Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


Mostrando postagens com marcador Magro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Magro. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Coletânea inspirada pelo livro 'Vozes do Magro' é lançada (em edição digital)

A gravadora Universal Music está lançando hoje, 10 de fevereiro de 2015, nas plataformas digitais a coletânea Vozes do Magro MPB-4, inspirada pelo homônimo livro editado em 2014 pela editora Bateia Cultura. Neste livro, Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012), o Magro, registra e comenta de forma analítica as vozes que harmonizou e arranjou para o MPB-4 nos 15 primeiros álbuns do grupo. A compilação - editada somente em formato digital - reproduz os áudios originais de 14 gravações do MPB-4 abordadas no livro. Com 16 fonogramas, o disco Vozes do Magro MPB-4 reproduz uma faixa de cada um dos 15 álbuns lançados pelo quarteto de origem fluminense entre 1966 e 1980. A 16º faixa - uma gravação de Roda viva (Chico Buarque) - foi extraída do compacto MPB-4 nos festivais de música brasileira, editado em 1968. Eis, na ordem da compilação, os 16 emblemáticos fonogramas reunidos pela gravadora Universal Music no disco Vozes do Magro MPB-4:

1. Lamento (Pixinguinha e Vinicius de Moraes)
    - Faixa do álbum MPB-4 (Elenco, 1966)
2. No cordão da saideira (Edu Lobo)
    - Faixa do álbum MPB-4 (Elenco, 1967)
3. Quando o samba acabou (Noel Rosa)
     - Faixa do álbum MPB-4 (Elenco, 1968)
4. Sabiá (Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque)
    - Faixa do álbum MPB-4 (Elenco, 1969)
5. Gago apaixonado (Noel Rosa)
     - Faixa do álbum MPB-4 (Elenco, 1970)
6. De palavra em palavra (Miltinho, Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro)
    - Faixa do álbum De palavra... em palavra (Elenco, 1971)
7. Última forma (Baden Powell e Paulo César Pinheiro)
    - Faixa do álbum Cicatrizes (Philips, 1972)
8. Pot-pourri de Monsueto - Me deixa em paz (Monsueto e Airto Amorim) / A fonte secou 
    (Monsueto, Tufic Lauar e Marcléo) / Mora na filosofia (Monsueto e Arnaldo Passos) /
    Eu quero essa mulher assim mesmo (Monsueto e José Batista)
    - Faixa do álbum Antologia - MPB-4 (Philips, 1974)
9. Conversa com o coração (Guinga e Paulo César Pinheiro)
     - Faixa do álbum Palhaços e reis (Philips, 1974)
10. De frente pro crime (João Bosco e Aldir Blanc)
       - Faixa do álbum Dez anos depois (Philips, 1975)
11. Canto dos homens (Miltinho e Paulo César Pinheiro)
       - Faixa do álbum Canto dos homens (Philips, 1976)
12. Pot-pourri de Wilson Batista - Mundo de zinco (Wilson Batista e Antônio Nássara) / 
      Bonde de São Januário (Wilson Batista e Ataulfo Alves) / Oh seu Oscar (Wilson Batista
      e Ataulfo Alves) / Louco (ela é seu mundo) (Wilson Batista e Henrique de Almeida)
      - Faixa do álbum Antologia - MPB-4 vol. 2 (Philips, 1977)
13. Amor, amor (Sueli Costa e Cacaso) - com Quarteto em Cy
       - Faixa do álbum Cobra de vidro (Philips, 1978)
14. Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil)
      - Faixa do álbum Bons tempos, hein? (Philips, 1979)
15. A lua (Renato Rocha)
       - Faixa do álbum Vira virou (Ariola, 1980)
16. Roda viva (Chico Buarque) - faixa de compacto de 1968

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

MPB-4 já arquiteta seu primeiro álbum de inéditas depois da morte de Magro

 Em cena de forma profissional desde 1964, o grupo MPB-4 vai voltar ao mercado fonográfico neste ano de 2015. O quarteto de origem fluminense idealiza seu primeiro disco desde a morte de Magro Waghabi (1943 - 2012), integrante que sempre se destacou no grupo por fazer a maioria dos arranjos das vozes do MPB-4. O sucessor de Contigo aprendi (Biscoito Fino, 2012) - belo CD em que o grupo cantou inéditas versões em português de boleros famosos - será o primeiro disco do MPB-4 com Paulo Malaguti, recrutado em 2013 para ocupar o lugar de Magro Waghabi. A atual formação do MPB-4 junta dois remanescentes da formação original do grupo, Aquiles e Miltinho, com Dalmo Medeiros (recrutado em 2004 para entrar no lugar do dissidente Ruy Faria) e com Paulo Malaguti. O disco arquitetado pelo grupo neste ano de 2015 tem repertório inédito. Uma das músicas confirmadas no CD é Jornal de ontem, parceria de Joyce Moreno com Sérgio Santos. O repertório totalizará 13 ou 14 músicas inéditas.

domingo, 26 de outubro de 2014

Magro registra e comenta em livro as vozes que deram relevância ao MPB-4

Resenha de livro
Título: Vozes do Magro MPB-4
Autor: Magor Waghabi
Editora: Bateia Cultura
Cotação: * * * *

Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012), o Magro, foi o responsável pela criação e sedimentação da identidade vocal do MPB-4. Desde 1963, ano em que se integrou ao então trio fluminense criado em 1962 em Niterói (RJ) ainda sem o nome MPB-4 (dado ao quarteto somente em 1964), Magro assumiu a segunda voz do quarteto e a função de harmonizar a sua voz com as vozes de Aquiles Reis, Miltinho e Ruy Faria (dissidente do grupo desde 2004). Em Vozes do Magro MPB-4, livro fundamental para quem se interessa por arranjos vocais, o artista registra e comenta de forma analítica as vozes que harmonizou para o MPB-4 nos 15 primeiros álbuns do grupo. O registro formal desse trabalho aparece ao fim do livro através da reprodução das partituras com os arranjos vocais de 17 gravações marcantes feitas pelo quarteto no período que abrange o álbum de estreia MPB-4 (Elenco, 1966) até o último LP, Vira virou (Ariola, 1980), abordado no livro. Álbum, aliás, pautado pela renovação no som e nas vozes da discografia do MPB-4, apontando os caminhos que seriam seguidos nos anos 1980. Os comentários das faixas de cada um dos 15 álbuns são intercalados no livro com causos e com depoimentos de artistas - Cynara (do Quarteto em Cy), Guinga, Leny Andrade, Oscar Castro Neves (1940 - 2013), Roberto Menescal, Sérgio Ricardo e Zé Renato, entre outros nomes - que tiveram suas trajetórias profissionais intercaladas com a de Magro em algum momento de suas carreiras. Guinga, por exemplo, foi lançado como compositor há 40 anos pelo MPB-4, que gravou duas músicas de sua então nascente parceria com Paulo César Pinheiro, Conversa com o coração e Maldição de Ravel, ambas no álbum Palhaços e reis (Philips, 1974). Além de ratificar a importância de Magro Waghabi, nome sempre bem quisto no meio musical pelo temperamento afável, a leitura de Vozes do Magro deixa entrever a importância da discografia do MPB-4 na segunda metade dos anos 1960 e ao longo de toda da década de 1970. No álbum Canto dos homens (Philips, 1976), por exemplo, o grupo lançou músicas de Gonzaguinha (1945 - 1991) e da dupla Milton Nascimento e Fernando Brant (Chão, pó, poeira e Moreno, respectivamente, sendo que a música de Gonzaguinha, presente do compositor para o grupo, também foi registrada pelo autor no mesmo ano de 1976). Sem tom didático, mas com informações curiosas sobre a combinação das vozes, as análises faixa-a-faixa de Magro são sedutoras porque o artista exerceu seu senso crítico na feitura dos comentários. Reconheceu seus inúmeros acertos no ofício de arranjador  do grupo - como na gravação de Morena dos olhos d'água (Chico Buarque, 1966), feita para o álbum MPB-4 (Elenco, 1967) - mas também atribuiu adjetivos negativos a arranjos que acreditava terem sido infelizes. Magro considerava, por exemplo, "esquisitas" as vocalizações da gravação de Cravo e canela (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1971) feita pelo MPB-4 para o disco De palavra em palavra (Philips, 1971). Tais considerações foram ditadas pelo artista para sua mulher, Mônica Thiele Waghabi, no leito do hospital em que lutava contra o câncer que o fez sair de cena aos 68 anos. Na apresentação, Mônica - responsável por concluir o projeto do livro - afirma que Vozes do Magro é presente para o artista. Na realidade, esse presente se estende a todo leitor que tenha interesse pela história da MPB. Pois parte expressiva dessa história passa pela voz e pela mente criativa de Magro no ofício de arranjador de um grupo que lançou músicas importantes como Bilhete (Ivan Lins e Vitor Martins, 1980) e Angélica (Chico Buarque, 1978), apresentada pela primeira vez no show multimídia Cobra de vidro (1978), feito com o Quarteto em Cy (que teve a primazia de lançar Angélica em disco ainda naquele ano de 1978). Grupo que fez a própria história ao dar vozes a repertório que concentra o melhor da MPB da época - e também de épocas que o precederam, como mostram os repertórios dos dois volumes do projeto Antologia MPB-4 (Philips, 1974 e 1977) - com inspiração vocal e consciência social. As vozes do Magro sempre ecoam na música brasileira.

domingo, 12 de agosto de 2012

De novo um trio, como há 50 anos, MPB-4 sente presença forte de Magro

Resenha de CD
Título: MPB-4 em Recital
Artista: MPB-4 (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Espaço Furnas Cultural (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 11 de agosto de 2012
Cotação: * * * 

"Estamos sem o Magro". As primeiras palavras dirigidas em cena por Aquiles ao público que lotou o teatro do Espaço Furnas Cultural, no Rio de Janeiro (RJ), resumiram a situação que o MPB-4 vai ter que enfrentar nos palcos e nos estúdios daqui por diante. Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012), o Magro, maestro fundamental na arquitetura dos criativos arranjos vocais do grupo, saiu de cena. Neste primeiro show sem seu integrante, feito por já estar previamente agendado para 11 de agosto, a ausência de Magro como cantor foi sentida nos arranjos vocais mais rebuscados, como os de Roda Viva (Chico Buarque, 1978) e Amigo É Pra Essas Coisas (Silvio da Silva Jr. e Aldir Blanc, 1970). Contudo, é mais justo e correto dizer que, ao longo da apresentação, Aquiles, Dalmo Medeiros (que substituiu o dissidente Ruy Faria a partir de 2004 sem grandes traumas para o grupo), Miltinho e o próprio público sentiram a forte presença de Magro. Afinal, a quase totalidade dos arranjos vocais dos 21 números do roteiro era criação de Magro. E, a todo momento, Aquiles e Miltinho se referiam ao show como uma homenagem ao legado do maestro do grupo. Célebre quarteto que, por ironia do destino, volta a ser um trio como há 50 anos, já que as origens do grupo remontam ao trio formado em 1962 por Aquiles, Miltinho e Ruy na cidade de Niterói (1962). Somente em 1963 Magro iria entrar no grupo, batizado como MPB-4 em 1964. E foi como um trio que o MPB-4 reiterou a harmonia de sua vozes. É claro que Magro faz falta no palco - e vai fazer ainda mais quando o grupo der continuidade à sua carreira fonográfica e for precisar de arranjos vocais para as novas músicas de seu repertório. No entanto, é preciso cantar. E o MPB-4 cantou bonito músicas como Fantasia (Chico Buarque) - gravada originalmente pelo quarteto em seu álbum Bons Tempos, Hein?! (1979) - e Por Quem Merece Amor, versão de Miltinho para Por Quien Merece Amor, tema do cantor e compositor cubano Silvio Rodriguez que Miltinho incluiu em disco solo de 1986. Com Miltinho ao violão e Dalmo Castelo na eventual percussão, usada em Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) e no longo pot-pourri com sambas da dupla Toquinho & Vinicius, o MPB-4 fez show simples e eficiente. Porto (Dori Caymmi, 1975) - música incluída no roteiro não somente pelo fato de a gravação feita pelo grupo para a trilha sonora da novela Gabriela (1975) estar sendo rebobinada na nova adaptação televisiva do livro de Jorge Amado (1912 - 2001), mas sobretudo porque era da  vontade de Magro incluir Porto nos shows no embalo da volta da música à TV - foi um bom momento de apresentação que fez todo mundo sentir, mais do que a falta, a presença forte, essencial e insubstituível de Antônio José Waghabi Filho, o Magro, na (bela) história do MPB-4.

Como queria o seu maestro Magro, MPB-4 abarca 'Porto' em show no Rio

Ao visitar Antônio José Waghabi Filho (1943 - 2012) no hospital de São Paulo (SP) em que o cantor, músico e arranjador estava internado, já de cadeira de rodas por conta das várias complicações decorrentes do câncer de próstata que o tiraria de cena em 8 de agosto de 2012, Miltinho ouviu de Magro que o MPB-4 precisava incluir Porto (Dori Caymmi) nos shows do grupo, já que o tema - gravado pelo quarteto em 1975 para a trilha sonora da novela Gabriela (TV Globo) - estava novamente em evidência pelo fato de a nova adaptação televisiva do livro de Jorge Amado (1912 - 2001) rebobinar as músicas originalmente gravadas para a novela de 1975. Pois o MPB-4 cumpriu a vontade de Magro e incluiu Porto no roteiro de Em Recital, seu primeiro show sem o criador da maioria de seus arranjos vocais. "Como nosso maestro queria", reforçou Miltinho em cena, para o público que lotou o teatro do Espaço Furnas Cultural, no Rio de Janeiro (RJ), onde Aquiles, Dalmo Medeiros e Miltinho fizeram o primeiro show do MPB-4 como trio na noite de ontem, 11 de agosto. "Salto sem rede" na definição de Miltinho, a inclusão de Porto no roteiro resultou num dos melhores momentos da apresentação feita para "festejar o legado de Magro", como ressaltou Aquiles já na abertura. Eis o roteiro seguido pelo MPB-4 - em foto de Mauro Ferreira - no primeiro show sem Magro:

1. De Frente pro Crime (João Bosco e Aldir Blanc)
2. Cicatrizes (Miltinho e Paulo César Pinheiro)
3. Cio da Terra (Milton Nascimento e Chico Buarque)
4. Yolanda (Yolanda) (Pablo Milanés em versão de Chico Buarque)
5. Por Quem Merece Amor (Por Quien Merece Amor) (Silvio Rodriguez em versão de Miltinho)
6. Gago Apaixonado (Noel Rosa)
7. Faz Parte do Meu Show (Cazuza e Renato Ladeira)
8. Chega de Saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes)
9. Retrato em Branco e Preto (Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque)
10. Falando de Amor (Antonio Carlos Jobim)
11. Samba do Avião (Antonio Carlos Jobim)
12. Relógio (El Reloj) (Roberto Cantoral em versão de Célso Viáfora)
13. Sabe Deus (Sabrá Dios) (Alvaro Carrillo em versão de Caetano Veloso)
14. Como Dizia o Poeta (Toquinho e Vinicius de Moraes) /
      Testamento (Toquinho e Vinicius de Moraes) /
      Para Viver Um Grande Amor (Toquinho e Vinicius de Moraes) /
      Morena Flor (Toquinho e Vinicius de Moraes) /
      Meu Pai Oxalá (Toquinho e Vinicius de Moraes) /
      Maria Vai Com As Outras (Toquinho e Vinicius de Moraes) /
      O Bem Amado (Toquinho e Vinicius de Moraes) /
      Regra Três (Toquinho e Vinicius de Moraes) 
15. Porto (Dori Caymmi)
16. Amigo É Pra Essas Coisas (Silvio da Silva Jr. e Aldir Blanc)
17. Partido Alto (Chico Buarque)
18. Fantasia (Chico Buarque)
19. Roda Vida (Chico Buarque)
Bis:
20. O Que É O Que É (Gonzaguinha)
21.Quem Te Viu, Quem Te Vê (Chico Buarque)