
Guia jornalístico do mercado fonográfico brasileiro com resenhas de discos, críticas de shows e notícias diárias sobre futuros lançamentos de CDs e DVDs. Do pop à MPB. Do rock ao funk. Do axé ao jazz. Passando por samba, choro, sertanejo, soul, rap, blues, baião, música eletrônica e música erudita. Atualizado diariamente. É proibida a reprodução de qualquer texto ou foto deste site em veículo impresso ou digital - inclusive em redes sociais - sem a prévia autorização do editor Mauro Ferreira.
Mostrando postagens com marcador JR Tostoi. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador JR Tostoi. Mostrar todas as postagens
domingo, 8 de março de 2015
Amud, Alexandre Caldi e JR Tostoi deixam marca no 'Carbono' de Lenine

quinta-feira, 22 de maio de 2014
Cascabulho lança álbum em que regrava Otto sob produção de JR Tostoi
A um ano de completar duas décadas de vida, o grupo pernambucano Cascabulho volta ao mercado fonográfico neste mês de maio de 2014 com o lançamento de seu quarto álbum, O dia em que o samba perdeu pra feijoada. Primeiro álbum da banda em seis anos, o sucessor de Brincando de coisa séria (Independente, 2008) foi produzido e mixado por JR Tostoi. Com projeto gráfico assinado pelo artista plástico (e guitarrista) Neílton Carvalho, O dia em que o samba perdeu pra feijoada ganha edição física em junho, mas já está disponível para audição no portal SoundCloud e no site oficial do grupo. A única regravação do repertório - essencialmente inédito e autoral - é Retratista, música do cantor e compositor pernambucano Otto, lançada pelo autor em seu álbum Condom black (Trama, 2001). A música-título O dia em que o samba perdeu pra feijoada é parceria de Kléber Magrão - único remanescente da formação original do Cascabulho - com Juliano Holanda, da Orquestra Contemporânea de Olinda. Eis, na ordem, as dez músicas do álbum O dia em que o samba perdeu pra feijoada:
1. Bichos de lata (Alexandre Ferreira)
2. Negra beleza (Kléber Magrão e Alexandre Ferreira)
3. Canção da rua (Alexandre Ferreira)
4. Retratista (Otto, 2001)
5. São Jorge (Kléber Magrão e Públius)
6. Céu das águas (Alexandre Ferreira)
7. Seu sonho colorido (Alexandre Ferreira)
8. O dia em que o samba perdeu pra feijoada (Kléber Magrão e Juliano Holanda)
9. Santas são (Kléber Magrão e Alexandre Ferreira)
10. Seja o que quiser (Alexandre Ferreira)
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Em CD feito com Tostoi, Amud revolve águas passadas com sons atuais
Resenha de CD
Título: De ponta a ponta tudo é praia-palma
Artista: Thiago Amud
Gravadora: Delira Música
Cotação: * * * *
Título: De ponta a ponta tudo é praia-palma
Artista: Thiago Amud
Gravadora: Delira Música
Cotação: * * * *
Aos 33 anos, Thiago Amud já tem parcerias assinadas com os geniais compositores Francis Hime e Guinga - o que já basta para atestar o talento deste artista carioca que, como Hime e Guinga, parece ter se tornado cantor para dar voz à produção de suas músicas autorais. Segundo CD de Amud, recém-posto no mercado fonográfico pelo selo carioca Delira Música, De ponta a ponta tudo é praia-palma explora o território da música do Brasil - sob a produção noise do guitarrista JR Tostoi - a partir do descobrimento do país. Quem está no comando do barco que caminha por águas e formas nunca dantes navegadas é o próprio Amud, diretor musical do disco. Só que a conexão com Tostoi dá tom contemporâneo ao álbum - cujo caprichado projeto gráfico foi criado a partir da obra ...Com Hiroshige para os mares e as águas, da artista plástica carioca Anna Bella Geiger - e impede que De ponta a ponta tudo é praia-palma fique ancorado em algum remoto lugar do passado. A formatação experimental das 12 músicas autorais - produtos da lavra solitária de Amud, com exceção d'A saga do grande líder, parceria com Edu Kneip que narra em tom épico a aventura do descobrimento - tornou o disco instigante e desbravador de caminhos. Na música-título De ponta a ponta tudo é praia-palma, o pandeiro de Sergio Krakowski insinua um samba, mas sem seguir a cadência bonita do gênero, diluída entre experimentações e dissonâncias. Com título extraído da carta enviada pelo escrivão lusitano Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500) ao então rei de Portugal Dom Manuel I (1469 - 1521) sobre o achamento do Brasil, De ponta a ponta tudo é praia-palma segue o fluxo de águas conceituais, partindo de Portugal com o Fado de Bandarra até aportar no Brasil, terra de sertões secos (desbravados em Devastação na batida noise do produtor JR Tostoi), de samba e do Carnaval, evocado no samba No contratempo e no frevo Carnaval na Mesopotâmia. O tom rebuscado de letras verborrágicas como a de Papoula brava expõe o caráter delirante do disco, cuja salutar estranheza vem justamente do confronto de versos e ritmos antigos com o som noise de Tostoi. Aberta por coro lírico, a cantiga Estigma derrama poesia, expondo a eventual semelhança do timbre da voz de Amud com a do cantor carioca Zé Renato. Composta em memória de Dorival Caymmi (1914 - 2008), Outro acalanto versa com lirismo sobre outros mares, pescando pérolas poéticas no tempo da delicadeza dos vibrafones de Arthur Dutra, único instrumento a se harmonizar com o canto de Amud. "Sou velho / Minha raça limita com a dos patriarcas", depõe Amud nos versos de Ancestral, tema que embute o toque afro-baiano do ijexá. O compositor parece mesmo velho, egresso de outros Carnavais da música brasileira. Mas nada soa velho em De ponta a ponta tudo é praia-palma, disco que também ecoa e confronta a força de tambores ancestrais em Toante com a pegada atual de Tostoi. Última música do CD, gravada por Amud em dueto com a cantora carioca Cintia Graton, Silêncio d'Água conduz o disco ao seu porto final, selando com suavidade o êxito da atípica viagem desse navegante delirante e instigante. Descubra o Brasil torto de Thiago Amud!
Assinar:
Postagens (Atom)