) também celebra a Lapa ao traçar o mapa nostálgico de uma cidade de tempos idos. O melhor vocalista do Casuarina, João Cavalcanti, quebra tudo ao cair no sambalanço Devagar com a louça (Luiz Reis e Haroldo Barbosa) ao lado do cantor Marcos Sacramento e dos metais da dupla Zé da Velha & Silvério Pontes. Na mesma linha sincopada, Beija-me (Roberto Martins e Mario Rossi) ganha as vozes corretas de Pedro Miranda e Ana Costa. Bom cantor que se fez ouvir no circuito da Lapa, Moyseis Marques bate um bolão no suingue de Linha de passe (João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio). Em tom mais magoado e seresteiro, realçado pelo bandolim de João Fernando Pinheiro, Áurea Martins e Nilze Carvalho dão vozes a Segredo (Herivelto Martins e Marino Pinto), samba-canção propagado na voz de Dalva de Oliveira (1917 - 1972). Áurea pega mais o espírito do tema. Há um ou outro número mais esmaecido e burocrático no roteiro, caso de Acreditar (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho), samba melancólico revivido pelo Casuarina com seu compositor Délcio Carvalho. Contudo, no todo, a festa do Casuarina é animada. Priorizados no CD, que toca 13 dos 22 números reproduzidos no DVD, os encontros resultam felizes. Choro de Jacob do Bandolim (1918 - 1969), Bole bole vibra no toque do violão de Zé Paulo Becker e do violino de Nicolas Krassik. João Cavalcanti se junta a seu pai Lenine Eu quero é botar meu bloco na rua, pondo literalmente na rua a marcha-rancho do compositor capixaba Sérgio Sampaio (1947 - 1994). A presença constante de convidados, aliás, valoriza o registro do show e evita a redundância de 10 anos de Lapa. Afinal, em 2009, o grupo já revisou sua história em CD e DVD editados pela Sony Music dentro da série MTV apresenta. 10 anos de Lapa acerta ao tirar parcialmente o foco do grupo, jogando a luz sobre cantores e músicos que também fazem parte da história da (re)vitalização da Lapa como cenário musical pautado pela diversidade de tribos e ritmos. 

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Casuarina grava DVD no Rio com adesões de Lenine, Teresa, Áurea e Moyseis

 O quinteto Casuarina vai gravar o segundo DVD da videografia em show ao ar livre reprogramado para a próxima quarta-feira, 2 de maio de 2012, na praça dos Arcos da Lapa, na Lapa, bairro do Centro do Rio de Janeiro (RJ) em que o grupo carioca nasceu há onze anos. A gravação ao vivo vai contar com adesões de convidados como Ana Costa, Áurea Martins, Délcio Carvalho, Lenine (na marcha Eu quero é botar meu bloco na rua, lançada pelo compositor capixaba Sérgio Sampaio em 1972), Moyseis Marques, Nilze Carvalho, Pedro Miranda e Teresa Cristina, entre outros nomes bambas.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Safra digna de 'Trilhos - Terra firme' repõe Casuarina no bom caminho autoral

Resenha de álbum
Título: Trilhos - Terra firme
Artista: Casuarina
Gravadora: Superlativa / Warner Music
Cotação: * * *

 Dois anos após se enquadrar na estética da MTV em registro ao vivo de show que deu origem ao CD e DVD MTV apresenta Casuarina (Sony Music, 2009), o quinteto carioca Casuarina - um dos nomes que fizeram a elite jovem da Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ) entrar nas rodas de samba armadas na revitalizada cena da Lapa - volta a seguir caminho autoral em seu quarto álbum, Trilhos - Terra firme, lançado neste mês de outubro de 2011. O disco apresenta safra de 14 inéditas da lavra de Daniel Montes (violão de 7 cordas), Gabriel Azevedo (voz e pandeiro), João Cavalcanti (voz e tantan) e João Fernando (bandolim e violão) com diversos parceiros. Apenas o cavaquinista Rafael Freire se exime de aparecer como compositor na safra que destaca o samba-de-roda Pequenino (Daniel Montes, Gabriel Azevedo e Sérgio Fonseca) e o samba de gafieira Dissimulata (João Cavalcanti), este valorizado pelos sopros da Orquestra Criôla, arranjados com excelência por Humberto Araújo. A produção de Rodrigo Campello - nome recorrente na produção dos discos de Roberta Sá - não desvia Trilhos - Terra firme da rota habitual do Casuarina, grupo que se posiciona de forma reverente frente às melhores tradições do samba carioca. Postura, aliás, detectada na composição de sambas como Terra firme (João Cavalcanti e Wander Pio), Murmúrio (João Fernando com Délcio Carvalho, parceiro habitual de Dona Ivone Lara), Vaidade (João Cavalcanti e Gabriel Azevedo) e Coringa (João Cavalcanti e Daniel Pereira). Quase sempre formatado em tons menores, o que favorece as interpretações dos meramente eficientes vocalistas do grupo, o repertório autoral de Trilhos - Terra firme transita pelo choro em Qual maneira (Daniel Montes e Roberto Lara), tangencia a roda baiana em Samba de Helena (Gabriel Azevedo) e flerta de longe com a estética bossa-novista em Ponto de vista (João Cavalcanti e Edu Krieger). No confronto com a safra de Certidão (Biscoito Fino, 2007), o repertório digno de Trilhos - Terra firme soa ligeiramente mais inspirado, atestando o bom caminho pavimentado pelo Casuarina desde o segundo álbum. Talvez porque permanecer na estrada - já há dez anos, no caso do grupo criado em 2001 - seja o único caminho que leva efetivamente à evolução e à consolidação de repertório autoral como o criado pelo Casuarina. Sim, o quinteto está no trilho certo.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Rodrigo Campello dirige grupo Casuarina no disco autoral 'Trilhos-Terra firme'

♪ Chega às lojas em outubro deste ano de 2011, em edição da Superlativa distribuída pela Warner Music, o quarto álbum do Casuarina, Trilhos - Terra firme. Aos 10 anos de carreira, o grupo carioca gravou repertório inédito e autoral sob a direção musical de Rodrigo Campello. O quinteto já está promovendo o disco com duas músicas. Murmúrio é de autoria de João Fernando com Délcio Carvalho, parceiro habitual de Dona Ivone Lara. Já  Pequenino é assinada por Daniel Montes, Gabriel Azevedo e Sergio Fonseca. O álbum Trilhos - Terra firme foi gravado com adesões de músicos como o violinista Nicolas Krassik,  o trompetista Silvério Pontes e o trombonista Zé da Velha,  além de outros virtuoses.