Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


Mostrando postagens com marcador Ava Rocha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ava Rocha. Mostrar todas as postagens

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Ava Rocha lança single carnavalesco com música concluída após (oito) anos

Foi em 2008 que Ava Rocha iniciou - em parceria com José Paes de Lira (o Lirinha), Gigante César e Pedro Paulo Rocha - a composição de música concluída oito anos depois, em pleno Carnaval de 2016. Intitulada Língua loka, a música está sendo lançada em single pela artista no meio da folia. Gravado entre as cidades de Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Salvador (BA), o single editado pelo selo Quintavant (QTV) tem capa criada pela própria Ava a partir de foto clicada por Luiz Ricardo Dantas na Praia da Paciência, em Salvador (BA). Feita com a adesão de músicos como Cadu Tenório (sampler), Gustavo Benjão (guitarra), Kiko Dinucci (guitarra), Pedro Dantas (baixo synth) e Thomas Harres (caixa, percussão e sampler), a gravação de Língua loka é assinada por Ava com Eduardo Manso, músico que toca guitarra, synth e sampler no fonograma folião da artista.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Ava ainda soa estranha em disco solo que flerta com um pop mais melódico

Resenha de álbum
Título: Ava Patrya Yndia Yracema
Artista: Ava Rocha
Gravadora: Maravilha 8
Cotação: * * 1/2

 De certa forma, o primeiro álbum solo de Ava Rocha - Ava Patrya Yndia Yracema, batizado com o incomum nome de batismo dessa cantora, compositora e cineasta carioca - pode ser considerado o segundo. Afinal, o primeiro álbum da artista, Diurno (Warner Music, 2011), embora creditado à banda Ava, era em essência um disco de Rocha, alma e cérebro da Ava. Tanto que a avaliação de Diurno vai influir no juízo sobre Ava Patrya Yndia Yracema. Quem se afinou com as estranhezas do álbum da Ava talvez ache mais estranho as incursões de Ava Patrya Yndia Yracema por trilhas mais melódicas que conduzem a cantora a um destino mais pop, embora distante do trivial radiofônico. Música assinada pelo produtor do disco, Jonas Sá, O jardim é o exemplo de como a voz grave e quente de Rocha parece abafada - aprisionada? - entre cordas e um formato pop bem mais convencional. Até uma música composta pela própria Ava Rocha, Transeunte coração, parece ter sido desviada de sua origem no estúdio, pegando esse atalho mais pop que contrasta com a esquisitice embutida no próprio canto da artista. Em contrapartida, quem teve dificuldade em embarcar na viagem de Diurno vai detectar evolução neste disco em que Ava dosou sua obra autoral em favor de músicas de compositores da cena contemporânea carioca, como Marcelo Callado, autor da concretista Oceanos. A questão - percebida logo na faixa que abre o disco, Boca do céu (Ava Rocha) - é que o canto de Ava parece inapropriado para gravações e temas mais melódicos. Ava parece ser mais a voz da música estranha de Negro Leo, compositor de quatro das 12 músicas do disco, sendo uma, Mar ao fundo, assinada em parceria com a própria Ava Rocha. O canto errático da artista parece se afinar mais com as dissonâncias de Você não vai passar (Negro Leo) e com as distorções de Auto das Bacantes (Negro Leo), música que reverbera a boa influência da obra do compositor carioca Jards Macalé no som de Rocha. "Esse som cabeça oca / Miolo mole / De concreto solitud sound / Não serve se for hermético / Não serve se for hermético não / Serve se for / Hermeticamente", joga Leo com as palavras da letra de Hermética, parceria sua com Luísa Augusto. Seja como for, faixas como Beijo no asfalto (Ava Rocha) e Doce é o amor (Bruno Di Lullo e Domenico Lancellotti) têm sonoridades e timbres mais incomuns do que o canto da artista no disco. Timbres, aliás, tirados por time de músicos do naipe de Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Domenico Lancellotti e Gustavo Benjão. Enfim, Rocha está bem acompanhada em Ava Patrya Yndia Yracema. Mas outra questão é saber se essa é sua turma. Até porque, como compositora, Ava continua apresentando produção bem irregular, como sinaliza Uma, quase um transamba. De toda forma, para o bem ou para o mal, Ava Rocha ainda soa estranha neste disco que, por vezes, parece contradizer a natureza da artista como intérprete e porta-voz do inusitado.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Primeiro álbum solo de Ava Rocha está em fase de masterização no Rio

Anunciado em julho de 2014 com o clipe da música Você não vai passar (Negro Leo), o primeiro álbum solo da cantora e compositora Ava Rocha está em fase de masterização, feita pelo engenheiro de som Ricardo Garcia na cidade do Rio de Janeiro (RJ) neste mês de janeiro de 2015. Produzido por Jonas Sá, o disco se chama Ava Patrya Yndia Yracema - nome de batismo da artista, filha do cineasta baiano Glauber Rocha (1939 - 1981) - e vai ser lançado pelo selo Maravilha 8 neste ano de 2015. A previsão inicial era a de que o álbum saísse no segundo semestre de 2014.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Com a cor da paixão, Ava foca o voo amoroso de Galo no clipe de 'Cama'

Resenha de clipe
Título da música: Cama (Tatá Aeroplano, 2010)
Artista: Gustavo Galo
Direção do clipe: Ava Rocha
Cotação: * * * * *
Clipe em rotação no YouTube

Cantora, compositora e cineasta, Ava Rocha deita e rola na poesia de Cama ao dirigir o clipe desta canção de Tatá Aeroplano a partir do registro minimalista feito com delicadeza por Gustavo Galo para Asa, primeiro primoroso disco solo deste compositor paulistano projetado na Trupe Chá de Boldo. Ava foca o voo amoroso da personagem da canção com a cor da paixão, o vermelho, dominante no vídeo filmado em sintonia com o tom cru da gravação feita somente com a voz e o violão de Galo, com a adesão posterior do sopro pungente e quase etéreo do trompete de Maico Lopes. O protagonista de Cama - canção lançada pelo grupo Cérebro Eletrônico no álbum Deus e o diabo no liquidificador, de 2010 - está prostrado, adoecido de paixão, à espera do único antídoto contra o vírus do abandono: o retorno da mulher amada, pelo qual suplica nos quatro minutos e três segundos do fonograma. Fiel ao estado de espírito da personagem da canção, a câmera inquieta de Ava flagra Galo na cama entre tomadas que traduzem em toscas imagens a prostração, o delírio e o voo mental do doente de amor. Closes nos olhos e nas mãos, aliados a movimentos que dão a sensação de que o protagonista flutua e levanta um voo restrito à sua imaginação, constroem um expressivo universo visual que valoriza o clipe e reitera o sentido da gravação, uma das mais lindas dentre as belezas poéticas do álbum Asa. Posto em rotação no YouTube em 2 de dezembro de 2014, o clipe de Cama - simples, belo e poético como o disco de Galo - é exemplo de que, sim, às vezes bastam uma câmera na mão e uma ótima ideia na cabeça.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Música de Negro Leo anuncia e promove primeiro CD solo de Ava Rocha

Com clipe já em rotação na web, Você não vai passar - música do cantor e compositor maranhense Leonardo Campelo Gonçalves, conhecido como Negro Leo na cena contemporânea de Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) - anuncia e promove o primeiro álbum solo da cantora e compositora carioca Ava Rocha. Produzido por Jonas Sá, o disco se chama Ava Patrya Yndia Yracema - nome de batismo da artista, filha do cineasta baiano Glauber Rocha (1939 - 1981) - e vai ser lançado pelo selo Maravilha 8 neste segundo semestre de 2014. Em Ava Patrya Yndia Yracema, a cantora - em foto de Ana Alexandrino - dá voz a temas de Jonas Sá e Domenico Lancellotti, entre músicas autorais e de compositores da cena. Ava Patrya Yndia Yracema sucede Diurno (Warner Music, 2011) - CD assinado pela banda Ava - na discografia da artista. 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Banda Ava inicia 'série experimental' ao lançar música inédita, 'Blue ship'

Seguindo o eterno movimento dos barcos, a banda carioca Ava encerra a turnê de seu primeiro álbum, Diurno (Warner Music, 2011), e dá início neste mês de dezembro de 2013 - com o lançamento da música inédita Blue ship - ao que caracteriza como "série experimental". Embora já com disco à vista, Ava planeja fazer emergir de forma avulsa músicas antigas nunca lançadas publicamente. Já disponível para audição no YouTubeBlue ship foi feita há quatro anos pelo cantor e compositor maranhense (radicado no Rio de Janeiro) Negro Leo para Ava Rocha, vocalista da banda que inclui também Daniel Castanheira (bateria, percussões e efeitos eletrônicos), Emiliano 7 (no violão e efeitos) e Nana Carneiro da Cunha (no violoncelo e vocais).

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ava foca em estranhezas ao associar música e imagem no álbum 'Diurno'

Resenha de CD
Título: Diurno
Artista: Ava
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * 1/2

Diurno, faixa que batiza e encerra o primeiro álbum da banda Ava, é colagem polifônica que, de certa forma, resume o conteúdo e o espírito do disco produzido por Felipe Rodarte sob a direção artística de Constança Scofield. A voz de Ava é a de Ava Rocha (voz), filha do cineasta Glauber Rocha (1939 - 1981), cuja herança está de certa forma impressa na imagem de Tunga que ilustra a capa de Diurno. Além de Ava Rocha, a banda é formada por Daniel Castanheira (bateria, percussões, efeitos eletrônicos), Emiliano 7 (violão e efeitos) e Nana Carneiro da Cunha (violoncelo e vocais). O quarteto fez um disco pautado por estranhezas e experiências que atenuam a inspiração rala de temas autorais como Só Uma Mulher (Ava Rocha) e O Futuro (Pedro Paulo Rocha e Ava Rocha), faixa repleta de efeitos na qual figura a guitarra de Arto Lindsay. A voz grave de Ava esboça registro cool em Infinito Azul, música que filtra pela estética indie a serenidade da bossa carioca. Batendo no Mundo - tema composto por Pedro Paulo Rocha e Ava Rocha sobre três frases do livro Água Viva (1973), da escritora Clarice Lispector (1920 - 1977) - eleva as experiências à potência máxima e gera faixa tão viajante quanto enfadonha. Melhor resultado alcança a abordagem de versos do poeta colombiano Jorge Gaitan Durán (1924 – 1962). Extraído do livro Os Amantes (1959), o poema Sé Que Estoy Vivo ganha apropriada rítmica latinoamericana e, ao fim da faixa, é recitado sobre o arranjo. Na seara das regravações, a de Pra Dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato Neto) é a mais criativa. De início, a densa canção roça a arquitetura de um tango, evoluindo para uma marcha-rancho. Em contrapartida, as abordagens de Bons Momentos (Michel e Marquinhos) -  trivial balada lacrimejante lançada em 1984 por Tim Maia (1942 - 1998) - e Movimento dos Barcos (Jards Macalé e Capinam) não oferecem visão realmente original sobre as composições. A primeira parece sobrar no repertório. A segunda se ajusta à estética cinematográfica de Diurno, álbum em que Ava - banda em que todos os músicos são também ligados à Sétima Arte - persegue a associação entre música e imagem com resultado irregular, porém (quase sempre) instigante.