domingo, 3 de novembro de 2013

MGMT manda pop para o espaço ao se fixar mais em planeta psicodélico

Resenha de CD
Título: MGMT
Artista: MGMT
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * 1/2

O pop outrora perfeito do MGMT foi para o espaço. A reunião do duo norte-americano com o produtor Dave Fridmann - piloto do imbatível primeiro álbum de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser - falhou na missão (não assumida, mas certamente ambicionada) de produzir outra obra-prima como Oracular spectacular. Neste álbum de fato espetacular, lançado em 2007 em formato digital e em 2008 em CD, a dupla - formada em 2002 por dois então estudantes universitários de Middletown (Connecticut, EUA) - surpreendeu o universo pop com coquetel de hedonismo e psicodelia temperado com a perfeição pop de gemas como Electric feel, Kids, The youth e Time to pretend (música-título do EP editado em 2005). A vida até parecia uma festa. No entanto, fãs embebidos nessa fina mistura se frustrariam com a edição do segundo álbum do MGMT, Congratulations (2010), disco em que o duo pegou a onda errada com surf rock e temas de tonalidade sombria. MGMT - o esperado terceiro álbum, ora lançado no Brasil pela Sony Music - poderia oferecer a redação, mas se embrenha em trilhas psicodélicas que vão se adensando ao longo das dez músicas do álbum. A segunda metade do CD - com A good sadness, Astro-mancy, I love you to death, Plenty of girls in the sea (tema de aura mais solar) e An orphan of fortune - configura o roteiro de viagem psicodélica de clima espacial e eventualmente soturno. Mistery disease e Your life is a lie fazem escalas no planeta rock, com a diferença de que Your life is a lie é faixa que conecta o MGMT ao pop, mesmo já distante da perfeição inicial, roçada pela sedutora Alien days, destaque da safra autoral. Única composição concebida fora da seara autoral do duo, Introspection - música da obra de Faine Jade, nome artístico de Chuck Laskowski, compositor e guitarrista norte-americano que seguiu a trilha psicodélica do garage rock na década de 60 - se afina com o som da dupla e se revela outro ponto alto de álbum que, apesar de alguns bons momentos, sinaliza que a viagem de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser pode já não ter volta. Para quem gosta, boa viagem!

Um comentário:

  1. O pop outrora perfeito do MGMT foi para o espaço. A reunião do duo norte-americano com o produtor Dave Fridmann - piloto do imbatível primeiro álbum de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser - falhou na missão (não assumida, mas certamente ambicionada) de produzir outra obra-prima como Oracular spectacular. Neste álbum de fato espetacular, lançado em 2007 em formato digital e em 2008 em CD, a dupla - formada em 2002 por dois então estudantes universitários de Middletown (Connecticut, EUA) - surpreendeu o universo pop com coquetel de hedonismo e psicodelia temperado com a perfeição pop de gemas como Electric feel, Kids, The youth e Time to pretend (música-título do EP editado em 2005). A vida até parecia uma festa. No entanto, fãs embebidos nessa fina mistura se frustrariam com a edição do segundo álbum do MGMT, Congratulations (2010), disco em que o duo pegou a onda errada com surf rock e temas de tonalidade sombria. MGMT - o esperado terceiro álbum, ora lançado no Brasil pela Sony Music - poderia oferecer a redação, mas se embrenha em trilhas psicodélicas que vão se adensando ao longo das dez músicas do álbum. A segunda metade do CD - com A good sadness, Astro-mancy, I love you to death, Plenty of girls in the sea (tema de aura mais solar) e An orphan of fortune - configura o roteiro de viagem psicodélica de clima espacial e eventualmente soturno. Mistery disease e Your life is a lie fazem escalas no planeta rock, com a diferença de que Your life is a lie é faixa que conecta o MGMT ao pop, mesmo já distante da perfeição inicial, roçada pela sedutora Alien days, destaque da safra autoral. Única composição concebida fora da seara autoral do duo, Introspection - música da obra de Faine Jade, nome artístico de Chuck Laskowski, compositor e guitarrista norte-americano que seguiu a trilha psicodélica do garage rock na década de 60 - se afina com o som da dupla e se revela outro ponto alto de álbum que, apesar de alguns bons momentos, sinaliza que a viagem de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser pode já não ter volta. Para quem gosta, boa viagem!

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