sábado, 26 de novembro de 2011

Afetividade dos colegas pauta o disco ao vivo de Cauby da caixa 'O Mito'

Resenha de CD da caixa O Mito - 60 Anos de Música
Título: Cauby ao Vivo - 60 Anos de Música
Artista: Cauby Peixoto
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * 1/2

Terceiro título da caixa O Mito - 60 Anos de Música, que embala três álbuns inéditos de Cauby Peixoto, Cauby ao Vivo - 60 Anos de Música alinha 16 números captados em apresentação feita pelo cantor no Teatro Fecap, em São Paulo (SP). Aberto com medley que une duas músicas de Caetano Veloso, Força Estranha e Cauby! Cauby! (composta por Caetano para o álbum de 1980 em que a MPB reverenciou o cantor), o CD apresenta na sequência um set, Cauby Internacional, em que o intérprete passeia - com a voz que lhe resta em seus 80 anos - por repertório poliglota que transita por standards norte-americanos (Evergreen, Too Young), por boleros do universo hispânico (El Reloj), por sucessos da música italiana (Il Mondo) e pela canção francesa (Et Maintenant). Nenhuma interpretação resulta especialmente marcante ou sedutora. Salta mais aos ouvidos a afetividade que pauta os duetos do set Cauby e Amigos, feitos pelo cantor com colegas como Emílio Santiago, Ângela Maria, Agnaldo Rayol, Vânia Bastos, Fafá de Belém e Agnaldo Timóteo. Conhecidos pela potência de suas próprias vozes, os convidados reverenciam Cauby com aparente sinceridade. Com seu canto perfeito, Emílio Santiago aveluda Meu Sonho É Você (Altamiro Carrilho). Ângela Maria reitera a afinidade com o anfitrião em registro sem emoção de Gente Humilde (Garoto, Vinicius de Moraes e Chico Buarque). Com Cauby, Agnaldo Rayol apara excessos em Serenata do Adeus (Vinicius de Moraes), o mais elegante dos seis duetos, enquanto Vânia Bastos exibe sua afinação impecável - qualidade vocal saudada em cena por Cauby - em Falando de Amor (Antonio Carlos Jobim), mesmo fora de sintonia com o universo tradicionalmente over de Cauby, pelo qual Fafá de Belém - convidada de Bastidores (Chico Buarque) - transita com intimidade. Assim como Agnaldo Timóteo, que  põe a voz de seus 75 anos no medley que une A Pérola e o Rubi (Jay Livingston em versão de Haroldo Barbosa) e Tarde Fria (Poly e Henrique Lobo). Na sequência, Conceição (Dunga e Jair Amorim) - o maior sucesso de Cauby - fecha o disco produzido por Thiago Marques Luiz em clima afetivo. "Como eu sou amado, né? Adoro meus colegas", confidencia o mito Cauby após esfuziante saudação feita a ele por Fafá ao fim de Bastidores. Sim, a rigor, são os afetos que dão valor aos encontros ouvidos no disco ao vivo.

3 comentários:

  1. Terceiro título da caixa O Mito - 60 Anos de Música, que embala três álbuns inéditos de Cauby Peixoto, Cauby ao Vivo - 60 Anos de Música alinha 16 números captados em apresentação feita pelo cantor no Teatro Fecap, em São Paulo (SP). Aberto com medley que une duas músicas de Caetano Veloso, Força Estranha e Cauby! Cauby! (composta por Caetano para o álbum de 1980 em que a MPB reverenciou o cantor), o CD apresenta na sequência um set, Cauby Internacional, em que o intérprete passeia - com a voz que lhe resta em seus 80 anos - por repertório poliglota que transita por standards norte-americanos (Evergreen, Too Young), por boleros do universo hispânico (El Reloj), por sucessos da música italiana (Il Mondo) e pela canção francesa (Et Maintenant). Nenhuma interpretação resulta especialmente marcante ou sedutora. Salta mais aos ouvidos a afetividade que pauta os duetos do set Cauby e Amigos, feitos pelo cantor com colegas como Emílio Santiago, Ângela Maria, Agnaldo Rayol, Vânia Bastos, Fafá de Belém e Agnaldo Timóteo. Conhecidos pela potência de suas próprias vozes, os convidados reverenciam Cauby com aparente sinceridade. Com seu canto perfeito, Emílio Santiago aveluda Meu Sonho É Você (Altamiro Carrilho). Ângela Maria reitera a afinidade com o anfitrião em registro sem emoção de Gente Humilde (Garoto, Vinicius de Moraes e Chico Buarque). Com Cauby, Agnaldo Rayol apara excessos em Serenata do Adeus (Vinicius de Moraes), o mais elegante dos seis duetos, enquanto Vânia Bastos exibe sua afinação impecável - qualidade vocal saudada em cena por Cauby - em Falando de Amor (Antonio Carlos Jobim), mesmo fora de sintonia com o universo tradicionalmente over de Cauby, pelo qual Fafá de Belém - convidada de Bastidores (Chico Buarque) - transita com intimidade. Assim como Agnaldo Timóteo, que põe a voz de seus 75 anos no medley que une A Pérola e o Rubi (Jay Livingston em versão de Haroldo Barbosa) e Tarde Fria (Poly e Henrique Lobo). Na sequência, Conceição (Dunga e Jair Amorim) - o maior sucesso de Cauby - fecha o disco produzido por Thiago Marques Luiz em clima afetivo. "Como eu sou amado, né? Adoro meus colegas", confidencia o mito Cauby após esfuziante saudação feita a ele por Fafá ao fim de Bastidores. Sim, a rigor, são os afetos que dão valor aos encontros ouvidos no disco ao vivo.

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  2. TODOS DEVERIAM TER O MOMENTO CERTO PARA SAIREM DE CENA.

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