quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Com energia, Dani rebobina o primeiro álbum e lança inédita em EP ao vivo

Resenha de CD
Título: EP SP Dani Black ao vivo
Artista: Dani Black
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * * 1/2
Disco já disponibilizado para download gratuito e legalizado no site oficial do artista

 Projetado por Maria Gadú em 2010, ao ser convidado para integrar o time de convidados do primeiro registro ao vivo de show da artista, então com grande evidência e poder no mercado fonográfico, o cantor e compositor paulista Dani Black lançou no embalo um primeiro álbum pela gravadora Som Livre, em 2011. Só que o CD Dani Black não obteve repercussão popular condizente com o prestígio do artista na cena indie paulistana. Mesmo assim, Black se fez ouvir. Com seus olhos de farol, o antenado Ney Matogrosso decidiu fazer a Oração (2010) de Black em seu show Atento aos sinais e incluiu a música no repertório do CD gravado em estúdio com o registro parcial do espetáculo. O CD Atento aos sinais chega ao mercado neste mesmo mês de novembro de 2013 em que Black disponibiliza para download gratuito, em seu site oficial, o EP SP Dani Black ao vivo. Por rebobinar seis músicas do álbum de 2011, o EP oferece baixo teor de novidade para quem conhece o cancioneiro deste compositor que reverbera influências de Lenine em músicas como Miragem (Dani Black), tema de batida funkeada gravado também pelo cantor Pedro Mariano. Afinal, das oito músicas do EP, somente uma, Encontros carnais (Dani Black), é inédita. Música introduzida por scats que remetem ao balanço de Gilberto Gil, Encontros carnais é composição que reitera o estilo de Black, calcado no suingue black nativo, erguendo ponte imaginária entre a lira paulistana dos anos 80 e os compositores da MPB. O EP também traz a canção Só sorriso (Dani Black) para a discografia oficial do artista. Só que, embora tenha ficado fora do primeiro disco de Black, Só sorriso já havia sido lançada nos extras do DVD Multishow ao vivo (2010) de Maria Gadú. A diferença do EP é a energia adicional com que Black dá voz a músicas como Comer na mão (Chico César) - única música não autoral do repertório - e Deixar o barco ir, parceria de Dani com seu pai Arnaldo Black. A voz do cantor foi captada com calor. E dá para perceber em Devagarinho (Dani Black) o groove da guitarra do artista e a precisão do toque da bateria de Sandro Moreno, que integra a banda do show gravado ao vivo em São Paulo (SP) ao lado de Adriano Magoo (teclados e o acordeom ouvido em Pega de jeito, outra música da lavra solitária de Black) e Serginho Carvalho (baixo). Enfim, o EP ao vivo de Dani Black cai bem no suingue da obra do compositor e capta um momento de interação do artista com seu público, mas a rigor nada avança em relação ao álbum de 2011. Mas já é hora de Black virar a página com a gravação de um segundo álbum de inéditas para justificar o prestígio inicial e manter o cruel mercado musical brasileiro atento aos seus sinais.

3 comentários:

  1. Projetado por Maria Gadú em 2010, ao ser convidado para integrar o time de convidados do primeiro registro ao vivo de show da artista, então em grande evidência no mercado fonográfico, o cantor e compositor paulista Dani Black lançou no embalo um primeiro álbum pela gravadora Som Livre, em 2011. Só que o CD Dani Black não obteve repercussão popular condizente com o prestígio do artista na cena indie paulistana. Mesmo assim, Black se fez ouvir. Com seus olhos de farol, o antenado Ney Matogrosso decidiu fazer a inédita Oração de Black em seu show Atento aos sinais e incluiu a música no repertório do CD gravado em estúdio com o registro parcial do espetáculo. O CD Atento aos sinais chega ao mercado neste mesmo mês de novembro de 2013 em que Black disponibiliza para download gratuito, em seu site oficial, o EP SP Dani Black ao vivo. Por rebobinar seis músicas do álbum de 2011, o EP oferece baixo teor de novidade para quem conhece o cancioneiro deste compositor que reverbera influências de Lenine em músicas como Miragem (Dani Black), tema de batida funkeada gravado também pelo cantor Pedro Mariano. Afinal, das oito músicas do EP, somente uma, Encontros carnais (Dani Black), é inédita. Música introduzida por scats que remetem ao balanço de Gilberto Gil, Encontros carnais é composição que reitera o estilo de Black, calcado no suingue black nativo, erguendo ponte imaginária entre a lira paulistana dos anos 80 e os compositores da MPB. O EP também traz a canção Só sorriso (Dani Black) para a discografia oficial do artista. Só que, embora tenha ficado fora do primeiro disco de Black, Só sorriso já havia sido lançada nos extras do DVD Multishow ao vivo (2010) de Maria Gadú. A diferença do EP é a energia adicional com que Black dá voz a músicas como Comer na mão (Chico César) - única música não autoral do repertório - e Deixar o barco ir, parceria de Dani com seu pai Arnaldo Black. A voz do cantor foi captada com calor. E dá para perceber em Devagarinho (Dani Black) o groove da guitarra do artista e a precisão do toque da bateria de Sandro Moreno, que integra a banda do show gravado ao vivo em São Paulo (SP) ao lado de Adriano Magoo (teclados e o acordeom ouvido em Pega de jeito, outra música da lavra solitária de Black) e Serginho Carvalho (baixo). Enfim, o EP ao vivo de Dani Black cai bem no suingue da obra do compositor e capta um momento de interação do artista com seu público, mas a rigor nada avança em relação ao álbum de 2011. Já é hora de virar a página com a gravação de um segundo disco de inéditas para justificar o prestígio e manter o mercado atento aos seus sinais.

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  2. Mauro, vale lembrar - apenas citando - que o Dani Black, antes de ser fisgado pelo pescador de pérolas que é o Ney, já havia caído nas graças da antenada Marina Lima, que o escolheu para integrar o time de convidados de seu especial Som Brasil na Rede Globo, em 2011.
    A despeito de tantos bons artistas ao lado do compositor, acho que ele pode fazer mais do que a cena indie (principalmente a de SP) se propõe. São experimentações tão herméticas quanto desnecessárias (exemplo disso é Tatá Aeroplano, um talento que, acredito, se perde na gana de ser "muderno").
    Mas ainda é um começo, espero que Dani Black siga um caminho bacana na música e que, daqui 10 anos, ainda possamos ouvir seu nome com frescor. Abraços, Mauro.

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  3. Dani Black, é de linhagem familiar da maior importância e do maior talento. Sua mãe Tetê Espíndola, merece todo o nosso aplauso e respeito e seu nome estará sempre "escrito nas estrelas". Tive a oportunidade (acho) que em 2011 ou 2012 de ver Black, se apresentar com Chico Cesar no show aos vivos agora. Gostei muito!

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